sábado, setembro 29, 2007

O BEM E O MAL DE MENEZES

O bem maior e o mal menor reuniram-se na eleição de Menezes.
O já muito muito degradado parque intelectual político levou mais um rombo; a política sensacionalista e cor de rosa, onde certamente a Maya, o padre Borga e o João Baião terão um lugar cativo, um enorme impulso; a animação de feira vais estar de volta aos telejornais, com casos artificiais criados todos os dias; Portas arranjou parceiro à direita para as acrobacias que tanto aprecia; mas este é um mal menor, com que teremos de conviver nos próximos dois anos, altura em que, como o mosto, se revelará a sua abundância de vazio, e num espectáculo público e degradante, se auto-consumirá como outros no passado (cito apenas dois: Santana Lopes e Marcelo Rebello de Sousa).
É que Menezes é assim uma espécie de Santana Lopes mas com muito menos carisma e um verniz que estala muito mais facilmente.
Por outro lado, a purga faz-se no momento que menos doerá ao país. Bem ou mal o Governo está sólido, e o líder do PSD apenas pode esperar apanhar pouco nas legislativas de 2009. Até lá, sem que ninguém precise de fazer nada, num “fungagá da bicharada”, Menezes vai-se auto-flagelar até que se ouça do berro do militante mais anónimo a rogar-lhe as entranhasAí, e como sempre se faz em “real politic”, aparecerá a candidatura credível, sensata, que preparará o partido para as legislativas de 2013. Mas, até lá, levaremos com Sócrates (ou o Gordon Brown dele) com mais uma maioria. Absoluta, com certeza.

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