O cheiro das primeiras chuvas na terra das vinhas recém vindimadas começa a sussurrar pela lareira. Apetecem castanhas e jeropiga; nozes e pão de lenha; vem o cheiro a marmelada, a borbulhar no fogão; e do lagar, ainda rosado, o odor intenso do mosto. Incham-se as pipas para a trasfega, o sebo nas juntas, as aduelas soltas a precisarem de martelo.
No campo nú já só sobrevivem as trinchudas, tenras e tímidas, à espera do Natal.
Os tremeliques das velas, que fazem as vezes da luz eléctrica, que falhou às primeiras trovoadas, empurram as pálpebras para o travesseiro de palha, turvando a sofreguidão com que ainda tento acabar o último livro dos cinco. É ó último fôlego das férias. Mas. por agora, a escola que espere. Ainda há muito de importante para aprender por aqui.
1 comentário:
São as ditas viagens pelo tempo que fizemos intemporal. O tempo que se nos agarrou à pele, nos penetrou até às entranhas e fez de nós o que somos hoje. O que de mais puro e inocente transportamos nos gestos, no olhar e nas palavras. Mas também o que de mais cruel sofremos, a vontade, o querer de uma presença que jamais poderemos de novo abraçar… Estou contigo nesse sentimento… Eternamente nesse sentimento…
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