terça-feira, maio 31, 2005

VELHOS HÁBITOS

Fernando Gomes na GALP. E como Administrador Executivo.
Alguém é capaz de me explicar UM ÚNICO MÉRITO do homem para ocupar o cargo. Além de ser um "boy", é claro.
É caso para dizer que mudam-se os tempos, mantêm-se os hábitos

domingo, maio 29, 2005

ESPERANÇA

O não parece ter ganho em França.
A Europa ainda poderá ter um futuro decente.
Porém, ou muito me engano, ou não tardará e o democrático governo fracês há-de voltar a consultar a população, muito antes deste referendo e deste resultado estarem bem digeridos. Com mais umas injecções de sim, mais um milhões gastos em propoganda, e a coisa irá ao sítio, num cenário "dejá-vu".
Afinal, quem não se lembra do que aconteceu com a adesão da Dinamarca à moeda única

ARROGÂNCIA

Numa atitude de grande profissionalismo, os jogadores benfiquistas celebraram a semana inteira.
Ante o olhar passivo do seu inolvidável presidente.
Ganharam a Taça antes do tempo.
Ai que gostinho vai dar comentar algumas coisas, como o Mar Salgado por exemplo. Esta é apenas uma demonstração da arrogância que alimenta o meu anti-benfiquismo.

sábado, maio 28, 2005

MEMÓRIA

A facilidade e rapidez com que em Portugal se passa de besta a bestial, e vice-versa, é aterradora.
Mais aterrador o facto de serem os "opinion makers" que, normalmente, lideram estas inversões.
Guterres foi crucificado (creio que justamente) por ser o pai do défice, por ter deixado andar, por não ter reformado, por não ter feito. Agora, que vai gerir uma mega empresa, onde é preciso decidir, bem e muito, os parcos recursos (face às necessidades) dos refugiados, recebe ossanas. Em todos os jornais, televisões que lhe arrearam com vontade nos últimos três anos.
Não haverá vergonha ou os que condenam e depois indultam julgam que não temos memória?

NORMALIZAÇÃO

Agora que os funcionários públicos vão finalmente tornar-se cidadãoS iguais aos demais (passam a pagar 11% de contribuição social, e não 10% - a reformarem-se aos 65 - e não aos 60 - e, quem sabe, a poderem ser despedidos por incompetência ou desnecesidade - haverá coragem)pergunto:
Quando é que a Madeira vai passar a ser considerado território como o demais?
Quando se acabam os privilégios do cacique do Jardim para, de uma vez por todas, ele passar a falar em nome do peso que tem? Isto é, nenhum.

GELADO OU GALÃO?

É muito estranho que a Constituição da República, lei fundamental da nação, quando passou a prever a possibilidade de consulta popular através de referendo, definindo mesmo em que moldes o mesmo é vinculativo, se tenha “esquecido” de referir o prazo de validade dessa forma de consulta.
Isto é, quanto tempo teria que passar para que o povo fosse consultado sobre a mesma matéria.
Não faz sentido nenhum que uma consulta seja eterna, e que o povo não possa mudar de opinião.
Mas menos sentido faz que o mesmo povo passe a vida a ser consultado sobre determinada matéria, só porque das vezes anteriores não respondeu da forma que “dava jeito” ao poder político e este, ávido de se ver “legitimado”, pergunta até lhe fazerem a vontade.
E isto vale para o aborto, para a constituição europeia, para a regionalização ou qualquer outro tema.
O povo deve ser consultado.
E o resultado deve ser respeitado e a consequência aferida.
E isso só se consegue com tempo. O tempo durante o qual não deveria ser possível outra consulta sobre o mesmo tema.
Caso contrário, faz-me lembrar um história que uma vez me contaram, passada entre pai e filho oriundos da Ribeira, no Porto (por isso com acentuado sotaque nortenho):
Pai: “Queres um gelado ou um galão?” “Tradução: Quéres um geládo ou um galom?)
Filho: “Ó pai, quero um gelado” (Ó paie, quéro um geládo)
Pai: “Então mamas um galão que te fodes”. (Atão mámas um galom que te fódes).

sexta-feira, maio 27, 2005

MINORIAS ESCLARECIDAS

É muito preocupante que os nove países que já disseram sim à “Constituição Europeia” não o tenham feito com recurso à consulta popular.
O “esclarecimento” de uma minoria de deputados, supostos representantes do povo, que antes que este diga que não preferem, à má fila, substituí-lo, é um exercício de duvidosa democraticidade.
Aí, e por uma vez, a nossa democracia dá lições aos nossos parceiros (veja-se a Alemanha, que ainda hoje deu o amén da câmara baixa).
Por outro lado, os rios de dinheiro gastos a favor do sim pelos estados (o governo francês terá gasto 130 milhões de euros só a distribuir o texto constitucional), em contraste com a ausência de apoio público a qualquer movimento do não, revela uma sofreguidão na tentativa de empurrar a opinião pública de que desconfio sempre.
E há uma resposta que ainda ninguém me conseguiu dar: o que é que perdemos se o não vencer? Que mal virá ao mundo se a Europa continuar a ter as constituições de cada estado e não uma única?

NÃO

O não avança em França.
Que venha para ficar

FALÊNCIA

Dura.
Nua.
Crua.
A realidade desmontada por Medina Carreira, em entrevista aos “Negócios da Semana” (Sic) é uma visão assustadora, porém creio que realista, do Portugal que estamos a construir todos os dias.
Pelo primeira vez ouvi, de uma forma clara, alguém atirar-se, com números e, sobretudo, com a experiência, ao desastre que foi o Euro 2004, ao disparate que são os projectos do TGV e da OTA, à fraude em torno da formação profissional, à imperatividade de bulir com a função pública, dispensando os excedentes (meu deus, como tudo ficaria mais limpo) e tratando-os como são tratados os cidadãos normais (leia-se mão funcionários públicos).
Pela primeira vez ouvi alguém, politicamente incorrecto, é certo, dizer que andamos aos tiros aos pés, a desbaratar milhões de fundos de coesão sem aproveitamento real, iludidos com uma realidade consumista que não pode continuar a alimentar.
E, o que foi mais preocupante, foram os dois comentários que deixou no ar:
Um, que as medidas de Sócrates não passam de “aspirinas” e que é o problema de fundo (despesa) que vai ter que ser atacado, sob pena de, daqui a uns anos, termos os IVA ª.. 35%.
O outro de que, por este andar, Portugal estará falido dentro de 10 anos.
Aterrador.

quarta-feira, maio 25, 2005

OS INIMPUTÁVEIS

São inimputávais (ou contumazes, como li aqui)como Santana Lopes e Bagão Félix, que venderam o fim do aperto no mais demagógico discurso cacique de que há memória que legitimam o não menos demagógico discurso do nosso primeiro, agora a aumentar o IVA para 21%, o IRS para 42%, etc., etc.
É assim uma espécide de "atrás de mim virá"... mas ao contrário

terça-feira, maio 24, 2005

HORA DE FECHO


GRAÇAS DA DEUS

António Guterres eleito ACNUR.
Graças a Deus.
Agora é certo que não é presidenciável.
E já agora que falamos de cunhas: não se arranja nada para o Sr. Cavaco? Género comissariado para o Bolo Rei?

segunda-feira, maio 23, 2005

SERVIÇO PÚBLICO

Magnífico serviço público de televisão.
O défice é anunciado a.... 6,83%.
O país mergulhado numa das maiores crises da sua democracia.
O boletim de propaganda (perdão, Jornal da Tarde) abre com a vitória vermelha.

Tacticismos

Táctica. Muita táctica. Foi esta a verdade do título.
Apenas o vencedor foi mal anunciado.
É que o verdadeiro campeão deveria ser o Governador do Banco de Portugal, como avançado, e José Sócrates, na qualidade de técnico.
A anúncio dos 6,83% do défice, e das consequentes medidas correctivas, em plena ressaca da vitória vermelha, denunciam uma perspicácia e um calculismo soberbos.
Hoje, até o IRS podia subir, as Scuts passarem a ser pagas, e o pão tornar-se, por decreto, “objecto de luxo”.
Não há nada que incomode ou demova uma nação ébria de emoção.
Faltaram as sardinhas a Sócrates e a Mariza (dado que a antecessora repousa no Panteão) para o filme estar completo.

domingo, maio 22, 2005

ROUBO

Um roubo de Catedral aquele golo do Benfica no Bessa.
E agora, não haverá um "Apito Vermelho (perdão, encarnado)"?

sexta-feira, maio 20, 2005

ESQUIZOFRENIA

Já ninguém acredita nas quimeras de Rui Rio e, creio mesmo, na bondade das suas posições.
Aparentemente empenhado em “cortar a direito”, Rio assumiu, desde o início do seu mandato, um estilo buldozer, género elefante numa montra de cristais. Tanta obstinação tem os resultados à vista.
Divorciado da cidade, da realidade, corre atrás de nada e chega sempre a lado nenhum.
O famigerado túnel do Santo António/Soares dos Reis é o exemplo.
Esqueceu o IPPAR, a quem estava obrigado a consultar previamente. E, quando este se pronunciou, discordou, é claro.
Depois incompatibilizou-se com o poder político, discordando da decisão da tutela (leia-se Ministra da Cultura) que... fez aplicar a lei.
Vai daí a providência cautelar no tribunal administrativo. Nova derrota.
Conformismo?
Não. Há que apelar ao Primeiro-Ministro.
E depois? Aos deuses?
Faz-me lembrar a história da mãe que, na parada, viu o seu filho como o único, entre 100 soldados, a marchar no passo certo. E tanto imbecil, desalinhado do seu menino.
O homem está convencido das suas verdades? Que é o único a ver?
Não creio.
Porque se está, então o caso é mais grave. E então apelo a uma alma caridosa que lhe prescreva uma daquelas injecções que permitem aos esquizofrénicos terem uma vida mais ou menos normal.

quinta-feira, maio 19, 2005

CAPOEIRA


É verdade. Ricardo vai para o Inter. De onde nunca deveria ter saído.

quarta-feira, maio 18, 2005

INCOMPETÊNCIA

JOSÉ PESEIRO.

terça-feira, maio 17, 2005

Ouros

Tribunal. Juizos Criminais do Porto.
Onze da manhã e aguardo, sonolentamente, pela minha vez.
O julgamento, agendado para as 9,15 h está, como sempre, atrasado.
Na audiência que decorre, e que antecede aquela onde o meu cliente é protagonista, discute-se a emissão de uns cheques sem provisão .
No final, e pretendendo apurar a situação económica da arguida (essencial para aplicação da pena adequada, caso seja de multa), estabelece-se o seguinte diálogo entre esta e a magistrada:
“JUIZ – Então quanto ganha?
ARGUIDA – 70 ouros
JUIZ – 70 euros por um mês de trabalho?
ARGUIDA – Sim
JUIZ – A senhora quer que eu acredite?
ARGUIDA – Ora bem (hesita. Pensa um pouco e atira): a senhora doutora dá-me licença de dizer em dinheiro?
JUIZ – Em escudos, é?
ARGUIDA – Sim, em dinheiro. São quase 140 contos. Eu não compreendo nada dessa coisa dos ouros. Em dinheiro é mais fácil de falar.
JUIZ – A senhora foi à escola até quando?
ARGUIDA – Até à quarta classe.”
Estou convicto que a história é demonstrativa do muito que há a fazer até que este passo da integração europeia (a moeda única) esteja concluído. Não chega o papel. É precisa a aculturação.
E, perante este cenário, pergunto: que sentido faz avançar-se, à força, para uma integração ainda mais alargada, que comporte, entre outros, uma lei constitucional comum (e se calhar, mais tarde, um só exército, uma só soberania, uma só lingua etc.etc.), como aquela que brevemente referendaremos?
Penso que nenhum.
E são exemplos como este que me alimentam a esperança de, se não for pelo convencimento, pelo menos pelo tiro à sorte, que o referendo sobre a constituição europeia venha a chumbar, em França e entre nós.

domingo, maio 15, 2005

PLACAS



As novas placas toponímicas do Porto revelam-se de uma inutilidade atroz.
Foram de certeza desenhadas por que ou não tem que as ler, pois só são legíveis a dois ou três metros de distância, como o comprovam as duas fotos que ilustram o post: uma tirada a dois mestros, a outra a dez.
Está-se a ver o automobilista, enfiado no trânsito sôfrego, empenhado em ler se é aquela rua por onde pretende seguir percurso. Está-se a ver os que o sucedem, no dia a dia de uma movimentada via, com paciência, compreensívos, que ele pare, olhe, leia, conclua, e siga caminho.
É um dos casos flagrantes de mudança para pior.

sexta-feira, maio 13, 2005

LEÃO

A dúvida mantém-se, inexorável: nunca cuidei de perceber se sou mais Dragão ou anti-lampião.
Os sentimentos são do mesmo tamanho, só que em vez de se tangerem, estão em extremos opostos.
Por isso, amanhã, e só amanhã, serei todo verdinho.
Leão se preferirem.
É que já não acredito no meu Dragão.
Assim, sem mais.
Básico.
Despido de preconceitos.

P.S. Quarta, é claro, volto a ser Russo. CSKA. Sem hipocrisias.

DESMANCHO

Anseio pela hora do "desmancho" do portismo (de Portas, Paulo, também feirante).
Por que ao contrário dos mais optimistas, não acho que a subida do sujeito ao poder se tenha tratado de um erro de “casting”, nem a corrida que a populaça lhe deu em Fevereiro produziu, ainda, os efeitos desejados.
A toxicidade do populismo, da demagogia e política fácil, demora a remover, e não é a copinhos de leite que se trata. É preciso mesmo uma grande dose de quimioterapia.
Expurgar do aparelho o “aparelhismo” que instalaram vai demorar rios de paciência e, sobretudo, tenacidade.
Os resíduos deixados pelo ambientalista!!! Guedes (Nobre tenho dúvidas), pelo turista Telmo só saem a creolina. E, pior que isso, são a ponta do novelo.
Evidência disso mesmo as raízes deixadas, feitas de Melos e outros quantos imberbes, que vão passeando em passos perdidos (perdão, nos passos perdidos), e que só secarão a água quente e sal.
Os “desmancho” de Portas começou em Fevereiro.
Teve continuidade no Congresso de Abril.
Esperemos que se consume com as Lezírias.
Se não, o menino ainda vai a banhos para a Flórida para voltar em braços, dentro de uns meses, num pseudo barrosismo de resultado já visto.

quinta-feira, maio 12, 2005

GUEDES, NOBRE?

O Guedes, que dizem que é Nobre (mas afinal até as salsichas o são) lá se safou do processo da casinha na Arrábida.
Aquela no parque protegido, que só gente da laia dele (leia-se, imiscuida no poder até aos ossos) consegue ter.
Mas agora, já sem o poder, será que se safa do escândalo da Vargem Fresca?

QUALIDADES

«Matar uma criança no seio materno é mais violento do que matar uma criança de cinco anos»
Adivinhe quem disse isto:
Um padre
Um inapto
Um acéfalo

Acertou.
Tinha as três "qualidades"

sábado, maio 07, 2005

JARDINADAS

Das duas uma.
Ou o critério que tem presidido às escolhas autárquicas de Marques Mendes é político (e compreendo e até aplaudo as últimas que colocaram ponto final aos Valentins e Isaltinos).
Ou o critério é político-jurídico, e além das contradições de Mendes, eles revelam um caciquismo ainda mais atroz do que aquele que ele pretende (supostamente) arredar.
No primeiro caso, Mendes não quererá alimentar o caciquismo de Valentim e Isaltino, e está no pleno direito de, enquanto líder do partido, lhes retirar o tapete, procurando conferir uma nova competência ao frangalho em que as últimas legislativas colocaram a manta rota a que ele preside.
No segundo caso, estará a fazer um intolerável julgamento sumário, uma condenação ante-sentença, a dois arguidos cabendo perguntar onde guardou o jurista Marques Mendes a presunção da inocência dos arguidos, que deve durar até ao trânsito em julgado da sentença?
E, nesta segunda hipótese (para que me inclino) ao não usar o mesmo critério para com Isabel Damasceno, estará a descer a um caciquismo mais troglodita que o de Valentim e Isaltino.
Está a pôr-se ao nível dos “Jardins”.

quarta-feira, maio 04, 2005

COERÊNCIA ABORTADA

É preocupante o tempo que a república portuguesa leva a resolver um problema básico de saúde pública que vem sendo a sucessão de abortos clandestinos que matam e incapacitam mães e filhos a um ritmo assustador.
A última decisão do Presidente da República, de recusar agendar data referendária, para além de vir na linha de um atitude algo cobarde que vem caracterizando o seu mandato, não passa de mais um adiamento, mais um chutar para a frente.
Recordo que foi o mesmo PR que apelou à complacência dos Tribunais em julgarem mulheres que praticaram abortos.
Afinal em que ficamos: recusamos o poder que temos na mão para decidir (agendar um novo referendo) e rogamos a quem tem o dever (cego, dizem) de julgar que... não julgue!!!
Muitas vezes me tenho questionado sobre o porquê de não se poder, no mesmo dia, eleger autarcas, referendar o aborto, a constituição europeia e até a regionalização? O que impede a simultaneidade de consultas populares? Acho que nada, pelo que o argumento de “falta de datas” não colhe.
Com tudo isto, estou tentado a dar razão ao PCP (que já aqui critiquei pela mesma razão): a Assembleia da República que decida, através de acto legislativo próprio, se o aborto (ou IVG para os mais polidos) é ou não legítimo até às 10 semanas, desde que praticado em estabelecimento hospitalar próprio e por vontade expressa da mulher que o pratica (que é vitima).
É que já incomoda tanto adiamento. E começa a cheirar mal a hipocrisia dos que defendem a vida mas não se atrevem a pedir a condenação de quem, no seu entender, a viola. Coerência, coerência.

terça-feira, maio 03, 2005

A CASA



Quanto mais olho mais fascinado fico

segunda-feira, maio 02, 2005

EUTANÁSIA

Não sou contra nem a favor da eutanásia.
Acho que não é assunto em que a discussão se possa travar nessa perspectiva de contra ou a favor.
Não há barricadas (nem pode haver) numa discussão desta índole, em que eu estou do lado de cá e alguns estão comigo; mas outros estão do lado de lá, e por isso contra mim.
O “clubismo” nesta discussão é de um redutivismo trôpego.
O esquerda/direita, católico/ateu, conservador/progressista, não cabe no debate.
Porque sempre que falamos daquilo que as pessoas têm de mais íntimo e à utilização individual que lhe pretendem dar, só a elas pode dizer respeito.
A decisão, quando o sujeito tenha capacidade de expressar vontade, apenas lhe pode caber a ele, sem qualquer direito de ingerência de terceiro. Moral ou material.
Sem dúvida mais problemático será quando essa vontade não tem forma de ser expressa, face ao estado incapacitante do sujeito, e sem que o tenha sido, de forma livre, anteriormente dita.
Confesso que aqui não tenho uma opinião definitiva sobre a questão.
Penso, contudo, que uma solução como a que a Lei Civil preconiza para os estados de incapacidade absolutos será a mais adequada. A nomeação, por tribunal, de um “tutor de vida” (ou um conselho de tutores), necessariamente criados a partir de quem se encontrava mais próximo do enfermo, será o que melhor cumprirá o que vai acima dito: aproximar a decisão, tanto quanto possível, do que seria a vontade do próprio, se estivesse em condições de a expressar.

Não podemos parar

“Se o Benfica for campeão o país vai parar”

Luís Filipe Vieira

A bem do PIB, da almejada produtividade, da sanidade do país, do coração do orelhas, da felicidade das mães de família, anseia-se por um glorioso que se fique, pelo menos, pela pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Crítico dixit

Milhões de quê?

Já não são 9 mas, pelos vistos, 14 milhões, espalhados pelo mundo. Só em Angola quase 3 milhões. E em Moçambique quase 4. Gosto particularmente dos EUA: número oficial: 592 213 adeptos dos vermelhos (ou será encarnados?).
Dos 97 mil sócios (claro que contabilizam mortos, calotes, embriões, clones e mesmo alguns jumentos) querem agora, num ápice, fazer... 200 mil.
Mas andam a enganar quem? Os patrocinadores? Ou só os papalvos, incrédulos fiéis, entre outros, dos milagres de Fátima (não da Fátima, que essa fá-los todos os dias, mais que não seja a aturar-me).
Nos idos pré-PREC, também era assim: como não se falava de ganza, e o maior alucinogénico, por ingestão oral ou venosa, eram os pirolitos vendidos ao domingo à tarde no Rossio, a injecção era verbal, em suaves doses diárias, suficientes à anestesia. E as folhas de couve do “regime” (veja-se o antigo testamento A Bola) faziam um servicinho limpinho. O regresso ao passado está eminente.
Recauchutados, presos por arames (o sucesso do Benfica tem tudo a ver com os fios de nilon que seguram os joelhos do Mantorras), já falam de cátedra, como se merecessem a migalha do sucesso efémero que vivem.
São metade de nós, dizem eles. São universais. A tal universalidade saloia e analgésica, que vem à tona quando não temos mais nada a que nos agarrar. Fazem-me lembrar o Titanic: são grandes, imponentes. Mas estão a ir ao fundo sem se dar conta.