segunda-feira, dezembro 24, 2007

VITALDIADES

É curioso como Vital Moreira, pese embora os já largos anos de "desmilitância" comunista, continua sem perceber que a democracia é uma coisa simples: legitimidade pelo voto.

FESTIVIDADE

Vou-me atirar para cima de tudo que leve açucar; e dos queijos; do vinho; da aguardente; dos charutos; dos enchidos da serra. Por oito dias vou ser um irresponsável.
Depois, lá para a semana, volto. Visto o fatinho cinzento e o ar de homem sério.
Até lá BOAS FESTAS.

sábado, dezembro 22, 2007

JESUALDO

Se há atitude deplorável a de não assumir os erros é uma das mais gritantes e descaradas.
Tentar justificar a derrota na Madeira com a não marcação de um penaltie que nem falta foi mostra bem a estirpe de Jesualdo.
Covarde, encolhido, joga sempre para o resultado mínimo e, de vez em quando, tem dissabores destes. Mesmo que merecesse a vitória (a acho que merecia) não fez nada para a ter.
Usa e abusa do mesmo onze e, quando precisa de fuel extra (não havia Quaresma nem Tarik) é o que se vê: jogadores sem ritmo e sem ânimo não ganham jogos.
Tem um tendência inata para queimar valores (Adriano, abono de família o ano passado, foi encostado sem razão; Vieirinha brilha no Leixões, como Paulo Machado e outros) e promover mediocres (Postiga é uma nulidade, como Mariano não tem classe para o FC Porto, já para não falar dos toscos do Kaz, do Edgar, do Lino, do Farias e demais).
A falta de imaginação (susbstitui sempre os mesmos e aos mesmos minutos de jogo), de audácia (tradicional, apegado sempre ao mesmo modelo, não improvisa um milímetro) e, sobretudo, de coragem fazem-nos sentir saudades de Adriaanse (salvo seja).
Jesualdo é e será um remediado. Um remendo. Um mal menor. Não vai deixar saudades, por muito títulos que a equipa conquiste.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

MÚSICA DE NATAL

A época pede-o e, mesmo sem ser original, aqui ao lado, a playlist cresceu temporariamente, com alguns temas de Natal.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

SOBERANIA

O Tribunal, velho e decrépito, não inspirava a confiança necessária para a subida ao segundo andar. As tábuas do soalho, roto e carcomido, ameaçavam fugir-nos de debaixo dos pés.
Às 10 horas o Juiz está num desaprumo preocupante. O último botão da camisa incomoda, pois claro, assim como o nó do bacalhau, que está já uns 20º desviado do aprumo central. Sobra-lhe o fato, não menos velho e não menos gasto que o soalho mas, pelo menos, um fato (embora as calças supliquem um cinto que seja neto daquele que usa). O procurador preferiu um ar mais negligé: botas, calças de ganga e camisa aberta, que isto da solenidade dos Tribunais já era. Condiz, na perfeição, com o funcionário: fralda de fora, sapatilhas, barba por fazer (entra às 9h, não teve tempo) e um ar de frete que dá pena faltarrem-lhe ainda uns 30 anos para a reforma.
Vi que soberania estava bem representada. Estava quase tudo nos devidos lugares (apenas o meu banho, a gravata no lugar e os sapatos sem terra destoavam).
Era o tempo ideal do "fazer justiça".

sexta-feira, dezembro 07, 2007

VOCAÇÕES

Tropeço, à saída de casa, num trolha, vestido e assumido como tal, a entrar no seu BMW.
Passam-me pela cabeça vinte e tal anos a queimar neurónios.
Esta coisa das vocações é uma grande treta, não é?

quarta-feira, dezembro 05, 2007

SAQUE

Seria, quiçá, mais razoável inverter o modus operandi legislativo.
De ora em diante poupavam-se eucaliptos e demais trabalhos se, no plano fiscal, se passasse a legislar somente sobre os factos ou matérias não sujeitas a tributação.
Era assim uma espécie de presunção de culpa, onde o Governo teria sempre direito a arrecadar receita, a tributar o cidadão de cada vez que ele se move.
Caberia ao desordeiro cidadão, sempre sem carácter suspensivo e com automática perda do direito ao sigilo bancário, provar que nada deve a título de taxa por respirar ou de imposto por existir.

terça-feira, dezembro 04, 2007

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Um GNR aguarda escondido, 10 metros dentro de uma rua escura e cujo sentido de trânsito mudou recentemente, à espera nos normais distraídos. No final da noite recolhe o farto pecúlio de coimas.
As finanças avaliam um terreno comercializado a €. 60 o m2 por €. 130 m2. Sabem que a avalização é ridícula, que naquela zona nada vale aquilo mas não mudam. Sempre arrecadam impostos (transmissão, propriedade, etc.) pelo valor fictício que é o dobro do verdadeiro.
A Inspecção do Tabalho apanha uma empresa cumpridora com meia dúzia de exames médicos de trabalhadores feitos fora de tempo e espeta-lhe com €. 6.000 de coima, sem sequer cuidar que as restantes dezenas de exames tinham sido realizados a tempo e horas.
A ASAE entra de rompante numa loja e brinda o proprietário com €. 2.500 de coima por ter algumas etiquetas de roupa com dizeres em Espanhol. Nem sequer dá hipótese de correcção e, no uso da sua autoridade discricionária, recusa sequer falar ao telefone com o responsável da empresa.
Tropecei nos quatro casos.
Esta é a nova administração pública da era Sócrates.
Arrogante e distante dos cidadãos.
Prepotente e leviana no uso da autoridade.
Sôfrega e voraz no saque das quantias que o governo não consegue tirar-nos à pála dos impostos.
É uma administração pidesca, que se descredibiliza a cada acto destes e que conduz a um só resultado: o divórcio da sociedade.

quarta-feira, novembro 28, 2007

É A BOLA, ESTÚPIDO

Quem um dia tivesse olhado cinco minutos para um jogo do Liverpool percebia que, com a equipa com que o Porto entrou e o desnorte que logo se instalou, isto ia acontecer.
Julguei que uma das competências de Jesualdo era observar os adversários.
Pelos vistos é mais bolos.
Querem apostar que no sábado é dose igual?
Cheira-me a oito dias de pesadelo para Jesulado.
Se servir para ir de velinha... do mal a menos.

ANFIELD

Pelo caminho que o jogo leva aos 18 minutos, palpita-me que vamos ter uma noite de pesadelo em Anfield.
Alguém consegue compreender estas opções de Jesualdo? É de mim ou ele é mesmo parvo?

ENERGÚMENO

Uma recente decisão judicial deixou-me mais optimisma.
No dizer dos Desembargadores do Porto, chamar energúmeno ao Presidente da Câmara do Porto não é um insulto mas um mero exercício de opinião.
Não é que a coisa resolva o problema de o termos como presidente da cidade. Mas sempre dá para aliviar o stress.
Já agora, uma correcção à falaciosidade com que o site da CMP se refere ao assunto: provindo a decisão do Tribunal da Relação não pode ter sido proferida por um Juiz (António Gama, como refere o relator do site) porquanto um tribunal superior decide sempre colegialmente (três juizes no mínimo). Ora esta tentativa de enfoque e pessoalização do ataque é muito de Rui Rio. E é por isso que muitos têm a mesma opinião de Augusto M. Seabra.

terça-feira, novembro 27, 2007

MIGUEL SOUSA TAVARES

Nem há Deus. Acreditas em Deus?
Não. E espero que nunca precise de acreditar em Deus para conseguir enfrentar a morte olhos nos olhos.
Miguel Sousa Tavares. O resto da entrevista está aqui

REQUIEM

INDEPENDÊNCIA MENTAL

Em 1993 devolvi, curto e grosso, o cartão de militância partidária ao recém líder da minha “jota”. E nunca mais entrei num partido.
Fi-lo com a mesma vontade com que, uns anos antes, atirara com a porta às ventas de um clero falido e obeso, que só me mostrava interessado em impor-me dogmas.
Tarde, é certo, tinha percebido a verdadeira dimensão do delito de opinião, sobretudo na lógica político-partidária. O vómito da cartilha, despejado em comícios e barulhentas acções de rua, e o esquecimento posterior, era o destino dos “jotas”, para que os barões pudessem dispôr.
Pensar era um bocadinho mau. Diferente do partido péssimo. Dizê-lo um suicídio. Atirei com a porta com quanta força tive; enterrei sonhos que perseguia desde menino (e são os mais dificeis de enterrar e as dores mais complicadas de sarar) e jurei a minha independência mental. Deve ser assim que um pássaro se sente quando lhe abrem a gaiola (desde que esta não tenha estado fechada muito tempo). É assim que me sinto desde então.

domingo, novembro 25, 2007

NOVO TEMPO

E quando estamos fartos e não aguentamos mais... viramos a página e começamos de novo.

JESUALDO

Uma das muitas razões por que não gosto de Jesulado Ferreira é por ver nele uma atitude recorrentemente covarde.
Faz-me lembrar aquele irmão do meio que passa a vida a descarregar no puto os cachaços que apanha do mais velho. É fácil e é eficaz para o seu pequeno ego. Mas nunca lhe resolve o problema.
Tenho colhido diversas evidências, e a forma abrupta como encostou Stepanov (nem o convocando) é apenas mais um. É fácil crucificar o elo mais fraco (é um jogador ainda sem carisma, sem passado no clube e na cidade). Aliás, já o fez com outros. A ver se lhe vemos a mesma coragem disciplinadora para com Bosingwa que, no final de um desastrado empate frente à Amadora, o desautorizou e desrespeitou como nunca um jogador do FC Porto havia feito publicamente a ninguém da casa. Ou para as sucessivas asneiras acumuladas por Lucho na época passada ou Quaresma na actual, para citar apenas exemplos flagrantes.
E é muito por isto que Jesualdo até pode ser campeão, mas nunca será um treinador carismático e respeitado. Nem pelo público nem pelos jogadores. E é também por isso que, no final do ano passado, quando tinha acabado de vencer mais um título, o que mais se ouvia pedir era a sua cabeça.

PRIORIDADES

Um soldado Português morre no Iraque vítima de um acidente de viação e a Câmara de Gaia, onde era residente, disponibiliza apoio psicológico à família.
A decisão é de um populismo ordinário e cinico, ou não viesse de Menezes.
Todos os dias são atropelados e estropiados cidadãos no concelho de Gaia, vítimas de acidentes de viação e de trabalho, sem que Menezes perca um segundo a pensar nisso. Mas agora, pelo efeito dos holofotes, vem em parangonas anunciar um apoio psicológico.
Pergunto só quem precisará mais desse apoio: a família a quem é comunicado pelo telefone, de chofre, que o familiar que saira de manhã de casa para o emprego morreu atropelado na passadeira ou a de um soldado voluntário que partiu para um cenário de guerra?

BATUCADA MANEIRA

Hoje acordei com a percussão.
Esta é do melhor.

É SAMBA

Aqui ao lado cresceu a playlist brasileira com alguns temas 100% batucada (incidência preferencialmente instrumental). Para os apreciadores do samba, puro berço da MPB e do muito de bom que vem do lado de lá do Atlântico.

SOM PURO

Alguns vapores trazem, ainda, remeniscências da véspera.
Nada melhor que um pouco mais, em dose mais suave, para curar a falta de som.
Em duas opções.

ou

sexta-feira, novembro 23, 2007

PROCURADORES? DELEGADOS

A preocupação manifestada pelo PGR da perda de autonomia do MP caso venha a ser integrado nas carreiras da função pública é um sofisma. E colocar-se em igualdade com os Juizes para o justificar é uma descarada tentativa de se colocar em bicos de pés.
É, no fundo, um problema de funcionalidade. O PGR esquece-se que os agentes do MP (que se chamavam, e bem, delegados) não passam de meros "advogados públicos". Não gozam nem têm que gozar de autonomia do poder público. Têm que o servir e sob controle. Nunca percebram que não há nada que justifique que se sentem na parte superior do estrado de um Tribunal. Ao contrário dos Juizes de Direito.
É que se os magistrados do MP têm direito a uma autonomia especial então também os médicos o devem ter; E os enfermeiros, os professores, os lixeiros, etc, etc, etc. É que todos eles carecem de autonomia funcional. A questão é que a integração nos quadros da função pública é meramente formal. E não material.

quinta-feira, novembro 22, 2007

RECTIFICAR RECTIFICAÇÕES JA RECTIFICADAS

A feira legislativa atingiu já tal nível de mediocridade que já vamos na fase da rectifiação do que já fora rectificado. Veja-se o Diário da República, que só este ano vai já na 105 rectificação:
Declaração de rectificação n.º 105/2007, de 9 de Novembro
Rectifica a Declaração de Rectificação n.º 100-A/2007, de 26 de Outubro, que rectifica a Lei n.º 48/2007, de 29 de Agosto, que procede à 15.ª alteração e republica o Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de Fevereiro

O BURRO, O FUTEBOL E AS VERDADES

"A Finlândia não arriscou nada e o burro sou eu?"
Scolari
Pela primeira vez estou de acordo com o senhor.
São duas afirmações insofismáveis.

quarta-feira, novembro 21, 2007

LIXO

Bruno Nogueira está hoje imperdível nos Incorrigíveis.

HIV

HIV infecta seis portugueses por dia.
É nestas coisas que inequivocamente se constata o nosso terceiro mundismo. Ao nível de África.

ESMERALDA ENTREGUE AO PAI

São Juizes e decisões como esta que nos fazem acreditar na justiça popular.
Isto não é um erro humano ou judiciário. É um atentado ao Estado de Direito, ao bom senso e, sobretudo, aos direitos de uma menor, que tem num Tribunal, ainda por cima superior, o seu pior carrasco. Dormirão tranquilos os srs. magistrados?
P.S. O relator do acórdão dá pelo nome de Meca.
Com uma redacção destas não espanta. É uma decisão toda ela peregrina...

DRAGÃO

Não deixa de haver algum cinismo no jogo decisivo, para Portugal e para Scolari, que hoje será disputado no Dragão.
O brasuca precisa de um ponto para manter o lugar. Segundo diz precisa do público. O mesmo público que muitas vezes deprezou, recusando visitar o Dragão por... ser muito longe de Lisboa.
Mas, como somos de brandos costumes, vamos certamente aplaudir o troglodita.

REGRESSO

Scolari regressa ao banco três jogos depois de ter sido expulso.
A ausência foi sentida, e de que maneira: sem ele Portugal teve o melhor desempenho pontual de toda a qualificação: três vitórias.
Pergunto para quê pô-lo no banco? Não cheira a mau presságio?

quinta-feira, novembro 15, 2007

REVIVALISMO

Aqui e ali, um bocadinho de revivalismo não faz mal.
E é que acordei com este som a bater-me nos neurónios... e andei 25 anos para trás...

quarta-feira, novembro 14, 2007

SUPER MULHER

Ora aí está a super-mulher do crime em mais uma batalha. Vai a todas. Não vira a cara. Chega para tudo. Vai endireitar o país de vez.
Por mim dava-lhe um fatinho de palhaço, desenhava-lhe um SM a lantejoulas e atirava-a pela janela: de certeza que voava como a congénere do Klark Kent...

VERDADES

"Capítulo IV Duração da concessão
Base 10
Prazo e termo da concessão
A concessão expira às 24 horas do dia 31 de Dezembro de 2099".
O texto supra é retirado do corpo do anexo I ao D.L. 380/2007.
Fala das "bases da concessão do financiamento, concepção, projecto, construção, conservação, exploração, requalificação e alargamento da rede rodoviária nacional".
Foi aprovado em Conselho de Ministros em 27.09.07 e promulgado pelo PR em 29.10.2007.
Tem escarrapachado que a concessão das estradas é feita até 31.12.2099.
Sócrates negou-o com todas as letras, em Novembro, quando no debate do orçamento foi questionado por Louçã .
É o PM que temos. Mentiroso. Falacioso. Perigoso. Manipulador. Descarado.

segunda-feira, novembro 12, 2007

DANÇAR NO SOFÁ

Não é por me enrodilhar dentro da lã que esqueço o Verão.
E quando o tempo chama a "depressão", nada como um som de sol e calor para nos animar.
É mesmo "música para dançar no sofá", não é?

quarta-feira, novembro 07, 2007

O MINISTRO VAI NÚ

Quando já não contava com o calor, e vestido com aquele ar tonto que o caracteriza, assim meio Ângelo Correia, o Ministro da Administração Interna veio, no início da semana passada, vangloriar-se publicamente pela excelente coordenação dos serviços de combate aos fogos, de que o seu ministério é responsável.
Era graça a eles, dizia, que os incêndios diminuiram este ano.
Devia ter tido cautela com tanta desonestidade, até porque o calor ainda não tinha acabado. Veio foi fora de tempo. Foi só preciso apertar um bocadinho e anda tudo "ó tio, ó tio" com os fogos a dispararem e deixarem o governante calado com a nudez da sua demagogia.

terça-feira, novembro 06, 2007

IMAGEM

Não sei qual das atitudes é mais paregrina: se da Caixa de Apontentações que recusou a reforma antecipada a uma trabalhadora da Junta de Freguesia de Piães que até um cego vê que está incapaz para trabalhar se demagógica decisão do ministro Teixeira dos Santos em "renovar-lhe a baixa".
Esta mania de governar pela TV já vai no cúmulo da ingerência de desautorizar um orgão supostamente composto por especialistas. Pergunto-me é onde vai parar? Que mais intromissões e atropelos processuais irá o Governo utilizar a bem da sua imagem pública?

segunda-feira, novembro 05, 2007

É TUDO UMA QUESTÃO DE LEGITIMIDADE

Não consigo deixar de encontrar paralelismo entre a recusa do Governo em sufragar o novo Tratado Europeu e a medida implementada por Salazar, quando subiu a Presidente do Concelho, e fez a União Nacional concorrer sozinha, durante anos, a eleições da treta.
Em ambos caminhos diferentes para um claro denominador comum: o medo da democracia. O medo de perder na legitimidade do voto.

domingo, novembro 04, 2007

sexta-feira, novembro 02, 2007

HÁ SONS FANTÁSTICOS, NÃO HÁ

É uma das mais fabulosas criações de Pat Metheny.
Ouçam-na, mas do princípio ao fim.
Ouçam como os sons iniciais se fundem, num misto instrumental em que se destaca o supremo Marçal (percussionista brasileiro que acompanhou Pat durante vários anos).
Vejam como depois entra o piano de Lyle Mays, num crescendo delicioso.
Ou como, no terceiro acto, o Pat toma conta do andamento, e põe a guitarra a falar connosco.
Ou, finalmente, como no quarto acto tudo de mistura, numa harmonia desusada.
Ouçam. Ouçam tudo. Só no fim TUDO faz sentido.
Afinal, "Are you going with me?" or what?

CRISE HIPOTECÁRIA

Em Agosto vêm-nos, com histerismo desmesurado, alertar e condenar a nova recessão em face da crise do mercado hipotecário norte-americano.
Com a mesma frivolidade, quatro meses volvidos, dizem-nos que a crise está em vias de ser ultrapassada.
Das duas uma: ou a crise não era da dimensão anunciada; ou era, e nem quatro anos (quanto mais quatro meses) chegam para a debelar (ou o mercado hipotecário não assenta em mútuos de longo prazo, de 25, 30 e até mais anos?).
Esta insanidade da economia de mercado, alimentada por uma Imprensa prostituta, que a serve nos exactos termos das suas necessidades, só pode levar a mau fim, tal o sentimento de impotência, de ignorância e de medo que deixa como rasto.

ESCUTAS

O método mais errado e cobarde de impôr uma ideia é pelo clima do medo. Revela falta se sensatez, de argumentos e, quase sempre, de razão.
Mas, como é fácil, é usado e abusado.
O Governo quer, à força, impor um alargado princípio de escutas telefónicas. Permite com muito menos meios e, por isso, custos, atingir os mesmos objectivos de investigação. O problema é que, pelo meio, atropela tudo o que são direitos constitucionais, com abusos escandalosos por parte das entidades (MP e mesmos Juizes) que têm o dever de controlar o processo.
Impunha-se, por isso, prudência e um rigoroso debate em torno da questão.
Mas, como Alberto Costa, essa "proeminente" figura da justiça portuguesa, tem pressa, no seu estilo bonacheirão, foi à AR falar de "terrorismo", "atentados" julgando que, assustando-nos, legitima a política e a medida.
Acaso a ideia entra na cabeça de qualquer cidadão, por mais incauto que seja? Acaso julga que acreditamos que esse é o seu propósito? Alguém acredita que um país que ninguém sabe onde fica está nos planos de qualquer organização terrorista? (salvo se for para umas férias no sol do Algarve).

quarta-feira, outubro 31, 2007

ENTREVISTA

A entrevista de Miguel Sousa Tavares, que falo no post abaixo, está neste link directo:
http://wpc2548.amenworld.com/podcast/pet_20071030.mp3
Cortesia habitual
Ouçam-na. É (quase)obrigatório.

INDEPENDÊNCIA

Goste-se ou não do que ele diz, é uma das últimas vozes públicas indenpendentes em Portugal.
A propósito do lançamento do seu novo livro, Rio da Flores, uma entrevista ao seu estilo e, por isso, a escutar. Aqui, no pessoal e transmissível de terça-feira da TSF.

terça-feira, outubro 30, 2007

BEBEL

Bebel é um dos claros casos em que a descendência não envergonha o progenitor.
Filha de um dos maiores músicos da MPB, um sambista notável e um superior escritor de letras, João Gilberto soube dar asas à filha.
Os resultados são muitos e bons.
Este vem do último album. Chama-se Cadê Você?

segunda-feira, outubro 29, 2007

HABILITAÇÃO

De cada vez que ouço uma mulher perguntar "para onde devo virar as rodas para estacionar" só se me inspira uma resposta: para o céu, minha senhora, para o céu. Afinal, com perguntas dessas, só posso acreditar que foi de lá que lhe caiu a habilitação para conduzir.

sexta-feira, outubro 26, 2007

ALEGRIA

Euro atinge máximos históricos em relação ao dólar.
Patróleo ultrapassa a marca, também histórica e igualmente negativa, dos €. 92.
As acções do BCP e do BPI sobem em flecha, animadas pela especulação insane e desenfreada.
Lucros doa BES crescem 60%.
É a depressão total. A sôfrega "verdade" dos mercados. Não leio mais jornais económicos. Deprimo até ao tutano. Definitivamente já só me sobra a bola. Aí sim, o FC Porto continua a dar-me alegria.

quarta-feira, outubro 24, 2007

FARMÁCIAS

Há muitos anos que a lei prevê que a propriedade de uma farmácia e exclusividade de um farmacêutico.
Como os "lobbys" (como agora se chama à corrupção e tráfico de influências) podem mais que a lei, a mesma nunca foi respeitada.
O problema foi detectado e teve honras de reparo ministirial.
"Vamos acabar com isso" esperava-se ouvir o ministro dizer. "Vamos fazer aplicar a lei", nem que fosse só por exemplo.
Mas não. A bonomia do Ministro é grande: vai acabar com a exclusividade. E o que está para trás esquece-se. Afinal, são todos amigos.

LUCROS

Porque a felicidade deles é directa e inversamente proporcional à nossa, é a primeira boa notícia em nove trimestres.

APANHA BOLAS

Paulo Bento entrou no Sporting como salvador do clube.
Ganhou uma Taça, uma Supertaça e... diz mal dos árbitros e de tudo o que lhe aparee à frente, doença, aliás, que parece ter atacado a 2ª circular.
Espremidinho, não dá mais nada.
E o ridículo vai tão longe que ontem, no final do jogo com o Roma, em que voltou a apanhar no lombo, a explicação foi peremptória: "Sabíamos que os apanha-bolas do Roma colocavam a bola muito rápido nos cantos para que pudessem surpreender os adversários e estávamos preparados para isso. Já não estávamos preparados para que, estando o Roma em vantagem, as bolas desaparecessem do campo e tivessem dificuldades em voltar".
Pois, a culpa é dos apanha bolas.

terça-feira, outubro 23, 2007

EU TIVE

"(...) há um valor na continuidade das coisas e nas pesoas que ficam e são essenciais dentro das famílias, que são quase muros que ali estão, venha o que vier. Todos nós tivemos na família alguém que fez esse papel"
Miguel Sousa Tavares

TAMBÉM EU

"Gosto muito, muito do campo. O tempo rende infinitamente mais e a lucidez é muito maior (...). Eu preciso muito de silêncio, de espaço e de tempo. São os três luxos absolutamente imprescindíveis na minha vida".Miguel Sousa Tavares.

segunda-feira, outubro 22, 2007

MELANCOLIA

PGR

A entrevista, irresponsável e inoportuna, do Procurador Geral da República ao Sol, é bem reveladora daquilo que sempre disse do homem: é um pavão que não cabe no galinheiro.
Mais preocupado com a sua imagem, com o faz de conta que faz do que em propriamente em fazer, Pinto Monteiro pertence a esta nova clasSe de políticos (sim, ele é um político, muito mais do que jurista, e espreita sofregamente uma remodelação ministirial na justiça) que vive da e para a comunicação social. Bem plastificado, fica imune ao lodo em que está atolada a PGR. Inteligentemente estendeu o tapete a Maria José Morgado, excelente bode expiatório quando a montanha do apito dourado parir um rato. Apito dourado e todas as demais batalhas contra o vento em que a frenética e histérica procuradora anda embrenhada.
Entretanto, Pinto Monteiro consegue fugir das balas como o diabo da cruz, passando sempre a imagem de que se mais não faz não é porque não queira ou não saiba, é porque o não deixam.
O homem está a prazo (curto) na procuradoria e sabe-o. Aliás, cultiva esse prazo. Os voos dele são outros. Este é apenas de ligação.

PENA DE MORTE

"Tratado reformador permite pena de morte"
Já só faltam mesmo os julgamentos sumários para nos sentirmos verdadeiramente orgulhosos desta progressiva integração europeísta.

domingo, outubro 21, 2007

VERDADES MENTIROSAS

A verdadeira diferença entre o défice agora anunciado (cerca de 3%) e aquele que existia antes deste Governo mandar em nós (3%) foi a forma de o atingir.
Masnuela Ferreira fazia-o à custa de receitas extraordinárias, como a venda de património.
Teixeira dos Santos fá-lo agravando, agravando e agravando os impostos.
Assim como assim, preferia a primeira receita. Mentia na mesma. Mas doía-nos menos.
Como já o tinha dito aqui

quinta-feira, outubro 18, 2007

TAMBOURINE



Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jungle morning I'll come followin' you.
Bob Dylan

terça-feira, outubro 16, 2007

ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA

Num tempo de memórias fracas e efémeras, relembrar os 25 anos sobre a morte de Adriano Correia de Oliveira. A voz inconformada. Inconfundível. Intemporal.

sexta-feira, outubro 12, 2007

DROGA

A gritaria da PJ de cada vez que apreende meia dúzia de doses de coca devia ser acompanhada de idêntica exposição pública quando essa mesma droga é, nos termos da lei, destruída.
Só assim poderiamos ter a certeza que a mesma tem esse destino...

SELECÇÃO

A tremedeira que a equipa de Scolari está a revelar no embate (decisivo) contra uma equipa de um país que, se for pedido, para aí 90% da população nem sequer sabe onde fica, é bem demonstrativa do valor que o brasuca emprestou a esta selecção.
Num país e numa federação a sério, a única coisa que seria possível discutir num embate com o Azerbeijão seria quantos iriamos espetar aos toscos. Assim, as centenas de milhões de contos (não, não me enganei) que Portugal fará entrar em campo vão com fralda (já com manchas) esperar que aqueles senhores de nome esquisito terminado em "ov" sejam, além de toscos e baratos, solidários com a causa nacional, e não se empenhem a fundo.
Francamente, este jogo faz-me lembrar a corrida em que o piloto do Ferrari ficou à espera que o do Fiat 600 tivesse uma avaria à partida para poder ganhar sem sair da grelha.

quinta-feira, outubro 11, 2007

DÚVIDA EXISTÊNCIAL

Se Deus é perfeito e nós somos obra sua, porque raio é que o Misericordioso não nos fez com peças sobressalentes?
Já me contentava com uma vesícula (e um figado, já agora).

quinta-feira, outubro 04, 2007

CAMACHO

Camacho.
Pois. A mim também já só me falta o dinheiro para passar a ser rico. O resto também já tenho.

quarta-feira, outubro 03, 2007

MENINICE

O cheiro das primeiras chuvas na terra das vinhas recém vindimadas começa a sussurrar pela lareira. Apetecem castanhas e jeropiga; nozes e pão de lenha; vem o cheiro a marmelada, a borbulhar no fogão; e do lagar, ainda rosado, o odor intenso do mosto. Incham-se as pipas para a trasfega, o sebo nas juntas, as aduelas soltas a precisarem de martelo.
No campo nú já só sobrevivem as trinchudas, tenras e tímidas, à espera do Natal.
Os tremeliques das velas, que fazem as vezes da luz eléctrica, que falhou às primeiras trovoadas, empurram as pálpebras para o travesseiro de palha, turvando a sofreguidão com que ainda tento acabar o último livro dos cinco. É ó último fôlego das férias. Mas. por agora, a escola que espere. Ainda há muito de importante para aprender por aqui.

LINGUAGEM POLICIAL

"O sujeito, do sexo masculino, praticava o denominado car jack. Introduzia-se em viaturas automóveis com intuito de as subtrair. Praticava-o sobretudo junto de sujeitos do sexo feminino".
Quem diabo é que ensina os polícias a falar? Porque é que não lhes explicam que não devem falar na TV da mesma forma que escrevem relatórios para fins judiciais?
Entre isto e "o gajo metia-se à força nos carros, sobretudo quando eram conduzidos por gajas, porque assim eram mais fáceis de gamar" não sei o que prefiro.

terça-feira, outubro 02, 2007

DOÇARIA

Então e um fidalgo? Ou o pudim Abade de Priscos? E os pingos de tocha? Ou os papos de Anjos? E os fios de ovos? Esses combatem a fadiga e até ressuscitam um morto...

TAMBÉM PENSO ASSIM

Ora, Santana Lopes indignar-se por ter sido interrompido por um directo idiota faz tanto sentido quanto Cicciolina ruborescer ao ouvir um piropo na rua. Aquele homem nasceu, viveu e morreu na televisão. Armar-se em virgem ofendida? Ele? Não pode.
Apenas um excerto da clarividência costumeira do João Miguel Tavares.

ECONOMIA ESPANHOLA

Incumprimento dos pagamentos das hipotecas pode aumentar drasticamente em Espanha
Então não eram eles o paradigma da economia europeia? É só fumaça...

SOARES

O pseudo acto de contrição de Soares, pretendendo dizer que não tinha dito de Menezes e da sua eleição aquilo que todos ouvimos que disse, ultrapassa em muito o limite do tolerável.
É e será sempre muito mais grave a falta de pundonor ao negar a evidência do que eventual infeliz declaração (não creio que o fosse) que Soares tenha entendido que proferiu.
Este é, definitivamente, um novo Soares, em clara perda de algumas das faculdades que fizeram dele um dos mais notáveis portugueses do pós revolução. E é triste assistir a este auto-flagelo público. Há mesmo quem não saia sair de cena.

segunda-feira, outubro 01, 2007

INCORRIGIVEIS

Há muito que as Produções Fictícias prestam um serviço público à nação.
Agora criaram mais outro. Os incorrigiveis, com Ricardo Araújo Pereira, Bruno Nogueira, Zé Diogo Quintela, Herman José e um convidado. É diário e imperdível.

sábado, setembro 29, 2007

DÚVIDAS PÓS ELEITORIAIS

Apurados os votos, será que Menezes ainda acha que o acto foi uma fraude a merecer tratamento judicial? Será que ainda quer interpôr uma qualquer providência cautelar?

INTELECTUAL DA BOLA

De entre as muitas bacoradas que somos obrigados a ouvir aos intelectuais do desporto rei, a de que a bola ganha velocidade quando bate no relvado molhado é de top. É bem reveladora do grau de ciência que povoa cérebros como o do inefável Humberto Coelho.

O BEM E O MAL DE MENEZES

O bem maior e o mal menor reuniram-se na eleição de Menezes.
O já muito muito degradado parque intelectual político levou mais um rombo; a política sensacionalista e cor de rosa, onde certamente a Maya, o padre Borga e o João Baião terão um lugar cativo, um enorme impulso; a animação de feira vais estar de volta aos telejornais, com casos artificiais criados todos os dias; Portas arranjou parceiro à direita para as acrobacias que tanto aprecia; mas este é um mal menor, com que teremos de conviver nos próximos dois anos, altura em que, como o mosto, se revelará a sua abundância de vazio, e num espectáculo público e degradante, se auto-consumirá como outros no passado (cito apenas dois: Santana Lopes e Marcelo Rebello de Sousa).
É que Menezes é assim uma espécie de Santana Lopes mas com muito menos carisma e um verniz que estala muito mais facilmente.
Por outro lado, a purga faz-se no momento que menos doerá ao país. Bem ou mal o Governo está sólido, e o líder do PSD apenas pode esperar apanhar pouco nas legislativas de 2009. Até lá, sem que ninguém precise de fazer nada, num “fungagá da bicharada”, Menezes vai-se auto-flagelar até que se ouça do berro do militante mais anónimo a rogar-lhe as entranhasAí, e como sempre se faz em “real politic”, aparecerá a candidatura credível, sensata, que preparará o partido para as legislativas de 2013. Mas, até lá, levaremos com Sócrates (ou o Gordon Brown dele) com mais uma maioria. Absoluta, com certeza.

sexta-feira, setembro 28, 2007

CULTURA

O uso do telemóvel (e outros objectos) pode dizer muito de um sujeito.
O mesmo interlocutor, objectivo e telegráfico no uso de aparelho próprio, é quase sempre prolixo e chato quando se apanha com telefone alheio. Sobretudo o da empresa. É acultura do "chulanço" que o Tuga tanto aprecia.

IMPOSTO (R)

Fez-me lembrar aqueles presidentes de clubes que sempre que as equipas apanham no lombo desusadamente se apressam em reiterar a confiança no treinador; que, normalmente, uma ou duas jornadas volvidas, é despedido.
Pelo sim pelo não já comprei a verruma para mais um furinho no cinto... Embora tenha encarado a possibilidade de um bilhete "low cost": mas só de ida.

TUDO UMA QUESTÃO DE EUROS

€. 340 foi quanto foi preciso para o Fátima dar a banhada ao FC Porto.
Pelo menos foi este o prémio que a Virgem destinou aos seus jogadores.
Deveria dar que pensar aos dirigentes que pagaram por Farías (sim, aquele pequenote que andou aos trambolhões pelo campo todo) tanto como o orçamento de três épocas do clube vencedor.

quinta-feira, setembro 27, 2007

ELIMINAÇÃO

Lançar oito reforços de uma vez teve o "mérito" que teve: o FC Porto jogou metade do encontro como uma manta de retalhos e foi eliminado da Taça da Liga sem honra nem respeito.
Porém, maior que os malefícios da eliminação é a crise de confiança que com esta gestão, desastrada e desastrosa, Jesulado colocou em metade do plantel.
Tenho visto decisões mais precipitadas ou mais cautelosas de integração de reforços. Mas nunca tinha visto nem o calculismo de não usar quase nenhum (como até ontem) muito menos a irresponsabiliade de os colocar todos de uma vez.
Jesualdo bem pode dizer que sente vergonha com a exibição. Aliás, deveria tê-lo dito com maior firmeza. Tem é que pensar que essa responsabiliade começa e acaba só nele. Inteirinha

quarta-feira, setembro 26, 2007

GESTÃO DE ACTIVOS

O Estado parece empenhado em "privatizar-se".
Agora promete entrar num terreno que se supunha dos privados: a gestão de activos.
Vai convidar os portugueses a confiarem nele a gestão de poupanças com vista a melhoramento da pensão de reforma.
Se fico espantado com a atitude do poder, mais vou ficar quando vir que os "Tugas" se esquecerem que o estado que lhes pede dinheiro para gerir é o mesmo estado que enterrou, em políticas catastróficas, a expectativa de reforma que todos tinhamos quando começámos a trabalhar. E, numa atitude suicida, lhe entregue as magras economias que lhes vão sobrando depois do sanguessuga lhe ter aspirado quase tudo em taxas, contribuições e impostos que gere e desbarata muitas vezes de forma irresponsável.

MILAGRE SOCALISTA

A "nouvelle vague" socialista encontrou o milagre para todos os problemas do défice: carrega nos impostos e "tá feito".
Agora é António Costa que, com um despudor e irresponsabilidade desusada, anunciou um aumento, em cinco anos, de 94% do já caro IMI.
Não perceberão estes pseudo 3ª via de socialismo de sargeta que apertar com tanta violência o garrote acaba por matar com a cura?

segunda-feira, setembro 24, 2007

NUESTROS AMIGOS E HERMANOS



Esta placa, colocada em pleno centro histórico de Valença, no Minho, faz um contraste brutal com as ameias e alguns canhões ferrugentos, colocados um pouco adiante e virados para Espanha, a lembrarem o bons velhos tempos em que Portugal era nosso.

Para completar só falta mesmo a reclame: SALDO.

FEDERAÇÃO

A patética declaração de Madail de hoje, a apoiar publicamente o seu subalterno Scolari depois de este lhe ter dado mais do que motivos para o despedimento com justa causa, apenas prova que:
1. Madail não manda na federação: utiliza-a.
2. A direcção da federação é composta por um misto de covardes e politicamente correctos que não faz o que deve mas o que LHE convém.
3. A federação tornou-se num negócio onde, por acaso, se usa o nome de Portugal e de um punhado de jogadores.
4. Scolari pode-nos perder o respeito de vez (se é que alguma vez o teve).
5. A Cutty Sark bem pode começar a pensar roubar à Sagres o papel de principal patrocinador da selecção.

AVIÁRIO

Há um louvor incontornável a prestar à administração do Sporting: encontrou, para a época de 2007/08, um mãos rotas tão incompetente quanto o antecessor.
Acho mesmo que é uma graça especial dos seus dirigentes esta queda pelos aviários...

quinta-feira, setembro 20, 2007

REGRESSO

Volta. Volta que nós corremos com o macaco e o professor. Nem que seja ao pontapé.

LAPAS

O de Santa Comba Dão precisou que um banco e uma bendita esquina de armário lhe pusessem o crânio em estado de ingovernância para se despegar do poder.
Jardim Gonçalves parece que nem assim. Só mesmo de bazuca.

quarta-feira, setembro 19, 2007

TERRORISMO... VERBAL

Apenas Portugal, dos quatro países que viram os seu quatro mentecaptos líderes decidirem nos Açores a invasão do Iraque (é certo que só três decidiram verdadeiramente, uma vez que Durão estava lá mais para os cafés) ainda não sofreu represálias terroristas.
Défice que o nosso inefável líder parece empenhado em rectificar com as declarações proferidas na recente visita a Bush e, sobretudo, ao vir agora a terreiro apoiar as declarações públicas do verdadeiros índios que assaltaram o poder em França, quando deixaram implícita a possibilidade de se abrir uma guerra ao Irão caso este persista no desenvolvimento das suas armas nucelares.

FÉRIAS

O mesmo Estado que demagogicamente entrou numa suposta reforma de justiça, cometendo atrocidades como a do encurtamento das denominadas férias judiciais (que não é a mesma coisa de férias de Tribunais) é o mesmo Estado que permite que o parlamento nacional encerre para férias durante mais de dois meses. Período durante o qual muitos deputados enchem os bandulhos nos escritórios de consultoria de que são titulares (muitas vezes indirectos), beneficiando do politicamente denominado "lobby" que vão fazendo no "defesa da causa pública".
Não é que acredite que se as férias dos deputados durassem menos a legislatura correria melhor. Acho mesmo que quanto menos tempo alguns deles passarem pelo parlamento mais seguro estará o Estado de Direito, com enfoque muito especial para a bancada de Portas. Mas é a questão do princípio e, sobretudo, do exemplo, que o Estado arrogante e autoritário se recusa normalmente, a dar.

segunda-feira, setembro 17, 2007

VACATIO

Vacatio legis é um palavrão que designa o período que medeia entre a publicação de uma lei (ou outro normativo) no Diário da República e a data da sua entrada em vigor.
Como qualquer incauto consegue perceber, quanto mais complexa, quanto mais estruturante e quanto maiores implicações tiver a norma publicada, maior deverá ser o período da vacatio. É preciso que a sociedade, em geral, e os operadores da justiça, em particular, tenham tempo para ler e digerir o diploma.
Por isso um Código, ou as suas alterações profundas, costumam ter períodos de vacatio de 90, 120 e, até, 180 dias.
As reformas dos Códigos Penal e de Processo Penal tiveram... 15 dias.
Claro que tinha que dar asneira.
É óbvio que entrou em vigor antes de alguns (a maioria) ter tido sequer tempo de os ler. Quanto mais de os perceber.
Isto agravado pelo facto de termos um legislador incompetente (o preço de políticos baratos é, também, o de termos lei mal feitas) que agora, muito à moda lusitana, já está de tesoura e linha na mão, preparado para o retalho das leis e remendar a muita asneira que escreveu.
No fundo no fundo, nada de novo.

INDULTOS

São mais 43 indultos celestiais. Ladrão que rouba a ladrão...

LOBINHOS

Os "lobos" até podem ter feito um milagre ao consegirem o apuramento para o Mundial de Râguebi.
São valorosos, amadores contra profissionais, etc.etc.etc.
Mas apanharem 108-10 de um adversário não deveria merecer mais do que nota de rodapé. E uma séria reflexão sobre se vale a penas ir a um Mundial para isto. Se este é o caminho do crescimento.
Mas a alma lusa tem caminhos estranhos. Sempre tão afoita em malhar nos conterrâneos, em riducularizar-se numa autoflagelação primária tem, por vezes, uma comiseração estranha. Como agora, em que lhe dá dá para exaltar com os "lobos" a apanharem no lombo pela medida mais grossa.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Mc Cann

Há textos obrigatórios.
Fernanda Câncio, com quem estou muitas, muitas vezes de acordo, escreve no DN de hoje uma crónica em que diz quase tudo que há a dizer sobre o caso Mc Cann.
Um cheirinho apenas: Como o antropólogo Bruno Sena Martins no seu blogue (http/avatares-de-desejo.blogspot.com/), também eu "quase desejo que aqueles pais sejam culpados para não estarem inocentes a sofrer tudo isto."

RATOS

Porque será que aqui não vemos a "isenta" Morgado com os seus espirrinhos moralistas a desatar a reabrir processos?
Onde está a moralite pública sempre tão afoita em desconfiar dos arquivamentos dos inquéritos quando as cores não são vermelhas?
E a Pinhão? Atolou-se de vez no bueiro?
E o Vieira? Caladinho como um rato...

DESCULPAS

Depois de Scolari vir a público pedir desculpa mas recusando demitir-se e do silêncio de Madail em torno da situação, pergunto: que mais é preciso um trabalhador fazer para ser despedido com justa causa e, simultanemanete, réu numa acção com um pedido de indemnização adequado à lesão que causou na imagem do país e do futebol nacional?

RETOMA

O Banco Central Europeu veio refrear os ânimos advertindo que a retoma económica estaria terminada.
Como ouvi alguém com graça dizer hoje é assim uma espécie de "vai ser bom não foi?"

quinta-feira, setembro 13, 2007

RECÂMBIOS

A tentativa de agressão de Scolari a um Sérvio depois de uma exibição paupérrima da equipa nacional deixa reunidas as condições para o recâmbio do sargento.
E, se restar um pingo de senso aos presidentes das associações, para dispensar igual andamento ao pai da coisa, de seu nome Madail.

SCOLARI

Pela primeira vez desde que chegou a Portugal Scolari tem jogado com uma equipa sua. Até ao Mundial beneficiou da magnífica espinha dorsal deixada por Mourinho (Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Nuno Valente, Deco, Maniche, Costinha). Limitou-se a encher o resto dos espaços, beneficiar de vários golpes de sorte e muita, muita psicologia de grupo (a única coisa em que efectivamente é bom).
Agora renovou. Criou por si. Os resultados estão à vista.
A equipa não joga, as escolhas são por vezes ridículas (Postiga, Nuno Gomes, Ricardo, Meira, Caneira, etc. etc.), a covardia do "mister" vê-se a cada encolhimento (defender quando se vence por um tem perigos bem evidentes) e nas justificações (passou 90 minutos a não jogar e depois veio justificar o empate com um pretenso erro do árbitro).
Dos (dizem-me) €. 150 000 mensais que aufere, Scolari não vale €. 5.000.
Será desta que o empandeiram?

O CORAJOSO SCOLARI I

Aquele soquito e foge de Scolari para, logo de seguida, já protegido por meia dúzia dos seus, armar ao forte no género "agarrem-me senão eu mato-o" é bem indiciador do espírito do seleccionador nacional: um covarde que apenas fala grosso quando sente as costas quentes.

quarta-feira, setembro 12, 2007

HORÁRIOS CONTROLADOS

Não podia estar mais de acordo com a medida. E acho mesmo que devia ser estendida aos demais sectores públicos onde isso não sucede, como os Tribunais, onde todos os magistrados deviam estar sujeitos ao controle de horas de trabalho. Aí sim, a produtividade aumentava de certeza, em vez de se ter andado com medidas ridículas como a diminuição do período das férias judiciais.
Porém a medida tem um reverso, que tem obrigatoriamente que ser ponderado.
O Estado que veste a pele de controlador, exigindo rigor aos seus subalternos, tem que dar o exemplo. Por isso, quando no controle de horas verificar que o funcionário trabalhou mais do que estava obrigado, tem que ser célere e exemplar no pagamento dessas horas. Ora é aqui que a "porca torce o rabo": o Estado que mais exige é quase sempre o que menos cumpre. E o nosso é o exemplo maior deste estado de espírito.

terça-feira, setembro 11, 2007

MACEDO

A reorganização dos serviços de finanças do Porto, a que o Dr. Paulo Macedo pomposamente chamou de reforma de um coisa qualquer de que não me consigo (nem quero) lembrar do nome, já começou a produzir efeitos.
Em vez dos 2 minutos que normalmente demorava a adquirir na tesouraria os livros de recibos que emito a quem presto serviços agora demorei um hora.
Fiquei eu, mais uma dúzia de incautos cidadãos e uma muito mal disposta funcionária mergulhados num programa informático absurdo, que não respeita prioridades nem a simplicidade do serviço a prestar. Trata, de forma igual, quem lá vai por 2 minutos como qem vai para estacionar por 1 hora, a tentar resolver assunto mais complexo.
É por estas (e por outras) que acho que Macedo já vai tarde. O mito perdurará, mas não será mais do que isso mesmo: um mito.

quinta-feira, setembro 06, 2007

INGERÊNCIA PRESIDENCIAL

Já perdi a conta às vezes em que aqui escrevi que não me iludia com o clima de cordialidade e cooperação institucional dispensada por Cavaco ao Governo.
Venho referindo, amiúde, que mais dia menos dia, o regime de ingerência começaria. Fi-lo aqui, aqui ou aqui. É que está-lhe no sangue. Cavaco é mandão. Paizinho. É muiiiiiito do que de pior pode existir num professor.
Dos três vetos políticos mais recentes, há um que choca qualquer mente democrática: a da lei da responsabilidade civil extracontratual do Estado.
Aprovada por unanimidade pelo parlamento, é óbvio que, se ainda restar um pingo de coerência política aos partidos, o destino do veto é a descida ao plenário, a nova aprovação e a obrigatoriedade constitucional de Cavaco a promulgar.
Por isso, pergunto: porque é que Cavaco a vetou?
Das duas uma: ou espera conseguir ingerir-se no trabalho político do seu ex-partido, colocando-o entre a espada e a parede e obrigando-o a "desvotar" a lei que votara. E marca a agenda da oposição.
Ou quis mostrar a Sócrates que o seu estado de graça presidencial terminou. E marca, a ferro quente, a do Governo.

MACEDO

Três ou quatro assaltos a agências bancárias e, num exercício do mais despudorado oportunismo político, o PSD vem berrar a existência de um clima da insegurança. Curiosamente pela voz de um ex-secretário de estado da justiça em cujo consulado os níveis de criminalidade foram bem superiores aos actuais.

MULTA?

Vasco Pereira Coutinho, "pato bravo mor" do mercado bolsista nacional, terá sido multado em 50 mil euros como consequência das suas declarações públicas a propósito de um pretenso interesse de investidores chineses na OPA ao Benfica.
Interessante seria, porém, apurar o montante de mais valias que o dito cujo conseguiu com as declarações. Povavemente chegariamos à conclusão que os ditos 50 mil não passam de migalhas...

quarta-feira, setembro 05, 2007

FUSÕES

Tradução: amanhã vai haver um projecto de fusão BCP/BPI.

TAXI DRIVER

Os tiros, as mortes, as bárbaras agressões na noite do Porto e Lisboa multiplicam-se ao ritmo inversamente proporcional à capacidade (ou vontade?) das forças policiais actuarem.
De repente, quando leio relato de mais um escabroso espisódio vem-me à memória a figura do Taxi Driver. E fico com pena de não gostar de me ver com a cabeça rapada...

segunda-feira, setembro 03, 2007

domingo, agosto 12, 2007

SUPER TAÇA

Conclusões da Super-Taça:
1. O FC Porto, ao jogar com a quase totalidade da equipa que foi campeã nacional (só mudou Pepe por Pedro Emanuel) tinha a obrigação de ser favorito, jogar melhor e tentar vencer. Não o fez, sobretudo na segunda parte.

2. Pedro Emanuel está muito longe de poder ser titular: é lento, está com clara falta de sentido posicional e não lhe chega a experiência. Foi batido várias vezes e esperam-se grande calafríos na época.

3. Jesualdo não tem arcaboiço para os grandes momentos: perde-os todos. Acagaça-se nos momentos decisivos e, para parecer o Fernando Santos só lhe faltam os esgares do pescoço. Que raio de gestão de plantel ele anda a fazer...

4. Aliás, ninguém o compreende: o melhor portista em campo (Raúl Meireles) foi substituído de forma inacreditável, sobretudo quando Assunção já tinha um amarelo. A falta de criatividade evidenciada pela equipa exigia mudanças muito antes dos 65 m.
No primeiro jogo da época tinha um avançado, que aos 60m estoirou sem substitutos (porque foi Postiga proscrito?) e outro (Lisandro) que não chegou a estar em campo. Arrumou (para o Leixões, Académica, etc. etc.) inúmeras grandes promessas e valores a troco de gente de qualidade mais do que duvidosa.

5. Reforços? Onde? Kaz, além de nome de bebida gaseficada é o quê mais? Lembram-se quem deu espaço a Izmaielov para rematar? Já devia estar cansado: afinal tinha feito já uma corridinha... E os outros? Se nem sequer entram ou o fazem a 10 minutos do fim, porque vieram?

6. O Helton vai fazer uma lavagem cerebral ou vai antes continuar a acumular estupidez atrás de estupidez como fez ontem? Será que o Jesulado fala com eles? Lhes aponta os erros?

7. Palpita-me que vai ser o ano das desculpas. Desta vez foi o penaltie (muito, muito duvidoso) e a desgraça das três bolas no poste. Amanhã serão outras

quinta-feira, agosto 09, 2007

VIVA A ECONOMIA DE MERCADO

Há remédios de venda livre que duplicaram o preço

LOUREIRO

Recuo um par de anos e não esqueço aquela imagem, semi clandestina, de Dias Loureiro entre as árvores, a conversar com Santana Lopes em vésperas da mais desastrada decisão presidencial do pós 25 de Abril e que levou o “playboy” a PM.
Loureiro parecia o salvador da pátria, o único capaz de fazer a ponte.
Mas recuando mais vejo Dias Loureiro como um dos confidentes de Cavaco, num Governo fechado e austero, em claro contraste com o de Santana.
Ainda lá atrás vejo Loureiro a casar a descendência com a descendência do líder da oposição, num jogo táctico e calculado.
Vejo-o, também, como um dos acérrimos defensores das lides de Durão, designadamente a tentar justificar o injustificável, quando aquele abandonou o país a troco de um lugar milionário, de luxos e serviçais que a mais ninguém trará proveito que não ao próprio e aos seus assessores.
Agora Loureiro aparece como o mentor da moção de Marques Mendes para as directas de Setembro. Dias Loureiro é assim. Move-se entre os pingos da chuva, que parecem ter pudor em tocar-lhe. Está sempre de bem com gregos e troianos. É certo que lhe parece faltar cálcio nas costas. Mas hoje isso passou a ser mérito.

quarta-feira, agosto 08, 2007

TORGA



Numa altura em que quase tudo é efémero, e num país que é tão bom aluno da causa, a homenagem que a Câmara de Coimbra fará a Miguel Torga, quando correm 100 anos sobre o seu nascimento aparece como uma lufada de ar fresco. Uma casa museu, a ser inaugurada domingo, é um lição para Vila Real (concelho onde nasceu) e à freguesia de Sabrosa, onde as evocações a um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos apodrece para vergonha de todos (basta olhar para o busto colocado debaixo do negrilho).

A língua portuguesa no século XX deve a Torga aquilo que um filho deve a um pai na hora em que sai de casa: reconhecimento; penhor; louvor.

E sendo já tão poucos os símbolos contemporâneos a que a portugalidade tem a que se agarrar, evocar e lembrar os que existem nunca é nem será demais.
P.S: Onde em cima se lê Concelho deve ser lido Distrito de Vila Real. E a freguesia de Sabrosa é, obviamente, concelho. Porque freguesia é S. Martinho de Anta. Fica a correcção. Mas o que conteúdo vale na mesma.

terça-feira, agosto 07, 2007

BUG?

O "bug" informático do Millennium recordou-me um outro Bug: o Bunny. Lembram-se, aquele coelho que saí da toca desesperando o Sammy (ou quem mais o perseguia), e sempre com a pergunta desconcertante: "What s up, doc?".
Olhei para nós todos com cara de Sammy, enquanto os Bunny (Jardim e Teixeira Pinto) se riem à descarada. A montanha BCP ainda vai parir um rato...

PORTAS QUE O PARIU

A minha antipatia por Portas veio sempre do facto de o considerar intelctualmente desonesto.
Reconhecendo-lhe méritos inegáveis, vi-o sempre como um oportunista, sem obediência a princípios ou regras que não o do seu sucesso imediato. Atropelou tudo, dizimou quem teve que dizimar (alguém algum dia pode esquecer a história da manta da Tap "roubada" por Deus Pinheiro? ou a forma como "matou" Manuel Monteiro?) para chegar onde quis.
O ar de virgem ofendida com que agora diz ir responsabilizar o Estado por violação do segredo de justiça, por se considerar julgado nas páginas e imagens da comunicação social ultrapassa todos os limites de que o julgava capaz. Foi assim que comeu durante os anos do Independente, e só quem for parvo o pode esquecer.
Digo, em post anterior, que a Lei de Talião ainda é a mais justa.
Porém, para que Portas pagasse, com dentes e olhos, o muito mal que fez às pessoas e à democracia portuguesa, bem precisava de ter duas dúzias de vidas.
Há muito que anseio pelo seu funeral político. Pergunto-me é onde e o que é que ele vai estragr depois dos sinos dobrarem a finados?

SELVAGENS

Só Roquete vai criar 17 000 camas junto ao Alqueva.
É o assassinato de um dos últimos lugares de Portugal que ainda valem a pena.
O projecto, que carece de autorização governamental, não vai sofrer entraves. Vão retalhar o Alentejo às postas, como fizeram com o Algarve e a Madeira. Depois, quando já tudo estiver destruído, avançarão para o Douro, para a Serra da Estrela e assim sucessivamente. Até não haver mais nada para contar.

TALIÃO

Ainda é a melhor, porque mais justa, Lei humana.

segunda-feira, agosto 06, 2007

COOPERAÇÃO?

Foram várias as vezes em que escrevi lá para trás (quem não sabe ou acredita que vá procurar) que era apenas uma questão de tempo até que os amores de Cavaco por Sócrates se desvanecessem.
Disse sempre que não acreditava na propalada cooperação institucional e que está no sangue de cavaco ser mandão e ingerente.
O espisódio em torno de Dalila Rodrigues (destituída presidente do Museu de Arte Antiga), com Cavaco a elogiar resgadamente a senhora demitida, indirectamente, é certo, pelo Governo, é um sinal inequívoco de que estava certo.
A muito breve trecho virão outros episódios.

sexta-feira, agosto 03, 2007

PT

Só quem ainda não foi vítima da prepotência, desleixo, falta de vontade de ajudar o cliente, é que se pode espantar com o montante da coima - 38 milhões de euros - aplicada à PT.
Só quem nunca tentou mudar de operadora telefónica e esbarrou nos truques da PT para negar, por exemplo, a portabilidade do número antigo, pode achar um exagero a forma severa como a empresa foi autuada.
Claro que o gigante vai agora encetar um longo, complexo e desigual processo judicial, arrastado por anos a fio, até que, pelo desgaste, leve a água ao moinho pretendido.
E, na pior das hipóteses, perdendo a contenda (o que não acredito) terá sempre garantido o ressarcimento: aumenta-nos o preço das chamadas e dessa inqualificável coisa a que chamam assinatura e tem o seu problema resolvido.

quinta-feira, agosto 02, 2007

GARIMPEIROS


A um passo de perder a guerra que ele próprio criou, o moderno garimpeiro da actividade bancária fez o acto de contrição e tentou enterrar o machado de guerra. O problema é que parece ter-se engasgado ao fumar o cachimbo da paz e, ou muito me engano, ou o grande chefe da tribo não lhe vai perdoar a desfaçatez. Vai-se afundar com os patos bravos de que se rodeou, com destaque para a ave mor, de nome Berardo.

quarta-feira, agosto 01, 2007

AEROPORTO

Ora isto começa, finalmente, a fazer sentido.
Arruma com a especulação. Rentabiliza o que já existe. Não avança de cabeça para um projecto que hipoteca as contas do país por 20 anos. Apresenta estudos credíveis e compreensiveis (ao invés da OTA). Fica mais perto de Lisboa. Cria um processo gradual. Tem redução de custos de mais de 50% comparativamente à OTA.
Só não me sai da cabeça uma pergunta: com tanta vantagem porque é que o desbocado Mário Lino continua a manifestar tantas resistências?

QUEM É QUE PAGA?

Dizia António Variações que "quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga".
Neste caso, quando o mercado não tem juízo, os proprietários é que pagam.
Há muito tempo me interrogo como é possível que o mercado imobiliário em Portugal, mergulhado numa crise avassaladora, não consiga por si corrigir os preços de uma especulação desenfreada e insane em cuja espiral mergulhou na década de 90 e da qual nunca mais saiu.
O mercado, esse paradigma do liberalismo selvagem, tem dessas irracionalidades que merecem correcção da razão. Pelo que não podia estar mais de acordo com a medida proposta pelo Bloco de Esquerda. Pergunto é quanto tempo vão demorar a importá-la para o Porto.

DISCIPLINA

As explicações da Ministra da Educação sobre o caso Charrua foram de um atabalhoamento tal que começo a pensar que não é suficiente pedir somente a cabeça da directora regional que decidiu levantar o processo disciplinar.
Dizer que houve toda a razão para mover o processo e que o arquivamento ditado por ela se ficou a dever a questões políticas é brincar com coisas sérias e revela uma irresponsabilidade tal de quem dá cobertura a um clientelismo político que só merecia um destino: ministra na rua.

quinta-feira, julho 26, 2007

OPA II

Fernando Ulrich disse, em entrevista ao Diário Económico, que “Está fora de questão OPA ao BCP”.
Utilizando um paralelismo futeboleiro, tão do nosso agrado, de cada vez que um presidente vem ao terreno afirmar a confiança no seu treinador ele não dura, normalmente, mais de um ou duas semanas no cargo...

OPA

Pode não ser bonito.
Pode não ser didático.
Mas a vingança serve-se fria. De preferência vinda directamente do congelador.

terça-feira, julho 24, 2007

TRIBUNAIS

Em 2002 um credor pediu que o tribunal solicitasse informações ao Banco de Portugal sobre a existência de eventuais contas abertas em nome de um devedor.
As informações foram prestadas pelas diversas instituições bancárias a esse mesmo Tribunal entre Junho e Julho de 2003.
O Tribunal remeteu as cópias dessas informações ao mandatário da credora em... Julho de 2007. Ou seja, demorou QUATRO anos a tirar 15 fotocópias e a remetê-las por correio.
A credora, que reclamava neste tribunal esta e várias outras dívidas, faliu em 2005. Por não conseguir cobrar o que lhe deviam.

segunda-feira, julho 23, 2007

MATERNIDADE

Durante o dia inteiro ouvi e li que o Governo adoptou novas medidas de apoio à natalidade, onde se inclui o alargamento da licença da maternidade para 150 dias.
Ora essa é uma regra que já está em vigor desde 2004, altura em que entrou em vigor a Lei 35, que o dispõe expressamente no art.º 68º.
É verdade que o Governo não tem culpa da ignorância dos jornalistas.
Mas pergunto se teria deixado ficar no ar a asneira caso ela fosse no sentido inverso, dizendo que a licença tinha passado de 150 para 120 dias? Teria o ministro Vieira da Silva, numa das 500 declarações que fez durante o dia, perdido a oportunidade de corrigir o erro?

BARÕES FALIDOS

O PSD foi sempre o cantão de barões e das baronesas. Nobres escondidos atrás do biombo das suas doutas opiniões. Gente notável que, em bom rigor, a maior parte das vezes pouco mais vale, democraticamente falando, que o seu voto.
Pergunto quantos votos vale Balsemão? Miguel Veiga? Manuela Ferreira Leite? Ângelo Correia? Eurico de Melo? Miguel Júdice? Mira Amaral? António Borges? Fernando Nogueira? Morais Sarmento? Aguiar Branco? etc.etc.etc.etc. Com sorte, a votos, colhiam a simpatia da família e pouco mais.
Todos falam, regularmente, de cátedra. Mas com a mesma regularidade recusam ir a jogo. E não é por falta de oportunidade.
Paradoxalmente, o dito partido dos barões entrega-se, regularmente, em actos suicidas, nas mãos dos bobos e dos caciques. Foi assim com Santana Lopes. Meros dois anos volvidos promete repeti-lo, agora com Menezes.
Os barões esses vão continuar escondidos nas cortes.

COMBUSTÃO

A combustão lenta mas progressiva de Portas, ainda por cima no braseiro que o próprio ateou, é um dos prazeres deste Verão. Que pretendo saborear até ao tutano.

quinta-feira, julho 19, 2007

MEIAS TINTAS

O partido das meias tintas que Portas construiu ruiu como um castelo de cartas.
Seja o CDS que herdou, o PP que construiu ou o CDS/PP que mitigou.
A dialética populista que o catapultou só dura um fogacho. O povo pode até não ser o paradigma da clarividência (e tem dado amiúdes provas que o não é) mas, com tempo e paciência, acaba por trazer alguma razão à bondade do voto.
Não se pode ser simultaneamente liberal ortodoxo e populista; urbano a falar de lavoura; conservador a armar-se em “sexy”; E pode demorar mas toda a gente acaba por perceber a total ausência de conteúdo programático das palavras de Portas, Telmo, Nobre Guedes e a mais meia dúzia de imberbes que os rodeiam que fazem da política a profissão e o caminho rápido e fácil para o sucesso. Pode demorar a cobrar mas ninguém gosta de ver outrém a ocupar o poder com golpes palacianos tão característicos em Portas. Já nem sequer a teoria da vitimização em noite eleitoral comove a malta. Está-se tudo nas tintas para um dos maiores caceteiros da política nacional do pós 25 de Abril. Ele tenta, desesperadamente, acreditar que não é assim.

ASSESSORES

Adivinhem lá quem é o autor da gracinha?
Chamam-lhe Tó-Zé. Dizem que é Seguro.
É de fugir.

quarta-feira, julho 18, 2007

NOTÍCIAS

notícias que só mesmo num pasquim ordinário como o 24 horas.
Drogba no FC Porto é tão credível e noticiável como uma nave bragançana acostar hoje à noite à lua; ou que Maria José Morgado está imbuída de espírito de missão na cruzada contra o crime. Há factos que fedem a milhas. Só lhe pega quem quer.

terça-feira, julho 17, 2007

MENEZES

Em 40 minutos de entrevista Menezes invocou, em jeito de comparação, Sá Carneiro por três vezes. E outras tantas Cavaco.
Disse por três ou quatro vezes que não queria falar de Mendes mas do país, mas de cada vez que pode bateu a bom bater no líder.
Sem uma única ideia válida, refugiado na trincheira do terrorismo político que anda a praticar por todas as distritais do país, Menezes minou a bom minar a direcção de Mendes, num escabroso exercício de demagogia e populismo de feira.
Se é verdade que Portas já mostrou que a receita está esgotada entre nós (pelo menos no voto popular), não é menos verdade que o PSD tem uma tendência nata para o auto-flagelo, elegendo lideres que não lembra ao diabo. Os mais de 40% que Menezes teve no último congresso são preocupantes. Mas mais preocupantes são as movimentações internas no PSD, que se está nas tintas para o bem do partido e do país. Os barões movem-se no escuro (Aguiar Branco, Rio, Ferreira Leite, Sarmento, etc.etc.) à procura da oportunidade que nunca tiveram. E marimbam-se se, para marcarem posição, o preço a pagar seja ter Menezes a correr para Primeiro-Ministro.

segunda-feira, julho 16, 2007

MENDES E OS VOTOS

Marques Mendes fez o aquilo que toda a gente lhe pedia e a única coisa que lhe restava: retirou a confiança ao cadáver político em que se tornara o presidente Carmona e provocou as eleições que toda a oposição queria mas que, hipocritamente, se recusava a reclamar.
Mendes voltou a fazer o que devia ao ir pescar uma candidatura credível – Fernando Negrão - de um homem com um discurso sério, com um passado impoluto.
Mendes deu o peito às balas e salvou Lisboa da incompetência governativa em que mergulhara e de onde o calculismo partidário (toda a gente sabia que nunca haveria um verdadeiro vencedor em eleições interlacares) se recusava a retirá-la.
Mendes mostrou ter sentido de oportunidade, de Estado e de ser, acima de tudo, sério.
Resultado: vai a directas com um playboy político – Menezes - (no PSD crescem como cogumelos) e com, quem sabe, mais um político de gabinete (os denominados barrosistas, seja lá isso o que for), daqueles que não tem coragem para deitar abaixo o líder de forma assumida mas, nos bastidores, não deixa de remexer o lixo à procura da sua oportunidade. E arrisca-se a perder numas eleições directas aquilo que lhe demorou anos a construir.
Resumindo: fez o que devia, como devia e quando devia (ok, talvez um bocadinho tarde).
Mas o voto, esse pilar cego da democracia, nem sempre é justo e esclarecido (Carmona ser o segundo mais votado é disso prova bastante), corre quase sempre atrás da demagogia e do discurso barato (como é que Santana alguma vez ganhou um acto eleitoral, nem que fosse para a administração do condomínio do prédio onde vive?), ou, pior ainda, do sebastianismo tão lusitano (Roseta é a sua prova cabal). E, ou muito me engano, vai comer Mendes vivo.

sexta-feira, julho 13, 2007

FRAUDE

Que mais precisa o homem de fazer para os responsáveis perceberem que José Couceiro é uma fraude e o banirem do futebol de vez?
Só falta entregarem-lhe os comandos da selecção principal para ele nem sequer conseguir chegar ao Euro...

RECURSOS

Tal qual está actualmente a lei processual civil admite recurso das decisões dos tribunais de primeira instância quando em causa esteja um valor superior a 3740,98 (750 contos). E admite recurso da decisão do tribunal de segunda instância (Relação) quando esse valor ascenda a 14 963,94 (3000 contos).
Ontem o Conselho de Ministros aprovou uma alteração legal que ditará que esses valores aumentem para o dobro.
Trata-se, dizem, de impedir que os Tribunais superiores andem ocupados a discutir bagatelas económicas.
Tudo estaria muito correcto, não fossem dois pequenos dados:
O primeiro, e mais importante, o facto das primeiras instâncias produzirem cada vez mais decisões más e injustas (a quantidade de vezes que a segunda instância as revoga ou altera é disso sintoma inequívoco). Má preparação dos magistrados, excesso de trabalho, tudo pode ser vir para explicar o facto. Mas não são culpados que se devem buscar, mas sim soluções. E por isso, na medida em que quarta a possibilidade de más decisões poderem ser corrigidas, esta opção legislativa é um erro. Em segundo lugar porque aquilo a que se chama bagatela económica é, se dividirmos pelos 12 meses do ano, menos que o salário médio nacional que, para quem não saiba, é de 650 euros (130 contos). Ora, dizer a um cidadão que não pode recorrer de uma decisão que ele entende injusta só porque o montante em causa é igual (ou ligeiramente inferior) ao seu salário de um ano inteiro, sugere-me uma “justiça!!!” de elite como no futuro o serão a assistência na saúde, a habitação ou outros valores que a revolução francesa nos ensinou como sendo a base de uma sociedade dita civilizada.

SUPREMO

O Supremo Tribunal de Justiça condenou, com uma severidade desusada, a seguradora Império a indemnizar com 600 mil euros o sofrimento e a incapacidade de uma vítima de acidente que ficou privada do uso de um braço.
Duas notas rápidas sobre as conclusões do acórdão.
"Acabou o tempo das indemnizações insignificantes", dizem os Conselheiros, numa acertividade que devia ter mais irmãs naquele Tribunal.
"O objectivo essencial do aumento dos prémios dos seguros não é o de garantir às companhias seguradoras a obtenção de lucros desproporcionados, mas antes o de, em primeira linha, assegurar aos lesados indemnizações adequadas", acrescenta o mesmo relator, num lirismo descontextualizado do mercado. A companhias são e serão máquinas de fazer dinheiro. Está-lhes no escopo social e no próprio "sangue". Basta olharmos para alguns sistemas judiciais onde as condenações são duras como esta foi (veja-se os EUA ou a Grã-Bretanha) para percebermos quem vai pagar a factura desta correcção jurisprudencial: os tomadores dos seguros. Que se tornarão, a breve trecho, numa elite rara.

quinta-feira, julho 12, 2007

CAVACADAS

Recados, recados, recados.
Tinha dito há muito que, mais dia menos dia, Cavaco começaria o magistério de ingerência e, sobretudo, influência.
Os recados subliminares ao estado da democracia, com que ontem encheu os microfones, são o primeiro passo. Vamos-nos preparando para a altura do salto.

TELMO

Telmo Correia está muito longe de poder vir a ser eleito.
São muito boas notícias para a sanidade da democracia.

CHAPUTA

Corrigo informação anterior: Ricardo não foi vendido por 3 mas sim... 2 milhões de euros.
É assim uma espécie de chaputa no mercado, às 5 da tarde, quando já só lá está a resistente da peixeira que teima em vender o que amanhã não valerá nada. Aceita qualquer preço.

quarta-feira, julho 11, 2007

SOM

O Sol, que finalmente aparece, convida a recuar 20 anos.
A um som inconfundível (que me perdoe o Bob Marley, autor do original, mas prefiro a recriação).
Lembram-se?

RICARDO

Primeiro tenho que assumir que falhei nas previsões: o luvas do Ricardo lá arranjou colocação. Num clube de "topo" como é o Bétis, a lutar sempre por coisa nenhuma.
Os númeors é que impressionam: 3 milhões de euros. Notável para o preferido de Scolari.
Como me lembrou hoje voz avisada há para aí 12 anos Baía também foi transferido. Para um clube modesto, é certo: o Barcelona. E já então por "apenas" um milhão de contos.
No fundo no fundo é tudo uma questão de contas.

segunda-feira, julho 09, 2007

BISPOS

O Conselho dos Bispos portugueses está zangado com o Governo e até convocou uma reunião para discutir os termos da manifestação pública da zanga.
Estando em causa o fim de muitos dos privilégios de que a Igreja Católica beneficiou ao longo de séculos, vejo o amuo com muito bons olhos. A laicização do estado exige-o.

quarta-feira, julho 04, 2007

TRIBUTAÇÃO

A dupla tributação sobre o comércio automóvel tem barbas no ordenamento jurídio nacional.
Como barbas tem a oposição que associações a esta prepotência, sôfrega de receita, do estado.
Pergunto-me é porque razão a "Europa" só agora acordou para ela? Porque razão na reage mais cedo e não impede que muita dessa receita, ilicitamente arrecadada, não acabe nos bolsos do malfeitor por pura prescrição do direito de agir?

domingo, julho 01, 2007

LIMPEZA

O que mais me assusta não é tanto a limpeza que o governo faz de todos os que se lhe atravessam na frente. Esse é e será uma tentação de quem manda (seja no Governo, na empresa mais insignificante ou na paróquia mais recôndita).
É o facto de o fazer de forma descarada (o episódio de Correia de Campos é apenas o mais recente exemplo) e a impunidade que sabe ter. Isso sim, preocupa tanto ou mais que o facto de Salazar ser o grande Português.

PAT & MEHLDAU



Novo trabalho, com laivos de regresso às origens, com a estrondosa sonoridade de sempre embora, desta vez, o piano não esteja entregue ao Lyle Mays.

Para quem não saiba, sábado que vem, dia 7.07.2007, regressará ao Coliseu do Porto.

Para os queiram, está aqui, de borla, a pedir um "free download".

Ou à venda em qualquer discoteca, para aqueles que gostam de alimentar os sanguessugas da edição discográfica.

RADIO BLOG

Como viram o "radio-blog" esteve uns dias assim meio apertado, de dificil acesso.
Crise ultrapassada, com a ajuda do costume, e "tá a bombar".
Durante esta semana´deverá conhecer actualizações. Assim o tempo o permita.

sexta-feira, junho 29, 2007

CONGREGAÇÕES

A Igreja Católica perdeu o exclusivo na celebração de casamentos com validade civil.
O erro não está em perder esse bónus que um estado laico nunca lhe deveria ter dado. Está, isso sim, no facto de algum dia o ter tido. E, por outro lado, de se atribuir qualquer competência civil a uma congregação religiosa. É um conceito que, definitivamente, não cabe na minha visão agnóstica de uma sociedade igual.

RICARDO, VERSÃO CXXXIII

Olha, olha, os ingratos. Os ceguinhos que não vêem que o moço "vai botar pá quebrá".
A super-estrela vai apodrecer mais um ano em Alvalade. Até que lhe dêem um real "kick in the ass".

quinta-feira, junho 28, 2007

RENDAS

Em Portugal existem 400 000 casaS arrendadas a precisar de obras.
Com a pompa e circunstância que lhe é peculiar o Governo anunciou, no início da legislatura, novas medidas que iriam colocar termo a esta calamidade.
Publicou legiSlação a rodos, de digestão complicada.
Criou comissões e sub-comissões, análises e factores de ponderação, critérios e o diabo que o carregue.
Um ano depois foram actualidas em Portugal... 70 rendas.
Porquê?
Porque o sistema legislativo é irrealista, falacioso e demagógico. Não funciona porque não é por decreto que as coisas avançam: é com medidas funcionais.
Vai um grande diferença do ser ao parecer. E este Governo, nesta como em tantas outras matérias, parece muitíssimo mais do que aquilo que realmente é.

terça-feira, junho 26, 2007

FALAR É QUE TÁ A DAR

A frivolidade com que por cá se discutem certas matérias é tradutora não só de uma irresponsabilidade atroz mas, sobretudo, de como estamos condenados a ser mandados por mediocres.
A sensação que me dá é que por vezes se dizem e atiram coisas sobre as quais não se faz a mais pálida ideia só para se estar nas bocas do mundo e revelar-se activo.
Dois factos de hoje.
Primeiro Fernando Seara que, depois da OTA, do Poceirão, de Alcochete, da Portela +1 descobriu a pólvora e veio propor... a Portela +2. Quem paga? Como se paga? Estudos de rentabilidade? Nada. Nem uma linha.
Em segundo lugar a denominada flexisegurança, nova medida do socialismo de sarjeta que tem em Blair o expoente máximo, e que parece tão cara a alguns sectores do Ministério do Trabalho. Bastaram alguns (poucos) estudos para concluir que a aplicação da medida em Portugal iria custar.... uma OTA por ano.
Tudo isto entronca num mal bem mais profundo e que aqui e ali já tenho abordado: a mediocridade absoluta que assaltou a classe política. A falta de vergonha em falar, gerir e conversar sobre coisas de que nada percebe. O total despudor com que mete a foice. Hoje é preciso é falar (muito). Aparecer na TV. Dar entrevistas. Numa era em que tudo se pergunta e a que para tudo se tem resposta, o importante é dizer muitas coisas. Nem que sejam asneiras. É essa a base do sucesso.

segunda-feira, junho 25, 2007

ZÉZINHA

Não sei o que é mais repugnante: se o namoro babado de António Costa a Maria José Nogueira Pinto se os beijos reanhosos desta a comprar um gabinete e um "chófer".
O desemprego doi a todos e, que me lembre, o subsídio não toca a políticos excluídos da vida activa por força do voto. Chama-se a isso despediemento por justa causa e Nogueira Pinto está no desemprego por isso mesmo: justa causa. É sinuosa. Oportunista. Muito pouco ética. E foi despedida.
Chamam-lhe Zézinha mas, para mim, é a songuinha. Deve ter em Portugal o recorde de serrilhas cravadas nas costas dos lideres. Mas medra com as traições que comete ao ponto de, junto dela, Judas seguir para beatificação. Tem tudo para ter sucesso político, e não me admirava nada de, dentro de meio ano, vê-la de capacete na tola, no meio do Bairro Alto, com ar de salvadora da capital, a dar ordens a um subalterno de um empreiteiro amigo. Resta-nos esperar que o ferro seja mais forte que o capacete.

sexta-feira, junho 22, 2007

JUIZES

Foi a primeira vez que ouvi a Fernando Catroga uma intervenção consequente: os juízes começarem a ser pagos em função do desempenho.
Esta é, de há muito anos a esta parte, a primeira medida séria e consequente apresentada com vista a aumentar a eficácia judiciária.
Não espanta que os representantes da classe se tenham apressado a vir a terreiro refutar a sugestão. É melhor ganhar sempre o mesmo, trabalhe-se o que se trabalhe. Menos espanta, ainda, o argumentário utilizado para que fosse refutado: a proposta é inconstitucional.
Sempre, sempre os critérios formais quando materiamente não há nada a apontar.

quinta-feira, junho 21, 2007

DERLEI

Esperemos que o Derlei seja um grande reforço como foi o Paredes.
Definitivamente ali pela segunda circular os ares andam estragados.
Nós por cá agradecemos: vai ser mais uma época a vencer. Venha o tri...

quarta-feira, junho 20, 2007

EUTANÁSIA II

39% dos médicos oncologistas defendem a eutanásia e 24% respondeu mesmo, quando perguntado, que a praticaria.
Sendo eu, como já por várias vezes escrevi, um incondicional apoiante da morte assistida em doentes terminais e por expressa vontade destes, só pude ver com bons olhos o resultado do inquérito.
Muito ao invés das conclusões, precipitadas, dessa comissão de ética, que logo levantou a voz para rematar que as respostas só se devem à falta de qualidade dos cuidados médicos prestados aos doentes terminais, estou convicto que as posições dos médicos se ficam esmagadoramente a dever a um factor: a humanização da medicina.
Num tempo em que, sem sabermos bem como e muitas vezes sem dar por ela no habituamos a alimentar a vida de modo artificial, em que numa atitude puramente egoísta investimos em vidas que já não o são (vamos definitivamente ficar na história como a idade da química), a diluição do conceito de dignidade da vida é preocupante. Acho que quem está mais perto da realidade mais depressa chega a estas conclusões. É nesse sentido que vejo e interpreto esta posição dos médicos oncologistas.

GLOBALIZAÇÃO

Agora falando sério: mas isto é novidade para quem?
Está aqui a minha raiz anti globalização e que tem mais de 20 anos. Mas, pelos vistos, só eu é que não fico espantado com as conclusões.

TRATADO EUROPEU

É muito estranha a forma como o futuro Tratado da União está a ser preparado. Quase não ouvimos falar dele e, do pouco que se ouve, é dado como facto consumado e uma vitóra antecipada da presidência portuguesa.
É no mínimo duvidoso este exercício de democracia esclarecida, que tem por pai Barroso, a chacenler alemã Merkel, aparentemente Sarkozy e o filho pródigo Sócrates.
Tendo a revisão do tratado, que tentou instituir a Constituição Europeia, constituído o maior falhanço institucional na Europa desde a criação do Tratado de Roma, o chumbo redondo que sofreu em dois referendos (e os outros que se evitaram com a providencial suspensão da consulta popular, como foi o caso de Portugal) acho que a definição e discussão pública mereceria muito mais clareza, que devia começar na publicidade e acabar na dita consulta popular.
Só que esta nova maneira moderna de fazer política tem destas coisas: a consulta só se faz se o povo for decidir como os politicos querem. Se não for assim vale mais "decidir por questões técnicas" e aí, o pagode não precisa de ser ouvido. É que não sabe do que está a falar. Preocupante.