BPN

São precisos mais 1.000.000.000 (MIL MILHÕES) de euros para "endireitar" o BPN.
Além dos 5.000.000.000 que já lá estão enfiados.

Há 20 administradores e directores a receber sem trabalhar.

O filho de Oliveira e Costa continua a exercer o cargo de director.

Foram contratados 84.000.000 (OITENTA E QUATRO MILHÕES) de euros em consultoria externa só desde a nacionalização.

...
Pergunto: que mais é preciso para deixar aquele monte de esterco falir de vez?

MÚSICA QUE ME ANDA NA CABEÇA... E NO I POD

Ando absolutamente obcecado com esta pérola (mais uma) do Nitin Sawhney.
Acho-a arrebatadora.
Definitivamente a fusão é o meu caminho musical.

A ESTUPIDEZ DAS DEPUTADAS

Estou perfeitamente convencido que a impreparação, imaturidade, falta de conhecimento e muitas vezes estupidez dos nossos deputados é o espelho claro do que somos.

A qualidade das leis produzidas é de tal modo arrepiante que apenas abona a favor desta tese.

Agora, mostrando a tal insensibilidade e profunda estupidez, querem voltar a legislar sobre matérias em que nunca se deviam meter: a mudança do dia de gozo dos feriados que proporcionam pontes, a bem da produtividade nacional

Celebrar o 25 de Abril ou o 1 de Maio nos dias 27 ou 4 é tão patético quanto celebrarmos o nosso aniversário três dias depois. Ou não se celebra ou, a celebrar, é no dia. E não há razão económica que me faça pensar o contrário.

Esta falta de cultura, de ciência e sensibilidade, que estas tais de Teresa Venda e Maria do Rosário Carneiro revelam é o que de mais triste e deprimente o nosso parlamento pode mostrar. Andam sempre preocupadas com as vírgulas num texto cheio de erros ortográficos e, mais que não seja, mostram que não sabem ler a história recente: Cavaco PM começou a soçobrar quando se lembrou de tentar impedir o gozo do feriado de Carnaval.

MUNDIAL

As mesmas razões que me fizeram estar contra a vitória de Portugal na organização do Euro 2004 são as que me fazem agora esperar que vençamos a candidatura à organização do Mundial de 2018.
Na altura eu tinha a certeza que ia ser um forrobodó para os empreiteiros, que encheriam a mula num país já depauperado, construindo estádios que não serviriam para nada (Algarve, Aveiro, Leiria, Bessa, Coimbra) outros que são sub-aproveitados (Guimarães, Braga) e, sobretudo, o facto de com excepção dos do FC Porto, Sporting e Benfica, todos os outros serem diariamente sustentados por todos nós, através da câmaras municipais, criando buracos colossais na suas já arruinadas contas.
E por isso fui contra.
Ora agora o grosso da despesas está feita.
Os estádios estão lá, assim como as estradas e demais infraestruturas.
Acresce que um refresh ajudará e dará um impulso e evitar a ruína prevista para alguns desses complexos.
Ademais o país, deprimido como está, ganharia um novo alento, uma lufada de ar para os tempos muito difíceis que aí vêm.

O encaixe financeiros seria uma realidade.
Finalmente seria o primeiro grande empreendimento conjunto entre Portugal e Espanha. E como hoje é 1 de Dezembro…

A FUNCIONÁRIA

EU – Bom dia. Fala Nuno Magalhães e por causa do Proc. x. Enviaram-me as guias de pagamento de custas para o meu antigo escritório e não tenho acesso elas. Pedia para as enviarem outra vez…
FUNCIONÁRIA – (com voz autoritária) Isso não é possível Sr. Dr.
EU – Não tem que ser por correio. Pode ser por e mail ou fax…
FUNCIONÁRIA –(interrompendo-me) E mail não tenho. E o fax fica no r/c e eu estou no 2º andar.
EU – Pois mas assim o meu Cliente não consegue pagar as guias…
FUNCIONÁRIA – (novamente interrompendo-me) Isso não é um problema nosso
EU – É verdade. Mas talvez já o seja o facto de ter endereçado a carta para uma morada antiga, que eu já comunicara estar desactivada. Ora faça o favor de ver no processo.
FUNCIONÁRIA – …
EU – Como talvez o seja o facto de, se vir, a carta que me enviou ter um endereço parcialmente errado. Daí a devolução
FUNCIONÁRIA – …
EU – Talvez por isso, para não me obrigar a tomar uma posição escrita no processo, fosse de bom senso descer ao r/c e enviar-me as guias por fax. Não custa nada. É só descer dois lanços de escada. Caso contrário vou ter que escrever a expor o sucedido ao Senhor Juiz.
FUNCIONÁRIA – (prolongado silêncio e, com voz apagada). Eu vou agora para um julgamento. Agora não posso. Mas logo à tarde vou tentar enviar por fax

Nota: Refira-se que esta fora a funcionária que errara no endereço da carta devolvida.

Felizmente esta senhora é uma excepção, cada vez mais rara, porém não virgem, nas minhas deambulações pelas repartições públicas. Só é lamentável poder continuar a ser funcionária de secretária. Acho que escreveria melhor com uma esfregona e uns calos nas mãos.

P.S. O fax chegou 1/2h depois do telefonema. O julgamento da senhora funcionária deve ter sido curtinho...

TECNOCRATA DA JUSTIÇA

Da entrevista que o ex-Secretário de Estado da Justiça, João Correia, deu ao jornal I, destaco esta frase: "não é imputável a nenhum agente processual a situação actual da Justiça. Não me peçam que diga que a responsabilidade está nos juízes, nos advogados, nas garantias, no Ministério Público... Não é verdade. Aquilo que é imputável à Justiça é a organização dela própria, no seu todo".
Afirmações como esta fazem-nos perceber o que realmente está mal na justiça: este caldo de cultura desresponsabilizadora, a total ausência de assumpção de culpas, invariavelmente diluídas em frases tão extensas quanto vazias, que distribuem slogans gratuítos e invariavelmente inconsequentes que permitem que os governantes passem mas a m…. de política seja sempre a mesma. Alguém acreditará que os agentes da justiça são assim virgens e impolutos, absolutamente alheios ao que de mal lá se passa?
Só isso já seria suficiente para justificar a minha felicidade pela saída deste tecnocrata judicial da secretaria de estado.
E talvez ajude os menos identificados com os andamentos da justiça a sintonizarem-se com as críticas ferozes que Marinho Pinto, homem frontal e pouco dado à vacuidade oral, teceu ao trabalho do ora demitido.

GOVERNO

Quem nunca ouviu relatos de momentos dramáticos em que os familiares têm que pedir aos médicos que deliguem a máquina que alimenta a vida vegatativa de um ente querido?

A única diferença para o actual governo é que não é um ente (mas um repelente) e muito menos querido. Mas que está ligado à vida artificial está. Maldita constituição que não permite a imediata queda e substituição por um governo de salvação nacional. Seria o único caminho razoável.

A GREVE II

No final do dia de greve, várias coisas serão certas:

1. Os grevistas estarão mais pobres, porque o dia lhes será decontado

2. O país estará mais depauperado, porque a produtividade foi afectada

3. As razões (aparentes) que motivaram a greve estarão lá todas, inteirinhas e inamovíveis

4. A crise será maior, desde logo porque a triste figura que esta reivindicação desajustada e destemperada, apenas contribui para a descredibilização externa do país e a aceleração da tomada de novas medidas de austeridade que com toda a certeza aparecerão com a entrada do FMI pelas portas adentro.

GREVISTAS

A primeira conclusão que tiro deste dia de greve geral, em que demorei meia hora a fazer um percurso que habitualmente completo em 5´ é que há de facto um país a duas velocidades: um, que procura desenvencilhar-se no meio de uma crise sem precedentes, que quer garantir o emprego, a subsistência das suas famílias e que não tem tempo para folclores irresponsável. É o país dos privados. Outro, o país público, que faz greve, que luta contra os moinhos de vento, com um discurso gasto e irresponsável, e que com a reclamação de aumento de salários (ao invés da inevitável redução), de manutenção de privilégios e da despesas que tal acarreta, nos tenta conduzir, como conduziu, ao descalabro em que nos encontramos.

Talvez quando os despedimentos no sector público chegarem (e estão perto, muito muito perto) alguns dos grevistas afectados com a ida para casa venham a sentir saudades do tempo mau em que eram funcionários públicos e em que tinham um "patrão" que lhe garantia o salário ao dia certo.

DÍVIDA

Os anúncios de Teixeira dos Santos, Sócrates e até Vítor Constâncio de que Portugal não lançará mão de ajuda externa para cumprir os seus compromissos de pagamento da dívida externa fazem-me lembrar aquelas declarações dos presidentes dos clubes feitas à segunda-feira, depois da goleada sofrida, em que reiteram a confiança no treinador. Ficamos logo a saber que será tudo ao contrário e apenas por uma questão de dias. Assim será com a a nossa dívida.

OS BONS INVESTIGADORES E O ADVOGADO ALTRUÍSTA

Quase dois anos depois de ter rebentado com o BPP, João Rendeiro viu a sua casa invadida pela PJ.
Louvamos, antes de tudo, a extrema diligência dos investigadores que tudo fazem para levar à justiça o autor deliberado da ruina de muita gente. Dois anos não é mau, porque podiam ser três...
Mas ficamos a saber que, afinal, Rendeiro é uma boa alma.
Tem a defendê-lo não só aquele que era o presidente da Assembleia Geral do Banco e co-autor de muitos dos contratos que ajudaram à ruina dos sobreditos. Mas, mais importante do que isso, ficamos a saber que esse advogado caro, muito caro, é afinal um bom samaritano, que hipoteca uma parte do seu Sábado para se deslocar à SIC para denunciar o abuso dos investigadores precupado que está "com os mais desprotegidos" e assim evitar a multiplicação de abusos futuros.

Num tempo de egoismo exacerbado há pois que louvar a entrega de alguns.

Ainda há almas boas.

ROUBEI O CARTOON...

...não sei a quem nem onde, porque me chegou via e mail.

Mas com a devida vénia me curvo e publico para memória futura de uma noite em os lampiões se fundiram.

OITO ANOS...

... todos os dias ausente. Mas todos os dias presente.

Still missing you Granny.

O PINGUINHO

O Tuga adora o pingo.
Ou melhor, o pinguinho, que por cá tudo que embaraça vai assim travestido de pequenino (vou fumar um cigarrinho; bebi um copinho a mais; fui infiel uma vezinha)
O pinguinho é o espelho do pior que o Tuga consegue ser.
Ele já não quer leite, que tomou de manhã.
Também não quer café, que emborcou nas duas ou três habituais pausas de trabalho. E muito café enerva-lhe os nervos. E a cabeça.
Por isso senta-se no café (o Tuga adora deitar tempo fora) e, como na verdade apenas lhe apetece nada, pede o pinguinho.
É o seu meio termo de nada, entre o leitinho e o cafezinho. É o seu jeitinho de não assumir que está ali a fazer de inútil, onde não precisava de estar, onde não quer estar mas prefere estar em vez de parquear na mesa de trabalho. Ou em qualquer outro lugar útil.
Ele vai investir os cêntimos, o tempo e a paciência no seu perpétuo jogo de deixar correr. De fazer o que não deve, quando não deve. É a arte do inútil (o pinguinho é a bebida mais dispensável do mundo) onde ele labora (em algum campo o havia de o fazer) com mestria.
Ora o pinguinho é também o cigarrinho que não apetece a não ser como justificação para não ser produtivo.
O pinguinho é também a voltinha de carro domingueira, horas a fio para lado nenhum, quase sempre calado só à espera de gastar o tempo.
O pinguinho é toda a nossa imensa improdutividade, toda a nossa incomensurável capacidade de nada fazermos fazendo de conta que tudo fazemos.
O pinguinho é a causa da nossa desgraça.

FUTEBOL DE ÁGUA

Esta gente que manda no futebol parece não perceber mesmo nada da poda.

Tem algum sentido disputar um jogo como o de ontem, na verdadeira piscina em que se transformou o relvado de Coimbra?

Não sei o que dizem os regulamentos mas se aquilo que aconteceu não é suficiente para suspender um jogo pergunto o que é preciso?

Será que não compreendem que o futebol é, antes de tudo, uma espectáculo, caro (muito caro) e que os espectadores têm direito a não levar com xaropes daqueles?

Ou se calhar alguém estava à espera que na lotaria da água o FC Porto fosse finalmente abaixo (uma vez que em jogo jogado esá dificil).

QUEM ATRÁS VIRÁ...

Vejo apenas uma vantagem neste rompimento de negociações sobre o orçamento de estado (partindo do princípio que ele ditará a votação contra - e não abstenção - do PSD): o fim político de Sócrates e de Passos Coelho.

Mas levanta-me outro problema: quem virá a seguir? Temos a certeza que não será pior?

NEM MAIS NEM MENOS

"Seja por ignorância cega seja por eleitoralismo puro viu-se que Sócrates não é de confiança".

Henrique Monteiro, in O Expresso

M.F.L.

Quem vir, ler ou ouvir os discursos e intervenções de Manuela Ferreira Leite há um ano, quando era líder do PSD, vê que uma a uma as medidas que defendia e preconizava estão agora contidas no orçamento do estado
Mas a Senhora foi maltratada, até pelos do próprio partido. Foi rotulada de “xexé” e outros epítetos pouco abonatórios ao seu passado e experiência.
Pelos vistos o diagnóstico que fazia estava correcto. Perdemos não só a oportunidade de ter a Primeira Ministra que nessa altura o país precisava como as medidas adequadas tomadas a tempo e horas. Mas, sobretudo, perdemos a oportunidade de nos livrarmos de Sócrates. É que agora, entre o salafrário e o puto esperto, venha o diabo e escolha.

PILAR

Pilar del Río: "Cavaco Silva fez-nos o favor de não ir ao funeral. E Saramago agradece"

E agora a senhora podia retribuir o favor à nação: fechar a matraca e ir para milhas (muitas) daqui. Tornar-se útil por qualquer coisa que tenha feito, em vez de viver das memórias de outros. É que isso, na minha terra, tem um nome muito feio.

ORÇAMENTO

Não compreendo esta dramatização em torno do orçamento.

É verdade que a imaturidade de Passos Coelho o tornou refém de uma ameaça que sempre soube que nunca concretizaria (o chumbo) mas também de que não sabe sair. Ainda bem porque ou muito me engano ou foi o primeiro passo para a sua rápida queda no PSD.

Mas nunca tive grandes duvidas que, boa ou má, a lei ía ser aprovada. Era e é inveitável.

FARPAS

As farpas que me picavam o cérebro eram, como sempre, as mais importantes. As mais diabólicas.
Na madrugada sobrava-me o sofá e o ecrã mudo, que me desligassem os tormentos.
O primeiro mineiro jorrava do subsolo. E o segundo. E terceiro… pouco a pouco as minhas farpas já não picavam. Já não eram assim tão importantes. Tornavam-se mesmo relativas. E adormeci, sereno.

MAGISTRADOS E SUBSÍDIOS

Estado vai tributar subsídio de renda de casa a magistrados

Mais uma medida que peca por tardia e temor.

O corte dos subsídios é que seria justo e adequado.

Ou acaso conhecem algum professor, enfermeiro, médico ou qualquer outro dependente do estado que receba um subsídio por estar longe do seu domicílio? E, o que é pior, que mantenha artificialmente domicílios para, quando é colocado junto da actual residência, poder continuar a usufruir dessa benesse?

EXCEPÇÕES

Entre as muitas coisas que correm mal na magistratura judicial a auto-regulação é a mais nociva.
Todo o poder tem que ter um regulador e um fiscalizador autónomo.
Ora a magistratura judicial não o tem. É ela própria que se fiscaliza. Os resultados estão à vista de todos.
As avaliações são o que se sabe.
E até nas reformas os senhores juízes são diferentes e caminham ao arrepio do país.

Ora este assunto, que antes de jurídico é moral, merece reflexão. Não deveria ser preciso dizer aos senhores juízes que se de ora avante toda a gente se reforma aos 65 anos eles, só porque tecnicamente não são funcionários (dado que pertencem a um órgão de soberania) não deveriam beneficiar de estatuto de excepção. Porém, e na hora da verdade, o país dos pequeninos poderes mostra-se sempre, com cada um a olhar para a sua quinta, pouco se borrifando se a do vizinho continua a ter água para as culturas. E se isto é assim com juízes, como não há-de ser com os outros poderes mais pequeninos?

MONARQUIA

É tão despropositado pugnar hoje pela implantação do regime monárquico quanto foi interromper 800 anos de história monárquica com o então aborto republicano.

Por muito sentido que o regime monárquico pudese fazer estes 100 anos de acelaração destruiram em Portugal todos os pilares da monarquia. A ruralidade, as hierarquias, o patriotismo, a reverência, até o catolicismo. As suas doutrinas estão em crise e são irrecuperáveis. Tentar reintaurá-las seria tão absurdo quanto foi destruí-las.

FERIADOS

Que sentido fazem estes luxos, como celebrar dias como a república e outros tantos, em que os países param com a generalidade do povo a borrifar-se para o significado da data?

AS REFORMAS

O sistema das reformas, tal qual hoje o conhecemos, foi construído no pressuposto de que durante a vida activa descontamos para comprarmos o direito a, no final, podermos passar uns anos à custa desse aforro.
A realidade de hoje é totalmente diversa.
À custa das reformas antecipadas (é hoje usual vermos gente com 55 anos já inactiva, a viver à sombra da reforma) e o aumento da esperança de vida veio desvirtuar esta realidade por completo. A soma deste binómio dá, não raro, o resultado de um cidadão lucrar com a reforma, i.e., ter maior retorno do que o contributo. Numa palavra contribuiu com 10 mas recebeu o retorno de 15.
Aqui reside uma componente importantíssima da falência do estado social e a razão principal por que as gerações vindouras não terão, pura e simplesmente, direito a qualquer apoio estatal digno. Até porque a maioria desses fundos de pensões (bancos, PT, seguradoras), verdadeiros depósitos de gente útil desactivada, acabam todos no orçamento de estado e a factura será paga por quem vier daqui a 10 ou 20 anos.
Atacar a fundo a desestruturação nacional passa, necessariamente, por atacar este problema.
Como?
Cortando, em absoluto, a possibilidade de aceder a reformas antes do tempo legalmente estipulado.
Mas, acima de tudo, cortar nessas mesmas reformas, penalizando mais gravemente e de modo radical (nunca menos de 50%) quer as maiores reformas quer, e sobretudo, aquelas que são gozadas por pessoas com menos de 65 anos e que não padecem de nenhuma incapacidade comprovada para o trabalho. Já. Ontem.
Esta geração que beneficia deste estado de coisas, a tal geração libertadora, que enche a boca com o 25 de Abril, é a grande responsável pela desestruturação do estado, graças a um egoísmo egocêntrico que a fez pensar que depois dela não haveria gente. Teve o SNS, reformas antecipadas, crédito barato, escola gratuita, água barata, preços dos combustíveis e das rendas congelados, subsídios a torto e a direito, auto estradas e pontes gratuitas e em excesso, as RTP, CP, Carris, Rave, Refer e TAP, o BPN, o BP e a Caixa Geral de Depósitos. E, pior que tudo, mais de 700.000 funcionários públicos e outro tanto a viver indirectamente do estado.
Tudo, mas mesmo tudo alicerçado num orçamento de estado onde o endividamento foi sempre a tábua de salvação. Por isso pode-se orgulhar de atrás dela deixar uma imensa terra queimada e nem ossos para roer. Os netos não deixarão de lhe agradecer.

XAROPE

O pior que um xarope pode ter é, além de não curar, ainda por cima saber mal.
É que, sendo docinho, com cor apelativa, ainda vai. Por isso o Guga gosta tanto de estar doente. O Ben-U-Ron é cor de laranja e docinho q.b.
Mas quando me lembro, por exemplo, do óleo de figado de bacalhau...
"O dinheiro não dorme" é um xarope ordinário, que não cura nem sequer sabe bem.
Uma americanice em que não vale a pena investir 5 minutos. Então a ceninha final da criancinha nos braços dos avós... Seria de esperar mais e melhor de Oliver Stone.

HOJE É DIA DA MÚSICA

Hoje é dia da música.
A mais bela forma que temos de nos expressar.
Não deixem de dedicar um minuto que seja a escutar um som.
Fica aqui um notável pelo já desaparecido Narciso Yepes. Técnica e interpretação absolutamente SOBERBAS

SEM BILHETE DE IDENTIDADE

O mais grave das medidas ontem anunciadas pelo Governo é que não vemos uma única que seja estrutural.

Os paliativos utilizados são meramente conjunturais e absolutamente insustentáveis a longo prazo (desde logo o fundo de pensões da PT que vai onerar, e de que maneira, o orçamento de estado. Ou o corte nas obras públicas... para este ano).

Ora sem um projecto de país, ninguém acredita em nós.

Por isso é só uma questão de dias até que tenhamos entrado novamente no vermelho (das contas e da produtividade), que o juros da dívida soberana voltem a disparar e que novas medidas tenham que ser anunciadas.

O fantasma do velho e deplorável "imposto de salvação nacional" volta a pairar...

SOBERANIA

Nem nos tempos áureos da universidade alguma vez acordei com uma ressaca como a de hoje.
E economia de mercado deu a machadada final na nossa identidade como país.
As medidas de assalto, chamadas de austeridade, ontem anunciadas são o passo final para a absoluta perda se soberania de Portugal. De hoje em diante são a Fitch´s que mandam em nós.

SÓCRATES EM BICOS DE PÉS

He was born in 1957 and spent his early years in the city of Covilhã. At the age of 18 he went to Coimbra, where he earned a degree in civil engineering

Isto que acabam de ler está aqui e é parte integrante da (pseudo) biografia de Sócrates colada na Columbia University.

Todos sabemos onde é que completou o curso e o modo como o fez.

Esta descarada colagem ao prestígio da universidade de Coimbra é uma clara demonstração da mesquinhez e do propagandismo com que o homem se sabe vender. E também da enorme mediocridade que o caracteriza e que só não me fazem dizê-lo o pior PM depois do 25 de Abril porque um dia, e por dias (felizmente) o Santana tomou conta da nau.

14º MÊS

Eu nunca tive 13º mês.

Muito menos 14º.

E o 12º, se o quero, garanto-o com nunca ir de férias 22 dias (nunca os tive) e, quando vou, arrastar o PC e o telemóvel atrás, sem um único e integral dia de verdadeiro sossego.

Aliás, pelo caminho que as coisas seguem, nada me garante que dentro de algum tempo eu tenha, ao menos, o 1º mês.

Por isso quando vejo que grande parte da solução do desequilíbrio das nossas contas está no corte do 14º mês da função pública, não percebo as hesitações de quem governa (salvo mero tacticismo político) muito menos respeito o alarido sindical.

Afinal de contas, a função pública, além da segurança do emprego e da data do pagamento ainda tem, em termos médios, um rendimento médio que é superior ao praticado no sector privado.

PROMOÇÕES "MAGISTRAIS"

Juízes com processos disciplinares sobem à Relação.

A notícia é aterradora.

A promoção da mediocridade (não quero dizer que o seja nestes casos, que até estão, ainda, pendentes) foi sempre um dos males genéricos da função pública e que se nota mais do que nunca na magistratura (embora saibamos que a judicial não é funcionalismo público).

E depois o malabrismo com que se justifica a ascensão é ainda mais diabólico.

Esta gente não tem tento e, pior que isso, quem lhe ponha tento. Temos hoje uma magistratura em grande parte entregue à consciência dos seus aplicadores. Felizmente que a maioria ainda a vai tendo. Mas quando não tem os resultados estão à vista.

LAURENTINO

Tenho-me questionado que mais é preciso acontecer para o Laurentino Dias se demitir (ou ser demitido)?

Depois das posições do CJ da FPF e do Tribunal do Desporto, o Secretário de Estado não tem margem sequer para piar. E no entanto fala, fala, fala... Não há uma alma que o empurre?

DEIAM, DO VERBO DEIAR

"Os senhores Advogados deiam de conselho aos vossos clientes..."

Esperei.

Os mais de 40 anos do Juíz justificavam o benefício da dúvida.

Dois ou três minutos depois a confirmação: "Como disse há pouco, os senhores deiam...".

Não, não era um deslize. Era mesmo convicção. Percebi que os "savem" vários que polvilharam o mónologo tinham aconchego na ignorância. Só me questiono é como conseguiu chegar lá?

BANHADA

A verdadeira anedota que foi a exibição do Sporting frente ao Benfica só foi superada pelo irrealismo das declarações de atletas e treinador ao considerarem um jogo conseguido depois do banho de bola que levaram. É por estas que o Sporting não é (nem será nos anos mais próximos) candidato a vencer nada (salvo o campeonato da petinga...)

Isto faz-me pensar que a equipa aqui do meu condomínio vencia o jogo aos Leões. E a pobreza do meio campo para a frente foi tanta que acho que arriscava os 94 cm do Guga para a baliza. Ainda assim saía de lá com os três pontos.

BANCA

Com os índices de aforro dos portugueses ao nível mais altos dos últimos 20 anos, se é verdade que a banca está estrangulada e sem dinheiro para emprestar isso só quer dizer uma coisa: uma total irresponsabilidade dos banqueiros na gestão dos activos dos seus clientes.

XENOFOBIA

Não percebo a algazarra criada em torno da expulsão dos ciganos de França.

Os pretensos defensores da igualdade equecem-se que os Ciganos, além de sérios e periogosos agitadores sociais (basta frequentar um qualquer tribunal criminal ou uma feira para saber do que falo), são o povo mais xenófobo e discriminador do mundo ocidental (basta olhar para as suas regras e códigos de conduta, onde por exemplo matam quem, sendo "de fora", se atrever a casar com um dos deles). Por isso (ou principalmente por isso) não se podem queixar (nem invocar) de qualquer medida, mesmo que xenófoba (o que não acho que seja). E esta é uma verdade que a pseudo-esquerda não suporta mas tem que engolir. A frio.

A GÉNESE DO MAL

Cursos com mais desemprego esgotam vagas

Está aqui a principal origem dos nossos males. Temos sempre a convicção que a desgraça é para os outros, que o céu não cai na nossa cabeça e que, mais dia menos dia, por um passe de mágica, a contenda se resolve sempre a nosso favor. É preciso é ter fé, como portuguesmente se diz.

O défice é excessivo? Há-de resolver-se.

Não há emprego? Há-de aparecer.

O meu clube está a perder? É culpa do árbitro ou de Deus, que está distraído.

A MEDIOCRIDADE DA PROCURADORIA

A investigação criminal que se faz em Portugal é uma porcaria.

Todos os sabemos e a principal responsabilidade é o modo irresponsável com que os procuradores podem actuar sem que nada lhes aconteça. Além disso nunca o procurador que acusa é aquele que defende a sua dama em julgamento, pelo que é fácil sacudir a água do capote.

O processo Casa Pia tem evidências do que digo que dava para vários volumes.

Vou citar apenas um: o volume de acusações e de condenações.

Carlos Silvino: Acusado de 634 crimes. Condenado por 126

Manuel Abrante: Acusado por 48 e condenado por 2

José Ferreira Dinis: Acusado por 18 e condenado por 4.

Hugo Marçal: Acusado por 36 e condenado por 3

Gertrudes Nunes: Acusada por 35 e absolvida.

Ou seja, a taxa de sucesso de acusação ronda aí os 2% ou 3%.

Apesar disso ninguém se coibiu de acusar a torto e a direito com base em factos (pretensos) que ruiram como castelos de cartas. O MP não hesitou em positivamente "atirar a lama" para as costas de quem o tribunal decidiu não ter culpa da maior parte das acusações. Mas esse MP não está na berlinda nem ninguém ouve falar dele. Mas numa justiça séria, deveria ser agora chamado à pedra por tamana irresponsabilidade e leviandade no modo como aponta o dedo sem qualquer base de sustentação. Pergunto se tal seria possivel suceder num sistema como o americano, onde os procuradores são advogados em que a permanência no cargo depende do sucesso da sua actuação?

ROBERTO, ESSA PÉROLA

Roberto vai de novo a exame

Esta é das notícias que um portista realmente aprecia.

Podemos encomendar as faixas e começar, com calma, a preparar a próxima época.

DAM´N RAIN

VIVAAAAAA

Se há comportamento que me enjoa é o daqueles que julgam que descalçam as botas assobiando para o lado. Aquele que ficam à espera que as calinadas que deram se apaguem na bruma, de onde saem incólumes como no Matrix. E quando me aparecem com aquela cara de pau do “vivaaaaaaaa, como vais…”!

CASA PIA

Miguel Matias, advogado das vítimas e da Casa Pia: "Todos nós sabemos e a Casa Pia sabe hoje que teve uma grande quota parte de responsabilidade não nos factos, mas na permissividade que tornou possíveis estes factos".

Ora isto, que é uma verdade insofismável e que todos conhecemos desde o início do processo, faz-me perguntar se não faltarão no banco onde se sentem os arguidos algumas daquelas personalidade (Catalinas e afins) que tanto bateram com a mão no peito mas que, pelo menos pela inação, permitiram a catástrofe que está a ser julgada.

QUEIRÓS

Estou frontalmente contra o modo como a FPN pretende despedir Queirós, sem o indemnizar.

Ainda que entenda que o melhor seja a sua saída, não vale tudo.

Porém o homem vai sair, e pela porta pequena. E por culpa própria.

O processo do doping (o tal dos pequenos poderes) não passaria de uma página ridícula e a arquivar numa pasta (mais uma) da vergonha destes pequenos e prepotentes seres a mando do poder político.

Mas a inabilidade de Queirós é tão grande (é a mesma nos momentos decisivos dos jogos, sendo a razão por que o gostava de ver pelas costas) que ainda o borrego estava no forno e, em declarações ao Expresso, chamou de "polvo" ao vice-presidente da sua entidade patronal.

Bem pode agora tentar dourar a pílula, chamando-lhe "nuvem" e outras comparações ridículas. Insultou bem insultada a sua entidade patronal. Ora a isso chama-se violação grave e culposa dos deveres laborais. Com direito a despedimento com justa causa.

ROBERTO

Defintivamente a melhor contratação que o FC Porto fez esta temporada.

Isso e a teimosia de Jesus de manter o frangueiro na baliza.

CENTRALISTAS

Passo, por acaso, pela transmissão que encerra a Volta a Portugal em Bicicleta.

Passa já da 70ª edição (72ª se não estou em erro).

No comentário, e pretendendo fazer ver que esta é uma prova verdadeiramente nacional, sublinha o comentador da RTP que, pese embora tantas edições, "só 25 vezes terminou em Lisboa".

Esta demonstração de centralismo é tão despropositada quanto genuína. E bacoca.

Para eles, os lisboetas (originários ou por adopção) Lisboa absover só! quase um terço das chegadas, partilhando o resto (quase 50) pelas quatro mil e tal freguesias do país, é uma bela demonstração de descentralização e democracia. Dá uma bela média, não há dúvida. É fazer as contas, como dizia o Tonecas.

HERÓIS DO QUARTEL

Com o país a arder, o que é que está a fazer um soldado dentro do quartel aqui perto de minha casa? Por que não estão todos a lutar pela pátria, a marchar contra os canhões das chamas? Pelo menos uma vez o exército era útil em território nacional.

CAMPEONATO

Sporting perde no arranque do campeonato.

FC Porto vence.

Tudo corre normalmente.

NEM MAIS NEM MENOS

Eu acho que o Brasil e Portugal, com os outros países de língua portuguesa, têm de parar com essa coisa de ficar mudando as regras ortográficas. Eu acho que é uma coisa que não ajuda em nada. É uma perda de tempo. Cria confusão, inclusive dá prejuízos. Já imaginou o que vai acontecer? Colecções de livros vão ter que ser jogadas fora e reimpressas, para obedecer a uma nova ortografia porque uma ou duas pessoas resolveram mudar a maneira de escrever a língua. Isso é uma arbitrariedade. Quem é que outorgou a essas pessoas o direito de fazer isso? A língua é património do país, da população, não é propriedade de ninguém. Não pode haver uma entidade que decide mudar a língua de todo o mundo. Isso é um absurdo. É uma coisa precária, que cria confusões, porque é impossível você encontrar uma forma de colocar todos os países de língua portuguesa em que não se crie ambiguidade nenhuma. É um sonho vão. A ortografia tem de ser uma representação da linguagem falada. Então é uma bobagem. Uma perda de tempo.

O VERDADEIRO ESTALINISTA

O PS prepara-se para expulsar 100 militantes que, em violação dos seus estatutos, concorreram contra o partido em eleições.

Nada mais natural.

Diria mesmo, nada mais consequente.

Acredito que um dos cancros da sociedade portuguesa actual é não compreender que a dimensão plena de um Estado de Direito é viver dentro de regras.
Boas ou más as regras existem e têm que ser cumpridas.

Violá-las e depois chamar "estalinista" a quem as aplica é de uma desonestidade bem ao nível de Narciso Miranda.

Quanto ao kafkiano, acredito que Narciso nem saiba o que quer dizer com isso.

É PARA O TÍTULO II

Segue-se agora o Tomás Costa. E o Farias já foi.

Definitivamente o caminho está bem trilhado.

Venha um central decente e estamos prontos para o título.

OS ROUBOS DOS LAMPIÕES - I

Vou começar a contá-las.

Ontem vi o Cardozo a agredir a cotovelo o Sapunaru e a não lhe acontecer nada.

Vi o David Luís a pontapear por trás o Sapunaru e a levar um amarelo.

Vi o César Peixoto a pontapear e pisar de seguida (tudo na mesma jogada) o Varela. Nem o amarelo levou

São três roubos e de igreja. Os primeiros de muitos e que ajudaram, o ano passado, à vitória no campeonato. A ver vamos se a coisa se repete e se a diligente Comissão Disciplinar da Liga levante os costumeiros sumaríssimos. Afinal Cardozo e Peixoto nem sequer foram admoestados

TONY

Zapping nocturno.

Na Praia da Rocha 70.000 deliram com um cromo sem voz, que geme sempre as mesmas lamechices e tem um frenético nome artístico: Carreira (Tony).

Os aborígenes vão a banhos mas no fim querem é mais do mesmo.

Ontem como hoje o povo quer é um pai.

Volta Tony (Oliveira). Tás "apardeoado"

FUTEBOL TOTAL

Enganei-me (felizmente), de modo redondo, no meu último post.

O Benfica não se limitou a perder o jogo porque o FC Porto venceu-o, do primeiro ao último minuto, asfixiando a águia com futebol. Puro, dutro e, ainda por cima, bonito.

E ficaram-me dois agradáveis sabores: a sobranceria benfiquista (Jesus dizer que o Porto ganhou porque foi mais eficaz...) e as mãozinhas do Roberto vão-me dar muitas alegrias esta época.

SUPER TAÇA

Não tenho a mínima fé para o embate com o Benfica para daqui a 1 hora.

Está tudo a correr mal nas bandas portistas. Saída (sem substituto) de Bruno Alves, o arrastar do caso Meireles, a não inscrição atempada de dois reforços (Rodriguez e Walter). Não estou a conhecer o meu clube.

JUSTIÇA

"Não há juízes maus" afirmou o presidente do sindicato!!! em resposta às notas de bom e muito bom que (quase) todos conseguem ter.

Poderia citar muitos casos que conheço de magistrados medíocres, preguiçosos, incompetentes, desleixados. Aqui como em todas as profissões.

Mas acho que as notas e as palavras do sindicalista falam por si e põem bem a nu o que vai mal no reino da justiça.

SUPER NO SOLO - SUMMER PARTY

O FIM

3200 escolas do 1.º ciclo fechadas nos últimos 5 anos

Este é o princípio do fim de Portugal.

E só a mediocridade dos que nos governam (e a apreciação é desprovida de coloração) e a letargia acrítica em que nos encontamos não nos deixa ver isso. E fazer alguma coisa para a inverter.

ZON

A Zon enviou-me ontem uma carta dando-me conta das novas funcionalidades da powerbox para os jogos do Mundial.

Este é o espelho das grandes empresas. Sobretudo as portuguesas.

AS VÍTÓRIAS DE MORGADO

Valentim e João Loureiro absolvidos no caso Boavista - Est. Amadora

Mais uma vitória da inquisidora Morgado.

Vai ser assim com todos os grandes processos em que a srª pegou, como foi assim com todos no passado.

só pergunto o que seria de um advogado que aparecesse constantemente, nos meios de comunicação, a defender teses acusatórias que, no final, se revelassem todas improcedentes? Teria clientes? E meios de subsistência? E cara para continuar a aparecer?

É SÓ FUMAÇA

Entre hoje e 1 de Setembro só há Tribunais a trabalhar para processos urgentes.

O que não quer dizer que estejamos de férias, como demagogicamente o disse o ex-ministro Alberto Costa (arrrghhhhh!!!) quando lançou a medida de reduzir a paragem apenas ao mês de Agosto. Eu, por exemplo, tive um dia longo (muuiiiito longo) de trabalho. É apenas um tempo de fazer trabalhos diferentes, nem por isso menos importantes ou fundamentais.

Pergunto onde está agora o ex-governante, para fazer o balanço na praça pública (como fez no lançamento) de uma das mais estúpidas e infundadas medidas que foram tomadas na anterior legislatura? Onde estão as estatísticas do aumento da produtividade, da diminuição da pendência e demais parvoices que anunciou?

Esta gente é só fumaça. Só vão mudando as moscas.

PORTAS E OS COLINHOS

Já desconfiava que o Portas gostava de colinhos.

Mas pedir logo dois ao mesmo tempo é destempero.

Não seja assim tão guloso menino. Um de cada vez...

ELES COMEM...

Gostava de dedicar esta música ao Mira Amaral, ao Jardim Gonçalves, ao Paulo Teixeira Pinto e a toda a demais ex-administração do BCP, ao Berardo, à família Espírito Santo, ao Américo Amorim, a essa cambada de novos "emprésários!!!" como as gentes do grupo Lena, da Martifer, da J.P. Sá Couto e outros encostados, ao Jorge Coelho e o seu grupo Mota Engil, ao Manuel Fino,aos Penedos e ao Vara, a TODOS os governadores civis, a 60% dos deputados à AR, e a todos os que têm os seus interesses a marinar na gamela do estado, acocorados debaixo de contratos, pensões e ajudas de custo.
A todos eles o meu desejo de infortúnio.

TALIBANISMO

Há umas semanas ficamos a saber de um chumbo de uma barragem (creio que no Douro) por causa de uns mexilhões que procriam por ali.

Nós, um país com um défice cancerigeno na energia, recusámos produzi-la em prol dos mexilhões.

Alguns extremistas da ecologia fizeram um alarido de regozijo. Mas não ajudam a pagar a factura.

Foram agora chumbadas as três estruturas cobertas (por sinal bonitas) colocadas da Praça Parada de Leitão (em frente ao Piolho, no Porto) porque um tal de IGESPAR acha a coisa desadequada.

E a solução não é peca: deita-se abaixo aquilo que os proprietários construiram e pagaram com licenciamento camarário e que permitiu a uma zona morta da cidade ganhar nova vida.

Esta gente que decide sempre sem ser em função das contas, que não presta as ditas cujas nas suas decisões (ecologistas, conservadores do património, entre outros) são verdadeiros talibãs da economia. Estribados na pureza dos seus principios (serão?) dão verdadeiros pontapés no bom senso. E no fim, sem pudor, ainda enaltecem os seus feitos.

A ARTE DE SABER LER

Vivemos tempos de iliteracia profunda. Sobretudo mental.
A Moodys corta o rating da dívida pública portuguesa.
O ministro Teixeira dos Santos descobre que eles nos dão "um sinal de confiança".

INDEPENDÊNCIA DA MADEIRA

Por uma vez na vida eu tenho que estar de acordo com João Jardim: independência da Madeira. Já. As contas públicas agradecem.

CARMA

Há cerca de sete anos, quando o novo processo executivo foi lançado, António Marinho e Pinto (e muitos outros advogados) atiraram-se ao Ministro António Costa, chamando-o irresponsável com a pseudo-reforma que estava a fazer.

Os modernaços criticaram a classe, chamando-a antiquada e resistente à mudança.

Agora o resultado está há vista. Oito mil processos aos agentes de execução e uma nova reoforma do processo de execução, voltando-o a colocar de onde nunca devia ter saído: os Tribunais.

Com isto perderam-se mais quatro anos.

É este o nosso carma.

É PARVO O MINISTRO

54.000 jovens licenciados estão sem emprego.

Sendo sabido que destes a esmagadora maioria provêm das humanidades e que, aqui, uma grande fatia são do direito, não se compreende, realmente, que o ensino público tenha aberto ainda mais vagas a concurso do que no ano anterior.

As justificações do ministro Gago (um dos poucos que ainda se salvavam) não se compreendem quando diz que o Direito dá acesso a muitas profissões e, por isso, e mais uma vez, andou bem Marinho Pinto quando disse que o Ministro deve ser autista. Ou parvo, digo eu.

ESTRUTURA E CONJUNTURA

Os 348 clientes da Marsans que ficaram em terra e sem o dinheiro que deram pelas viagens foram reclamar os seus créditos junto dos €. 25.000 que existiam de caução (nos termos da Lei) prestada pela agência espanhola.

Está bom de ver que a lei pecava por tão gritante defeito que a primeira questão que levanto é como foi possível existir um diploma tão depropositado (como foi possível que a caução não fosse prestada em função do volume de negócios como manda a Lei?)

Agora, e como é costume, o governo vai legislar, a correr e, provavelmente, pagando bons honorários a mais uma grande sociedade de advogados lisboeta (em vez de criar é mecanismos para aplicar a Lei que já existe).

A reboque, como sempre, o diploma vai ser apressado, feito mais com o propósito de mostrar serviço do que resolver problemas. Vai, como é hábito nos últimos anos, ser corrigido uma ou duas vezes depois de ser publicado (as leis são feitas sem debate público) e, provavelmente, encerrar uma ou outra insconstitucionalidade que o tribunal respectivo se encarregará de decretar daqui a três ou quatro anos.

Este é o Estado de Direito que temos.

Podem achar que é um pormenor.

Não é. É a raiz profunda da nossa desgraça.

Não fazemos nada estrutural. É tudo conjuntural.

DESACORDO

Este blog é escrito ao "desabrigo" do novo atropelo, perdão, acordo ortográfico
E assim se manterá.

ONCE

O que é que podemos dizer quando um notavel pedaço de música se junta a um memorável filme.

Simplesmente ficar calado e ouvir, vendo.

PORTUGAL

Todo o inútil tem a sua utilidade. E por uma vez estou de acordo com Sócrates.

O chumbo, veto, whatever, ao assalto da Telefónica à Vivo é um sinal muito positivo.

Não a esta selvajaria mercantil de que tudo tem um preço. Até a honra. Até um país, que se vende às postas.

E estou-me pouco borrifando para os mercados, os ratings e essa treta toda, que é mais artificialidade jornalistica do que verdadeira razão de ciência. Basta ver o resultado das previsões desta gente para percebermos a credibilidade que nos merecem.

A PT é fundamental para Portugal e o Estado tem o dever de a defender com unhas e dentes. De resto como Espanha, Itália e França fizeram recentemente perante situações idênticas.

E, de uma vez por todas: fuck the Europe. And the Comission. And the European Court.

O SEM VERGONHA VARA

Vara renunciou ao cargo de administrador do BCP mas leva as remunerações que teria se estivesse a exercer o cargo.
É assim mais ou menos como fecharmos a loja, irmos para a praia mas exigirmos na caixa o apuro do fim do dia.
Esta foi a primeira vez que vi uma renúncia motivar uma indemnização.
Então se sai pelo pé dele, por livre vontade, por que razão há-de a instituição (de) que (se) serve pagar-lhe o que quer que seja?
Mais. Devia era devolver o que recebeu nos últimos meses para nada fazer.
Eu, que não acredito na justiça (nem terrena nem divina) só posso lamentar não poder dizer "cá se fazem...".
Este país é definitivamente dos mediocres (para ser brandinho).

NEM MAIS NEM MENOS

Ronaldo, que alguém tragicamente despistado içou a capitão, tornou-se num estorvo para a selecção nacional. O seu ego ilimitado nunca se disporá ao serviço de um colectivo que julga indigno de si e dos seus patrocínios - Ronaldo serve-se desdenhosamente da selecção e nunca permitirá que esta prospere para além de si mesmo.

É PARA O TÍTULO

Arrancou a época no Dragão.
Tenho uma enorme fé no Villas-Boas. Mais que não seja por não ter teias de aranha como o professor.
E entrou em grande, limpando parte do lixo futebolistico com que alguns irresponsáveis andaram a encher o balneário: Prediguer, Valeri, Pelé já eram. Ainda falta o Mariano. E Farias está quase (este será um pouco menos tóxico mas não passa de um jogador sem nível para o FC Porto).
Entrou já um valor garantido da formação, Ukra. Falta o Castro e o Rabiola.
Estamos no bom caminho.

MAYER HAWTHORNE

Esta batida está a tornar-se uma obsessão. Acho-a absolutamente contagiante. É pena o moço ter apenas um album publicado. Mas que é muito bom, lá isso é. E então a proposta que deixo, resultado da mistura com o rapper Snoop Dogg...
Ora ouçam lá:

DÚVIDAS

Queirós vai manter-se na selecção?

Mantendo-se, vai ter a verticalidade de dispensar ao Ronaldo o mesmo tratamento que deu ao Deco?

APENAS UM COMENTÁRIO SOBRE O PORTUGAL-ESPANHA

Quem quer perder apenas por meio a zero tem aquilo que merece.

DESGOVERNO

Se alguém tinha dúvidas do desnorte em que o governo nos desgoverna, este triste espectáculo com as portagens das SCUT clarifica-lhe as ideias.

Sócrates simplesmente já não faz a mínima ideia para onde nos leva. E quanto mais tempo demorar a substituí-lo maior será a factura.

CATÁSTROFE FINANCEIRA

Os níveis de aforro dos portugueses estão no plano mais elevado de há duas décadas.

Apesar disso a liquidez dos bancos nacionais nunca esteve tão baixa ao ponto de alguns quase já não terem dinheiro para despesa corrente.

Isto é sinal de catástrofe, não é? Ou alguém me consegue explicar, assim em português de leigo financeiro, que não?

HE HE HE HE HE HE

Não encontramos na Europa melhor justiça que a portuguesa

A frase é do inefável Pinto Monteiro.

É ilustrada por foto onde surge acompanhado de Maria José Morgado, esse exemplo mor de como não utilizar a "justiça".

O erro é vir na primeira página e não na secção das anedotas.

FADUNCHO

A julgar pela imprensa desportiva, Portugal vai olhar a Espanha de esguelha. Em vez de jogar o jogo pelo jogo, vai meter 10 atrás da linha da bola e Ronaldo (presa fácil assim) sózinho na frente.

Ainda segundo a mesma imprensa vai meter quatro centrais em campo (Bruno Alves, Ricardo Carvalho, Pepe - a trinco - e, pasme-se, Ricardo Costa a defesa direito).

Se for verdade estas escolhas só vão ter um destino: vamos ser engolidos pelo carrossel espanhol e vamos voltar para casa debaixo de um coro de lamentos. Nada que não seja normal.

DECISÕES...

... para o bem e para o mal, é tempo delas.
Ou ,então, nunca mais as tomaremos.
"The future is in you hands" como reza o som dos Empire of the sun!

OBRAS PÚBLICAS

O Tribunal da Maia tem pouco mais de 10 anos.

Foi projectado e construído já com o actual presidente na então vereação.

Mas mal abriu se percebeu que não tinha a dimensaõ adequada, padecia de enormes erros de construção (alguns bem à vista como fissuras da grossura de um dedo).

O que se fez?

Responsabilizou-se o empreiteiro? O vereador? Não.

Reclama-se com desplante um novo edifício.

O povo paga.

O FALACIOSO PINTO MONTEIRO

Souto Moura foi um mau PGR. Sobretudo porque não sabia comunicar.

Pinto Monteiro é um mau PGR. Sobretudo porque julga que na arte de comunicar está o pleno exercício das suas funções.

Vir agora, a reboque das interpelações jornalísticas, dizer que não é normal processos crime estarem parados oito meses (para quem não saiba refere-se à queixa crime apresentada por Manuela Moura Guedes contra Sócrates) e que vai abrir um inquérito à demora é muito mais do que desfaçatez: é falta de vergonha. É uma mentira que profere com quantos dentes tem e com o desplante de quem se julga inatingível.

Se quiser, sr. procurador (desculpe, mas tem que ir em caixa baixa) cito-lhe alguns exemplos que me povoam as estantes. E citando os mediáticos, basta olharmos para a tortuosa "Operação Furacão" para percebermos que o sr. não fala verdade. Ou o caso BPN. Ou do BCP. Ou do Portucale. Ou do Apito Dourado. Ou dos submarinos. Ou da face oculta. Ou dos cheques carecas, dos milhares de ofensas à integridade física que ficam sem julgamento por pura inação da investigação. A investigação criminal em Portugal é o pior cancro da justiça. E está nos DIAP e em muitos dos srs. procuradores que aí moram grande parte da culpa.

SOLIDÃO

Sócrates diz que se sente sózinho a puxar pelo país.

Pois para onde nos puxa, antes mesmo só. Pode ser que não consiga...

TIRANETE

O aumento de impostos foi decidido antes de ser discutido pela Assembleia da República (ainda por cima tendo encerrado uma inconstitucionalidade gravissima que foi o de o fazerem com retroactividade, como o sabe qualquer aluno do 1º ano de direito e, a seu tempo).
O chips das matrículas foram hoje chumbados no parlamento. Mas toda a parafernália logística de cobrança de portagens nas SCUT dava por adquirida a sua utilização. Aliás, muitos (os mais previdentes) já os tinham encomendado (não sei mesmo se pago).

Dizem que um dos maiores defeitos dos ditadores é decidirem sem ouvir.

Pergunto que diferença vai destes dois exemplos para o modo como o Professor, que a bendita cadeira colocou no devido lugar, decidia? Só uma: Salazar era uma tirano, assumido. Sócrates não tem sequer nível para o ser. É apenas um tiranete.

ACESSO À ADVOCACIA

António Marinho Pinto é um homem com coragem. É frontal, corta a direito, diz quase sempre verdades e isso tem-lhe custado amargos de boca. Mas nem por isso esmorece.

A nova guerra que tem travado, de tapar o acesso selvagem de pseudo-licenciados em direito (Bolonha e os seus anacronismos) à Ordem dos Advogados, é um acto lúcido e corajoso.

A profissão está progressivamente mais infectada por ignorantes, mal preparados mas, pior que tudo, desconhecedores das suas enormes limitações. A espiral de facilitismo em que todo o ensino entrou, graduando ignorantes, está a produzir muito maus resultados. E se o Governo não coarcta (e até alimenta) esta insanidade, vai ter que caber às ordens profissionais um papel que não é originaramente seu mas o é, isso sim, por necessidade e imperiosa consciência.

É claro que eu percebo (mas não respeito ou aceito) a movimentação de duas grande colunas contra isto.

Os recém-licencidos, muitos desconhecendo o poço em que se vão enfiar, e que querem a todo o custo entrar na profissão.

Mas, sobretudo, as grandes sociedades de advogados, esses enormes sorvedouros de mão de obra barata, quase escrava, de advogados recém-licenciados, que exploram a seu bel-prazer a troco de dez reis.

P.S. Corrigido

SCUT

Como é que podemos acreditar nas medidas de um Governo para nos retirar de uma das situações mais dificeis em que o país já se encontrou mergulhado se uma simples cobrança de portagens nas Scut dá a trapalhada que dá?

Isto é pior que navegar à vista. É simplesmente um "crash-test" mas com seres humanos: nós.

Esta getinha continua convencida que governar é fazer decretos no papel e que o resto aparece, por alma e graça...

7

Os 7-0 à Coreia, terão a seguinte tradução:

A taxa de natalidade melhorará dentro de 9 meses.

Sócrates vai a Fátima a pé.

Vamos-nos julgar os melhores do mundo depois de termos batido, a bom bater, no ceguinho que também é manquinho.

A sobranceria vai-nos custar caro contra o Brasil.

Ronaldo vai continuar a ter um umbigo maior que o mundo; e a jogar mal e porcamente pela selecção.

O país permanecerá afogado na sua mediocridade. Mas muito mais ébrio.

PREMONITÓRIO

Escrevi aqui, depois do jogo com a Costa do Marfim:
Paulo Ferreira.
Pedro Mendes.
Liedson.
Uns zeros que ajudam a explicar a nulidade de Portugal (...)
Sairam Liedson e Paulo Ferreira e tudo melhorou estrondosamente. Faltou o Mendes.

SARAMAGO

Ele disse mal da pátria. Renegou-a mesmo, ao ir viver para longe.

Vilipendiou alguns dos seus valores, a começar pela escrita, desprezando as mais básicas regras da sintaxe.

Ele tratou mal muitos portugueses, a começar pelos saneamentos políticos que comandou no pós 25 de Abril, quando foi director do DN.

Ele foi arrogante, prepotente mesmo, com a nação.

Foi admirador confesso de facionoras como Estaline, Hugo Chavez, Fidel Castro e outros da sua pandilha comunista radical.

Agora morreu e desatamos todos no nosso fado lamenteiro. Até um avião da pátria que ele renegou o foi buscar, com a inefável Canavilhas a bordo. Pago por nós, é claro. Agora vamos todos desatar a lê-lo e a lembrar o grande autor, etc.etc. Com sorte colocamos uma estátua no Marquês e levamo-lo para o Panteão.

Nós não temos emenda nem solução. Porque não temos respeito por nós próprios.

P.S. Aditado

DESPROPOSTA

Proposta do PS para reduzir feriados vai avançar

Aqui está um bom exemplo de como se governa mas como não se deve governar.

Uma proposta atentatória da história e da cultura, que não resolve problema nenhum mas vai criar vários.

É do mais imbecil que tenho visto e apenas denota o grau de estupidez que povoa a maioria destes cérebros políticos da república.

ESTAMOS NO NOSSO CAMINHO

Paulo Ferreira.

Pedro Mendes.

Liedson.

Uns zeros que ajudam a explicar a nulidade de Portugal contra uma equipa do terceiro mundo, povoada por três jogadores e oito estivadores.

E a atitude de outro zero, Queirós. Dúvidas? Basta ouvir as declarações dele no final do jogo.

MARINAR

Paula Teixeira da Cruz: "Não se pode provocar uma crise política nesta altura"

Pois não, claro que não. Nós compreendemos. O seu menino podia não vencer as eleições. É preciso que isto marine mais uns oito meses...

O INFANTE

A introdução das portagens nas Scut nortenhas (esquecendo-se a via do Infante, no Algarve) é a prova, mais uma vez, de que são sempre os mesmos a sacrificar-se pelos outros.

E é estranho que o PR, que tem estado tão interventivo, neste particular esteja caladinho como um rato. Mas deve ser conincidência e nada ter a ver com o facto das sua origens e da construção do Infante ser da sua lavra...

GREVES

Sendo a CP uma das empresas mais responsáveis pelo descalabro das contas públicas nacionais, é dificil compreender a greve dos seus trabalhadores num tempo tão dificil como aquele que Portugal atravessa.
Mas ocorrendo a greve em dia de jogo de Portugal no Mundial é sintoma de um oportunismo ao nível do sindicalismo mais rectrógrado de que há memória.

REFORMADORES

Esta gente de quinta categoria que a pouco e pouco se foi instalando no parlamento e até no governo ainda não compreendeu que o compasso de um país não se faz ao ritmo de ideias que se convertem em leis. Explico. Nos últimos anos cada contrariedade, cada novidade, cada nova interpretação redunda num novo diploma legal. Leis, decretos-lei, portarias, regulamentos, uma parafernália de regras, sub-regras e pseudo-regras afoga o estado de direito num clima de incerteza e, o que é pior, num mar de contradições. Quem anda nisto sabe do que falo, e basta olhar para a reforma do regime do arrendamento para perceber a idiotice de quem manda.

Agora é o Código do Trabalho. Ele foi feito em 2003, regulamentado em 2004 mas algumas vezes alterado. Foi revisto em 2009 e, à sua conta, já sairam uma dúzia de diplomas regulamentadores. Mas Passos Coelho quer rever a coisa, acrescentar sabe-se lá o quê.

Esta gentalha, que não percebe nada de direito e muito menos de estado de direito não compreende que estas sucessivas mudanças criam uma instabilidade tremenda, uma incerteza permanente e uma conflitualidade acrescida que, ao invés de resolver, agrava os problemas.

Este exemplo não é grave? Não seria, se fosse isolado. O problema é que ele constitui a regra numa sociedade à deriva, que quase só de nome ainda é de direito.

REPRESTINAÇÃO

É curioso que estabelecida como medida do combate ao défice o aumento rectroactivo dos impostos, tal exemplo represtinatório não se estenda ao simbólico!!! corte de 5% nos salários da classe política.

MALDITA CONCEPÇÃO EUROPEIA

O equívoco europeu (da União Europeia, entenda-se) não é, como António Vitorino (e outros eurocratas) dizem, económico.
É político.
Foram os passos maiores que as pernas e o seu o integracionismo forçado que a condenaram.
Numa palavra, foi a tentativa de fazer unas realidades históricas tão centenárias quanto distintas que produziu um aborto condenado a ser expelido desde a maldita concepção.

RECTROACTIVIDADE DE IMPOSTOS

O modo que o PSD encontrou de se solidarizar (sem o assumir) com o atentado ao estado de direito que constitui a rectroactividade dos impostos agora lançados pelo governo é do mais covarde que tenho visto.

Dizer que não cabe ao parlamento, sede da legislatura, velar pela feitura de boas leis (que é mesmo que dizer pela sua constitucionalidade) é mais ou menos como afirmar que não cabe à vaca, mas à veterinária, parir o vitelo que transporta no ventre.

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE UM TÍTULO

FOLCLORE GAY

Sou contra o casamento entre homossexuais, como já amplamente o disse.

Nada tenho contra os ajuntamentos ou outra semântica mais ligeira que os reconheça com estatuto legal. Mas chamar aquilo casamento!

Mas o que me enjoa mesmo é este folclore que agora vamos ter que aturar dos beijos e das trocas de alianças em directo, a promover à qualidade de heróis cidadãos banais cuja única nota é serem diferentes nas opções sexuais e/ou culturais. E, pior, egoistas até ao tutano (por recusarem a procriação) ou, ainda pior, subversivos, por pretenderem adoptar algo que não estão dispostos a criar.

CONSTÂNCIO

Há gente que tem uma conciência deveras elástica.

Se não nos lembrassemos de abortos como o BPP e o BPN...

Um pingo de vergonha (e honra, que ele é do tempo em que isso ainda tinha algum valor) e apanhava a camioneta para o Pulo do Lobo e deixava-se ficar por lá, até por cá esquecermos o muito mal que fez à república.

Mas não, a consciência da conta bancária (a única que deve conhecer) ditou-lhe que aceitasse o cargo de vice-governador do BCE. Lá, certamente, vai poder multiplicar por milhões os erros que cometeu por cá.

O AMBRÓSIO

O Ambrósio (nome alterado a bem das susceptibilidades feridas) passou lá por casa há uns tempos,a pretexto de um convite feito aos pais para jantar.

Trepou a estante e os sofás, com as manápulas sujas e os sapatinhos, feitos para andar no chão, a encontrarem aconchego nas almofadas.

Ligou e deligou TV e demais aparelhos como se disparasse uma semi-automática.

Infernizou os brinquedos, tratou a toalha da mesa como guardanapo e buliu em tudo em que o nativo Guga nunca teve hipótese de tocar.

O Ambrósio tem idade tenra e fez tudo isto sob o olhar, por vezes até divertido, da progenitura, embevecidos com a destreza da cria.

O Ambrósio só por sorte não vai descarrilar.

O Ambrósio é desta massa educada por gente do facilitismo.

O Ambrósio, obviamente, não volta a entrar lá em casa. Ainda contamina o nativo.

FACILITISMO

Ainda a propósito do post anterior.

Tenho-me espantado, revoltado, indignado e inconformado com esta cultura de facilitismo que se instala aos poucos e que conduz à mediocridade e, inevitavelmente, à ruína.

Ante a adversidade a resposta é facilite-se. Nunca exija-se.

Esta cultura está hoje bem patente, de modo transversal, na sociedade.

A criança é rebelde, trepa os sofás, responde torto, não obedece e não estuda?

Coitadinha, é hiper-activa, sofreu com o divórcio dos pais, é prematura... Tudo serve para que os pais se descartem da sua função: educar.

A empresa está em dificuldades? Despede-se. Usa-se a gente como pacote descartável. Não se reinventam processos, não se reajustam procedimentos. Bate-se no mais fraco, porque dá menos trabalho.

O emprego na construção escasseia? Emigra-se. Ninguém se quer reconverter, mudar de vida. Quero fazer o que sempre fiz. Mudar custa.

Este é o reflexo de uma política educacional ruinosa que se instalou em Portugal desde o 25 de Abril. Facilitismo. Solução com pouco trabalho e pouco ou nenhum engenho.

Esta é uma política que dita e ditará que nos convertamos no caixote de lixo da Europa.

Sem remédio!

EDUCADOS POR DECRETO

Sócrates diz que alunos podem passar do 8º para o 10º ano com aproveitamento nos exames do 9º

Eu por mim dava-lhe a licenciatura pelo facto de conseguirem nascer vivos. Afinal, é um grande esforço, talvez o maior da vida daquele ser. Depois, e daí para a frente, era sempre a somar títulos e honorabilidades.

Estatisticamente passavamos de vez para o pelotão da frente. E viviamos felizes para sempre.

VAI UM SNIF?

José Sócrates acredita que Portugal pode ganhar o Mundial

Correcção.

Ele não acredita nem deixa de acreditar.

Ele não sabe a quantas anda muito menos como andará Portugal no mundial.

Mas ele deseja muito que Portugal vá longe. Um bocadinho de ópio tirará a atenção dos "Tugas" das cavaladas sucessivas que ele anda a fazer.

Acredito, até, que já lá colocou a velinha à santa...

ASSASSINIO A PRESTAÇÕES

Com medidas como esta Sócrates está a matar o país às prestações.

Num momento em que a vida concentrada demonstra sinais de falência, em que a economia de subsistência volta a assumir contornos de inevitabilidade, em que o interior e a terra voltarão a ter valor, o Governo, no seu taticismo economês, fecha escolas e hospitais, concentra o investimento no litoral e contribui, ainda mais, para a desertificação. Não só compromete a possibilidade de repovoamento como o agrava irresponsavelmente. E é nestes gestos que vemos a total ausência de noção de estado destes provincianos com formação académica enlatada que hoje comandam as tropas.

LAVOURA

Marcha Contra a Fome junta no domingo seis mil pessoas em Lisboa e Porto

Ocorre-me que em vez de marcharem talvez fosse mais didático e consequente pegarem numa enchada ou num sacho e se dedicassem a cultivar uns nabos ou uma cenouras. Afinal, é para isso que caminhamos e sempre iam vergando as costas. Para verem como é.

MAESTRINA MORGADO

Ora aí está mais uma brilhante demonstração da incompetência da justiceira Maria José Morgado.

Um a um, insisto, os processos que a celebrizam caem que nem tordos, quase sempre pelas mesmas razões: abuso, muito abuso nos métodos de investigação. Desta vez foram as escutas.

Esta Michael Knight da justiça, que confunde o direito com o anarquismo, que fala como se só ela soubesse a verdade e somente ela e os seus meninos do MP fossem cidadãos impolutos, bem que precisava de uma lição. Mais que não fosse para exemplo desses tiranitos mais novos, que se inspiram na batuta da maestrina desgrenhada.

PORQUE NÃO TE CALAS?

Mário Soares: "Sócrates cometeu um erro grave, que poderá ser-lhe fatal e ao PS"

É bem verdade que não há dor como a de corno.

E AGORA?

Gays levam adopção para os tribunais. Processar o Estado é o próximo passo

Estava bom de ver que este era o destino de uma lei estúpida, que reconheceu a dois homossexuais direitos de casamento.

Agora virá o resto, em cadeia, com os interesses das crianças a serem seriamente lesados. Estamos a construir uma sociedade de pirâmide invertida, sem valores e sem princípios. É só pena que quem a faz não seja o único pagador da factura.

SOLUÇÃO PARA PORTUGAL

Tornar-se numa imensa zona franca.

GOVERNO PRESIDENCIAL

Parece-me óbvio que Sócrates está completamente alienado e perdido, e que tudo o que pode fazer é piorar o muito mal que já fez. As contradições são tantas que não vale a pena elencar uma que seja.

Mas não é menos óbvio que o país não aguenta, no momento, uma crise política que dite umas eleições e quatro ou cinco meses de dolce fare niente.

Porém, e no momento em que se perfila a alternativa (já ninguém tem dúvidas que o PSD vencerá as próximas legislativas) pergunto-me se não seria altura de Cavaco assumir a integralidade dos poderes presidenciais e, como Eanes fez, construir um Governo de iniciativa presidencial que simultaneamente nos livrasse de Sócrates mas sempre salvaguardando a estabilidade governativa?

PAI TIRANO

Vale a pena investir uns minutos a ler este texto e a investigar na net ao que vêm.

Estas movimentos são inevitáveis e a conflitualidade que trazem consigo uma realidade a que já não conseguiremos fugir.

Paris á já aqui (ando a dizê-lo há anos, quando a pretexto do pleno emprego se importoram ucranianos e cabo-verdianos em contentores).

"Quanto mais atrasado é o povo maior é o pai", dizia Carlos Paredes. E Portugal anda à procura de um pai... tirano. É perigoso!

ANALISTAS

Polula entre nós um rol de pseudo-analistas, que não são mais que uns úteis idiotas (sim, porque qualquer democracia precisa de uns imbecis que a entretenham).

João César das Neves, Santana Lopes, Jo´se Manuel Delgado, Maria José Nogueira Pinto e o inefável marido. Meros exemplos. Entretêm-se a criar casos, normalmente falar de graça no sentido de criarem uma utilidade social que, em rigor, nunca conseguirão ter.

Normalmente as suas opiniões assentam em não factos. Em vacuidades que eles tiram de cartolas vazias. A partir dessas não premissas constroem teorias que, não raro, nos conduzem ao esgoto das piores análises político-sociais.

A nova é que Cavaco arrisca-se a perder as presidenciais em razão da decisão de não ter vetado o casamento entre homossexuais!!!

Está-se a ver que sim. Aquele eleitorado de direita, em que assenta a mais do que garantida reeleição do PR, vai votar no Nobre ou no Alegre, amuada com Cavaco. Ou melhor, no Jerónimo que o PCP se lembrar de atirar para as ruas. Ou melhor ainda: vai-se tudo abster em bloco e deixar o Alegre correr sózinho e radiante para a meta...

CELERIDADE JUDICIAL

Jornalistas condenados só por publicarem escutas.

Revejo-me nesta decisão do Tribunal de Lisboa.

O que o SOL fez foi um absoluto atentado ao Estado de Direito e merece toda a punição.

Só estranho a celeridade com que a decisão foi tomada.

Num país em que os senhores magistrados andam sempre pouco e lentamente, em que se esperam anos por citações, meses por sentenças e julgamentos, neste caso, tão nocivo ao nosso PM, a diligência foi enorme.

Andou bem o Tribunal. Só me questiono porquê?

A ETERNINDADE DOS DIAS

Quando os dois dias da semana parecem dois séculos...

E o pior é que os que estão para vir parecem dez...

Não haverá uma luz no imenso túnel?

AS MAMAS, AS VÍRGULAS E A PROSA

Retive das leituras de fim de semana um pensamento (não o sei reproduzir textuamente) que espremido, dava nisto: na semana em que foi promulgado o casamento entre homosseuxuais (e não tarda a adopação), o país entreteve-se a discutir as mamocas de uma professora de música expostas numa revista da especialidade.

Passamos a vida preocupados com as vírgulas e raramente olhamos para o texto. É por isso que a prosa está como está

P.S. O que fica dito não significa que me reveja no comportamento da Bruna (enquanto professora, entenda-se). Acho muito bem que tenha sido retirada da escola até para exemplo dos demais. Ser professor (ou juiz, ou padre, ou PR) encerra algumas obrigações comportamentais onde se incluem o não vender as mamas a troco de 700 €.

UE

Quando vejo que parte substancial dos problemas da Europa comunitária reside em disparidades tão simples e tão graves como o facto de os alemães se reformarem aos 65 anos enquanto os gregos vão, na esmagadora maioria, para casa aos 55 anos, reforço o que sempre pensei: a construção da Europa unionista foi brincar com o fogo. Não se cria um união por decreto e quando se tenta constroi-se um aborto. Que é isso que hoje é a UE

LEALDADE

Se ainda não se conseguiram esbarrar de frente com a noção de LEALDADE revejam o Sleepers.
Não sabem o que é?
Aqui.
P.S. E que banda sonora.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Num dia Fernando Ulrich, administrador do BPI, tece críticas às políticas económicas do governo e retira o banco do sindicato dos financiadores da linha do TGV.

Sócrates atira-se ao homem como gato ao fobe e insinua a irresponsabilidade das afirmações.

No dia seguite o La Caixa, banco espanhol, namora o assalto ao poder no BPI.

Conspiração? Com Zapatero?

Nah. As bruxas não existem...

A VERDADE NUA E CRUA

Estas sim, são notícias muito, mas muito preocupantes. A saída do BPI do sindicato bancário que deveria financiar a linha Poceirão/Caia só agrava as preocupações.

Quando os banqueiros deitam as mãos à cabeça, é bom que olhemos para os nossos bolsos: podem estar a ficar vazios.

Entretanto, e em mais uma cambalhota à sua moda, Sócrates apelida a verdade de Ulrich de irresponsável.

Pergunto-me até quando teremos que continuar este espectáculo circense, autista e desconectado do nosso PM? Será que ninguém percebe que ele não faz a mínima ideia a quantas anda?

ERA TÃO ÓBVIO

Não sou bruxo.

Mas previ aqui, ainda há oito dias, o que está a acntecer hoje. Impostos e mais impostos a subir. Mas o que interessa é que os lampiões venceram o caneco e o Papa anda a distribuir caridade... em palavras.

OLHA PARA O QUE EU DIGO...

“Sacerdotes têm de ser pobres e castos”

Enquanto Estado com um dos maiores rendimentos per capita do mundo, habitado praticamente por padrecos, o Vaticano dá o exemplo.

LATINIDADES

Nós, os latinos (há quem entenda nós, os católicos), não sabemos cortar a direito. Não sabemos reformar. Vamos a reboque. Foi sempre assim e esse é o nosso carma.

Perante o cenário de crise das dívidas públicas dos PIIGS, o que fez a Irlanda e o que fizemos nós, a Espanha ou a Itália?

A Irlanda cortou, de imediato, salários e privilégios (de forma duríssima), congelou as contratações públicas e acalmou os mercados. Isto foi há dois meses. Não mais ouvimos falar do défice e do perigo do seu incumprimento.

Nós e os espanhóis, que estamos em muito pior condição que os irlandeses, esperamos. E até nos demos ao luxo de aumentar a despesa, com a assinatura do contrato do TGV

Só ontem Espanha anunciou medidas que, ainda assim, não chegam às irlandesas.

Hoje Portugal está a discutir as suas.

Porém, e mais uma vez, vamos aos soluços. Vamos subir o IVA só 1%. Tributar só o 13º mês.

Não chega, meus senhores. Não vai chegar e não vai demorar um mês a terem que rever tudo.

O pior éo preço.

Quando a Irlanda mexeu, a dívida pública portuguesa pagava taxas de juro de 3%. Hoje, e em face do medo (e especulação) dos mercados, pagamos a mais de 6%. And counting.

Esta irresponsabilidade endémica arruina-nos. Gostava de ver o preço que custaram estes 3% a mais de juro só porque Sócrates é um irresponsável e fez de conta que não via o que é óbvio. E quanto nos vai custar ainda a falta de rumo que continuam a ter, com medidas que, embora duras, estão ainda longe de permitir atingir as metas necessárias.

CORTES NA FUNÇÃO PÚBLICA

Não sou o único a pensar assim.

Espanha cortou a direito.

Só me espanto e admiro porque é que Sócrates está a demorar tanto tempo a chegar-se ao inevitável.

A função pública (incluindo os reformados) vão amargá-las, nos mesmos e exactos termos que o sector privado já está a fazê-lo há quase dois anos. Não é justo que não seja assim. Não é justo que sejam só os precários e mal pagos trabalhadores do sector privado a pagar a crise.

DIRECTORA PEDAGÓGICA

Processo de selecção de escolinha para o Guga.
Entrevista com directora pedagógica.
Fugiu-lhe a boca para o "vocês" aí uma meia dúzia de vezes, referindo-se a mim e à mãe! Rematou com um "prontos".
Prontos, está decidido. Para ali não vai. That´s for sure

MUNDIAL

São sinais como este que me deixam muito preocupado.

Apresentarmos agora uma candidatura à organização do Mundial é de uma irresponsabilidade tal que me faz pensar que esta gente que nos governa não sabe mesmo a quantas anda.

É que o Madail se meta nestas cavalgadas, o Cutty Sark ainda o poderá explicar. Mas com o beneplácito do Secretário de Estado, que também se presta ao papelinho, é que é verdadeiramente assustador

FCP

Hoje

Sempre

E mais do que nunca

A HISTÓRIA DO CAMPEONATO

Com esta vantagem até eu era campeão.

PORQUE É QUE EU PENSO QUE DEVE SER A FUNÇÃO PÚBLICA A PRIMEIRA A PAGAR A CRISE

É mais do que justo que os cortes na despesa pública comecem, além das obras inúteis (TGV, aeroporto, auto-estradas) pelo sacrifício do funcionalismo público.
Não sou daqueles que me comovo com o “cliché” de que são sempre os mesmos a pagar a crise. Primeiro porque não é verdade. Segundo porque, mesmo que fosse, seria mais do que justo.
Explico.
Temos uma franja da população (pública) que viveu sempre à margem das crises.
Nunca conheceu o desespero do desemprego.
Nunca soube o que era um salário em atraso.
Nunca deixou de dormir por não saber se amanhã a fábrica teria trabalho.
Nunca tiveram um patrão a fixar-lhes objectivos, a persegui-los pelo seu atingimento. Nunca souberam o que é o terrorismo do assédio moral.
Foram os primeiros a ver consagrados o direito ao 13º mês. E ao 14º. Também a verem consagrado o direito ao subsídio de refeição (talvez não saiba mas várias franjas da população ainda hoje o não têm porque nenhuma lei obriga a tal), e as diuturnidades.
Foram os primeiros a ver o horário de trabalho reduzido para as 35 horas (40h é quanto trabalha a esmagadora maioria da população, de resto como consigna o Código do Trabalho).
Foram os grandes beneficiários dessa alarvidade que foram as reformas antecipadas (professores primários reformados aos 53 anos!!!) ou reformas em trabalho (veja-se um professor do secundário que nos últimos anos de carreira ministra meia dúzia de horas de aulas por mês.
Beneficiaram sempre de um sistema paralelo de saúde que os discrimina positivamente (esse buraco chamado ADSE).
Foram, até, beneficiários de um sistema de previdência autónomo.
No capítulo da produtividade, as diferenças então são abissais.
Mais.
Se compararmos os salários médios da função pública com o privado vemos que hoje lograram inverter uma realidade de há 20 anos: são mais bem remunerados.
Hoje um juiz em início de carreira ganha mais que um advogado com 10 anos de exercício. Um médico que beneficie de uma integração no sector público (não exclusiva) ganha muito mais do que outro só privado (veja-se o contraste entre dentistas e outros médicos). Comparemos o salário de um funcionário judicial ou de um administrativo hospitalar com o de um empregado de um escritório de advogados ou consultório médico e vemos diferenças em dobro. E assim por aí fora.
É pois justo que a segurança de que beneficiam, os privilégios que ainda detêm (menores é certo) tenha um preço a pagar. Se isso for ficar sem o 13º mês, com salários e progressões congelados, sem mais benefícios que o sector privado, é justo. É muito mais do que justo: é elementar.

TIRARAM-NOS A VIRGINDADE

Um fim de semana em casa. Jornais, revistas, blogs, tudo consumido em dose mais ou menos massiva. De repente a constatação de que um temor meu (empírico, é certo) é de outros com muito maior dose de ciência: a União Europeia, com alicerce monetário, está a (vai) ruir. A questão é se os Estados (como Portugal, Grécia, Espanha) se aguentam com o previsível ataque norte-americano ao Euro (que esta semana promete ser demolidor) e o pânico a poder instalar-se com as gentes a correrem aos bancos a levantar o que ainda julgam ser seu.

Entretanto nós por cá vamos entrar na borracheira do título do Benfica, a que se seguirá a não menor insanidade da visita do Papa. Pode ser que quando acordarmos, lá para a próxima semana, já sejamos um bocado menos donos de nós próprios. Aí não vai haver virgem!!! que nos valha.

O BOLO E A CEREJA

A expulsão do jogador do Rio Ave aos 10´ (numa falta mútua, a merecer sanção para os dois - amarelo) foi a cereja. O bolo já estava cozinhado.

MUNDIAL

Há punhados de razões para ter a convicção que o plantel que Carlos Queirós vai anunciar amanhã para a África do Sul vai sair do Mundial coberto de vergonha. E, sublinho, tomara estar enganado.

Todos sabem que a espinha dorsal de uma equipa é composta pelo guarda-redes, dois bons centrais, um bom médio criativo e o avançado centro. Os outros seis estão lá para "passar bolas".

Ora nesta coluna o que temos?

Um guardião (Eduardo) inseguro, inexperiente (nestas andanças), com demonstrações de limitações enormes nas bolas aéreas. E sempre incapaz de assumir os erros.

Os centrais estarão bem mas os criativos, Tiago e/ou Deco valem muito pouco por razões diferentes. O primeiro é o eterno projecto adiado. O segundo está em final de carreira e já nem joga regularmente no clube.

Os avançados. Liedson é um matador mas Portugal joga à sôfrego para Ronaldo que conseguiu passar todo o apuramento sem facturar um único golo. E que na selecção nunca mostrou 1/10 do que revela os clubes.

Por isso acredito que vamos sair da África do Sul sem honra nem glória. Muito provavelmente logo na fase de grupos. E Queirós terá novamente aberta a porta pequenina.

GARANTIAS SOCIAIS

Houve um dia em que um legislador embriagado, mais marxista e populista que o paulinho das feiras, resolveu consignar na Constituição da República o "direito ao trabalho". Como se se tratasse de algo que, com um estalar de dedos, o cidadão pudesse reclamar a ser-lhe servido numa bandeja. Como se antes de um direito não fosse, isso sim, um dever para quem quer estar e viver socialmente integrado.

Agora, no meio desta insanidade de estado social que conduzirá a Europa ao descalabro, querem retirar da cartola o direito a não ser pobre. Confundem tudo. É claro que a sociedade tem o dever de desenvolver políticas de combate à pobreza e à exclusão. Mas daí a consignar o direito a reivindicar a não o ser, em vez do direito a tudo fazer por não o ser, vai uma distância monumental. Temos que compreender que excesso garantistico desiquilibra a Europa e está à vista o destino dos "direitos" consagrados na Grécia (sem dúvida que o mais insane dos Europeus), em Portugal, Espanha ou Itália.

ACORDO ORTOGRÁFICO

Não digo que não venha a mudar.

Mas por ora, enquanto as forças e o senso resistirem, não escrevo nem escreverei em respeito pelo novo acordo ortográfico.

Simplesmente não posso ceder, em respeito, a uma lei que é ela própria a profunda demonstração de falta de senso e respeito por oito séculos de língua.

BEATÉRIO PARLAMENTAR

A comissão parlamentar de inquérito ao caso PT/TVI debate-se com o aperto da falta de tempo que o PS tenta, a todo o custo, esgotar sem que as audições sejam concluídas.

Agora está centrada no envelope, provindo do MP de Aveiro e que apenas Mota Amaral, presidente da comissão, poderá abrir.

Mas Mota Amaral está nos Açores, impedindo a comissão de prosseguir trabalhos em pleno.

Está lá a celebrar o Senhor Santo Cristo!!!, que se prolonga até quarta-feira. Depois vem a tolerância de ponto por visita do Papa. E depois o fim de semana, que se remata com uma missinha.

Se isto não é um país beatamente irresponsável, como já referi aqui, é o quê?

DÚVIDA

A minha ingenuidade pergunta: não teria sido, no mínimo, prudente ter suspendido a assinatura do contrato do TGV de hoje de manhã?

AFORRO

Com os juros cobrados sobre da dívida soberana nacional a subirem em flecha (6%),
Com os juros da remuneração dos depósitos a prazo a situarem-se no plano mais baixo dos últimos 10 anos (1% a 2%)
Com o nível de aforro das famílias portuguesas a fixar-se, em valor, nos mais elevado do tempo da moeda única
POR QUE RAIO DE RAZÃO É QUE O ESTADO NÃO SE ENDIVIDA PERANTE OS PORTUGUESES - ATRAVÉS DOS CERTIFICADOS DE AFORRO -, PASSANDO A REMUNERÁ-LOS A METADE DA TAXA QUE PAGA LÁ FORA, E ANTES PREFERE CONTINUAR A RECORRER AO ENDIVIDAMENTE EXTERNO?
Para alguém que não é economista e não percebe nada desta porcaria das finanças públicas só há duas explicações: ou os governantes são um bando de imbecis, que não sabem aritmética básica; ou andam a fazer o frete aos bancos nacionais, que estão depauperados de liquidez mesmo com o aforro anunciado e depressa cairiam no abismo acaso a dívida do estado remunerasse, nos termos que acima refiro, o dinheiro dos portugueses.

RATING EDUCACIONAL

Daniel Gros, do Centro Europeu de Estudos Políticos, fez uma afirmação tão verdadeira quanto assassina quando instado a comentar as grandes obras públicas portuguesas: "Não faz sentido no actual contexto (...). A chave é a educação (...) e se nunca se começar nunca lá se chegará" (O Expresso de 8.05).

Um pouco mais à frente, folheando o mesmo jornal (última página) ficamos a saber que, numa prova do agora denominado 6º ano (para mim 2º ano do ciclo preparatório) os alunos foram instados a responder à dificílima pergunta de a quanto ascendia a soma de 5+2 ou ainda a quanto correspondia 1/4 de 8!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

É a Sociedade Portuguesa de Matemática que diz que metade das perguntas dessa mesma prova podia ser respondida por qualquer criança do 1º ciclo (escola primária)!!?

Isto, que não abre telejornais, que não dá discursos inflamados nem votos, é um verdadeiro atirar para o abismo. É a promoção da mediocridade e da falta de competência. Isto, que mais dia menos dia será do conhecimento internacional, é um verdadeiro enxovalho que nos cobre de vergonha e ridículo. Este é o verdadeiro rating que devia estar a ser medido e atirado à cara dos sucessivos ministros de educação, grandes responsáveis pela incompetência que hoje reina na sociedade portuguesa. E que, a ser verdadeiramente aferido, nos colocaria no limiar do terceiro mundismo.