quarta-feira, novembro 28, 2007

É A BOLA, ESTÚPIDO

Quem um dia tivesse olhado cinco minutos para um jogo do Liverpool percebia que, com a equipa com que o Porto entrou e o desnorte que logo se instalou, isto ia acontecer.
Julguei que uma das competências de Jesualdo era observar os adversários.
Pelos vistos é mais bolos.
Querem apostar que no sábado é dose igual?
Cheira-me a oito dias de pesadelo para Jesulado.
Se servir para ir de velinha... do mal a menos.

ANFIELD

Pelo caminho que o jogo leva aos 18 minutos, palpita-me que vamos ter uma noite de pesadelo em Anfield.
Alguém consegue compreender estas opções de Jesualdo? É de mim ou ele é mesmo parvo?

ENERGÚMENO

Uma recente decisão judicial deixou-me mais optimisma.
No dizer dos Desembargadores do Porto, chamar energúmeno ao Presidente da Câmara do Porto não é um insulto mas um mero exercício de opinião.
Não é que a coisa resolva o problema de o termos como presidente da cidade. Mas sempre dá para aliviar o stress.
Já agora, uma correcção à falaciosidade com que o site da CMP se refere ao assunto: provindo a decisão do Tribunal da Relação não pode ter sido proferida por um Juiz (António Gama, como refere o relator do site) porquanto um tribunal superior decide sempre colegialmente (três juizes no mínimo). Ora esta tentativa de enfoque e pessoalização do ataque é muito de Rui Rio. E é por isso que muitos têm a mesma opinião de Augusto M. Seabra.

terça-feira, novembro 27, 2007

MIGUEL SOUSA TAVARES

Nem há Deus. Acreditas em Deus?
Não. E espero que nunca precise de acreditar em Deus para conseguir enfrentar a morte olhos nos olhos.
Miguel Sousa Tavares. O resto da entrevista está aqui

REQUIEM

INDEPENDÊNCIA MENTAL

Em 1993 devolvi, curto e grosso, o cartão de militância partidária ao recém líder da minha “jota”. E nunca mais entrei num partido.
Fi-lo com a mesma vontade com que, uns anos antes, atirara com a porta às ventas de um clero falido e obeso, que só me mostrava interessado em impor-me dogmas.
Tarde, é certo, tinha percebido a verdadeira dimensão do delito de opinião, sobretudo na lógica político-partidária. O vómito da cartilha, despejado em comícios e barulhentas acções de rua, e o esquecimento posterior, era o destino dos “jotas”, para que os barões pudessem dispôr.
Pensar era um bocadinho mau. Diferente do partido péssimo. Dizê-lo um suicídio. Atirei com a porta com quanta força tive; enterrei sonhos que perseguia desde menino (e são os mais dificeis de enterrar e as dores mais complicadas de sarar) e jurei a minha independência mental. Deve ser assim que um pássaro se sente quando lhe abrem a gaiola (desde que esta não tenha estado fechada muito tempo). É assim que me sinto desde então.

domingo, novembro 25, 2007

NOVO TEMPO

E quando estamos fartos e não aguentamos mais... viramos a página e começamos de novo.

JESUALDO

Uma das muitas razões por que não gosto de Jesulado Ferreira é por ver nele uma atitude recorrentemente covarde.
Faz-me lembrar aquele irmão do meio que passa a vida a descarregar no puto os cachaços que apanha do mais velho. É fácil e é eficaz para o seu pequeno ego. Mas nunca lhe resolve o problema.
Tenho colhido diversas evidências, e a forma abrupta como encostou Stepanov (nem o convocando) é apenas mais um. É fácil crucificar o elo mais fraco (é um jogador ainda sem carisma, sem passado no clube e na cidade). Aliás, já o fez com outros. A ver se lhe vemos a mesma coragem disciplinadora para com Bosingwa que, no final de um desastrado empate frente à Amadora, o desautorizou e desrespeitou como nunca um jogador do FC Porto havia feito publicamente a ninguém da casa. Ou para as sucessivas asneiras acumuladas por Lucho na época passada ou Quaresma na actual, para citar apenas exemplos flagrantes.
E é muito por isto que Jesualdo até pode ser campeão, mas nunca será um treinador carismático e respeitado. Nem pelo público nem pelos jogadores. E é também por isso que, no final do ano passado, quando tinha acabado de vencer mais um título, o que mais se ouvia pedir era a sua cabeça.

PRIORIDADES

Um soldado Português morre no Iraque vítima de um acidente de viação e a Câmara de Gaia, onde era residente, disponibiliza apoio psicológico à família.
A decisão é de um populismo ordinário e cinico, ou não viesse de Menezes.
Todos os dias são atropelados e estropiados cidadãos no concelho de Gaia, vítimas de acidentes de viação e de trabalho, sem que Menezes perca um segundo a pensar nisso. Mas agora, pelo efeito dos holofotes, vem em parangonas anunciar um apoio psicológico.
Pergunto só quem precisará mais desse apoio: a família a quem é comunicado pelo telefone, de chofre, que o familiar que saira de manhã de casa para o emprego morreu atropelado na passadeira ou a de um soldado voluntário que partiu para um cenário de guerra?

BATUCADA MANEIRA

Hoje acordei com a percussão.
Esta é do melhor.

É SAMBA

Aqui ao lado cresceu a playlist brasileira com alguns temas 100% batucada (incidência preferencialmente instrumental). Para os apreciadores do samba, puro berço da MPB e do muito de bom que vem do lado de lá do Atlântico.

SOM PURO

Alguns vapores trazem, ainda, remeniscências da véspera.
Nada melhor que um pouco mais, em dose mais suave, para curar a falta de som.
Em duas opções.

ou

sexta-feira, novembro 23, 2007

PROCURADORES? DELEGADOS

A preocupação manifestada pelo PGR da perda de autonomia do MP caso venha a ser integrado nas carreiras da função pública é um sofisma. E colocar-se em igualdade com os Juizes para o justificar é uma descarada tentativa de se colocar em bicos de pés.
É, no fundo, um problema de funcionalidade. O PGR esquece-se que os agentes do MP (que se chamavam, e bem, delegados) não passam de meros "advogados públicos". Não gozam nem têm que gozar de autonomia do poder público. Têm que o servir e sob controle. Nunca percebram que não há nada que justifique que se sentem na parte superior do estrado de um Tribunal. Ao contrário dos Juizes de Direito.
É que se os magistrados do MP têm direito a uma autonomia especial então também os médicos o devem ter; E os enfermeiros, os professores, os lixeiros, etc, etc, etc. É que todos eles carecem de autonomia funcional. A questão é que a integração nos quadros da função pública é meramente formal. E não material.

quinta-feira, novembro 22, 2007

RECTIFICAR RECTIFICAÇÕES JA RECTIFICADAS

A feira legislativa atingiu já tal nível de mediocridade que já vamos na fase da rectifiação do que já fora rectificado. Veja-se o Diário da República, que só este ano vai já na 105 rectificação:
Declaração de rectificação n.º 105/2007, de 9 de Novembro
Rectifica a Declaração de Rectificação n.º 100-A/2007, de 26 de Outubro, que rectifica a Lei n.º 48/2007, de 29 de Agosto, que procede à 15.ª alteração e republica o Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de Fevereiro

O BURRO, O FUTEBOL E AS VERDADES

"A Finlândia não arriscou nada e o burro sou eu?"
Scolari
Pela primeira vez estou de acordo com o senhor.
São duas afirmações insofismáveis.

quarta-feira, novembro 21, 2007

LIXO

Bruno Nogueira está hoje imperdível nos Incorrigíveis.

HIV

HIV infecta seis portugueses por dia.
É nestas coisas que inequivocamente se constata o nosso terceiro mundismo. Ao nível de África.

ESMERALDA ENTREGUE AO PAI

São Juizes e decisões como esta que nos fazem acreditar na justiça popular.
Isto não é um erro humano ou judiciário. É um atentado ao Estado de Direito, ao bom senso e, sobretudo, aos direitos de uma menor, que tem num Tribunal, ainda por cima superior, o seu pior carrasco. Dormirão tranquilos os srs. magistrados?
P.S. O relator do acórdão dá pelo nome de Meca.
Com uma redacção destas não espanta. É uma decisão toda ela peregrina...

DRAGÃO

Não deixa de haver algum cinismo no jogo decisivo, para Portugal e para Scolari, que hoje será disputado no Dragão.
O brasuca precisa de um ponto para manter o lugar. Segundo diz precisa do público. O mesmo público que muitas vezes deprezou, recusando visitar o Dragão por... ser muito longe de Lisboa.
Mas, como somos de brandos costumes, vamos certamente aplaudir o troglodita.

REGRESSO

Scolari regressa ao banco três jogos depois de ter sido expulso.
A ausência foi sentida, e de que maneira: sem ele Portugal teve o melhor desempenho pontual de toda a qualificação: três vitórias.
Pergunto para quê pô-lo no banco? Não cheira a mau presságio?

quinta-feira, novembro 15, 2007

REVIVALISMO

Aqui e ali, um bocadinho de revivalismo não faz mal.
E é que acordei com este som a bater-me nos neurónios... e andei 25 anos para trás...

quarta-feira, novembro 14, 2007

SUPER MULHER

Ora aí está a super-mulher do crime em mais uma batalha. Vai a todas. Não vira a cara. Chega para tudo. Vai endireitar o país de vez.
Por mim dava-lhe um fatinho de palhaço, desenhava-lhe um SM a lantejoulas e atirava-a pela janela: de certeza que voava como a congénere do Klark Kent...

VERDADES

"Capítulo IV Duração da concessão
Base 10
Prazo e termo da concessão
A concessão expira às 24 horas do dia 31 de Dezembro de 2099".
O texto supra é retirado do corpo do anexo I ao D.L. 380/2007.
Fala das "bases da concessão do financiamento, concepção, projecto, construção, conservação, exploração, requalificação e alargamento da rede rodoviária nacional".
Foi aprovado em Conselho de Ministros em 27.09.07 e promulgado pelo PR em 29.10.2007.
Tem escarrapachado que a concessão das estradas é feita até 31.12.2099.
Sócrates negou-o com todas as letras, em Novembro, quando no debate do orçamento foi questionado por Louçã .
É o PM que temos. Mentiroso. Falacioso. Perigoso. Manipulador. Descarado.

segunda-feira, novembro 12, 2007

DANÇAR NO SOFÁ

Não é por me enrodilhar dentro da lã que esqueço o Verão.
E quando o tempo chama a "depressão", nada como um som de sol e calor para nos animar.
É mesmo "música para dançar no sofá", não é?

quarta-feira, novembro 07, 2007

O MINISTRO VAI NÚ

Quando já não contava com o calor, e vestido com aquele ar tonto que o caracteriza, assim meio Ângelo Correia, o Ministro da Administração Interna veio, no início da semana passada, vangloriar-se publicamente pela excelente coordenação dos serviços de combate aos fogos, de que o seu ministério é responsável.
Era graça a eles, dizia, que os incêndios diminuiram este ano.
Devia ter tido cautela com tanta desonestidade, até porque o calor ainda não tinha acabado. Veio foi fora de tempo. Foi só preciso apertar um bocadinho e anda tudo "ó tio, ó tio" com os fogos a dispararem e deixarem o governante calado com a nudez da sua demagogia.

terça-feira, novembro 06, 2007

IMAGEM

Não sei qual das atitudes é mais paregrina: se da Caixa de Apontentações que recusou a reforma antecipada a uma trabalhadora da Junta de Freguesia de Piães que até um cego vê que está incapaz para trabalhar se demagógica decisão do ministro Teixeira dos Santos em "renovar-lhe a baixa".
Esta mania de governar pela TV já vai no cúmulo da ingerência de desautorizar um orgão supostamente composto por especialistas. Pergunto-me é onde vai parar? Que mais intromissões e atropelos processuais irá o Governo utilizar a bem da sua imagem pública?

segunda-feira, novembro 05, 2007

É TUDO UMA QUESTÃO DE LEGITIMIDADE

Não consigo deixar de encontrar paralelismo entre a recusa do Governo em sufragar o novo Tratado Europeu e a medida implementada por Salazar, quando subiu a Presidente do Concelho, e fez a União Nacional concorrer sozinha, durante anos, a eleições da treta.
Em ambos caminhos diferentes para um claro denominador comum: o medo da democracia. O medo de perder na legitimidade do voto.

domingo, novembro 04, 2007

sexta-feira, novembro 02, 2007

HÁ SONS FANTÁSTICOS, NÃO HÁ

É uma das mais fabulosas criações de Pat Metheny.
Ouçam-na, mas do princípio ao fim.
Ouçam como os sons iniciais se fundem, num misto instrumental em que se destaca o supremo Marçal (percussionista brasileiro que acompanhou Pat durante vários anos).
Vejam como depois entra o piano de Lyle Mays, num crescendo delicioso.
Ou como, no terceiro acto, o Pat toma conta do andamento, e põe a guitarra a falar connosco.
Ou, finalmente, como no quarto acto tudo de mistura, numa harmonia desusada.
Ouçam. Ouçam tudo. Só no fim TUDO faz sentido.
Afinal, "Are you going with me?" or what?

CRISE HIPOTECÁRIA

Em Agosto vêm-nos, com histerismo desmesurado, alertar e condenar a nova recessão em face da crise do mercado hipotecário norte-americano.
Com a mesma frivolidade, quatro meses volvidos, dizem-nos que a crise está em vias de ser ultrapassada.
Das duas uma: ou a crise não era da dimensão anunciada; ou era, e nem quatro anos (quanto mais quatro meses) chegam para a debelar (ou o mercado hipotecário não assenta em mútuos de longo prazo, de 25, 30 e até mais anos?).
Esta insanidade da economia de mercado, alimentada por uma Imprensa prostituta, que a serve nos exactos termos das suas necessidades, só pode levar a mau fim, tal o sentimento de impotência, de ignorância e de medo que deixa como rasto.

ESCUTAS

O método mais errado e cobarde de impôr uma ideia é pelo clima do medo. Revela falta se sensatez, de argumentos e, quase sempre, de razão.
Mas, como é fácil, é usado e abusado.
O Governo quer, à força, impor um alargado princípio de escutas telefónicas. Permite com muito menos meios e, por isso, custos, atingir os mesmos objectivos de investigação. O problema é que, pelo meio, atropela tudo o que são direitos constitucionais, com abusos escandalosos por parte das entidades (MP e mesmos Juizes) que têm o dever de controlar o processo.
Impunha-se, por isso, prudência e um rigoroso debate em torno da questão.
Mas, como Alberto Costa, essa "proeminente" figura da justiça portuguesa, tem pressa, no seu estilo bonacheirão, foi à AR falar de "terrorismo", "atentados" julgando que, assustando-nos, legitima a política e a medida.
Acaso a ideia entra na cabeça de qualquer cidadão, por mais incauto que seja? Acaso julga que acreditamos que esse é o seu propósito? Alguém acredita que um país que ninguém sabe onde fica está nos planos de qualquer organização terrorista? (salvo se for para umas férias no sol do Algarve).