sábado, setembro 30, 2006

ABORTO V

Ora cá estão os verdadeiros hipócritas a falar do aborto.
Não tivesse razões mais sérias para ser a favor do sim, a simples existência de gente comoe sta faz-me sempre defender que o aborto é uma boa alternativa. Assim as mãezinhas deles tivessem querido...

sexta-feira, setembro 29, 2006

ABORTO IV

A mais hipócrita posição que se pode ter no debate sobre a despenalização (ou não) do aborto é aquela (que já anda por aí a povoar a blogosfera) que dá conta de que " eu sou contra mas também não concordo com a penalização das mulheres". A insanidade absoluta atinge-se como um tal de Mascarenhas disse, aqui, que penalizados deviam ser os homens.

WORLD PRESS PHOTO

Não é que tenha muito o hábito de frequentar exposições de "press photo" mas, as que já visitei, têm um denominador comum: a apologia da desgraça.
Invariavelmente mostram os estropiados pelas minas em Angola. Os amputados pelos rebeldes da Serra Leoa. Os vitimados pelos mísseis em Gaza. As abusadas pela prepotência croata. Os excluídos pela fome em África.
Não minorando a importância que a denúncia pela imagem pode ter, pergunto-me sempre, quando de lá saio, se o mundo não terá, também, um lado azul que valha a pena mostrar? Mas depois caio na verdade: uma desgraça vende mais que mil bondades.

quinta-feira, setembro 28, 2006

TESOS

Têm telemóveis 3G mas sem saldo para uma chamada. Estão curtos de “guito” para os carregamentos (que já nem são obrigatórios).
Têm quase sempre carro mas o orçamento não estica e, por isso, o tanque está vazio e o bólide estacionado lá na rua.
Casa própria raramente falha, pagável em 600 prestações mensais de 50 anos mal vividos, esganados até ao sufoco. Quase sempre estão atrasadas (já nem a conta ordenado, adiantada um e, agora, dois meses salva a contenda) e a execução judicial é cada vez mais o destino, que rouba quase sempre meia dúzia de anos de trabalho esgotada em juros e pouco mais.
DVDs, surrounds, LCDs, hi-fi, Pc, MP3, PSP. Têm tudo. Não falta nada.
Vivem do ar, das expectativas (que não existem) e do crédito (que se esgota e suga tudo). São a nova geração que se acantonou nos juros bonificados, no subsídio de desemprego, no rendimento mínimo e no crédito fácil.
Terão culpa?
Certamente que alguma, mas não total nem, sobretudo, a principal.
São fruto de uma educação (sempre ela), escolar e não só, que lhes ensinou que é fácil viver. São produto de uma política de governação que teve no guterrismo o seu ponto alto e só agora começa a conhecer freio a fundo. A um preço elevadíssimo.
Não vão ter misericórdia.

terça-feira, setembro 26, 2006

INVENTOR

Jesualdo pensou: invento um bocado e, se resultar, sou um génio. Aquela de colocar o Ricardo Costa a falso defesa, e Cech a falso médio deu lindos frutos. Embrulharam-se os dois na esquerda, tropeçando um no outro quando a bola não estava lá, mas não foram, curiosamente, suficientes os dois para impedir os dois golos, que nasceram daquele lado.
O Lucho merece banco há uns bons jogos e o Postiga estava bem é no Saint Etiénne. E não era emprestado. Era dado.
O FC Porto herdado de Adriaanse já é suficientemente mau para precisar da criatividade de Jesualdo na arte de inventar.
Regresse depressa ao 4x4x2 que tão bons frutos deu (basta andar três anos para trás) e deixe-se de tretas professor.
Tá visto que temos equipa para o campeonato mas, para a Europa, precisávamos era de outro Mourinho.

segunda-feira, setembro 25, 2006

EXTREMOS

Haverá maior bondade do que o sorriso largo e redondo de uma criança? Ou no tocar de ternura de um velho? É. Definitivamente os extremos tocam-se.

ABORTO III

É uma outra forma de ver o aborto, escrita poe Helena Matos no Blasfémias.
Nós por cá só "linkamos". Com a devida vénia.

sábado, setembro 23, 2006

O HOMEM DO CARRO VERMELHO

Há duas grandes espécies de proprietários de carros vermelhos (e não encarnado como os arrebiques lisboetas tentam, à força, impor): o parolo sexagenário e o pica recém encartado.
O primeiro é ferrenho lampião, tem no clube o culto da sua vida e, às vezes, a única razão válida para continuar a gastar oxigénio.
Conduz de forma miserável, desrespeita (porque não conhece) as regras estradais e é um verdadeiro atentado à desejada diminuição da sinistralidade.
Na auto-estrada circula sempre pela esquerda, não vão os outros pensar que não sabe andar “de força”. Piscas é mentira, que gasta. Assim como as luzes (sempre com os mínimos). Pneus na lonas (que são caros) mas a matrícula é sempre das brancas, com ano de construção e tudo (nem que o carro tenha já vetusta idade, como é normalmente o caso).
Vê-los com a patroa é uma delícia. Sobretudo aquela que tricota em longas tardes plantadas à beira mar enquanto ele, diligente, ressona muitos décibeis acima do legalmente permitido , sonhando com as vitórias do glorioso, enquanto o rádio, aos berros, debita nas colunas da porta entreaberta mais um dia de calvário da águia.
Circulam de Datsun, BMW série 300 (antiga) ou 2000, “Táiota Carola” ou “renálte” (vulgo Renault) super cinco. Os mais endinheirados abraçaram os KIA ou os Hiundai.
Têm o veículo sempre a espelhar e este só vê a luz do dia uma vez por semana, na saída domingueira, quando atestam 5 “ouros” de Super aditivada para os 5 kms da praxe. Mas quando ficam na rua, por falta de garagem, nem por isso os bólides têm tratamento menor: é vê-los cobertos, a semana inteira, com umas lonas cinzentas ou, nos casos mais requintados, com umas mantas, com a matrícula gravada à frente e atrás.

Já o pica é de outra loiça.
Este é um ferrenho adepto do tuning tanto quanto o é, também, dos lampiões. Mais sofisticado, porém, divide os seus interesses pelas “disco nites”, umas garinas, o transformismo automóvel (onde derrete o salário e muitas vezes um qualquer subsídio de que sobrevive). Transporta em acessórios mais do que o valor real do carro. Ele é o rectrovisores transformados, os faróis de “élógénio”, o “aileron” em fibra, colunas de 500 “ótes” para ouvir melhor o Tóni Carreira ao domingo, debaixo da primeira sombrinha. Nessas tardes os vidros estão quase todo o tempo embaciados, cobertos de jornais.
Curtos de massa, deslocam-se a 20 kms/h para “não gastar muita gota” e, além disso, para que em virtude das suspensões rebaixadas “não deiam cabo de carter”. Mas se estão em dia sim, ninguém os “trepassa”. “Acelaram” até ao corte de rotação, espremem os “cabálos” proporcionados pelos kits ilegais até à exaustão, e chegam à noite ao café cobertos de glória, tesos como uns carapaus e a precisar de “gamar” qualquer coisa para as reparações necessárias no bólide. Civic, Uno Turbo i.e, Punto GT, são as máquinas predilectas .

quinta-feira, setembro 21, 2006

VERÃO

Tombam os primeiros pingos de chuva, o termómetro desce da casa dos 20º e só uma coisa me inspira: hibernar.
Encorrilho-me todo por dentro. Entristeço-me em sonhos de sol e calor. Detesto os guarda-chuvas. Odeio a gabardine. Maldita água que nos encharca os ossos. Odioso céu que já não brilhas. Raio de humidade a meter-se-nos nas entranhas.
Defintivamente sou um ser do Verão. Só de Verão.

quarta-feira, setembro 20, 2006

PROCURADOR GERAL

Durante largo período foi um grande crítico da política de justiça seguida por Laborinho Lúcio, à altura ministro da justiça do governo de Cavaco.
Agora vai ser nomeado Procurador Geral da República, um cargo para onde Laborinho foi insistentemente apontado.
É coincidência ou um recado de Sócrates a Cavaco?

domingo, setembro 17, 2006

PORTO SOUNDZ

A inciativa, da Câmara do Porto, é o espelho daquilo que deve ser a dinamização dos espaços do Porto- no caso o Parque - promovendo a conciliação da população com a sua cidade.
Porém, mantém-se o amadorismo com que tudo é montado:
1. A promoção foi uma miséria (quase não se sabia da existência do festival). Inexiste, sequer, uma referência internautica ao evento.
2. O espaçozinho VIP, esse modo elitista de expurgar o povo, lá estava, cheio de inúteis de calças vermelhas, camisas abertas e as medalhas de Nossa Senhora à mostra. Para a semana aparecem na Caras por certo.
3. As senhas (de bebidas e comes) acabaram em algumas barracas, ainda a noite tinha muito para dar, e ninguém parecia muito importado com o facto.
4. O dia escolhido esteve longe de ser o ideal. O calor, que nos inundou nos últimos três meses, convidava a que se tivésse realizado nesse tempo. Ontem estava frio. Bastava que o festival tivésse ocorrido oito dias antes e seria muito mais convidativo à visita.
No mais, louva-se a inciativa. Venham muitos Portos Soundzs (e parem de chamar à cidade Oporto), muitos festivais de rua, muita vida espalhada pelos espaços públicos da cidade. O povo agradece.

sábado, setembro 16, 2006

BOLONHA

Uma licenciatura que durava cinco anos, com Bolonha passará a durar três.
Um mestrado, que normalmente corria por cinco, será reduzido a um ou dois.
O doutoramento, esse será esmagado a três ou quatro anos, quando até agora se prolongava por 10 ou mais.
É a defintiva vitória da cultura do facilitismo. A formação não é conhecimento, é duração. E curta, como se vê. Uma tese, sempre me habituei, é algo de novo. É um acrescento ao que já está inventado. Por este caminho, será cada vez mais uma glosa, um copy-paste de artigos e sebentas. Um google.com, tal a escassez de tempo dos mestrando e doutorandos em a preparar.
Tempo. Tempo.
Esta desenfreada luta contra o tempo, esta soberba pela licenciatura e os graus académicos, este easy way com que tudo se faz só engana. Defintivamente os formandos serão mais mal preparados. Serão menos competentes. Tornar-se-ão menos competitivos. Mas nós, alegremente, vamo-nos aproxiamando dos critérios da União. Vamos sendo cada vez mais parecidos com o que ela tem de mau.
P.S. Há uma coisa que se chama amadurecimento. Vale para a fruta ou para as pessoas. Por muita injecção de plástico que se impinja, ele continua a ser conseguido com uma só coisa: tempo.

PESSOA HUMANA

No estatuto editorial do SOL ficamos a saber que terá máximo respeito pela pessoa humana.
Ora aí está mais uma brilhante descoberta do arquitecto JAS: a pessoa não humana. Ou o humano não pessoa. Grande.

sexta-feira, setembro 15, 2006

DEUS

Graças a DEUS

ABORTO II

Para quem possa estar interessado na temática do aborto, esta é uma das formas de pôr o problema.

SOL

Palpita-me que amanhã o Sol não vai nascer para todos. Até porque há outros "sóis"

ABORTO I

O cumprimento da promessa do PS de fazer voltar ao plenário da Assembleia da República a discussão sobre o aborto (embirro solenemente com a politicamente correcta “interrupção voluntária da gravidez”), suscita-me, em jeito de lançamento da questão (a que voltarei brevemente) três reflexões:
1. Será útil que, de uma vez por todas, os defensores do sim assumam a questão de frente, sem tecnicidades e formalismos que apenas servem para alimentar cadernos de universidade: um aborto interrompe uma vida. E a única coisa que nos separa entre um aborto ou matar uma criança já nascida é um problema moral ou de pura afectividade: um já se viu. O outro não passa de imagens “ecográficas”. O que, na minha opinião, faz uma grande diferença.
2. Será ainda mais útil que os defensores do não ponham de uma vez termo ao sofisma com que muitas vezes discutem a questão, argumentando que a “liberalização” do aborto fará com que este passe a ser utilizado como um método contraceptivo, banalizando-se. De todos os argumentos que alguma vez ouvi esta é o mais imbecil. Só quem nunca tenha pensado a tortura que um aborto constitui para todos os que tomam a decisão de o levar a cabo (com enfoque, claro está, para a mãe) pode ter a veleidade de imaginar que alguém vai lançar mão dele como uma pílula. 3. Em Portugal o aborto clandestino (impossível de controlar) é um seríssimo problema de saúde pública, que mata mães e crianças, é responsável por lesões irreversíveis em uns e outros, e dá uma imagem terceiro-mundista de um país que devia ser civilizado. É um problema que afecta quase exclusivamente os pobres, por natureza já excluídos (quem tem um mínimo de condições financeira percorre no máximo 200 kms. e vai a Espanha, a clínica apetrechadas, e resolve o assunto). Carece, por isso, de solução urgente e drástica.

quarta-feira, setembro 13, 2006

POLÍCIAS

Já por várias vezes me teria dado jeito ter a polícia por perto mas em nenhuma ela estava lá.
Ao invés, já por várias vezes em que não precisava mesmo dela, apareceu.
É de mim ou esta gente tem o condão da inconveniência em perfeita ligação ao da ausência?

sexta-feira, setembro 08, 2006

TUGA DA BOLA

165 cm.
87 kg.
Cremalheira numa lástima.
Anel de curso (da vida).
Óculos “reibados”.
Cachecol, boné, camisola e impermeável do clube.
Corta unhas agarrado ao molho de porta chaves e pendurado na presilha traseira das calças.
Palito, com a ponta já muito maltratada, entalado em dois incisivos depois dos rojões bem regados e ainda não digeridos.
Fato de treino de fibra, toque acetinado, directamente em cima da pele, a tresandar um nauseabundo pivete a suor de várias utilizações. O mais modernaço usa sapatilha marca “Nice” ou “Reboca”, S. João da Madeira made. O conservador vai de sapato com um nisquinho de tacão a disfarçar a pequenez. .
Se o destino lhe ditou a calvice, ela está camuflada por quatro fios de cabelo, escrupulosamente puxados de orelha e orelha, colado na “cruxa”do crânio com brilhantina q.b.
Porém, se foi abençoado com o dom da pilosidade, exibe os tufos que lhe povoam o peito, deixando o fecho eclair aberto até um meridiano acima do umbigo. No meio, perdida, anda normalmente uma santa, pendurada no fundo de uma “esvortinha” de ouro. De lei.
Se se locomove em veículo a motor tem normalmente uma tonelada de lixo espalhada pelo tablier e chapeleira (rendinhas, pirilampos, crucifixos e terços, o colete reflector, um almofadinha, um jeco de porcelana com a cabeça a abanar, o cachecol do clube etc.etc.).
Chega cedo ao estádio, emborca uma ou duas cervejas e transpira, ansioso, que o jogo comece. Passa o tempo a deglutir cigarros, insulta tudo o que mexe sem ser das cores do seu agrado, abre excepção e, por vezes, também insulta os seus, olha de soslaio a cada “piropo” a ver se colheu adeptos ou, ao menos, um sorriso aprovador e, cinco minutos antes da hora pira-se a todo o vapor com pressa de chegar a lado nenhum.
Compra o desportivo no dia seguinte, lê, recorta e guarda para memória futura.
Deprime e fica oito dias à espera do próximo jogo.

APROVAÇÃO

“Estes sofás são bonitos, não são?”
Pior que esta confrontação só a clássica: “A Umbelina está mesmo gira, não está?
Mais do que serem confrangedoras estas perguntas, lançadas de chofre sobre os convidados, denotam uma sensibilidade rara para a estupidez. É assim uma pós-graduação em imbecilidade, que só o excesso de narcisismo ou, pior, a cegueira mental, não deixam o interrogador ver o ridículo a que se expõe. Estará à espera de quê? Que lhe digam que a filha é feia? Que só o nome já chega para espantar? Ou que os sofás (sófás, como diria a Catarina Furtado) são incómodos à brava?Irritou-me sempre aquela gentinha que precisa constantemente da aprovação alheia para se sentir segura nas suas opções. Que andam sempre à procura de uma massagem ao ego para darem melhor descanso aos ossos.

ESCUTAS

Afinal o inefável Vieira já não é só protagonista de capa de jornal por se pôr aos pulos, em cuecas Intimissi, no balneário depois da vitória do futsal.
Afinal, a virgem ofendida também é notícia por ter andado a telefonar ao major, à procura de árbitros da sua conveniência.
Afinal, o vendedor de pneus e o seu acólito também andaram a comprar resultados. Também entraram na panelinha.
A única diferença para os outros é que eles já o faziam antes de toda a gente. Só não havia era registo das chamadas.

quinta-feira, setembro 07, 2006

TALVEZ...

É. Há coisas que só mesmo ditas assim: vão-se foder. Leiam e digam se mudavam uma vírgula que fosse.

quarta-feira, setembro 06, 2006

PROCURADORES DA REPÚBLICA

Deve ser fado que a maioria dos procuradores da república colocados em departamentos de investigação criminal em que tropeço (para quem não saiba são os “subordinados” do dr. Souto Moura) confundem o exercício das funções que lhes estão legalmente adstritas com prepotência, arrogância, total discricionaridade e, sobretudo, impunidade. É certo que a esmagadora maioria são procuradores que os numerus clausus impediram de ser magistrados judiciais (juizes), relegados para uma vida profissional sem sal. Mas os juizes, advogados, solicitadores, funcionários judiciais e população que com eles lidamos não temos culpa disso. Seria altura de lhes ensinarem isso no CEJ (Centro de Estados Judiciários).

terça-feira, setembro 05, 2006

BRANCO MAIS BRANCO

Poucos meses após ter afirmado nos Parlamentos nacional e europeu que os aviões da CIA com prisioneiros com destino a Guatanamo não haviam passado por aerorpotos portugueses, Freitas do Amaral confessou, por escrito, que afinal não tinha sido assim. Que os aviões tinham mesmo passado por cá.
Mais do que 0 facto de ter mentido perante órgãos de soberania (penso que ninguém acredita verdadeiramente na treta de que, à altura, os serviços não o haviam informado convenientemente), é o desplante com que desdiz o que disse que preocupa. A total impunidade que sabe que lhe assiste que lhe permite brincar aos jogos de contra-informação sem que nada lhe suceda. O professor, sabe-o, é intangível porque faz parte de uma casta que o é.
Para mim, não passa de mais um gritante caso de polícia que a política vai branquear.

segunda-feira, setembro 04, 2006

FÉRIAS

Vivo cheio de contente a pensar que dentro de aproximadamente 330 dias entrarei, de novo, em férias.

PRETUGUÊS

"O incêndio voltou a reacender-se"
"Todos foram unânimes"
São duas (das várias) pérolas de bem falar e escrever que o Jornal de almoço da RTP nos proporcionou.
Há uns anos, não digo que desse para chumbar. Mas lá que não se escapava a uma reprimenda perante erros tão grosseiros, lá isso não se escapava. Hoje chega para se ser jornalista do canal público.

sexta-feira, setembro 01, 2006

FIÚZA

Para além de constituir um excelente momento circense, ouvir o António Fiúza (presidente de Gil Vicente)em directo no Telejornal é quase tudo para percebermos porque é que o futebol nacional está no estado em que está. É que por muita razão que lhe assista, não há como lha atribuir. E o problema é que ele é uma amostra muito elucidativa de quem são os dirigentes (quase e todos empresários) do desporto em Portugal.

EXAMES

Os resultados dos exames do 9º ano (aumento exponencial do número de chumbos) dando que pensar não pode espantar ninguém.
A cultura do facilitismo não podia fazer-nos chegar a outro lado. Cada vez que se controlar o índice de conhecimentos dos alunos, o resultado será este. Porque a ignorância está lá. Nua e crua.
A questão é se há salvação. Mas se a há, este é o único caminho. A exigência.
O regresso dos exames à escola primária (nunca fui nessa treta do ensino básico, ou primeiro ciclo, etc.etc.), e ao ciclo é inevitável. Só encostados contra a parede os estudantes compreenderão a mediocridade em que mergulharam. E que ou saiem dela ou o amanhã será, com toda a certeza, muito sombrio.

PURA DEMAGOGIA

Para bom cumprimento dos limites de emissão de CO2 impostos pelo protocolo de Kyoto, o governo português anunciou duas medidas: reduzir a velocidade máxima nas autoestradas, de 120 km/h para 118 km/h e impor que os taxis deixem de circular sete dias por semana e passem a circular somente seis.
Pergunto-me como será possível controlar 2 km/h em autoestrada? Ou como se vão contolar os dias em que os taxis circulam?
Na verdade não são ítems controláveis. Não são medidas para aplicar. São apenas para anunciar. Não passam de mera propaganda política. E se já não espanta a arte com que este governo a ela recorre, já espanta, isso sim, o modo desmesurado como o anda a fazer. É que ainda não percebeu que o ritmo com que anuncia o muito que não cumpre lhe há-de ser cobrado.