domingo, outubro 29, 2006

EQUADOR (parte II)

O freedom to copy, que referi aqui e aqui, desapareceu umas horas e, agora, reapareceu com nova cara e nova filosofia.
Pirataria informática?
A coisa promete.

CALOR

Houve calor, outra vez. E sol. E mar brilhante. Dias com luz. Terra com vida. Gente contente.
Voltou a valer a pena viver. Ainda que só por um par de dias.

FREEDOM TO COPY

O freedom to copy (o tal que denunciou o suposto plágio de Sousa Tavares na escrita do equador)fechou, misteriosa e repentinamente.
Medo? Cobardia?
O mais nojento que um ser humano pode ser é, depois de denunciar, depois de apontar, não saber assumir as consequência do que disse. É desprezível. Fico à espera que não seja o caso.

CLÁSSICO IV

E, de futebol, já escrevi para um mês...

CLÁSSICO III

Vai ser um gosto ir lendo, durante a semana, todos essas vozes não contidas, saudosistas de um Portugal fascista, salazarento e, paradoxalmente, vermelho, que se torcem, muitas vezes já na tumba, com o sonho frustrado das vitórias que não aparecem porque não as merecem).
Vai ser educativo descobrir as teorias conspirativas, a ladainha dos choros frustrados, os soluços do vieira, os engasganços em "pretuguês" do veiga, os tiques histéricos do Seara, os lamentos dos autores da biblía por venderem menos folhas de couve.
Vai regressar a crise, e Portugal volta a mergulhar na sua essência miserabilista de "quando o benfica perde".
Nós por cá, na província, vamos continuar a labuta.
A bem do PIB e da auto estima tão magoada.

CLÁSSICO II

Há uma frustração que trouxe ontem do Estádio do Dragão: o resultado não ter revelado o verdadeiro saco de areia que o benfica de veiga/vieira se transformou em grande parte do encontro.

CLÁSSICO I

Um festival de futebol, durante quase toda a primeira parte, e uma equipa encostada às cordas por um árbitro artista e uma lesão provocada, é a verdade (que ainda não li em lado nenhum) do jogo do FC Porto-Benfica de ontem.
Enquanto se jogou futebol, enquanto o Lucílio foi minimamente isento, o Porto pôs o Benfica a ridículo; marcou dois, devia ter marcado quatro, fez trivelas, passes de letra, tabelinhas, etc.
Depois veio a lesão de Andersen, descaradamente provocada por Katsoranis, que merecia o vermelho direccto (se tem surgido o primeiro golo do Benfica não apareceria). Faltas e faltas sucessivamente marcadas no meio campo do Porto, sendo o único factor que permitiu ao Benfica crescer. E um condicionamento descarado dos jogadores do Porto (o amarelo a Assunção é um escândalo), sobretudo quando a Petit e Luisão (para falar apenas dos mais descarados) haviam sido perdoados.
Ontem no Dragão perdeu-se a oportunidade (talvez única) de mostrar a verdadeira diferença do Porto campeão do Benfica de Veiga/Vieira/Santos. Um logro que vive só na sombra do Simão. Faltou um 3 ou 4-0 merecido. Faltou o funeral sem margens para desculpas.

sexta-feira, outubro 27, 2006

ABORTO IX

De todas as formas que há para discutir o aborto, de todos os argumentos utilizáveis, o da discussão em torno do conceito vida é o mais estéril e perigoso.
Que o feto é um ser, que é uma forma de vida e que não há direito de a ceifar é um “cliché” caro aos defensores do não onde se agarram com unhas e dentes.
De uma vez por todas os que apoiam o sim deviam “dar de barato” que, a partir da concepção, de facto, existe qualquer coisa que, se não é vida, é muito semelhante a ela.
De uma vez por todas esse não devia ser o ponto de chegada da discussão mas sim de partida. Assumirem, os que defendem o sim, que pese embora essa mutação humana (ou pró-humana), esse ser ou projecto de ser, ainda assim apoiam, nas circunstâncias a referendar (ou outras que eventualmente advoguem – sim, que há muitos níveis de aborto, e nem todos os sins me servem), a decisão livre de abortar.Ao invés tenho assistido que aos argumentos do “choradinho”, muitas vezes mais novelescos que propriamente científicos ou sociais, têm os apoiantes do sim respondido com uma discussão sobre o que é, ou não é, vida. Desde quando somos um verdadeiro ser humano. E isso é fazer o jogo do adversário porquanto entendo que a discussão em torno do aborto é mais, muito mais, do que é ou não vida. Devia ser muito mais em torno de se ela vale, de facto, a pena.

quarta-feira, outubro 25, 2006

EQUADOR


Promete ser longa, dura e com alguns insultos a questão do suposto plágio de EQUADOR de Miguel Sousa Tavares. Nos Tribunais e à paulada, disse o autor.
Tendencialmente, inclino-me para a autenticidade de obra, para a verdade Sousa Tavares dixit.
Mas que há coincidências dificeis de explicar, lá isso .
P.S. (revisto): Digam lá o que disserem, é um GRANDE romance.

terça-feira, outubro 24, 2006

ESGANA

É claro que não somos burros e não comemos tudo aquilo que nos quer vender, Engº Sócrates.
É claro que ninguém acredita que, à data em que afirmou que as SCUTs seriam para o continuar a ser (e não A qualquer coisa, a pagantes, claro está) as contas do pretenso “desenvolvimento” fossem diferentes das de hoje.
Como ninguém acredita que os impostos não vão aumentar com o orçamento de 2007. Já nem acreditamos, veja lá, que não faça o mesmo em 2008. Até me vou deitar a adivinhar onde nos vai carregar nos calos: IMI, circulação automóvel, IA, pelo menos.
“Vocelência”, como o meu avô ficaria agradado de me ver dirigir a um PM, sob o pretexto de alinhar o desarrumo em que a direita deixou o rectângulo, anda-nos a impingir mesinhas e a apertar o garrote que nem a um touro, quando o serviço está feito, mas ele insiste em manter-se em riste.
Diría que já chega. Aumento da taxas moderadoras, aumento do IRS (taxas de incidência), aumento do IVA, aumento do IMT, aumento do selo, aumento do imposto sobre tabaco e produtos petrolíferos, aumento das portagens, aumento, aumento, AUMENTO. Chega Engº. Sabe que a história ensina que não se pode estar sempre a esganar o teso. É que a certa altura ele já não tem nada a perder...

segunda-feira, outubro 23, 2006

VERDADES BLOGOSFÉRICAS

É.
Isto é absolutamente verdade.
E ISTO ainda é mais.

DIRECTOS

Sempre que um repórter é destacado para um directo televisivo ou radiofónico, independentemente das perguntas cada vez mais imbecis que colocam (género Ricardo acha que foi bem batido? ou Petit entende que devia ser expulso? ou Sr. Ministro não tinha prometido o contrário?), o que mais me irrita é, no final de uma declaração, que por vezes não ultrapassa meio minuto, o "resumo" feito pelo afoito jornalista, suposta tradução do que escutamos, durar duas ou três vezes mais do que a dita declaração, num verdadeiro "chouriço informativo".
Faz de nós parvos normalmente com uma cara de competência tal que quase constitui justa causa de despedimento. Pergunto-me se é formação dessas escolas superiores, "or what" ?

PALHACITOS

Murteira Nabo, sinónimo primeiro da clubite primária, a dar ao sino na entrada em bolsa da Galp, teve laivos de ridículo e de graça.
Graça porque me fez lembrar um velho elefante que no Zoológico tocava o dito cujo de cada vez que o brindavamos com um amendoim. Muito amendoim lhe enfiei na tromba...
Ridículo pela imitação balofa e saloia de uma prática instituída em Wall Street, no início das sessões. Mas eles, ao menos, já não dão ao badalo, porque há muito o substituiram por um botão. Até no plágio somos medíocres.

CIRCENSE

O circo de Natal chegou mais cedo: Santana Lopes voltou a dar entrevistas e ao parlamento.

sábado, outubro 21, 2006

ABORTO VIII

Como a direita e a esquerda podem convergir, divergindo.
Sobre o aborto, mais uma leitura (que subscrevo integralmente)

PROPAGANDA

O aumento do trafirário da electricidade é bem sintomático do modus operandi político deste governo.
Liberalizou o mercado e, consequentemente, a voracidade mercantilista ditou aumentos de... 16%.
Seguiram-se as declarações mais patéticas e infelizes que um governante poderia ter com o secretário de estado afirmar que o aumento era culpa dos... consumidores.
24 horas depois o homem quase se engasgava em frente das câmaras. Fazia a contrição com "um dia infeliz" e prometia novidades. Surgiram pela tarde, com a limitação do aumento a 6%.
O problema continua lá. Os aumentos só foram adiados. Mas a propaganda voltou a funcionar. E vamos continuando convencidos que o Governo faz mais do que a obra que apresenta.

quarta-feira, outubro 18, 2006

BRASIL, Ó BRASIL

O tempo (e duas curtas experiências) há muito me ensinaram que um acidente (só pode ter sido) não me fez brasileiro.
Por todas as razões e mais uma. Se mais não houvesse, bastava o Jorge Amado, o Vinicius e Jobim. Uma picanha no Dadá ou um chope em calhetas. Uma pele baiana, um sol de Ipanema, um bafo de cachaça numa tarde de Itapoã. Ou aquela chuva gorda e morna a levantar o cheiro a terra e côco no calçadão.
Agora descobri mais uma.
Chama-se Carol Saboya que, voz que até hoje desconhecia. "Ó Xente", como díria um amigo brasuca: " É boa paca".

terça-feira, outubro 17, 2006

PESADELO...

... pelo dia em que provavelmente já algo desmemoriado, ouvido duro e vista cansada não me restar mais do que aturar o Isidro da altura no Portugal no Coração de então.

domingo, outubro 15, 2006

ABORTO VII - PSD

No capítulo do aborto a direita (e incluo aqui PSD e PP) tiveram sempre uma posição ambígua, mais simulada que verdadeira.
Fazem-no. Praticam-no em boas clínicas, pelas razões mais egoístas e menos humanas (a menina a quem o filho vai estragar os estudos, a vergonha da gravidez, o inconformismo da mãmã). Mas sempre às escondidas, de tercinho na mão e muito acto de contrição pelo meio. A salvação está conseguida.
Fizeram-me sempre lembrar o padre da paróquia, cheio de filhos e de consolos de alcova, a negar, peremptoriamente, o seu envolvimento e a defender, com unhas e dentes, o celibato.
O PSD de Marques Mendes não tem posição sobre o aborto. Não vai sair à rua em defesa de nenhuma posição.
É certo que a derrota anunciada do beatério do não, que tanto povoa o partido, podem fazer compreender a opção política. Mas nunca justificá-la. Esta história de não ser fracturante em questões de “índole pessoal” é a forma mais treteira de discutir um problema sério como o aborto. Que fazem dos partidos verdadeiro Zoológios da moral, onde cabe sempre o maior liberal ou o ortodoxo mais convencional.

ABRUPTAMENTE

Para mera memória futura sublinha-se opinião deixada aqui por mim.

sexta-feira, outubro 13, 2006

GLÓRIA... DIFICIL

posts que valem mais do que mil palavras.
Há constatações que nos fazem perceber muita coisa.
Já nada é por acaso em política. Nem o acaso.

DOUBT?

No doubt.
Also in here

CORPORAÇÕES

80 mil, dizem, estiveram na rua a manifestar-se contra as políticas do governo para o sector público.
Grande alarido nos jornais, parecia quase um estado de sítio.
Porém, se pensarmos bem, 80 mil são bem menos que os 200 mil que estão a mais na função pública.
O que quer dizer que pelo menos 120 dos dispensáveis não reagem. Ou seja, mais de metade. Se compararmos os 80 mil com o universo de trabalhadores dependentes do estado, 700 mil, então os 80 são um gota. Se compararmos com toda a população activa (cerca de 3 milhões), então o número quase que nem para estatística serve.
Contestatários há-os sempre. E quanto mais se atacar as corporações, mais haverá. Para bem ser gostava era de ver na rua banqueiros, médicos, deputados, farmecêuticos, presidentes de clubes de futebol, maçons e opus dei, donos de bares de alterne, traficantes de estupefacientes, o Jardim e os seus acólitos, construtores civis e e militares, enfim, todas as corporações que parecem viver para lá do país. Era sinal que estavam para acabar as excepções.

TRÂNSITO NO PORTO

O Porto perdeu milhares de habitantes, que fogem para a periferia. Vinte mil na úlima década, segundo ouvi há dias. No entanto continua a ser uma cidade entupida de carros que todos os dias o esventram, vilidempiam, sujam e maltratam. São carros e carros de gente sem juízo que prefere morar a 10 ou 15 kms do posto de trabalho e insiste em entrar na cidade como um saca-rolhas entra no gargalo: à força bruta.
O Porto não pode continuar a pagar o preço da desertificação nocturna e das enchentes diurnas. A cidade tem que voltar a pertencer (leia-se permitir alguma qualidade de vida) a quem cá mora. A começar pelo trânsito. Venham as tarifas pesadas. As portagens obscenas para quem, dia a dia, quer entrar e sair da cidade em carro próprio só para trabalhar. Venham obrigá-los a pagar o muito que estragam. Metade do problema do trânsito e da ciculação na cidade e na sua periferia ficava de vez resolvido. E isto vale para qualquer outra cidade.

quarta-feira, outubro 11, 2006

SCOLARI

Será que o estado de graça de Scolari se vai manter?
É demasiada asneira por metro quadrado de opções para continuar a assobiar para o lado.
Desde que tomou conta da equipa de Portugal Scolari viu Portugal fazer três bons jogos. Nos outros ou jogou contra inaptos, ou safou-se na lotaria dos penalties ou esbaldou-se contra fortalezas como a Finlândia ou a Polónia, para citar apenas os exemplos mais recentes.
Nas escolhas de jogadores estamos, há muito, conversados. Nas substituições parece que não vê o óbvio (é patente no estado de irritação que os comentadores da RTP íam fazendo às opções de hoje). Na disposição táctica da equipa então...
Será que sou só eu que o vejo?

ADOPÇÃO

A mesma razão em que sempre alicercei a defesa do direito que um casal homossexual tem de ver reconhecida a protecção dos seus interesses, materiais e não patrimoniais, num regime idêntico ao do casamento, é a mesma que leva a que veementemente repudie o direito de o mesmo lhe ver reconhecido o direito de adopção.
Ainda que compreenda a opinião dos que advogam que essa união deva ter uma denominação diferente de casamento (pela tradição e matriz cultural do instituto, pese embora seja, em rigor, uma discussão meramente lateral), entendo que quartar o direito à auto-determinação sexual é o que de pior o conservadorismo pode trazer a uma sociedade. E não permitir que duas pessoas, só porque do mesmo sexo, não tenham uma vida “matrimonial”, quando o mesmo é permitido a outras duas, só porque são de sexos opostos, é claramente discriminatório. Fazerem-no é uma decisão que só diz respeito aos próprios. Só tem implicações na vida dos próprios. Não colide com nenhum direito de terceiros. É um problema de matriz puramente cultural.
Já misturar a questão com a adopção, pretender fazer crer que esta é apenas uma prolongamento da primeira, é um sofisma com um preço que pode ser incalculável. É que essa, ao invés da primeira, é uma decisão com claras repercussões em terceiros, sem que no entanto seja respeitado o seu direito à auto-determinação (sexual, entre outros). E só isso já faz toda a diferença.

sábado, outubro 07, 2006

EDUCAÇÃO

O anúncio de que, no próximo orçamento, apenas o Ministério do ensino superior e da ciência não sofrerá cortes orçamentais e que, pelo contrário, conhecerá um incremento de 65% cala os detratores e revela uma coisa: Sócrates não está empenhado em governar para as câmaras de TV e para amanhã. Pensa a longo prazo. Usa o expediente da maioria para tomar medidas de fundo. E esta é uma grande novidade desde o 25 Abril.

sexta-feira, outubro 06, 2006

SEGURANÇA SOCIAL

"Estamos sem sistema" é, no balcão da Segurança Social, tradução para: "É sexta-feira, ontem foi feriado e eu estou podre por não ter feito ponte. Vem cá na segunda-feira que hoje não estou para aturar ninguém".
E perante gente como esta penso que 1,5% de aumento anunciado para a função pública é 1,5% a mais.

ARQUITECTOS

MUNDIAL

Chauvinismo, ao que os levas.

REBOCADOS

A mesma Câmara do Porto que protocolizou com uma empresa privada de Gaia o reboque massivo dos carros mal estacionados na cidade (por cada reboque a Câmara encaixa uma fatia da coima e a empresa outra) é a mesma câmara que me respondeu que, pese embora a minha reiterada denúncia de três carros parqueados na minha rua há mais de seis meses (o código da estrada não o permite por mais de uma semana) não os irá rebocar nos próximos tempos por ter “muito serviço”. Isto sim. É serviço público.

terça-feira, outubro 03, 2006

BRILHANTINA MEN

É vox populi que Deus não aperta até esmagar. Tenho-me interrogado muitas vezes sobre a componente de verdade do adágio e, de repente, no domingo, tive a prova.
Deus é grande e permite que todos tenhamos a nossa utilidade. O nosso momento. No fundo que todos justifiquemos o direito em contribuir para o aumento do buraco do “ózoto”.
Depois de semanas mal dormidas, de domingos e domingos com pesadelos, finalmente descobri que o inefável “brilhantina man”, outrora "jornaleiro" na bíblia de Satanás, tem um mérito inusitado: baixinho, a vomitar inutilidades e concepções metafísicas sobre uma bola a rolar em cima de um naco de erva, ajuda-me a esvaziar o cérebro ao ponto da letargia necessária ao bom descanso. E adormeço tranquilo.