Uma pergunta que gostava de ver respondida, de forma redonda e directa, pelos partidários do não no referendo ao aborto, é que decisão tomariam se, na posição de juizes, tivessem que julgar uma mulher que tivésse praticado um. Sobretudo essa gentalha que povoa a política, e que tem no discurso “politicamente correcto” a forma de estar bem com deus e com o diabo.
domingo, dezembro 24, 2006
LEGITIMIDADE REFERENDÁRIA II
A mesma legitimidade que os partidários do sim, onde me incluo, têm em pretender ver repetida a pergunta popular sobre o aborto, meros oito anos sobre o chumbo referendário, é aquela que os partidários da monarquia ou da ditadura, por exemplo, teriam para levar a consulta a mudança de regime político.
Pergunto-me é com que “bondade” seriam recebidos por muitos dos adeptos da insistência com que ora se tenta levar avante a (para mim justa) legitimação do aborto? Provavelmente com um: “Há matérias que não são referendáveis?”
Pergunto-me é com que “bondade” seriam recebidos por muitos dos adeptos da insistência com que ora se tenta levar avante a (para mim justa) legitimação do aborto? Provavelmente com um: “Há matérias que não são referendáveis?”
LEGITIMIDADE REFERENDÁRIA I
Quando à pergunta referendária respondemos que não, já sabemos, é só uma questão de tempo até que a consulta popular se repita. E será assim até que a proposta seja aprovada. O exemplo do aborto é um bom exemplo. Como virá a ser o da regionalização ou da constituição europeia.
Mas, afinal, o que vale, e por quanto tempo vale, o resultado de um referendo? Onde começa e acaba a legitimidade de repetir as perguntas? Oito anos? 10? Ou 30?
Já era altura da constituição resolver a questão.
Mas, afinal, o que vale, e por quanto tempo vale, o resultado de um referendo? Onde começa e acaba a legitimidade de repetir as perguntas? Oito anos? 10? Ou 30?
Já era altura da constituição resolver a questão.
CONSUMO
As famílias cortaram, substancialmente, nas prendas de Natal.
Por vontade? Por convicção? Não. Simplesmente porque o dinheiro não chega. Fosse ele suficiente ou não estivesse o crédito esgotado e seria o forrobodó de outros anos.
Ridícula esta sociedade consumista que não percebe que, quanto mais consumir, mais se consome a si própria. Até não restar nada.
Por vontade? Por convicção? Não. Simplesmente porque o dinheiro não chega. Fosse ele suficiente ou não estivesse o crédito esgotado e seria o forrobodó de outros anos.
Ridícula esta sociedade consumista que não percebe que, quanto mais consumir, mais se consome a si própria. Até não restar nada.
sábado, dezembro 23, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
VIOLÊNCIA
A posição assumida pela associação sindical de Juízes manifestando-se contra a possibilidade de o denominado “crime de violência doméstica” incluir, também, as uniões de facto homossexuais, é bem reveladora de duas coisas: o estado de pobreza a que chegou o sindicalismo e alguns magistrados. Se ainda se falasse de "violência conjugal", ainda podia entender as reticências. Mas doméstica... Ou não sabem português ou têm petições de princípio pouco louváveis e aconselháveis em quem tem por função julgar.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
PROEZAS
Pior que uma mãe babada a relatar as diatribes do seu "pequerrucho", como de se de proezas sobre-humanas se tratassem, só mesmo um pai babado a falar delas.
É verdadeiramente insuportável. E é que não se enxergam.
Dá uma vontade imensa de lhes berrar aos ouvidos: "Não, não estou minimamente interessado em escutar as proezas do prodígio. Guarde-as e que lhe façam proveito".
corrigido
domingo, dezembro 17, 2006
ABORTO XI
Admito que haja uma mulher (duas, vá) que se esteja nas tintas para os devaneios da líbido por ter no aborto uma prática contraceptiva eficaz.
Mas admitir-se que a discussão sobre a temática passe, ao de leve que seja, por aí, é um argumento tão falacioso e tão desonesto que quase só merece silêncio.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
BOOMERANG
Bastou um sururu, com um bocado mais de ruído que o habitual, em torno da corrupção no desporto (como se fosse só aí, ou sobretudo aí, que ela existe) para o ministro da justiça correr sofregamente para o parlamento a anunciar penas especiais na nova lei sobre o tema para... os agentes desportivos.
A posição, rídicula do ponto de vista jurídico (qualquer dia criam-se penas próprias para os guardas-fiscais, quando descobrirem que há um outro corrupto, para os varredores das ruas, quando se constatar que houve um que recebeu umas luvas para varrer melhor à porta de casa do presidente da junta) produziu o efeito pretendido.
A posição, rídicula do ponto de vista jurídico (qualquer dia criam-se penas próprias para os guardas-fiscais, quando descobrirem que há um outro corrupto, para os varredores das ruas, quando se constatar que houve um que recebeu umas luvas para varrer melhor à porta de casa do presidente da junta) produziu o efeito pretendido.
A propaganda continua, eficaz, acertiva; as medidas também: demagógicas, patéticas e inconsequentes.
Um destes dias vai ter efeito boomerang
quarta-feira, dezembro 13, 2006
TLEBS
A TV Cabo escreveu-me em 13 de Dezembro dizendo-me que vou ter mais velocidade de navegação a partir de... 6 de Novembro. Mas o up grade será feito até... 31 Março de 2007.
Agradeço. Só não sei quando vai ser, tal a confusão de conjugações verbais que povoam a carta. Se calhar é coisa das TLEBS. Tenho que me actualizar.
Agradeço. Só não sei quando vai ser, tal a confusão de conjugações verbais que povoam a carta. Se calhar é coisa das TLEBS. Tenho que me actualizar.
COERÊNCIAS
O mesmo Rui Rio que lavrou a direito quando assaltou, pelo discurso populista e demagógico do caça fantasmas, a Câmara do Porto, e que cortou subsídios, apoios, até promoção de eventos de toda a ordem (culturais, desportivos, educativos etc.etc.), que ainda recentemente usou a fita do Rivoli para, em mais um “show” mediático de pretensa honestidade afirmar que a câmara não é nenhuma Santa Casa de subsídios, é o mesmo Rio que, qual apaixonado, gasta “rios” de dinheiro para trazer para o Porto competições automobilisticas cheias de bolor, a cheirar a enfado e ranço. Como o GP histórico do Porto.
Nada tenho contra as corridas e sou, até, um adepto.
Tenho, isso sim, contra tanta incoerência de Rio. Contra a demagogia que o faz ter dois pesos e duas medidas para falar da mesma coisa. Mas tenho ainda mais contra o povo, Zé ou não, que o re-elegeu. Acho que o merece. Eu é que não.
Nada tenho contra as corridas e sou, até, um adepto.
Tenho, isso sim, contra tanta incoerência de Rio. Contra a demagogia que o faz ter dois pesos e duas medidas para falar da mesma coisa. Mas tenho ainda mais contra o povo, Zé ou não, que o re-elegeu. Acho que o merece. Eu é que não.
VERDADE
Ouço dizer que deve existir um interlocutor entre o cérebro e a boca.
Deve ser isso a que chamam politicamente correcto.
Eu prefiro apelidá-la de ditadura do bom senso.
Pois há dias em que não me apetece ter “senso”. Pelo menos desse. Que me obriga a falar por meio de interlocutores. Por interposta pessoa. A dizer o que não acho. O que não penso. O que não sinto. Em que prefiro a democracia da verdade.
A falta dela, os rodeios, a sinuosidade, são um dos principais venenos da vida. Infectam-na com fedor a morte. Ainda que, paradoxalmente, sejam uma boa receita para o sucesso. Aparente, digo eu.
Deve ser isso a que chamam politicamente correcto.
Eu prefiro apelidá-la de ditadura do bom senso.
Pois há dias em que não me apetece ter “senso”. Pelo menos desse. Que me obriga a falar por meio de interlocutores. Por interposta pessoa. A dizer o que não acho. O que não penso. O que não sinto. Em que prefiro a democracia da verdade.
A falta dela, os rodeios, a sinuosidade, são um dos principais venenos da vida. Infectam-na com fedor a morte. Ainda que, paradoxalmente, sejam uma boa receita para o sucesso. Aparente, digo eu.
terça-feira, dezembro 12, 2006
sexta-feira, dezembro 08, 2006
38 SEGUNDOS
38 segundos, é quanto me é pedido para aguardar até que me confiram legitimidade para fazer, gratuitamente,o "download" pretendido.
Irrito-me. Desespero com a espera.
Mas... não terei 38 segundos para esperar? Que raio de pressa é esta de acelerar o tempo? Correr atrás de quê?
P.S. Corrigido após atento reparo"Professoral", que se agradece
BACK TO BASICS
Num mundo globalizado, erigido em teias e interdependências, em realidades que transcendem em absoluto o entendimento de quem a faz, num típico jogo de "brincar com o fogo", será possível vivermos de valores e com valores? Será legítimo continuarmos a aspirar a não nos prostituirmos mental e moralmente a cada dia? Ainda será possível o "back to basics?" É que se não é pergunto-me o que é que ando cá a fazer?
FURACÃO
Não terá o Ministério Público percebido, ainda, que sempre que cria, investigando, um processo grande, enorme, cheio de "curvas" e apensos, com nomes mediáticos envolvidos em catadupa acaba por parir um monstro que, pelo tamanho, pelas reconhecidas insuficiências de quem investiga e pelo poder dos investigados esbarra em prescrições, absolvições e condenações menores.
Não terá percebido que não tem capacidade nem "know-how" para gerir e aguentar investigações como essas? Que era preferível direccionar e focalizar a investigação logrando condenar, pelo menos, algum dos culpados.
Ou esses públicos anúnicos, como agora o "Furacão", são só para fazer de conta? Para mostrar serviço? Tipo criança, a partir uma jarra, querendo dizer: pai, tou aqui.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
ESPECTÁCULO
Ninguém compreenderia que o 007 passasse um filme inteiro sem enfiar uns balázios nos “maus” ou sem dar umas voltas de alcova; nem ninguém toleraria assistir a um “show” em que o Luís de Matos gastasse uma hora inteira de braços cruzados, à espera que o tempo se esgotasse.
Porém é curioso que mais de 40 mil pessoas aceitaram, impávidas, que 22 jogadores de futebol, pagos a peso de ouro, por um público que larga couro e cabelo para os ver, "combinassem" um resultado e passassem quase metade de um jogo da Liga dos Campeões a jogar ao faz de conta.
Um jogo que é suposto ser um espectáculo, transformou-se num enfado de levar às lágrimas e... ninguém protestou. Mais. No final até bateram palmas.
Quem quiser racionalizar o fenómeno clubite estará sempre a perder tempo. Vale mais ficar em casa.
Porém é curioso que mais de 40 mil pessoas aceitaram, impávidas, que 22 jogadores de futebol, pagos a peso de ouro, por um público que larga couro e cabelo para os ver, "combinassem" um resultado e passassem quase metade de um jogo da Liga dos Campeões a jogar ao faz de conta.
Um jogo que é suposto ser um espectáculo, transformou-se num enfado de levar às lágrimas e... ninguém protestou. Mais. No final até bateram palmas.
Quem quiser racionalizar o fenómeno clubite estará sempre a perder tempo. Vale mais ficar em casa.
quinta-feira, novembro 30, 2006
CIDADE
Centímetro a centímetro, atropelando passadeiras, cruzamentos e semáforos, numa colossal demência colectiva, buzinamos, berramos, acelaramos e definhamos no trânsito.
Agarramos o volante como uma lança, o manípulo das velocidades como uma G3, no acelarador carregamos como no lança chamas, e fazemos da chapa e do chassis a nossa armadura. Saímos de casa confiantes: hoje vou ultrapassar toda a gente e fazer os 5 km em menos de meia hora.
Porém, não conseguimos.
Aprendemos? Não.
Amanhã fazemos igual: vamos todos no "bem bom". De carrinho é que é.
As cidades (ou as pessoas que as fazem) não têm remédio.
Agarramos o volante como uma lança, o manípulo das velocidades como uma G3, no acelarador carregamos como no lança chamas, e fazemos da chapa e do chassis a nossa armadura. Saímos de casa confiantes: hoje vou ultrapassar toda a gente e fazer os 5 km em menos de meia hora.
Porém, não conseguimos.
Aprendemos? Não.
Amanhã fazemos igual: vamos todos no "bem bom". De carrinho é que é.
As cidades (ou as pessoas que as fazem) não têm remédio.
RISOTA
Não fosse o asunto demasiado sério e os lideres da oposição de direita em Portugal seriam uma verdadeira comédia.
Assim são uma tragédia.
terça-feira, novembro 28, 2006
CAÇADOR
Há pouco o terminou no Hollywood a resposição do Caçador.
Um filme que me marcou como o ferro. Tanto que há muito que não sou capaz de o rever, pese embora o desejasse.
A actualidade que encerra leva-me a pensar se os "américas" não aprendem com a história ou se o "sangue" faz mesmo parte do seu modus vivendi.
Ir para o Iraque já foi suficientemente estúpido. Reeleger o mentecapto que os mandou para lá isso já é demência colectiva. Só eles é que não vêem.
Um filme que me marcou como o ferro. Tanto que há muito que não sou capaz de o rever, pese embora o desejasse.
A actualidade que encerra leva-me a pensar se os "américas" não aprendem com a história ou se o "sangue" faz mesmo parte do seu modus vivendi.
Ir para o Iraque já foi suficientemente estúpido. Reeleger o mentecapto que os mandou para lá isso já é demência colectiva. Só eles é que não vêem.
segunda-feira, novembro 27, 2006
GERAÇÃO BOLONHA
O novo processo de Bolonha está a levar para a Universidade analfabetos (ou quase) num processo cujas consequências serão, no médio prazo, muito mais nefastas do que aqueles que ocorreram com a liberalização selvagem do acesso ao ensino superior no consulado de Guterres.
Para quem eventualmente não saiba, as universidades estão a ficar povoadas por gente que, por vezes, não tem a escolaridade obrigatória. Por almas que não sabem escrever nem multiplicar. Por gente que não tem a mínima noção daquilo em que se está a meter.
Os estabelecimentos de ensino privado esfregam as mãos e enchem os bolsos. Mesmo o ensino público, obrigado que está a vergar à lógica mercantilista, lá vai abrindo as portas, ainda que com maior resistência.
As consequências são óbvias: vamos criar os país dos “doutores analfabetos”; assistir ao decréscimo de qualidade da mão de obra (supostamente) qualificada; o aumento do desemprego nos licenciados; o exponenciar das frustrações de um geração enganada; uma crise grave numa franja populacional que devia ter tudo para singrar.
O mercado, esse julgador implacável, vai ser fatal para esses licenciados. Vai pô-los a varrer e a atender.Nessa altura sim, a reforma encetada por Veiga Simão, e continuada à altura pelos ministros sucedâneos, estará concluída.
Para quem eventualmente não saiba, as universidades estão a ficar povoadas por gente que, por vezes, não tem a escolaridade obrigatória. Por almas que não sabem escrever nem multiplicar. Por gente que não tem a mínima noção daquilo em que se está a meter.
Os estabelecimentos de ensino privado esfregam as mãos e enchem os bolsos. Mesmo o ensino público, obrigado que está a vergar à lógica mercantilista, lá vai abrindo as portas, ainda que com maior resistência.
As consequências são óbvias: vamos criar os país dos “doutores analfabetos”; assistir ao decréscimo de qualidade da mão de obra (supostamente) qualificada; o aumento do desemprego nos licenciados; o exponenciar das frustrações de um geração enganada; uma crise grave numa franja populacional que devia ter tudo para singrar.
O mercado, esse julgador implacável, vai ser fatal para esses licenciados. Vai pô-los a varrer e a atender.Nessa altura sim, a reforma encetada por Veiga Simão, e continuada à altura pelos ministros sucedâneos, estará concluída.
DESIGNERS
Acho que um dos entretenimentos desses “designer new-age” é conceber objectos de utilidade diária que o utilizador não consiga compreender como funcionam.
Quem nunca esteve no wc público à procura, durante 20 ou 30 segundos, do modo de a água do lavatório correr? Será por sensor? Por bomba de pé? Um manípulo escondido? Sopro? Telepatia?
A figura de urso que sinto fazer de cada vez que me vejo numa situação dessas só me inspira violência contra esses seres cuja utilidade é tornar inúteis objectos úteis.
Compreendo agora que devem ser já um sub-produto "geração Bolonha"...
Quem nunca esteve no wc público à procura, durante 20 ou 30 segundos, do modo de a água do lavatório correr? Será por sensor? Por bomba de pé? Um manípulo escondido? Sopro? Telepatia?
A figura de urso que sinto fazer de cada vez que me vejo numa situação dessas só me inspira violência contra esses seres cuja utilidade é tornar inúteis objectos úteis.
Compreendo agora que devem ser já um sub-produto "geração Bolonha"...
quinta-feira, novembro 23, 2006
CHOQUE TECNOLÓGICO
- “Não quer enviar isso que me está a dizer por fax? Sempre é uma prova...”, respondeu-me a interlocutora de uma repartição pública, voz de meia idade.
- “Minha senhora”, respondi, “já remeti por e mail. Penso que é a mesma coisa”.
- Silêncio prolongado. “Bem isso não sei. Male? Por fax fica com prova, mas o senhor é que sabe”
- “O e mail é igual”, respondi incrédulo.
- “O Senhor é que sabe. Se fosse eu mandava por fax”.
- “Minha senhora”, respondi, “já remeti por e mail. Penso que é a mesma coisa”.
- Silêncio prolongado. “Bem isso não sei. Male? Por fax fica com prova, mas o senhor é que sabe”
- “O e mail é igual”, respondi incrédulo.
- “O Senhor é que sabe. Se fosse eu mandava por fax”.
Como é óbvio remeti por fax.
terça-feira, novembro 21, 2006
3X4X3
O sistema de três defesas, em que o inimputável Adriaanse tanto insitiu, ficou mais uma vez provado ser um autêntico suicídio, sobretudo na Liga dos Campeões. Que o diga o CSKA que apanhou 2 do FC Porto mas não espantaria ter levado mais um ou outro.
Por isso reafimo: a grande decisão do ano no FC Porto não foi a contratação de nenhum jogador mas a descontratação do holandês.
UM SONHO BONITO É...
...acordar com a notícia:
"Foi nomeada a Comissão Liquidatária do Benfica.
Correm éditos de 30 dias para reclamação de créditos.
Foi emitido mandado de captura contra presidente e demais direcção por suspeita de insolvência fraudulenta."
segunda-feira, novembro 20, 2006
BANCA II
3 minutos de prós e contras.
Uma só qualificação para o argumentário dos defensores da posição da banca no arrendondamento das taxas de juro: vómito.
Mudança de canal imediata. A bem do não rebentamento da úlcera que, por esta altura de certeza que já me tenta furar o duodéno.
BANCA
Poderemos ainda alimentar a ilusão de virmos um dia a escapar ao despotismo esclarecido da banca? Ou será que um destes dias vamos chegar à conclusão que já não vale a pena irmos votar, a fazer de conta que alimentamos a democracia . Que o verdadeiros governos são maçons ou opus dei travestidos de sociedades bancárias ao serviço de um único lema: exploração animalesca do estado de necessidade de uma sociedade tão consumista, mas tão consumista, que há-de acabar por se consumir a si própria.
domingo, novembro 19, 2006
CHAPA 3
3.
Redondo.
É bem a conta que Deus fez.
É também a preferida dos vermelhos (perdão, encarnados) quando sobem a norte do Douro. 3 no Bessa. 3 no Dragão. 3 em Braga.
Redondo.
É bem a conta que Deus fez.
É também a preferida dos vermelhos (perdão, encarnados) quando sobem a norte do Douro. 3 no Bessa. 3 no Dragão. 3 em Braga.
sábado, novembro 18, 2006
CONFIDENCIAL
Hermínio Loureiro reuniu confidencialmente com os árbitros, lê-se na Imprensa.
Logo a seguir citação dele e dos árbitros sobre o encontro.
É a chamada confidencialidade pública, muito em voga entre os políticos.
CITAÇÕES
"Trata-se (...) de um livro à roda dos seus três temas recorrentes: o Pedro, o Santana, o Lopes", Miguel Sousa Tavares in Expresso.
Leva-me isto a perguntar então porque se perde tempo com ele? Porque o citam, pensam, falam dele?
O homem é claramente um zero à esquerda. Um inútil social. Não se lhe conhece profissão, obra, competência (salvo a de fazer filhos). Santana é a Lili da política. Um ser que só existe porque há comunicação social que transforma mentecaptos em heróis. Olhe-se o Alberto João, como outro exemplo. Ou a pituxas todas do abjecto social lisboeta.
Santana há muito que mereceu o funeral.
Só já não o tem porque ainda há quem o faça falar (mesmo que o não queiramos ouvir).
Deixem o homem em paz. Deixem-no enrodilhar-se nas suas incoerências. Deixe-no morrer sufocado de indiferença.
domingo, novembro 12, 2006
PODER
Vai uma grande confusão na cabeça de Sócrates que não lhe permite distinguir com clareza a distância que vai entre o exercício ce autoridade (necessário e consequente) do autismo isolacionista em que se vai progressivamente colocando e que os três dias de congresso foram bem demonstrativos.
Recuando lembro-me de duas situações semelhantes com maus resultados para os intervenientes: um esteve lá 48 anos, e só uma bendita cadeira resolveu o problema que a inação colectiva não conseguia. Outro, mais recente, julgou que podia sacrificar tudo às finanças públicas. As tantas ou tão poucas fez que, quando deu por ela, tinha uma revolução na ponte, até polícias a bater em polícias e saiu corrido de S. Bento, julgado pelo que fizéra mas, também, pelo que não fizéra.
Uma das poucas memórias positivas que guardo do exercício presidencial de Sampaio foi a célebre frase "há mais vida para além do défice". Eu acrescentaria "há mais vida para além do poder e de Sócrates". Será que ele já percebeu?
quinta-feira, novembro 09, 2006
ABORTO X
Discutir o aborto como uma questão "das mulheres", da sua opção exclusiva, é a forma mais redutora e pateta de o fazer.
Sem dúvida que a decisão última terá que ser dela. Mas daí a reduzir a esse momento vai uma grande distância.
quarta-feira, novembro 08, 2006
INDEPENDÊNCIAS
No passado domingo Saddam Hussein foi condenado à morte por um tribunal iraquiano.
Segunda-feira, em discurso eleitoral de desespero, Bush sublinhou o momento histórico vivido no Iraque para justificar a intervenção militar americana no país.
Simples coincidência?
Não. Apenas um Tribunal que julgou pleno de “liberdade”, pondo a nú a “total” separação de poderes de um verdadeiro estado de direito.
Segunda-feira, em discurso eleitoral de desespero, Bush sublinhou o momento histórico vivido no Iraque para justificar a intervenção militar americana no país.
Simples coincidência?
Não. Apenas um Tribunal que julgou pleno de “liberdade”, pondo a nú a “total” separação de poderes de um verdadeiro estado de direito.
domingo, novembro 05, 2006
sexta-feira, novembro 03, 2006
MAIORIAS
“A generalidade dos países desenvolvidos entende ou diz que...” ou
“A União Europeia acha que ...”.
Mas haverá argumento mais destituído para discutir o que quer que seja do que aqueles que encimam o post. É a ditadura das supostas maiorias. Ou das “forças dominantes. Eles pensam assim. Nós fazemos.
O que me preocupa é que esta forma de justificação é não só recorrente como cada vez mais o modo de “calar” o interlocutor discordante. ELES fazem assim...
Recentemente li aqui que o sistema vigente em Portugal, no que concerne à permissividade abortiva, não difere muito do que se faz na maioria dos países europeus. E que, por isso, é mais do que suficiente, sendo desnecessário consultar os portugueses ou alterar a lei vigente. Ou discutir sequer a que existe.
Só por si o argumento é patético, como acima referi.
Mais grave, porém, é ser falacioso.
Mas não é nada que espante neste histerismo colectivo dos alegados pró-vida. Vão fazer de tudo. Vão lançar todo o ruído possível que motive a confusão. Espero que, desta vez, os defensores do sim não caiam na esparrela da discussão beata e religiosa. Já se viu que não pega.
“A União Europeia acha que ...”.
Mas haverá argumento mais destituído para discutir o que quer que seja do que aqueles que encimam o post. É a ditadura das supostas maiorias. Ou das “forças dominantes. Eles pensam assim. Nós fazemos.
O que me preocupa é que esta forma de justificação é não só recorrente como cada vez mais o modo de “calar” o interlocutor discordante. ELES fazem assim...
Recentemente li aqui que o sistema vigente em Portugal, no que concerne à permissividade abortiva, não difere muito do que se faz na maioria dos países europeus. E que, por isso, é mais do que suficiente, sendo desnecessário consultar os portugueses ou alterar a lei vigente. Ou discutir sequer a que existe.
Só por si o argumento é patético, como acima referi.
Mais grave, porém, é ser falacioso.
Mas não é nada que espante neste histerismo colectivo dos alegados pró-vida. Vão fazer de tudo. Vão lançar todo o ruído possível que motive a confusão. Espero que, desta vez, os defensores do sim não caiam na esparrela da discussão beata e religiosa. Já se viu que não pega.
quinta-feira, novembro 02, 2006
ABORTO IX
Depois do pedido feito aqui, e para outros eventuais desconhecedores da actual moldura legal penal do aborto, transcrevo as partes principais dos art.ºs 140º e 142º do Código Penal, que regulam a matéria.
140º
Aborto
1(...)
2 (...)
3 (...) A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar é punida com pena de prisão até 3 anos.
142º
Interrupção da gravidez não punível
1.Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:
a) Constituir o único meio de remover o perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida.
b) Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez.
c) Houver seguros motivos para prever que o nascitura virá a sofrer, de forma incurável, de doença grave ou malformação congénita, e for realizada nas primeiras 24 semanas de gravidez, comprovadas ecograficamente ou por outro meio adequado de acordo com as leges artis, excepcionando-se as situações de fetos inviáveis, caso em que a interrupção poderá ser praticada a todo o tempo.
d) A gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação
sexual e a interrupção for realizada nas primeiras 16 semanas
140º
Aborto
1(...)
2 (...)
3 (...) A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar é punida com pena de prisão até 3 anos.
142º
Interrupção da gravidez não punível
1.Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:
a) Constituir o único meio de remover o perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida.
b) Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez.
c) Houver seguros motivos para prever que o nascitura virá a sofrer, de forma incurável, de doença grave ou malformação congénita, e for realizada nas primeiras 24 semanas de gravidez, comprovadas ecograficamente ou por outro meio adequado de acordo com as leges artis, excepcionando-se as situações de fetos inviáveis, caso em que a interrupção poderá ser praticada a todo o tempo.
d) A gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação
sexual e a interrupção for realizada nas primeiras 16 semanas
BOIS
Hoje ao jantar tracei um naco de um boi (ou eventualmente de uma sua concubina) cuja macieza me diz que o bicho há-de ter trilhado tenros pastos.
Porém amanhã, em nascendo o dia, vou ter que rilhar outros bois. Bem mais duros e indegestos. De pastos mais agrestes. Pelo sim pelo não, levo a faca de mato...
Porém amanhã, em nascendo o dia, vou ter que rilhar outros bois. Bem mais duros e indegestos. De pastos mais agrestes. Pelo sim pelo não, levo a faca de mato...
quarta-feira, novembro 01, 2006
BAZAR
domingo, outubro 29, 2006
EQUADOR (parte II)
CALOR
Houve calor, outra vez. E sol. E mar brilhante. Dias com luz. Terra com vida. Gente contente.
Voltou a valer a pena viver. Ainda que só por um par de dias.
FREEDOM TO COPY
O freedom to copy (o tal que denunciou o suposto plágio de Sousa Tavares na escrita do equador)fechou, misteriosa e repentinamente.
Medo? Cobardia?
O mais nojento que um ser humano pode ser é, depois de denunciar, depois de apontar, não saber assumir as consequência do que disse. É desprezível. Fico à espera que não seja o caso.
CLÁSSICO III
Vai ser um gosto ir lendo, durante a semana, todos essas vozes não contidas, saudosistas de um Portugal fascista, salazarento e, paradoxalmente, vermelho, que se torcem, muitas vezes já na tumba, com o sonho frustrado das vitórias que não aparecem porque não as merecem).
Vai ser educativo descobrir as teorias conspirativas, a ladainha dos choros frustrados, os soluços do vieira, os engasganços em "pretuguês" do veiga, os tiques histéricos do Seara, os lamentos dos autores da biblía por venderem menos folhas de couve.
Vai regressar a crise, e Portugal volta a mergulhar na sua essência miserabilista de "quando o benfica perde".
Nós por cá, na província, vamos continuar a labuta.
A bem do PIB e da auto estima tão magoada.
CLÁSSICO II
Há uma frustração que trouxe ontem do Estádio do Dragão: o resultado não ter revelado o verdadeiro saco de areia que o benfica de veiga/vieira se transformou em grande parte do encontro.
CLÁSSICO I
Um festival de futebol, durante quase toda a primeira parte, e uma equipa encostada às cordas por um árbitro artista e uma lesão provocada, é a verdade (que ainda não li em lado nenhum) do jogo do FC Porto-Benfica de ontem.
Enquanto se jogou futebol, enquanto o Lucílio foi minimamente isento, o Porto pôs o Benfica a ridículo; marcou dois, devia ter marcado quatro, fez trivelas, passes de letra, tabelinhas, etc.
Depois veio a lesão de Andersen, descaradamente provocada por Katsoranis, que merecia o vermelho direccto (se tem surgido o primeiro golo do Benfica não apareceria). Faltas e faltas sucessivamente marcadas no meio campo do Porto, sendo o único factor que permitiu ao Benfica crescer. E um condicionamento descarado dos jogadores do Porto (o amarelo a Assunção é um escândalo), sobretudo quando a Petit e Luisão (para falar apenas dos mais descarados) haviam sido perdoados.
Ontem no Dragão perdeu-se a oportunidade (talvez única) de mostrar a verdadeira diferença do Porto campeão do Benfica de Veiga/Vieira/Santos. Um logro que vive só na sombra do Simão. Faltou um 3 ou 4-0 merecido. Faltou o funeral sem margens para desculpas.
sexta-feira, outubro 27, 2006
ABORTO IX
De todas as formas que há para discutir o aborto, de todos os argumentos utilizáveis, o da discussão em torno do conceito vida é o mais estéril e perigoso.
Que o feto é um ser, que é uma forma de vida e que não há direito de a ceifar é um “cliché” caro aos defensores do não onde se agarram com unhas e dentes.
De uma vez por todas os que apoiam o sim deviam “dar de barato” que, a partir da concepção, de facto, existe qualquer coisa que, se não é vida, é muito semelhante a ela.
De uma vez por todas esse não devia ser o ponto de chegada da discussão mas sim de partida. Assumirem, os que defendem o sim, que pese embora essa mutação humana (ou pró-humana), esse ser ou projecto de ser, ainda assim apoiam, nas circunstâncias a referendar (ou outras que eventualmente advoguem – sim, que há muitos níveis de aborto, e nem todos os sins me servem), a decisão livre de abortar.Ao invés tenho assistido que aos argumentos do “choradinho”, muitas vezes mais novelescos que propriamente científicos ou sociais, têm os apoiantes do sim respondido com uma discussão sobre o que é, ou não é, vida. Desde quando somos um verdadeiro ser humano. E isso é fazer o jogo do adversário porquanto entendo que a discussão em torno do aborto é mais, muito mais, do que é ou não vida. Devia ser muito mais em torno de se ela vale, de facto, a pena.
Que o feto é um ser, que é uma forma de vida e que não há direito de a ceifar é um “cliché” caro aos defensores do não onde se agarram com unhas e dentes.
De uma vez por todas os que apoiam o sim deviam “dar de barato” que, a partir da concepção, de facto, existe qualquer coisa que, se não é vida, é muito semelhante a ela.
De uma vez por todas esse não devia ser o ponto de chegada da discussão mas sim de partida. Assumirem, os que defendem o sim, que pese embora essa mutação humana (ou pró-humana), esse ser ou projecto de ser, ainda assim apoiam, nas circunstâncias a referendar (ou outras que eventualmente advoguem – sim, que há muitos níveis de aborto, e nem todos os sins me servem), a decisão livre de abortar.Ao invés tenho assistido que aos argumentos do “choradinho”, muitas vezes mais novelescos que propriamente científicos ou sociais, têm os apoiantes do sim respondido com uma discussão sobre o que é, ou não é, vida. Desde quando somos um verdadeiro ser humano. E isso é fazer o jogo do adversário porquanto entendo que a discussão em torno do aborto é mais, muito mais, do que é ou não vida. Devia ser muito mais em torno de se ela vale, de facto, a pena.
quarta-feira, outubro 25, 2006
EQUADOR
Promete ser longa, dura e com alguns insultos a questão do suposto plágio de EQUADOR de Miguel Sousa Tavares. Nos Tribunais e à paulada, disse o autor.
Tendencialmente, inclino-me para a autenticidade de obra, para a verdade Sousa Tavares dixit.
Mas que há coincidências dificeis de explicar, lá isso há.
P.S. (revisto): Digam lá o que disserem, é um GRANDE romance.
terça-feira, outubro 24, 2006
ESGANA
É claro que não somos burros e não comemos tudo aquilo que nos quer vender, Engº Sócrates.
É claro que ninguém acredita que, à data em que afirmou que as SCUTs seriam para o continuar a ser (e não A qualquer coisa, a pagantes, claro está) as contas do pretenso “desenvolvimento” fossem diferentes das de hoje.
Como ninguém acredita que os impostos não vão aumentar com o orçamento de 2007. Já nem acreditamos, veja lá, que não faça o mesmo em 2008. Até me vou deitar a adivinhar onde nos vai carregar nos calos: IMI, circulação automóvel, IA, pelo menos.
“Vocelência”, como o meu avô ficaria agradado de me ver dirigir a um PM, sob o pretexto de alinhar o desarrumo em que a direita deixou o rectângulo, anda-nos a impingir mesinhas e a apertar o garrote que nem a um touro, quando o serviço está feito, mas ele insiste em manter-se em riste.
Diría que já chega. Aumento da taxas moderadoras, aumento do IRS (taxas de incidência), aumento do IVA, aumento do IMT, aumento do selo, aumento do imposto sobre tabaco e produtos petrolíferos, aumento das portagens, aumento, aumento, AUMENTO. Chega Engº. Sabe que a história ensina que não se pode estar sempre a esganar o teso. É que a certa altura ele já não tem nada a perder...
É claro que ninguém acredita que, à data em que afirmou que as SCUTs seriam para o continuar a ser (e não A qualquer coisa, a pagantes, claro está) as contas do pretenso “desenvolvimento” fossem diferentes das de hoje.
Como ninguém acredita que os impostos não vão aumentar com o orçamento de 2007. Já nem acreditamos, veja lá, que não faça o mesmo em 2008. Até me vou deitar a adivinhar onde nos vai carregar nos calos: IMI, circulação automóvel, IA, pelo menos.
“Vocelência”, como o meu avô ficaria agradado de me ver dirigir a um PM, sob o pretexto de alinhar o desarrumo em que a direita deixou o rectângulo, anda-nos a impingir mesinhas e a apertar o garrote que nem a um touro, quando o serviço está feito, mas ele insiste em manter-se em riste.
Diría que já chega. Aumento da taxas moderadoras, aumento do IRS (taxas de incidência), aumento do IVA, aumento do IMT, aumento do selo, aumento do imposto sobre tabaco e produtos petrolíferos, aumento das portagens, aumento, aumento, AUMENTO. Chega Engº. Sabe que a história ensina que não se pode estar sempre a esganar o teso. É que a certa altura ele já não tem nada a perder...
segunda-feira, outubro 23, 2006
DIRECTOS
Sempre que um repórter é destacado para um directo televisivo ou radiofónico, independentemente das perguntas cada vez mais imbecis que colocam (género Ricardo acha que foi bem batido? ou Petit entende que devia ser expulso? ou Sr. Ministro não tinha prometido o contrário?), o que mais me irrita é, no final de uma declaração, que por vezes não ultrapassa meio minuto, o "resumo" feito pelo afoito jornalista, suposta tradução do que escutamos, durar duas ou três vezes mais do que a dita declaração, num verdadeiro "chouriço informativo".
Faz de nós parvos normalmente com uma cara de competência tal que quase constitui justa causa de despedimento. Pergunto-me se é formação dessas escolas superiores, "or what" ?
PALHACITOS
Murteira Nabo, sinónimo primeiro da clubite primária, a dar ao sino na entrada em bolsa da Galp, teve laivos de ridículo e de graça.
Graça porque me fez lembrar um velho elefante que no Zoológico tocava o dito cujo de cada vez que o brindavamos com um amendoim. Muito amendoim lhe enfiei na tromba...
Ridículo pela imitação balofa e saloia de uma prática instituída em Wall Street, no início das sessões. Mas eles, ao menos, já não dão ao badalo, porque há muito o substituiram por um botão. Até no plágio somos medíocres.
sábado, outubro 21, 2006
ABORTO VIII
Como a direita e a esquerda podem convergir, divergindo.
Sobre o aborto, mais uma leitura (que subscrevo integralmente)
PROPAGANDA
O aumento do trafirário da electricidade é bem sintomático do modus operandi político deste governo.
Liberalizou o mercado e, consequentemente, a voracidade mercantilista ditou aumentos de... 16%.
Seguiram-se as declarações mais patéticas e infelizes que um governante poderia ter com o secretário de estado afirmar que o aumento era culpa dos... consumidores.
24 horas depois o homem quase se engasgava em frente das câmaras. Fazia a contrição com "um dia infeliz" e prometia novidades. Surgiram pela tarde, com a limitação do aumento a 6%.
O problema continua lá. Os aumentos só foram adiados. Mas a propaganda voltou a funcionar. E vamos continuando convencidos que o Governo faz mais do que a obra que apresenta.
quarta-feira, outubro 18, 2006
BRASIL, Ó BRASIL
O tempo (e duas curtas experiências) há muito me ensinaram que um acidente (só pode ter sido) não me fez brasileiro.
Por todas as razões e mais uma. Se mais não houvesse, bastava o Jorge Amado, o Vinicius e Jobim. Uma picanha no Dadá ou um chope em calhetas. Uma pele baiana, um sol de Ipanema, um bafo de cachaça numa tarde de Itapoã. Ou aquela chuva gorda e morna a levantar o cheiro a terra e côco no calçadão.
Agora descobri mais uma.
Chama-se Carol Saboya que, voz que até hoje desconhecia. "Ó Xente", como díria um amigo brasuca: " É boa paca".
Por todas as razões e mais uma. Se mais não houvesse, bastava o Jorge Amado, o Vinicius e Jobim. Uma picanha no Dadá ou um chope em calhetas. Uma pele baiana, um sol de Ipanema, um bafo de cachaça numa tarde de Itapoã. Ou aquela chuva gorda e morna a levantar o cheiro a terra e côco no calçadão.
Agora descobri mais uma.
Chama-se Carol Saboya que, voz que até hoje desconhecia. "Ó Xente", como díria um amigo brasuca: " É boa paca".
terça-feira, outubro 17, 2006
PESADELO...
... pelo dia em que provavelmente já algo desmemoriado, ouvido duro e vista cansada não me restar mais do que aturar o Isidro da altura no Portugal no Coração de então.
domingo, outubro 15, 2006
ABORTO VII - PSD
No capítulo do aborto a direita (e incluo aqui PSD e PP) tiveram sempre uma posição ambígua, mais simulada que verdadeira.
Fazem-no. Praticam-no em boas clínicas, pelas razões mais egoístas e menos humanas (a menina a quem o filho vai estragar os estudos, a vergonha da gravidez, o inconformismo da mãmã). Mas sempre às escondidas, de tercinho na mão e muito acto de contrição pelo meio. A salvação está conseguida.
Fizeram-me sempre lembrar o padre da paróquia, cheio de filhos e de consolos de alcova, a negar, peremptoriamente, o seu envolvimento e a defender, com unhas e dentes, o celibato.
O PSD de Marques Mendes não tem posição sobre o aborto. Não vai sair à rua em defesa de nenhuma posição.
É certo que a derrota anunciada do beatério do não, que tanto povoa o partido, podem fazer compreender a opção política. Mas nunca justificá-la. Esta história de não ser fracturante em questões de “índole pessoal” é a forma mais treteira de discutir um problema sério como o aborto. Que fazem dos partidos verdadeiro Zoológios da moral, onde cabe sempre o maior liberal ou o ortodoxo mais convencional.
Fazem-no. Praticam-no em boas clínicas, pelas razões mais egoístas e menos humanas (a menina a quem o filho vai estragar os estudos, a vergonha da gravidez, o inconformismo da mãmã). Mas sempre às escondidas, de tercinho na mão e muito acto de contrição pelo meio. A salvação está conseguida.
Fizeram-me sempre lembrar o padre da paróquia, cheio de filhos e de consolos de alcova, a negar, peremptoriamente, o seu envolvimento e a defender, com unhas e dentes, o celibato.
O PSD de Marques Mendes não tem posição sobre o aborto. Não vai sair à rua em defesa de nenhuma posição.
É certo que a derrota anunciada do beatério do não, que tanto povoa o partido, podem fazer compreender a opção política. Mas nunca justificá-la. Esta história de não ser fracturante em questões de “índole pessoal” é a forma mais treteira de discutir um problema sério como o aborto. Que fazem dos partidos verdadeiro Zoológios da moral, onde cabe sempre o maior liberal ou o ortodoxo mais convencional.
sexta-feira, outubro 13, 2006
GLÓRIA... DIFICIL
Há posts que valem mais do que mil palavras.
Há constatações que nos fazem perceber muita coisa.
Já nada é por acaso em política. Nem o acaso.
Há constatações que nos fazem perceber muita coisa.
Já nada é por acaso em política. Nem o acaso.
CORPORAÇÕES
80 mil, dizem, estiveram na rua a manifestar-se contra as políticas do governo para o sector público.
Grande alarido nos jornais, parecia quase um estado de sítio.
Porém, se pensarmos bem, 80 mil são bem menos que os 200 mil que estão a mais na função pública.
O que quer dizer que pelo menos 120 dos dispensáveis não reagem. Ou seja, mais de metade. Se compararmos os 80 mil com o universo de trabalhadores dependentes do estado, 700 mil, então os 80 são um gota. Se compararmos com toda a população activa (cerca de 3 milhões), então o número quase que nem para estatística serve.
Contestatários há-os sempre. E quanto mais se atacar as corporações, mais haverá. Para bem ser gostava era de ver na rua banqueiros, médicos, deputados, farmecêuticos, presidentes de clubes de futebol, maçons e opus dei, donos de bares de alterne, traficantes de estupefacientes, o Jardim e os seus acólitos, construtores civis e e militares, enfim, todas as corporações que parecem viver para lá do país. Era sinal que estavam para acabar as excepções.
Grande alarido nos jornais, parecia quase um estado de sítio.
Porém, se pensarmos bem, 80 mil são bem menos que os 200 mil que estão a mais na função pública.
O que quer dizer que pelo menos 120 dos dispensáveis não reagem. Ou seja, mais de metade. Se compararmos os 80 mil com o universo de trabalhadores dependentes do estado, 700 mil, então os 80 são um gota. Se compararmos com toda a população activa (cerca de 3 milhões), então o número quase que nem para estatística serve.
Contestatários há-os sempre. E quanto mais se atacar as corporações, mais haverá. Para bem ser gostava era de ver na rua banqueiros, médicos, deputados, farmecêuticos, presidentes de clubes de futebol, maçons e opus dei, donos de bares de alterne, traficantes de estupefacientes, o Jardim e os seus acólitos, construtores civis e e militares, enfim, todas as corporações que parecem viver para lá do país. Era sinal que estavam para acabar as excepções.
TRÂNSITO NO PORTO
O Porto perdeu milhares de habitantes, que fogem para a periferia. Vinte mil na úlima década, segundo ouvi há dias. No entanto continua a ser uma cidade entupida de carros que todos os dias o esventram, vilidempiam, sujam e maltratam. São carros e carros de gente sem juízo que prefere morar a 10 ou 15 kms do posto de trabalho e insiste em entrar na cidade como um saca-rolhas entra no gargalo: à força bruta.
O Porto não pode continuar a pagar o preço da desertificação nocturna e das enchentes diurnas. A cidade tem que voltar a pertencer (leia-se permitir alguma qualidade de vida) a quem cá mora. A começar pelo trânsito. Venham as tarifas pesadas. As portagens obscenas para quem, dia a dia, quer entrar e sair da cidade em carro próprio só para trabalhar. Venham obrigá-los a pagar o muito que estragam. Metade do problema do trânsito e da ciculação na cidade e na sua periferia ficava de vez resolvido. E isto vale para qualquer outra cidade.
quarta-feira, outubro 11, 2006
SCOLARI
Será que o estado de graça de Scolari se vai manter?
É demasiada asneira por metro quadrado de opções para continuar a assobiar para o lado.
Desde que tomou conta da equipa de Portugal Scolari viu Portugal fazer três bons jogos. Nos outros ou jogou contra inaptos, ou safou-se na lotaria dos penalties ou esbaldou-se contra fortalezas como a Finlândia ou a Polónia, para citar apenas os exemplos mais recentes.
Nas escolhas de jogadores estamos, há muito, conversados. Nas substituições parece que não vê o óbvio (é patente no estado de irritação que os comentadores da RTP íam fazendo às opções de hoje). Na disposição táctica da equipa então...
Será que sou só eu que o vejo?
ADOPÇÃO
A mesma razão em que sempre alicercei a defesa do direito que um casal homossexual tem de ver reconhecida a protecção dos seus interesses, materiais e não patrimoniais, num regime idêntico ao do casamento, é a mesma que leva a que veementemente repudie o direito de o mesmo lhe ver reconhecido o direito de adopção.
Ainda que compreenda a opinião dos que advogam que essa união deva ter uma denominação diferente de casamento (pela tradição e matriz cultural do instituto, pese embora seja, em rigor, uma discussão meramente lateral), entendo que quartar o direito à auto-determinação sexual é o que de pior o conservadorismo pode trazer a uma sociedade. E não permitir que duas pessoas, só porque do mesmo sexo, não tenham uma vida “matrimonial”, quando o mesmo é permitido a outras duas, só porque são de sexos opostos, é claramente discriminatório. Fazerem-no é uma decisão que só diz respeito aos próprios. Só tem implicações na vida dos próprios. Não colide com nenhum direito de terceiros. É um problema de matriz puramente cultural.
Já misturar a questão com a adopção, pretender fazer crer que esta é apenas uma prolongamento da primeira, é um sofisma com um preço que pode ser incalculável. É que essa, ao invés da primeira, é uma decisão com claras repercussões em terceiros, sem que no entanto seja respeitado o seu direito à auto-determinação (sexual, entre outros). E só isso já faz toda a diferença.
Ainda que compreenda a opinião dos que advogam que essa união deva ter uma denominação diferente de casamento (pela tradição e matriz cultural do instituto, pese embora seja, em rigor, uma discussão meramente lateral), entendo que quartar o direito à auto-determinação sexual é o que de pior o conservadorismo pode trazer a uma sociedade. E não permitir que duas pessoas, só porque do mesmo sexo, não tenham uma vida “matrimonial”, quando o mesmo é permitido a outras duas, só porque são de sexos opostos, é claramente discriminatório. Fazerem-no é uma decisão que só diz respeito aos próprios. Só tem implicações na vida dos próprios. Não colide com nenhum direito de terceiros. É um problema de matriz puramente cultural.
Já misturar a questão com a adopção, pretender fazer crer que esta é apenas uma prolongamento da primeira, é um sofisma com um preço que pode ser incalculável. É que essa, ao invés da primeira, é uma decisão com claras repercussões em terceiros, sem que no entanto seja respeitado o seu direito à auto-determinação (sexual, entre outros). E só isso já faz toda a diferença.
sábado, outubro 07, 2006
EDUCAÇÃO
O anúncio de que, no próximo orçamento, apenas o Ministério do ensino superior e da ciência não sofrerá cortes orçamentais e que, pelo contrário, conhecerá um incremento de 65% cala os detratores e revela uma coisa: Sócrates não está só empenhado em governar para as câmaras de TV e para amanhã. Pensa a longo prazo. Usa o expediente da maioria para tomar medidas de fundo. E esta é uma grande novidade desde o 25 Abril.
sexta-feira, outubro 06, 2006
SEGURANÇA SOCIAL
"Estamos sem sistema" é, no balcão da Segurança Social, tradução para: "É sexta-feira, ontem foi feriado e eu estou podre por não ter feito ponte. Vem cá na segunda-feira que hoje não estou para aturar ninguém".
E perante gente como esta penso que 1,5% de aumento anunciado para a função pública é 1,5% a mais.
REBOCADOS
A mesma Câmara do Porto que protocolizou com uma empresa privada de Gaia o reboque massivo dos carros mal estacionados na cidade (por cada reboque a Câmara encaixa uma fatia da coima e a empresa outra) é a mesma câmara que me respondeu que, pese embora a minha reiterada denúncia de três carros parqueados na minha rua há mais de seis meses (o código da estrada não o permite por mais de uma semana) não os irá rebocar nos próximos tempos por ter “muito serviço”. Isto sim. É serviço público.
terça-feira, outubro 03, 2006
BRILHANTINA MEN
É vox populi que Deus não aperta até esmagar. Tenho-me interrogado muitas vezes sobre a componente de verdade do adágio e, de repente, no domingo, tive a prova.
Deus é grande e permite que todos tenhamos a nossa utilidade. O nosso momento. No fundo que todos justifiquemos o direito em contribuir para o aumento do buraco do “ózoto”.
Depois de semanas mal dormidas, de domingos e domingos com pesadelos, finalmente descobri que o inefável “brilhantina man”, outrora "jornaleiro" na bíblia de Satanás, tem um mérito inusitado: baixinho, a vomitar inutilidades e concepções metafísicas sobre uma bola a rolar em cima de um naco de erva, ajuda-me a esvaziar o cérebro ao ponto da letargia necessária ao bom descanso. E adormeço tranquilo.
Deus é grande e permite que todos tenhamos a nossa utilidade. O nosso momento. No fundo que todos justifiquemos o direito em contribuir para o aumento do buraco do “ózoto”.
Depois de semanas mal dormidas, de domingos e domingos com pesadelos, finalmente descobri que o inefável “brilhantina man”, outrora "jornaleiro" na bíblia de Satanás, tem um mérito inusitado: baixinho, a vomitar inutilidades e concepções metafísicas sobre uma bola a rolar em cima de um naco de erva, ajuda-me a esvaziar o cérebro ao ponto da letargia necessária ao bom descanso. E adormeço tranquilo.
domingo, outubro 01, 2006
ABORTO VI
É uma dos excelentes textos que tenho lido sobre a temática e que não resisto a citar um bocadinho.
Quem quiser ler mais sempre pode ir ao Glória Fácil, ler a Fernanda Câncio:
sábado, setembro 30, 2006
ABORTO V
Ora cá estão os verdadeiros hipócritas a falar do aborto.
Não tivesse razões mais sérias para ser a favor do sim, a simples existência de gente comoe sta faz-me sempre defender que o aborto é uma boa alternativa. Assim as mãezinhas deles tivessem querido...
sexta-feira, setembro 29, 2006
ABORTO IV
A mais hipócrita posição que se pode ter no debate sobre a despenalização (ou não) do aborto é aquela (que já anda por aí a povoar a blogosfera) que dá conta de que " eu sou contra mas também não concordo com a penalização das mulheres". A insanidade absoluta atinge-se como um tal de Mascarenhas disse, aqui, que penalizados deviam ser os homens.
WORLD PRESS PHOTO
Não é que tenha muito o hábito de frequentar exposições de "press photo" mas, as que já visitei, têm um denominador comum: a apologia da desgraça.
Invariavelmente mostram os estropiados pelas minas em Angola. Os amputados pelos rebeldes da Serra Leoa. Os vitimados pelos mísseis em Gaza. As abusadas pela prepotência croata. Os excluídos pela fome em África.
Invariavelmente mostram os estropiados pelas minas em Angola. Os amputados pelos rebeldes da Serra Leoa. Os vitimados pelos mísseis em Gaza. As abusadas pela prepotência croata. Os excluídos pela fome em África.
Não minorando a importância que a denúncia pela imagem pode ter, pergunto-me sempre, quando de lá saio, se o mundo não terá, também, um lado azul que valha a pena mostrar? Mas depois caio na verdade: uma desgraça vende mais que mil bondades.
quinta-feira, setembro 28, 2006
TESOS
Têm telemóveis 3G mas sem saldo para uma chamada. Estão curtos de “guito” para os carregamentos (que já nem são obrigatórios).
Têm quase sempre carro mas o orçamento não estica e, por isso, o tanque está vazio e o bólide estacionado lá na rua.
Casa própria raramente falha, pagável em 600 prestações mensais de 50 anos mal vividos, esganados até ao sufoco. Quase sempre estão atrasadas (já nem a conta ordenado, adiantada um e, agora, dois meses salva a contenda) e a execução judicial é cada vez mais o destino, que rouba quase sempre meia dúzia de anos de trabalho esgotada em juros e pouco mais.
DVDs, surrounds, LCDs, hi-fi, Pc, MP3, PSP. Têm tudo. Não falta nada.
Vivem do ar, das expectativas (que não existem) e do crédito (que se esgota e suga tudo). São a nova geração que se acantonou nos juros bonificados, no subsídio de desemprego, no rendimento mínimo e no crédito fácil.
Terão culpa?
Certamente que alguma, mas não total nem, sobretudo, a principal.
São fruto de uma educação (sempre ela), escolar e não só, que lhes ensinou que é fácil viver. São produto de uma política de governação que teve no guterrismo o seu ponto alto e só agora começa a conhecer freio a fundo. A um preço elevadíssimo.
Têm quase sempre carro mas o orçamento não estica e, por isso, o tanque está vazio e o bólide estacionado lá na rua.
Casa própria raramente falha, pagável em 600 prestações mensais de 50 anos mal vividos, esganados até ao sufoco. Quase sempre estão atrasadas (já nem a conta ordenado, adiantada um e, agora, dois meses salva a contenda) e a execução judicial é cada vez mais o destino, que rouba quase sempre meia dúzia de anos de trabalho esgotada em juros e pouco mais.
DVDs, surrounds, LCDs, hi-fi, Pc, MP3, PSP. Têm tudo. Não falta nada.
Vivem do ar, das expectativas (que não existem) e do crédito (que se esgota e suga tudo). São a nova geração que se acantonou nos juros bonificados, no subsídio de desemprego, no rendimento mínimo e no crédito fácil.
Terão culpa?
Certamente que alguma, mas não total nem, sobretudo, a principal.
São fruto de uma educação (sempre ela), escolar e não só, que lhes ensinou que é fácil viver. São produto de uma política de governação que teve no guterrismo o seu ponto alto e só agora começa a conhecer freio a fundo. A um preço elevadíssimo.
Não vão ter misericórdia.
terça-feira, setembro 26, 2006
INVENTOR
Jesualdo pensou: invento um bocado e, se resultar, sou um génio. Aquela de colocar o Ricardo Costa a falso defesa, e Cech a falso médio deu lindos frutos. Embrulharam-se os dois na esquerda, tropeçando um no outro quando a bola não estava lá, mas não foram, curiosamente, suficientes os dois para impedir os dois golos, que nasceram daquele lado.
O Lucho merece banco há uns bons jogos e o Postiga estava bem é no Saint Etiénne. E não era emprestado. Era dado.
O FC Porto herdado de Adriaanse já é suficientemente mau para precisar da criatividade de Jesualdo na arte de inventar.
Regresse depressa ao 4x4x2 que tão bons frutos deu (basta andar três anos para trás) e deixe-se de tretas professor.
Tá visto que temos equipa para o campeonato mas, para a Europa, precisávamos era de outro Mourinho.
segunda-feira, setembro 25, 2006
EXTREMOS
Haverá maior bondade do que o sorriso largo e redondo de uma criança? Ou no tocar de ternura de um velho? É. Definitivamente os extremos tocam-se.
ABORTO III
É uma outra forma de ver o aborto, escrita poe Helena Matos no Blasfémias.
Nós por cá só "linkamos". Com a devida vénia.
Nós por cá só "linkamos". Com a devida vénia.
sábado, setembro 23, 2006
O HOMEM DO CARRO VERMELHO
Há duas grandes espécies de proprietários de carros vermelhos (e não encarnado como os arrebiques lisboetas tentam, à força, impor): o parolo sexagenário e o pica recém encartado.
O primeiro é ferrenho lampião, tem no clube o culto da sua vida e, às vezes, a única razão válida para continuar a gastar oxigénio.
Conduz de forma miserável, desrespeita (porque não conhece) as regras estradais e é um verdadeiro atentado à desejada diminuição da sinistralidade.
Na auto-estrada circula sempre pela esquerda, não vão os outros pensar que não sabe andar “de força”. Piscas é mentira, que gasta. Assim como as luzes (sempre com os mínimos). Pneus na lonas (que são caros) mas a matrícula é sempre das brancas, com ano de construção e tudo (nem que o carro tenha já vetusta idade, como é normalmente o caso).
Vê-los com a patroa é uma delícia. Sobretudo aquela que tricota em longas tardes plantadas à beira mar enquanto ele, diligente, ressona muitos décibeis acima do legalmente permitido , sonhando com as vitórias do glorioso, enquanto o rádio, aos berros, debita nas colunas da porta entreaberta mais um dia de calvário da águia.
Circulam de Datsun, BMW série 300 (antiga) ou 2000, “Táiota Carola” ou “renálte” (vulgo Renault) super cinco. Os mais endinheirados abraçaram os KIA ou os Hiundai.
Têm o veículo sempre a espelhar e este só vê a luz do dia uma vez por semana, na saída domingueira, quando atestam 5 “ouros” de Super aditivada para os 5 kms da praxe. Mas quando ficam na rua, por falta de garagem, nem por isso os bólides têm tratamento menor: é vê-los cobertos, a semana inteira, com umas lonas cinzentas ou, nos casos mais requintados, com umas mantas, com a matrícula gravada à frente e atrás.
Já o pica é de outra loiça.
Este é um ferrenho adepto do tuning tanto quanto o é, também, dos lampiões. Mais sofisticado, porém, divide os seus interesses pelas “disco nites”, umas garinas, o transformismo automóvel (onde derrete o salário e muitas vezes um qualquer subsídio de que sobrevive). Transporta em acessórios mais do que o valor real do carro. Ele é o rectrovisores transformados, os faróis de “élógénio”, o “aileron” em fibra, colunas de 500 “ótes” para ouvir melhor o Tóni Carreira ao domingo, debaixo da primeira sombrinha. Nessas tardes os vidros estão quase todo o tempo embaciados, cobertos de jornais.
Curtos de massa, deslocam-se a 20 kms/h para “não gastar muita gota” e, além disso, para que em virtude das suspensões rebaixadas “não deiam cabo de carter”. Mas se estão em dia sim, ninguém os “trepassa”. “Acelaram” até ao corte de rotação, espremem os “cabálos” proporcionados pelos kits ilegais até à exaustão, e chegam à noite ao café cobertos de glória, tesos como uns carapaus e a precisar de “gamar” qualquer coisa para as reparações necessárias no bólide. Civic, Uno Turbo i.e, Punto GT, são as máquinas predilectas .
O primeiro é ferrenho lampião, tem no clube o culto da sua vida e, às vezes, a única razão válida para continuar a gastar oxigénio.
Conduz de forma miserável, desrespeita (porque não conhece) as regras estradais e é um verdadeiro atentado à desejada diminuição da sinistralidade.
Na auto-estrada circula sempre pela esquerda, não vão os outros pensar que não sabe andar “de força”. Piscas é mentira, que gasta. Assim como as luzes (sempre com os mínimos). Pneus na lonas (que são caros) mas a matrícula é sempre das brancas, com ano de construção e tudo (nem que o carro tenha já vetusta idade, como é normalmente o caso).
Vê-los com a patroa é uma delícia. Sobretudo aquela que tricota em longas tardes plantadas à beira mar enquanto ele, diligente, ressona muitos décibeis acima do legalmente permitido , sonhando com as vitórias do glorioso, enquanto o rádio, aos berros, debita nas colunas da porta entreaberta mais um dia de calvário da águia.
Circulam de Datsun, BMW série 300 (antiga) ou 2000, “Táiota Carola” ou “renálte” (vulgo Renault) super cinco. Os mais endinheirados abraçaram os KIA ou os Hiundai.
Têm o veículo sempre a espelhar e este só vê a luz do dia uma vez por semana, na saída domingueira, quando atestam 5 “ouros” de Super aditivada para os 5 kms da praxe. Mas quando ficam na rua, por falta de garagem, nem por isso os bólides têm tratamento menor: é vê-los cobertos, a semana inteira, com umas lonas cinzentas ou, nos casos mais requintados, com umas mantas, com a matrícula gravada à frente e atrás.
Já o pica é de outra loiça.
Este é um ferrenho adepto do tuning tanto quanto o é, também, dos lampiões. Mais sofisticado, porém, divide os seus interesses pelas “disco nites”, umas garinas, o transformismo automóvel (onde derrete o salário e muitas vezes um qualquer subsídio de que sobrevive). Transporta em acessórios mais do que o valor real do carro. Ele é o rectrovisores transformados, os faróis de “élógénio”, o “aileron” em fibra, colunas de 500 “ótes” para ouvir melhor o Tóni Carreira ao domingo, debaixo da primeira sombrinha. Nessas tardes os vidros estão quase todo o tempo embaciados, cobertos de jornais.
Curtos de massa, deslocam-se a 20 kms/h para “não gastar muita gota” e, além disso, para que em virtude das suspensões rebaixadas “não deiam cabo de carter”. Mas se estão em dia sim, ninguém os “trepassa”. “Acelaram” até ao corte de rotação, espremem os “cabálos” proporcionados pelos kits ilegais até à exaustão, e chegam à noite ao café cobertos de glória, tesos como uns carapaus e a precisar de “gamar” qualquer coisa para as reparações necessárias no bólide. Civic, Uno Turbo i.e, Punto GT, são as máquinas predilectas .
quinta-feira, setembro 21, 2006
VERÃO
Tombam os primeiros pingos de chuva, o termómetro desce da casa dos 20º e só uma coisa me inspira: hibernar.
Encorrilho-me todo por dentro. Entristeço-me em sonhos de sol e calor. Detesto os guarda-chuvas. Odeio a gabardine. Maldita água que nos encharca os ossos. Odioso céu que já não brilhas. Raio de humidade a meter-se-nos nas entranhas.
Defintivamente sou um ser do Verão. Só de Verão.
Encorrilho-me todo por dentro. Entristeço-me em sonhos de sol e calor. Detesto os guarda-chuvas. Odeio a gabardine. Maldita água que nos encharca os ossos. Odioso céu que já não brilhas. Raio de humidade a meter-se-nos nas entranhas.
Defintivamente sou um ser do Verão. Só de Verão.
quarta-feira, setembro 20, 2006
PROCURADOR GERAL
Durante largo período foi um grande crítico da política de justiça seguida por Laborinho Lúcio, à altura ministro da justiça do governo de Cavaco.
Agora vai ser nomeado Procurador Geral da República, um cargo para onde Laborinho foi insistentemente apontado.
É coincidência ou um recado de Sócrates a Cavaco?
domingo, setembro 17, 2006
PORTO SOUNDZ
A inciativa, da Câmara do Porto, é o espelho daquilo que deve ser a dinamização dos espaços do Porto- no caso o Parque - promovendo a conciliação da população com a sua cidade.
Porém, mantém-se o amadorismo com que tudo é montado:
1. A promoção foi uma miséria (quase não se sabia da existência do festival). Inexiste, sequer, uma referência internautica ao evento.
2. O espaçozinho VIP, esse modo elitista de expurgar o povo, lá estava, cheio de inúteis de calças vermelhas, camisas abertas e as medalhas de Nossa Senhora à mostra. Para a semana aparecem na Caras por certo.
3. As senhas (de bebidas e comes) acabaram em algumas barracas, ainda a noite tinha muito para dar, e ninguém parecia muito importado com o facto.
4. O dia escolhido esteve longe de ser o ideal. O calor, que nos inundou nos últimos três meses, convidava a que se tivésse realizado nesse tempo. Ontem estava frio. Bastava que o festival tivésse ocorrido oito dias antes e seria muito mais convidativo à visita.
No mais, louva-se a inciativa. Venham muitos Portos Soundzs (e parem de chamar à cidade Oporto), muitos festivais de rua, muita vida espalhada pelos espaços públicos da cidade. O povo agradece.
sábado, setembro 16, 2006
BOLONHA
Uma licenciatura que durava cinco anos, com Bolonha passará a durar três.
Um mestrado, que normalmente corria por cinco, será reduzido a um ou dois.
O doutoramento, esse será esmagado a três ou quatro anos, quando até agora se prolongava por 10 ou mais.
É a defintiva vitória da cultura do facilitismo. A formação não é conhecimento, é duração. E curta, como se vê. Uma tese, sempre me habituei, é algo de novo. É um acrescento ao que já está inventado. Por este caminho, será cada vez mais uma glosa, um copy-paste de artigos e sebentas. Um google.com, tal a escassez de tempo dos mestrando e doutorandos em a preparar.
Tempo. Tempo.
Esta desenfreada luta contra o tempo, esta soberba pela licenciatura e os graus académicos, este easy way com que tudo se faz só engana. Defintivamente os formandos serão mais mal preparados. Serão menos competentes. Tornar-se-ão menos competitivos. Mas nós, alegremente, vamo-nos aproxiamando dos critérios da União. Vamos sendo cada vez mais parecidos com o que ela tem de mau.
P.S. Há uma coisa que se chama amadurecimento. Vale para a fruta ou para as pessoas. Por muita injecção de plástico que se impinja, ele continua a ser conseguido com uma só coisa: tempo.
PESSOA HUMANA
No estatuto editorial do SOL ficamos a saber que terá máximo respeito pela pessoa humana.
Ora aí está mais uma brilhante descoberta do arquitecto JAS: a pessoa não humana. Ou o humano não pessoa. Grande.
sexta-feira, setembro 15, 2006
ABORTO I
O cumprimento da promessa do PS de fazer voltar ao plenário da Assembleia da República a discussão sobre o aborto (embirro solenemente com a politicamente correcta “interrupção voluntária da gravidez”), suscita-me, em jeito de lançamento da questão (a que voltarei brevemente) três reflexões:
1. Será útil que, de uma vez por todas, os defensores do sim assumam a questão de frente, sem tecnicidades e formalismos que apenas servem para alimentar cadernos de universidade: um aborto interrompe uma vida. E a única coisa que nos separa entre um aborto ou matar uma criança já nascida é um problema moral ou de pura afectividade: um já se viu. O outro não passa de imagens “ecográficas”. O que, na minha opinião, faz uma grande diferença.
2. Será ainda mais útil que os defensores do não ponham de uma vez termo ao sofisma com que muitas vezes discutem a questão, argumentando que a “liberalização” do aborto fará com que este passe a ser utilizado como um método contraceptivo, banalizando-se. De todos os argumentos que alguma vez ouvi esta é o mais imbecil. Só quem nunca tenha pensado a tortura que um aborto constitui para todos os que tomam a decisão de o levar a cabo (com enfoque, claro está, para a mãe) pode ter a veleidade de imaginar que alguém vai lançar mão dele como uma pílula. 3. Em Portugal o aborto clandestino (impossível de controlar) é um seríssimo problema de saúde pública, que mata mães e crianças, é responsável por lesões irreversíveis em uns e outros, e dá uma imagem terceiro-mundista de um país que devia ser civilizado. É um problema que afecta quase exclusivamente os pobres, por natureza já excluídos (quem tem um mínimo de condições financeira percorre no máximo 200 kms. e vai a Espanha, a clínica apetrechadas, e resolve o assunto). Carece, por isso, de solução urgente e drástica.
1. Será útil que, de uma vez por todas, os defensores do sim assumam a questão de frente, sem tecnicidades e formalismos que apenas servem para alimentar cadernos de universidade: um aborto interrompe uma vida. E a única coisa que nos separa entre um aborto ou matar uma criança já nascida é um problema moral ou de pura afectividade: um já se viu. O outro não passa de imagens “ecográficas”. O que, na minha opinião, faz uma grande diferença.
2. Será ainda mais útil que os defensores do não ponham de uma vez termo ao sofisma com que muitas vezes discutem a questão, argumentando que a “liberalização” do aborto fará com que este passe a ser utilizado como um método contraceptivo, banalizando-se. De todos os argumentos que alguma vez ouvi esta é o mais imbecil. Só quem nunca tenha pensado a tortura que um aborto constitui para todos os que tomam a decisão de o levar a cabo (com enfoque, claro está, para a mãe) pode ter a veleidade de imaginar que alguém vai lançar mão dele como uma pílula. 3. Em Portugal o aborto clandestino (impossível de controlar) é um seríssimo problema de saúde pública, que mata mães e crianças, é responsável por lesões irreversíveis em uns e outros, e dá uma imagem terceiro-mundista de um país que devia ser civilizado. É um problema que afecta quase exclusivamente os pobres, por natureza já excluídos (quem tem um mínimo de condições financeira percorre no máximo 200 kms. e vai a Espanha, a clínica apetrechadas, e resolve o assunto). Carece, por isso, de solução urgente e drástica.
quarta-feira, setembro 13, 2006
POLÍCIAS
Já por várias vezes me teria dado jeito ter a polícia por perto mas em nenhuma ela estava lá.
Ao invés, já por várias vezes em que não precisava mesmo dela, apareceu.
É de mim ou esta gente tem o condão da inconveniência em perfeita ligação ao da ausência?
sexta-feira, setembro 08, 2006
TUGA DA BOLA
165 cm.
87 kg.
Cremalheira numa lástima.
Anel de curso (da vida).
Óculos “reibados”.
Cachecol, boné, camisola e impermeável do clube.
Corta unhas agarrado ao molho de porta chaves e pendurado na presilha traseira das calças.
Palito, com a ponta já muito maltratada, entalado em dois incisivos depois dos rojões bem regados e ainda não digeridos.
Fato de treino de fibra, toque acetinado, directamente em cima da pele, a tresandar um nauseabundo pivete a suor de várias utilizações. O mais modernaço usa sapatilha marca “Nice” ou “Reboca”, S. João da Madeira made. O conservador vai de sapato com um nisquinho de tacão a disfarçar a pequenez. .
Se o destino lhe ditou a calvice, ela está camuflada por quatro fios de cabelo, escrupulosamente puxados de orelha e orelha, colado na “cruxa”do crânio com brilhantina q.b.
Porém, se foi abençoado com o dom da pilosidade, exibe os tufos que lhe povoam o peito, deixando o fecho eclair aberto até um meridiano acima do umbigo. No meio, perdida, anda normalmente uma santa, pendurada no fundo de uma “esvortinha” de ouro. De lei.
Se se locomove em veículo a motor tem normalmente uma tonelada de lixo espalhada pelo tablier e chapeleira (rendinhas, pirilampos, crucifixos e terços, o colete reflector, um almofadinha, um jeco de porcelana com a cabeça a abanar, o cachecol do clube etc.etc.).
Chega cedo ao estádio, emborca uma ou duas cervejas e transpira, ansioso, que o jogo comece. Passa o tempo a deglutir cigarros, insulta tudo o que mexe sem ser das cores do seu agrado, abre excepção e, por vezes, também insulta os seus, olha de soslaio a cada “piropo” a ver se colheu adeptos ou, ao menos, um sorriso aprovador e, cinco minutos antes da hora pira-se a todo o vapor com pressa de chegar a lado nenhum.
Compra o desportivo no dia seguinte, lê, recorta e guarda para memória futura.
87 kg.
Cremalheira numa lástima.
Anel de curso (da vida).
Óculos “reibados”.
Cachecol, boné, camisola e impermeável do clube.
Corta unhas agarrado ao molho de porta chaves e pendurado na presilha traseira das calças.
Palito, com a ponta já muito maltratada, entalado em dois incisivos depois dos rojões bem regados e ainda não digeridos.
Fato de treino de fibra, toque acetinado, directamente em cima da pele, a tresandar um nauseabundo pivete a suor de várias utilizações. O mais modernaço usa sapatilha marca “Nice” ou “Reboca”, S. João da Madeira made. O conservador vai de sapato com um nisquinho de tacão a disfarçar a pequenez. .
Se o destino lhe ditou a calvice, ela está camuflada por quatro fios de cabelo, escrupulosamente puxados de orelha e orelha, colado na “cruxa”do crânio com brilhantina q.b.
Porém, se foi abençoado com o dom da pilosidade, exibe os tufos que lhe povoam o peito, deixando o fecho eclair aberto até um meridiano acima do umbigo. No meio, perdida, anda normalmente uma santa, pendurada no fundo de uma “esvortinha” de ouro. De lei.
Se se locomove em veículo a motor tem normalmente uma tonelada de lixo espalhada pelo tablier e chapeleira (rendinhas, pirilampos, crucifixos e terços, o colete reflector, um almofadinha, um jeco de porcelana com a cabeça a abanar, o cachecol do clube etc.etc.).
Chega cedo ao estádio, emborca uma ou duas cervejas e transpira, ansioso, que o jogo comece. Passa o tempo a deglutir cigarros, insulta tudo o que mexe sem ser das cores do seu agrado, abre excepção e, por vezes, também insulta os seus, olha de soslaio a cada “piropo” a ver se colheu adeptos ou, ao menos, um sorriso aprovador e, cinco minutos antes da hora pira-se a todo o vapor com pressa de chegar a lado nenhum.
Compra o desportivo no dia seguinte, lê, recorta e guarda para memória futura.
Deprime e fica oito dias à espera do próximo jogo.
APROVAÇÃO
“Estes sofás são bonitos, não são?”
Pior que esta confrontação só a clássica: “A Umbelina está mesmo gira, não está?
Mais do que serem confrangedoras estas perguntas, lançadas de chofre sobre os convidados, denotam uma sensibilidade rara para a estupidez. É assim uma pós-graduação em imbecilidade, que só o excesso de narcisismo ou, pior, a cegueira mental, não deixam o interrogador ver o ridículo a que se expõe. Estará à espera de quê? Que lhe digam que a filha é feia? Que só o nome já chega para espantar? Ou que os sofás (sófás, como diria a Catarina Furtado) são incómodos à brava?Irritou-me sempre aquela gentinha que precisa constantemente da aprovação alheia para se sentir segura nas suas opções. Que andam sempre à procura de uma massagem ao ego para darem melhor descanso aos ossos.
Pior que esta confrontação só a clássica: “A Umbelina está mesmo gira, não está?
Mais do que serem confrangedoras estas perguntas, lançadas de chofre sobre os convidados, denotam uma sensibilidade rara para a estupidez. É assim uma pós-graduação em imbecilidade, que só o excesso de narcisismo ou, pior, a cegueira mental, não deixam o interrogador ver o ridículo a que se expõe. Estará à espera de quê? Que lhe digam que a filha é feia? Que só o nome já chega para espantar? Ou que os sofás (sófás, como diria a Catarina Furtado) são incómodos à brava?Irritou-me sempre aquela gentinha que precisa constantemente da aprovação alheia para se sentir segura nas suas opções. Que andam sempre à procura de uma massagem ao ego para darem melhor descanso aos ossos.
ESCUTAS
Afinal o inefável Vieira já não é só protagonista de capa de jornal por se pôr aos pulos, em cuecas Intimissi, no balneário depois da vitória do futsal.
Afinal, a virgem ofendida também é notícia por ter andado a telefonar ao major, à procura de árbitros da sua conveniência.
Afinal, o vendedor de pneus e o seu acólito também andaram a comprar resultados. Também entraram na panelinha.
A única diferença para os outros é que eles já o faziam antes de toda a gente. Só não havia era registo das chamadas.
Afinal, a virgem ofendida também é notícia por ter andado a telefonar ao major, à procura de árbitros da sua conveniência.
Afinal, o vendedor de pneus e o seu acólito também andaram a comprar resultados. Também entraram na panelinha.
A única diferença para os outros é que eles já o faziam antes de toda a gente. Só não havia era registo das chamadas.
quinta-feira, setembro 07, 2006
TALVEZ...
É. Há coisas que só mesmo ditas assim: vão-se foder. Leiam e digam se mudavam uma vírgula que fosse.
quarta-feira, setembro 06, 2006
PROCURADORES DA REPÚBLICA
Deve ser fado que a maioria dos procuradores da república colocados em departamentos de investigação criminal em que tropeço (para quem não saiba são os “subordinados” do dr. Souto Moura) confundem o exercício das funções que lhes estão legalmente adstritas com prepotência, arrogância, total discricionaridade e, sobretudo, impunidade. É certo que a esmagadora maioria são procuradores que os numerus clausus impediram de ser magistrados judiciais (juizes), relegados para uma vida profissional sem sal. Mas os juizes, advogados, solicitadores, funcionários judiciais e população que com eles lidamos não temos culpa disso. Seria altura de lhes ensinarem isso no CEJ (Centro de Estados Judiciários).
terça-feira, setembro 05, 2006
BRANCO MAIS BRANCO
Poucos meses após ter afirmado nos Parlamentos nacional e europeu que os aviões da CIA com prisioneiros com destino a Guatanamo não haviam passado por aerorpotos portugueses, Freitas do Amaral confessou, por escrito, que afinal não tinha sido assim. Que os aviões tinham mesmo passado por cá.
Mais do que 0 facto de ter mentido perante órgãos de soberania (penso que ninguém acredita verdadeiramente na treta de que, à altura, os serviços não o haviam informado convenientemente), é o desplante com que desdiz o que disse que preocupa. A total impunidade que sabe que lhe assiste que lhe permite brincar aos jogos de contra-informação sem que nada lhe suceda. O professor, sabe-o, é intangível porque faz parte de uma casta que o é.
Para mim, não passa de mais um gritante caso de polícia que a política vai branquear.
segunda-feira, setembro 04, 2006
FÉRIAS
Vivo cheio de contente a pensar que dentro de aproximadamente 330 dias entrarei, de novo, em férias.
PRETUGUÊS
"O incêndio voltou a reacender-se"
"Todos foram unânimes"
São duas (das várias) pérolas de bem falar e escrever que o Jornal de almoço da RTP nos proporcionou.
Há uns anos, não digo que desse para chumbar. Mas lá que não se escapava a uma reprimenda perante erros tão grosseiros, lá isso não se escapava. Hoje chega para se ser jornalista do canal público.
sexta-feira, setembro 01, 2006
FIÚZA
Para além de constituir um excelente momento circense, ouvir o António Fiúza (presidente de Gil Vicente)em directo no Telejornal é quase tudo para percebermos porque é que o futebol nacional está no estado em que está. É que por muita razão que lhe assista, não há como lha atribuir. E o problema é que ele é uma amostra muito elucidativa de quem são os dirigentes (quase e todos empresários) do desporto em Portugal.
EXAMES
Os resultados dos exames do 9º ano (aumento exponencial do número de chumbos) dando que pensar não pode espantar ninguém.
A cultura do facilitismo não podia fazer-nos chegar a outro lado. Cada vez que se controlar o índice de conhecimentos dos alunos, o resultado será este. Porque a ignorância está lá. Nua e crua.
A questão é se há salvação. Mas se a há, este é o único caminho. A exigência.
O regresso dos exames à escola primária (nunca fui nessa treta do ensino básico, ou primeiro ciclo, etc.etc.), e ao ciclo é inevitável. Só encostados contra a parede os estudantes compreenderão a mediocridade em que mergulharam. E que ou saiem dela ou o amanhã será, com toda a certeza, muito sombrio.
PURA DEMAGOGIA
Para bom cumprimento dos limites de emissão de CO2 impostos pelo protocolo de Kyoto, o governo português anunciou duas medidas: reduzir a velocidade máxima nas autoestradas, de 120 km/h para 118 km/h e impor que os taxis deixem de circular sete dias por semana e passem a circular somente seis.
Pergunto-me como será possível controlar 2 km/h em autoestrada? Ou como se vão contolar os dias em que os taxis circulam?
Na verdade não são ítems controláveis. Não são medidas para aplicar. São apenas para anunciar. Não passam de mera propaganda política. E se já não espanta a arte com que este governo a ela recorre, já espanta, isso sim, o modo desmesurado como o anda a fazer. É que ainda não percebeu que o ritmo com que anuncia o muito que não cumpre lhe há-de ser cobrado.
quinta-feira, agosto 31, 2006
LIBANO
Foram recolhidos 730 milhões de euros para a reconstrução do Libano.
Ainda os corpos dos mortos não arrefeceram e a multinacionais da construção já esfregam as mãos com as obrinhas que aí vêm.
Definitivamente não me revejo neste mundo. Ainda acredito que teria sido mais razoável evitar a destruição. Mas eu sou muito ingénuo.
quarta-feira, agosto 30, 2006
MAIORIDADE
Não sei bem porquê, nunca me tinha dado para assumir a paternidade do crítico.
A partir de hoje é diferente. Está assinado. Atingimos (eu e ele) a maioridade.
A partir de hoje é diferente. Está assinado. Atingimos (eu e ele) a maioridade.
PRAIA DA AMÁLIA
Não gostando nem um bocadinho do que nos cantava, habituei-me a respeitar Amália sobretudo pelo que representou para Portugal. Mas achava sempre que a senhora tinha mesmo muito mau gosto ao dedicar tão sublime voz (que indiscutivelmente tinha) a cantar o que considero uma canção menor e parola (em tudo o que o termo encerra). E nunca serviu de nada chamarem-me herege (acho como sempre achei e pronto).
Mudei, contudo, de opinião.
Ali a sul da Zambujeira do Mar, entalada entre esta e a Azenha do Mar (não confundir com Azenhas, mais a norte) há uma pequena praia. Tem o nome da artista, por ter sido o seu local de férias (tinha mesmo lá casa).
A música dela, continuo a achar, foi um desperdício para a sua voz. Mas o mau gosto, isso a senhora não tinha. Como as fotos ilustram.
Mudei, contudo, de opinião.
Ali a sul da Zambujeira do Mar, entalada entre esta e a Azenha do Mar (não confundir com Azenhas, mais a norte) há uma pequena praia. Tem o nome da artista, por ter sido o seu local de férias (tinha mesmo lá casa).
A música dela, continuo a achar, foi um desperdício para a sua voz. Mas o mau gosto, isso a senhora não tinha. Como as fotos ilustram.
SIBS
A SIBS terá que reembolsar, integralmente, todos os burlados com a clonagem dos cartões multibanco. Palpita-me que não o fará de livre vontade (esperemos pelas notícias dos próximos dias e as reacções às reclamações apresentadas) e, como é hábito das sociedades da sua estirpe (bancárias) apenas o fará quando um Tribunal ou uma qualquer entidade reguladora a obrigue a tal. E só quem nunca teve que apelar à competência, boa vontade e, sobretudo, boa-fé do "monstro" é que pode pensar o contrário.
P.S. Nunca consigo lamentar quando alguém (ainda que pela meios desonestos como seja a clonagem dos cartões) consegue "passar a perna" a um banco (neste caso uma sociedade detida pelos bancos). E dou sempre comigo a pensar: que te faça bom proveito o quanto lhes conseguiste "palmar".
PORTAS, O INDEPENDENTE
A primeira imagem que me ocorreu quando hoje ouvi que O Independente será publicado, pela última vez, na próxima sexta-feira, foi a de uma célebre entrevista dada hás uns anos por Paulo Portas, então director do jornal, que com a altivez costumeira e sempre sem dispensar o dedo em riste, afirmou (cito de cor) a um canal de TV: “Só descansarei no dia em que O Independente vender mais um exemplar do que O Expresso”.
Ora, nunca vendeu sequer metade e Portas há muito que abandonou o barco.
Mas isso Portas já esqueceu. Deitou no ecoponto com a mesma lata com que deitou o CDS (e fez o PP depois de sempre se ter afirmado democrata-cristão e depois regressou ao mesma CDS). Ou do mesmo modo que o fez com as suas ideias anti-europeístas (quem não se lembrar o que disse da então CEE que releia os seus editoriais de então. Ou, para variar para exemplo mais mundano (porém não menos elucidativo sobre a personalidade do homem), com a mesma limpeza com que se esqueceu que afirmou (creio que na dita mesma entrevista) que nunca usaria relógio nem gravata (basta vê-lo agora para constatar como é coerente). A queda de O Independente é, também, a queda de Paulo Portas. A queda de um certo “way of living” que, bem maquilhado, muita frase feita e de banhinho lavado até pode enganar, numa noite mais ébria, o povo. Mas que, em chegando o dia, “tem que tapar as pernas” ou então descobrem-se as “Dietrichs que não foram nem Marlenes” (Sérgio Godinho).
Ora, nunca vendeu sequer metade e Portas há muito que abandonou o barco.
Mas isso Portas já esqueceu. Deitou no ecoponto com a mesma lata com que deitou o CDS (e fez o PP depois de sempre se ter afirmado democrata-cristão e depois regressou ao mesma CDS). Ou do mesmo modo que o fez com as suas ideias anti-europeístas (quem não se lembrar o que disse da então CEE que releia os seus editoriais de então. Ou, para variar para exemplo mais mundano (porém não menos elucidativo sobre a personalidade do homem), com a mesma limpeza com que se esqueceu que afirmou (creio que na dita mesma entrevista) que nunca usaria relógio nem gravata (basta vê-lo agora para constatar como é coerente). A queda de O Independente é, também, a queda de Paulo Portas. A queda de um certo “way of living” que, bem maquilhado, muita frase feita e de banhinho lavado até pode enganar, numa noite mais ébria, o povo. Mas que, em chegando o dia, “tem que tapar as pernas” ou então descobrem-se as “Dietrichs que não foram nem Marlenes” (Sérgio Godinho).
terça-feira, agosto 29, 2006
SALÁRIO MÍNIMO
A CGTP reclama aumento extraordinário do Salário Minímo por este ser um dos mais baixos da Europa.
Porém, números que ainda a semana passada li, dão conta que somos dos países da Europa dita unida que têm uma menor percentagem de trabalhadores a auferir o salário mínimo nacional.
A razão é simples: é tão ridículo o dito SM que poucos empregadores encontram trabalhadores disponíveis para trabalhar apenas por aquela valor. Além de que os Contratos Colectivos de Trabalho, que verdadeiramente fixam esses quantitativos, trabalham, também, acima desse valor.
Por isso, o aumento do SM é um falso problema. Um quase não caso. Ou seja, um fatinho à medida da demagogia sindicalista ortodoxa.
Porém, números que ainda a semana passada li, dão conta que somos dos países da Europa dita unida que têm uma menor percentagem de trabalhadores a auferir o salário mínimo nacional.
A razão é simples: é tão ridículo o dito SM que poucos empregadores encontram trabalhadores disponíveis para trabalhar apenas por aquela valor. Além de que os Contratos Colectivos de Trabalho, que verdadeiramente fixam esses quantitativos, trabalham, também, acima desse valor.
Por isso, o aumento do SM é um falso problema. Um quase não caso. Ou seja, um fatinho à medida da demagogia sindicalista ortodoxa.
COSTA VICENTINA
Ali mesmo em baixo, encravada entre a deturpada Setúbal e o asfixiante Algarve, o pedacinho de Portugal virgem, original, saudável, com coisas deslumbrantes como esta
e esta
Pese embora os homicídios paisagísticos originados por abortos como a Zambujeira do Mar ou Mil Fontes, a verdade é que ainda subsistem postais como os acima ilustrados.
Melides, um pouco mais a norte, tem ainda mais de paraíso, de imaculado. É o último pedaço de Portugal por “estuporar”.
Volto e volto vezes sem conta e os olhos não esgotam a saciedade de olhar.
Estes 80 kms de costa são a última oportunidade de salvar um restinho de mar e areia de que, no futuro muito próximo, não nos envergonhemos.
Dizem-me, porém, que só para Melides estão programadas mais de 5000 camas turísticas.
A muito breve trecho, o Alentejo costeiro não será mais que um braço da lixeira em que converteram o Algarve. A partir daí deixarei de ter local para veranear em Portugal. Mas até lá vou sorver cada bocadinho que estes animais do imobiliário e da política não tiverem, ainda, rebentado.
e esta
Pese embora os homicídios paisagísticos originados por abortos como a Zambujeira do Mar ou Mil Fontes, a verdade é que ainda subsistem postais como os acima ilustrados.
Melides, um pouco mais a norte, tem ainda mais de paraíso, de imaculado. É o último pedaço de Portugal por “estuporar”.
Volto e volto vezes sem conta e os olhos não esgotam a saciedade de olhar.
Estes 80 kms de costa são a última oportunidade de salvar um restinho de mar e areia de que, no futuro muito próximo, não nos envergonhemos.
Dizem-me, porém, que só para Melides estão programadas mais de 5000 camas turísticas.
A muito breve trecho, o Alentejo costeiro não será mais que um braço da lixeira em que converteram o Algarve. A partir daí deixarei de ter local para veranear em Portugal. Mas até lá vou sorver cada bocadinho que estes animais do imobiliário e da política não tiverem, ainda, rebentado.
REGRESSO II
Retorno sempre vazio, amputado, das "viagens" que me dão prazer. Regresso sempre tonto, com um zumbido nos ouvidos, que me empurra para sul, para norte, para dentro ou seja lá de onde venho e me diz: não regresses. Não venhas que não fazes falta.
REGRESSO I
Penosamente regresso. Aos lugares, aos mesmos cantos, às mesmas rotinas, às mesmas ilusões, às mesmas aflições. Regresso à vidinha, mas sempre à espera de outra. Que nunca há-de surgir.
quarta-feira, agosto 09, 2006
OBVIAMENTE
A incomeptência revelada por Adriaanse, que vezes sem conta aqui sublinhei, o esticar da corda que provocou com as declarações proferidas domingo e a avidez de realizar uns negócios (Kromkamp, Sonkaya, Tarik, Hesselink), sem ter conseguido perceber que no Dragão essas comissões têm que ir para outros bolsos, torna esta demissão qualificável de um só modo: ÓBVIA.
MÉDIO ORIENTE
Dentro de dias, com o mundo a banhos, a ONU acabará por conseguir um cessar fogo no médio oriente.
Israelitas e Hezzbolah regressarão aos quarteis.
O preço do petróleo (ainda que temporariamente) cairá dos insanes valores que tem atingido.
A bolsa nova-iorquina recuperará dos estado de tonteria em que tem estado mergulhada.
Entretanto uns quantos bolsos norte-americanos (industria de armamento, petrolíferas) terão conseguido garantir resultados que sem a guerra não obteriam. A indústria de construção civil, aquela que acorre sempre aos locais traumatizados para reconstruir, correrá para o Líbano, num programa “humanitário” sem precedentes.
Em Setembro regressaremos todos ao buliço. Achando tudo isto normal.
Israelitas e Hezzbolah regressarão aos quarteis.
O preço do petróleo (ainda que temporariamente) cairá dos insanes valores que tem atingido.
A bolsa nova-iorquina recuperará dos estado de tonteria em que tem estado mergulhada.
Entretanto uns quantos bolsos norte-americanos (industria de armamento, petrolíferas) terão conseguido garantir resultados que sem a guerra não obteriam. A indústria de construção civil, aquela que acorre sempre aos locais traumatizados para reconstruir, correrá para o Líbano, num programa “humanitário” sem precedentes.
Em Setembro regressaremos todos ao buliço. Achando tudo isto normal.
sábado, agosto 05, 2006
SISTEMA
O sistema de Adriaanse, sobre o qual tanto têm teorizado tem um nome: Quaresma.
Quaresma joga bem, o FC Porto vence. Quaresma joga mal (ou não joga) e o FC Porto perde.
Qual 3x4x3 qual carapuça. É uma valente treta este limpinho com ar efeminado que nos arranjaram...
A BURRICE DE ADRIAANSE
Já o disse aqui, aqui, aqui, e se cito é apenas para não ser acusado de prognósticos depois da desgraça.
Adriaanse nunca esteve à altura do FC Porto. Continua a não estar. E nunca estará.
Genericamente, o mundo moderno ensina-nos que aos 60 anos não se contrata ninguém para começar uma vida vitoriosa. Ora é isso que sucede com o holandês. Chegou ao Porto com o currículo vazio e anda cheio de contente por o ter enchido com um título ganho à custa de Quaresma e da mediocridade dos adversários. E, recordo, com uma única vitória frente aos seus directos rivais.
Sempre que toca a medir forças com iguais, perde, invarivalemnte, por culpa própria. Por más opções e, sobretudo, por muita, muita teimosia. Tanta que raia a burrice (ou que outra qualificação se encontra para a opção de Alan a avançado? Ou a dispensa de Hugo Almeida sem ninguém que o substitua?).
Pior que tudo é que ele continua sem perceber a filosofia do clube que o emprega (o pretenso braço de ferro com Pinto da Costa por Hesselink é bem revelador) e a arrogância que tem (aquele desafio em directo a Ferguson só não foi cómico por se tratar do FC Porto) vai arrastá-lo para o fundo. O problema é que vai levar a equipa com ele, e recontruí-la vai não só custar uma pipa de dinheiro (nada com que alguns administradores da SAD, sempre abertos às comissões de transferências, se importem) e, sobretudo, um ou dois anos sabáticos.
sexta-feira, agosto 04, 2006
quinta-feira, agosto 03, 2006
ABSOLUTISMO
Já repararam? Sócrates está de férias e nos Jornais, Telejornais e afins no pasa nada. O país não existe de e para além do PM. Será a reencarnação do absolutismo esclarecido?
terça-feira, agosto 01, 2006
COBARDIA
Suprema a cobardia revelada pelo Conselho Superior da Ordem dos Advogados.
Depois de acusar (bem) Miguel Júdice por violação grosseira e consciente do Código Deontológico dos advogaods, e de ter deixado transpirar para a comunicação social que o visado seria suspenso por 4,5 meses, encolheu-se com a tareia que apanhou por ter negado a defesa (a saída da sala foi um golpe de sorte para Júdice) a aplicou-lhe a pena mínima.
Esperava-se mais, muito mais (isenção, competência, diligência, eficiência) de quem temtanto poder nas mãos.
Mas o "lóbbie", esse supremo meio de "gerir" Portugal e o mundo acabou por vencer.
Fez-se boa, sã e serena justiça. Haja vergonha.
domingo, julho 30, 2006
PREVISÕES
Uma previsão para a época que se avizinha:
1º Sporting
2º FC Porto
3º Benfica
Se me enganar e o FC Porto for campeão, prometo dar o braço a torcer e dar razão ao Adriaanse.
Até lá para mim continua a ser um treinador mediano, que encontrou na cidade do Porto um bom local para preparar a reforma (e é rezar para não ir de "velinha" logo na fase de grupos da Liga dos Campeões).
sábado, julho 29, 2006
MARIA JOÃO PIRES
Maria João Pires diz que foi para a Bahia "descansar de Portugal".
Estava farta do ostracismo, do esquecimento, da falta de apoio. Sentia-se manietada, presa e sem conseguir fazer o que queria. Fartou-se de Portugal.
Creio que é que acontece com qualquer português que tente fazer alguma coisa que seja fora de Lisboa.
O país respira centralismo. Tem um umbigo cada vez mais inchado. Tem uma capital cada vez mais prepotente e políticos que se marimbam para o resto. O país está a saque ou à venda.
É natural que Maria João Pires se ponha a andar. Ela e todos os outros que tenham dois dedos de testa.
Portugal "stinks".
Estava farta do ostracismo, do esquecimento, da falta de apoio. Sentia-se manietada, presa e sem conseguir fazer o que queria. Fartou-se de Portugal.
Creio que é que acontece com qualquer português que tente fazer alguma coisa que seja fora de Lisboa.
O país respira centralismo. Tem um umbigo cada vez mais inchado. Tem uma capital cada vez mais prepotente e políticos que se marimbam para o resto. O país está a saque ou à venda.
É natural que Maria João Pires se ponha a andar. Ela e todos os outros que tenham dois dedos de testa.
Portugal "stinks".
sexta-feira, julho 28, 2006
quarta-feira, julho 26, 2006
ENVELOPE 9
O Tribunal da Relação deu um banho na decisão do Ministério Público quando decidiu mandar invadir, de forma selvática, como é seu timbre, a redacção do 24 horas e a casa do seu repórter (e nem sequer é o pasquim que me sugere a reflexão, mas o princípio).
Aliás, quem anda nestas andanças sabe que é quase sempre assim: o MP, quando não tem razão pelo bem, ganha-a pela força. É assim um mais ou menos "os fins justificam os meios".
Souto Mouro e a sua polícia "magistrada" tinham que ter razão no envelope. Viu-se.
Pergunto-me que mais tropelias tem Souto Moura que fazer para o demitirem. No mundo laboral, por muito, muitsíssimo menos, imputam-se notas de culpa e despedem-se trabalhadores.
sexta-feira, julho 21, 2006
JÚDICE
Júdice violou, de uma forma grosseira, deveres sagrados dos advogados.
Foi desonesto na forma como se aproveitou de uma entrevista para promover, de uma forma descarada, a sua sociedade de advogados.
Teve a desfaçatez de propor, na praça pública, que o estado devia sempre recorrer às três maiores sociedades de advogados do país onde, obviamente, se inclui a sua.
Perdeu a vergonha, e inaugurou uma nova forma de fazer "lobbie": em directo e ao vivo, na TV, nos jornais, em todo o lado que lhe dê tempo de antena.
Agora está a ser julgado pela Ordem que tutela os seus actos e que ele já dirigiu.
Estranha é esta solidariedade, que de repente passou a percorrer a classe e a comnicação social, para com o infractor.
Parece pecado punir disciplinarmente quem violou, repito, de forma grosseira, o código deontológico dos advogados.
Não há dúvida que numa sociedade mediatizada, não conta ser-se. Apenas parecer-se. Honesto, no caso.
quinta-feira, julho 20, 2006
ÓRINA
Só hoje, ouvindo o inolvidável Luís Filipe Vieira, é que percebi porque razão Nuno Assiz foi controlado positivamente numa análise anti-doping.
É que o CNAD, indevidamente, recolheu "Órina" do pobre Assiz.
Ora, a "òrina", só por si, já é tal pontapé na gramática que, mesmo limpinha, bem merece condenação severa.
É que o CNAD, indevidamente, recolheu "Órina" do pobre Assiz.
Ora, a "òrina", só por si, já é tal pontapé na gramática que, mesmo limpinha, bem merece condenação severa.
SOFISMAS SOCRÁTICOS
Na muita demagogia e mera propaganda de imagem que povoa o Governo de Sócrates, o maior sofisma veio da promessa de emagrecimento da função pública.
À parte as notícias de hoje, que dão como certa a contratação de mais 10 000 novos funcionários (só os distraídos ou os que não lêem a história podem ter ficado surpreendidos), é no conceito do entra um para cada dois que saem que está o maior logro.
É que sendo certo que dentro da função pública estão cerca de 150 000 funcionários a mais, não será a entrar um por cada dois que se reformem que se resolve a contenda. Pelo menos nos próximos 50 anos. Mais. É um verdadeiro engano afirmar que assim se emagrece a despesa corrente do Estado. É que os dois que saem e se reformam continuarão a viver na dependência desse Estado. O outro, que entra, também. Por isso, e desse modo, a despesa do estado com pessoal não diminui. Quando muito crescerá menos. Atacar o problema, a fundo, seria a instalação da verdadeira mobilidade (funcional e geográfica) na função pública. Ao mesmo tempo que se fechava, pura e simplesmente, o regime de contratação de mais mão de obra. Um período sabático de pelo menos 24 meses. Nem que fosse a título de exemplo.
À parte as notícias de hoje, que dão como certa a contratação de mais 10 000 novos funcionários (só os distraídos ou os que não lêem a história podem ter ficado surpreendidos), é no conceito do entra um para cada dois que saem que está o maior logro.
É que sendo certo que dentro da função pública estão cerca de 150 000 funcionários a mais, não será a entrar um por cada dois que se reformem que se resolve a contenda. Pelo menos nos próximos 50 anos. Mais. É um verdadeiro engano afirmar que assim se emagrece a despesa corrente do Estado. É que os dois que saem e se reformam continuarão a viver na dependência desse Estado. O outro, que entra, também. Por isso, e desse modo, a despesa do estado com pessoal não diminui. Quando muito crescerá menos. Atacar o problema, a fundo, seria a instalação da verdadeira mobilidade (funcional e geográfica) na função pública. Ao mesmo tempo que se fechava, pura e simplesmente, o regime de contratação de mais mão de obra. Um período sabático de pelo menos 24 meses. Nem que fosse a título de exemplo.
quarta-feira, julho 19, 2006
SEXO E A CIDADE
Estará o tempo a fazer de nós aquilo que andamos a fazer com ele?
Agora até parecia a Carrie, do sexo e a cidade.
Só que as perguntinhas que ela deixa no ar, fá-las num Mac de 4.000 €.
Eu continuo a escrever num PC a carvão, que só à custa de muito chuto continua a funcionar.
Agora até parecia a Carrie, do sexo e a cidade.
Só que as perguntinhas que ela deixa no ar, fá-las num Mac de 4.000 €.
Eu continuo a escrever num PC a carvão, que só à custa de muito chuto continua a funcionar.
segunda-feira, julho 17, 2006
CAPITALISMO
Não consigo parar de pensar que alguém alimenta artificialmente este conflito estúpido no médio oriente.
Será quem pode lucrar, num dia, com o flagelo que será o aumento exponencial do petróleo?
Ou quem gosta que os mercados financeiros se "despenquem" quando pouco o fazia prever?
Ná. Acho que sou eu com a mania que o capitalismo selvagem nos persegue. E nos devora. Aos pedacinhos
Será quem pode lucrar, num dia, com o flagelo que será o aumento exponencial do petróleo?
Ou quem gosta que os mercados financeiros se "despenquem" quando pouco o fazia prever?
Ná. Acho que sou eu com a mania que o capitalismo selvagem nos persegue. E nos devora. Aos pedacinhos
DIREITO? NÃO, TORTO
A concorrência que se instalou no mundo do direito está a transformá-lo numa verdadeira selva, com destinos muito perigosos.
Primeiro foi na advocacia, a mais liberal das profissões jurídicas. Licenciados e mais licenciados, uma ordem que lucra milhões com os novos inscritos (e por isso alimenta-os) e quase tudo o que é código ético, deontológico arrumou-se na gaveta. É a sobrevivência.
Seguiram-se os Solicitadores, tradicionalmente uma função menos nobre do direito, mas que à custa das reformas da ex-ministra Cardona, assumiram um papel preponderante. Mandam nas execuções (que são mais de 50% da litigância nacional). Não têm, notoriamente, prepapração deontológica para as funções que exercem. Neles a selva é ainda mais "selvagem".
Agora são os notários. O Governo privatizou o exercício da função. Menos de um ano depois de o ter feito, sob a capa do Simplex, retirou-lhe aí 30 ou 40% dos actos que lhe garantiram, tradicionalmente, a sobrevivência. Ora, daqui para a frente, será disso que se tratará: sobreviver. A fé pública, que conferem, ficará para quando puder ser.
Ora, qual é a solução encontrada? Aumentar o número de vagas de acesso às faculdades que ministram o curso de direito. O resultado não é óbvio?
domingo, julho 16, 2006
ADRIAANSE
Este cromo do Adriaanse começa mal, tal qual acabou mal a época.
Continua a não saber crescer, a não saber estar à altura do clube que o emprega. É pequenino, um bocado mesquinho mesmo, e revela-o em pequenos nadas.
O FC Porto estreou-se a vencer 17-0 um tal de Cerveira, da IIIª divisão.
Qualquer líder, sobretudo de jogadores, diría: é normal; nós custamos milhões; eles centavos; o resultado interessava pouco.
Mas não. Preferiu tornar o treino numa epopeia. "Acho que o resultado é histórico", afirmou.
Defintivamente, não percebe mesmo nada da poda, e não há-de ser um campeonato ganho à mediocridade dos adversários que me fará mudar de opinião.
ANTEVISÃO
Palpita-me que vai ser um fartote de rir estes tons de vermelho do missinhas e do coxo do Costa.
Camioneta à porta da área, cruzes e santinhas no balneário, uns roubos de igreja (como já é hábito) e o futebol mais mal jogado da liga.
Para começar, em grande: derrota com o super Syon. Do grande jogador João Manuel Pinto, antiga glória das águias. Com um golo dele. Que mais é que é preciso para se ser feliz?
sábado, julho 15, 2006
EMINÊNCIA
"Sua Eminência deu garantias?
Numa entrevista que deu em tempos à "Pública", penso eu, o filósofo americano Daniel Dennet pôs a flutuar uma pergunta retórica a respeito dos pastores evangelistas e das igrejas, como a IURD, a que temos o costume de chamar escroques:
- O que poderiam as pessoas comprar com aqueles vinte dólares que lhes desse mais felicidade?
Era capaz de me lembrar de um artigo ou dois, se me esforçasse, mas percebo a ideia. Scolari, por exemplo. O que poderia a FPF comprar por dois, três ou quatro milhões de euros que desse aos portugueses mais felicidade? Desde que o tema do seleccionador se tornou espiritual, ao cabo de uma tão rápida quanto profunda - lá está - campanha de evangelização, não há como discutir o prolongamento do episcopado. O que se deve debater daqui por diante são as questões práticas. Em que dia do mês devemos pagar o dízimo?"
Isto, que com a devida vénia transcrevo, e o resto, foi escrito, com o jeitinho do costume, pelo José Manuel Ribeiro. Aqui.
Numa entrevista que deu em tempos à "Pública", penso eu, o filósofo americano Daniel Dennet pôs a flutuar uma pergunta retórica a respeito dos pastores evangelistas e das igrejas, como a IURD, a que temos o costume de chamar escroques:
- O que poderiam as pessoas comprar com aqueles vinte dólares que lhes desse mais felicidade?
Era capaz de me lembrar de um artigo ou dois, se me esforçasse, mas percebo a ideia. Scolari, por exemplo. O que poderia a FPF comprar por dois, três ou quatro milhões de euros que desse aos portugueses mais felicidade? Desde que o tema do seleccionador se tornou espiritual, ao cabo de uma tão rápida quanto profunda - lá está - campanha de evangelização, não há como discutir o prolongamento do episcopado. O que se deve debater daqui por diante são as questões práticas. Em que dia do mês devemos pagar o dízimo?"
Isto, que com a devida vénia transcrevo, e o resto, foi escrito, com o jeitinho do costume, pelo José Manuel Ribeiro. Aqui.
quinta-feira, julho 13, 2006
MORTE DO BATALHA
Com grande, grande pena minha (fui dos que lá estiveram na re-inauguração) o Batalha está a caminho da condenação. Por várias razões:
1. Falta-lhe um plano (programa) devidamente divulgado (nem site tem).
2. O programa que existe, sob pretexto de ecletismo, padece de ausência de coerência.
3. A sucessiva abertura de espaços (sala, bar, restaurante, terraço) não foi acompanhada da divulgação devida.
4. Os serviços prestados são genericamente maus. No bar servem uns jovens sem qualquer experiência. Na música, não raro, tenho assistido a DJs mais entretidos em animarem-se a si mesmos que ao público (pouco) que os visita. O restaurante foi adjudicado a um dos piores serviços que deve existir na cidade do Porto (infelizmente conheço-o). O terraço está nitidamente sub-aproveitado. A sala teve, até ao momento, dois espectáculos (em quatro meses)
5. Até a tradicional decoração, que tantas memórias chamava (o Disco Volante do 007, o Roger Moore, o Clint Eastwood, etc,etc) foi substituída por umas pseudo-modernas luzes que descaracterizam e nada têm a ver com a arquitectura e o ambiente.6. Paularinamente é aquela fauna que já andava por ali que está a tomar conta daquilo. Não se chamou gente nova e diferente.
Por isso, acho, repito que com enorme pena, que no próximo Inverno vou voltar a não ter pretexto para ir à baixa à noite (salvo ao "Maus hábitos", quando o corpo permitir).
quarta-feira, julho 12, 2006
PRÉMIOS
O pedido de Madail de isentar de pagamento de IRS os prémios dos jogadores que estiveram presentes no Mundial só revela a falta de vergonha e de tino que reina no nosso futebol.
P.S. Mais importante do que o Governo ter negado a pretensão foi a forma como o fez. Um rotundo não. Um berro num túnel escuro em que o futebol se transformou.
P.S. Mais importante do que o Governo ter negado a pretensão foi a forma como o fez. Um rotundo não. Um berro num túnel escuro em que o futebol se transformou.
terça-feira, julho 11, 2006
BRAHMA É MEU DRAMA
UMA PERGUNTA, PÓS MUNDIAL
Não houve cruzamentos a mais para avançados a menos?
É que o único avançado digno do nome que jogou facturou em 15 minutos tanto como o oficial em...600
É que o único avançado digno do nome que jogou facturou em 15 minutos tanto como o oficial em...600
A VERDADE, MAIS DO QUE NUNCA
A f., que é a Fernanda Câncio, escreveu no Glória Fácil o que se segue e algo mais a propósito do julgamento dos menores que espancaram o transexual no Porto:
"Uma brincadeira que correu mal”. Ouvida primeiro a responsáveis da Oficina, os tais que “educam para a vida”, a frase volta agora pela boca dos jovens, parece, e dos seus advogados. Fosse a vítima uma criança ou um padre – e não a transexual, sem abrigo, toxicodependente e prostituta que era – ousar-se-ia falar assim do que lhe fizeram?
Ora estando eu plenamente de acordo que o julgamento seja feito à porta fechada (está ali gente menor, a quem a sociedade e, sobretudo, o tempo ainda devem uma segunda oportunidade), não deixo de estar de acordo com a visão de que, sem nomes, os factos (e sobretudo o que esteve por detrás deles) devem ser relatados à opinião pública.
Porque conhecer aquela realidade, que normalmente corre à noite, ou dentro de paredes das "Oficinas", e certamente sempre "fora" das nossas vidas, é imprescindível para sabermos que raio de edifício estamos a construir.
Esta atitude paternalista que o Conselho Superior da Magistratura adoptou, querendo quartar o direito à informação, pretendendo fazer o papel de coordenador (do julgamento e das notícias) é muito característico de uma sociedade totalitarista e autista, que faz de conta que não vê, porque assim não existe.
Ademais, pensarão, era um(a) transexual. Sózinho(a). Não faz falta a ninguém. Não se terá perdido grande coisa. Nós assisitimos impávidos.
"Uma brincadeira que correu mal”. Ouvida primeiro a responsáveis da Oficina, os tais que “educam para a vida”, a frase volta agora pela boca dos jovens, parece, e dos seus advogados. Fosse a vítima uma criança ou um padre – e não a transexual, sem abrigo, toxicodependente e prostituta que era – ousar-se-ia falar assim do que lhe fizeram?
Ora estando eu plenamente de acordo que o julgamento seja feito à porta fechada (está ali gente menor, a quem a sociedade e, sobretudo, o tempo ainda devem uma segunda oportunidade), não deixo de estar de acordo com a visão de que, sem nomes, os factos (e sobretudo o que esteve por detrás deles) devem ser relatados à opinião pública.
Porque conhecer aquela realidade, que normalmente corre à noite, ou dentro de paredes das "Oficinas", e certamente sempre "fora" das nossas vidas, é imprescindível para sabermos que raio de edifício estamos a construir.
Esta atitude paternalista que o Conselho Superior da Magistratura adoptou, querendo quartar o direito à informação, pretendendo fazer o papel de coordenador (do julgamento e das notícias) é muito característico de uma sociedade totalitarista e autista, que faz de conta que não vê, porque assim não existe.
Ademais, pensarão, era um(a) transexual. Sózinho(a). Não faz falta a ninguém. Não se terá perdido grande coisa. Nós assisitimos impávidos.
segunda-feira, julho 10, 2006
ZIZOU
A atribuição do prémio de melhor jogador do mundial a Zidane cheira a logro do mais ordinário. Dois jogos (os bons que Zidane realizou) não fazem (não podem fazer) um jogador ser eleito melhor. Bons foram o Zambrota, o Buffon, o Maniche, o Torres, o Klose, o Sórin, etc, etc, etc. Porquê? Porque jogaram sempre bem todos os jogos que disputaram.
Eleger como melhor alguém que não o foi, que deu o exemplo que o Zidane deu, espetando uma violentíssima cabeçada no adversário, deixa um cheiro pestilento em torno dos eleitores. Nada que estranhemos.
domingo, julho 09, 2006
PATRIOTISMO
Acabou o Mundial. O meu vizinho de baixo, o do lado e o de frente andam atarefados na reciclagem patriótica. Recolheram as bandeiras, esse símbolo maior do patriotismo balofo, que lavaram e secaram com a mesma competência com que berraram o nome do país sempre que viram um holofote de uma câmara de TV ligado.
Agora vão voltar ao trilho, esquecer que existe uma nação chamada Portugal, afogar as mágoas no bagaço e no tinto e, daqui a dois anos, voltar a ser patriotas, em mais um Europeu.
Cobrimo-nos de ridículo. O que vale é que ninguém vê.
PAULETA
Esta sim, é uma boa notícia.
É que não nos podemos esquecer que, nos últimos 12 jogos a sério (Europeu e Mundial), este "enorme" avançado, indiscutível e indefectível de Scolari, conseguiu marcar 1 golo.
Terá jogado qualquer coisa perto dos 1000 minutos. Facturou, repito, UMA VEZ.
Tem a impressionante média de 0.083333 golos por jogo. Ou 0.001 golos por minuto. É de facto impressionante... de tão mediocre ser.
Porém estamos garantidos. Scolari já tem Postiga para substituir Pauleta à altura.
P.S. Há dias ouvi na rádio uma das melhores descrições de Pauleta: é um avançado que precisa de um campo de golfe para dominar uma bola de queijo. Nem mais.
É que não nos podemos esquecer que, nos últimos 12 jogos a sério (Europeu e Mundial), este "enorme" avançado, indiscutível e indefectível de Scolari, conseguiu marcar 1 golo.
Terá jogado qualquer coisa perto dos 1000 minutos. Facturou, repito, UMA VEZ.
Tem a impressionante média de 0.083333 golos por jogo. Ou 0.001 golos por minuto. É de facto impressionante... de tão mediocre ser.
Porém estamos garantidos. Scolari já tem Postiga para substituir Pauleta à altura.
P.S. Há dias ouvi na rádio uma das melhores descrições de Pauleta: é um avançado que precisa de um campo de golfe para dominar uma bola de queijo. Nem mais.
"BLOCIDADE"
quarta-feira, julho 05, 2006
CARAVAGIO
Justa. Justíssima a eliminação de Portugal.
Por culpa do bom jogo francês?
Não, de modo algum. Culpa própria.
Tentar jogar com a França do mesmo modo que se joga com a Inglaterra tem custos. Todos os sabem. Só Scolari e a Nª Srª do Caravagio é que não.
O PREÇO DA FUTEBOLÂNDIA
O petróleo sobe (mora já quase novamente nos 95 USD), as bolsas despenham-se, a economia retrai-se, o desemprego aumenta. O endividamento das famílias há muito que partiu o tecto (o pagamento das dívidas deixadas pelos antecessores é talvez um dos mais sérios problemas a resolver pela próxima geração). O consumo ainda se vai mantendo, ajudando a mascarar uma economia depauperada, sem rei nem roque, com destino negro.
Mas o país está parado, alegre e "sadio". Espera pelas vitórias da bola em torno de cervejas e tremoços. Depois, quando acabar, vai partir para férias (milagroso cartão de crédito). Quando voltar vai cair em si e vai estranhar, como aquela rapariga de 14 anos, o atraso...
Pergunto-me quanto tem custado a Portugal (e ao PIB) a tremenda falta de produtividade do mês de Julho? Quanto é que esta bebedeira colectiva em torno da Caravaggio e de meia-dúzia de vendedores de ilusões (porque participar num Mundial, seja de futebol ou de berlinde, mesmo ganhando-os, apenas pode fazer bem à auto-estima) vais acrescentar ao nosso já gritante sub-desenvolvimento?
Sobra (e louva-se) a atitude do Presidente Cavaco e do Primeiro Ministro Sócrates que têm dado o exemplo: mantêm-se em Portugal, cumprem as suas funções sem se deixarem ir na enchorrada fácil do populismo do cachecol e da bandeira. O problema é que a eles já ninguém os ouve. Já ninguém lhes liga.
terça-feira, julho 04, 2006
(A)FINAL
Venha que jogo vier (e escrevo depois da Alemanha, a última equipa que jogava qualquer coisa semelhante a futebol, ter sido eliminada) a final do Mundial vai ser uma seca. Caculista, mal jogada, decidida a ferros. Sem o brilho que uma final merecida. Onde, com toda a certeza, o vencedor não será o melhor do mundo. Será apenas o melhor de um campeonato da treta em que se converteram os Mundiais. Da treta e dos cifrões.
domingo, julho 02, 2006
RICARDO
O facto de defender três penalties, apenas quer dizer que Ricardo é bom a defender penalties.
Ninguém lhe tira o mérito e todo (quase) o português lhe agradece a passagem às meias.
Mas as ditas defesas não podem, ao contrário do que muitos querem fazer crer, levar a esquecer que é um guarda-redes mediano, que nem sequer é o melhor de Portugal (antes deles estaria Paulo Santos e, claro está, Baía) e que é, em muito, responsável pelo título perdido pelo Sporting.
Se dúvidas existissem havia só que perguntar: se é assim um fenómeno, porque é que aos 30 anos ainda não deu o salto? Anda tudo doido no futebol para ainda ninguém ter percebido o "craque" que ele é?
P.S. Ricardo está a fazer um grande mundial. Mas cinco jogos não fazem uma carreira. Senão eu também tinha lugar na selecção.
sábado, julho 01, 2006
ALIADOS
Com a clarividência e a mestria de imagens que o caracteriza, Carlos Romão, no Cidade Surpreeendente, diz tudo sobre os (novos) Aliados.
Por mim só sinto uma coisa: roubaram-nos a "Praça". A nossa "Praça".
EU PAGO UMA CAIXA DE CUTTY SARK E UM TUBO DE KGB
Madail diz-se cansado e farto do fardo de presidir à federação e pondera ir embora.
O futebol nacional volta a ter esperança.
O futebol nacional volta a ter esperança.
sexta-feira, junho 30, 2006
FAUNA
Inicialmente inventamos os parolos
Caracterizavam-se (estão em vias de extinção, daí o pretérito) pela meia branca (vulgo pésinho de gesso), a camisa aberta até ao umbigo e a voltinha de ouro (a esvorta) com a santa a reluzir, a pulseirinha (de ouro ou simples fancaria) e o “aneluncho” a condizer.
Usavam muito o “prontos”, o “tás a ver”, o “deri”b”ado a”.
Fatinho domingueiro, era vê-los na suecada ou na malha, à volta de um garrafão de “tintól” ou a passear com a patroa no único dia em que esta se atrevia a tirar o avental do frontispício. Ou de carro, sempre a 20 km/h numa estrada movimentada, com o Cortina a reluzir e a almofadinha de renda, colocada na chapeleira traseira, normalmente a camuflar o papel higiénico do piquenique de domingo à beira da estrada nacional 1.
Eram trabalhadores, inofensivos (salvo aos olhos) e os que vivem vão já na casa dos 60/70. São pais dos “Tones” e das “Zezas”.
Vieram depois os Azeiteiros: os “Tones” e as “Zezas”
Mais sofisticados na arte do “ajavardamento”, instalaram-se nas periferias das grandes cidades ou em bairros sociais.
Vivem para o status.
Inicialmente quitavam a Zundap onde se deslocavam (uns “tó-colantes” a dizer turbo, uma “zagolina” especial “pra dar mais gás” e uns escapes de rendimento, normalmente mais valiosos que o próprio veículo) ou, os mais abonados, os Datsun 1200. Mais tarde vieram Honda Civic (“zantes espaciais”, uns néons lilases ou azuis, colocados debaixo do veículo, os “hailerons” e, claro, o “bolante” de pau).
Imitam tudo o que é caro da forma mais ordinária que se pode imaginar (óculos, t-shirts, calças, blusões) tudo neles cheira a falso. Tão falso que nem pretensioso chega a ser. Somente azeiteiros (daí o nome).
São hoje pais das Vanessas, das Carinas, das Marlenes, dos Fábios e de tudo o que é nome de novela brasileira.
Estão nos 40/50 e grande parte sobrevive nas fábricas, na construção ou no subsídio de desemprego (mais neste). São pais dos Ronaldos e das Fabianas.
Chego agora à terceira geração da raça. Os Ronaldos e as Fabianas.
Tenho dificuldades em apelidá-la (aceito mesmo nomes alternativos).
Pensei em jagunços, aborígenes (mas ao contrário), selvagens, mas não me contentei com nenhum.
Eles são uma miscelânea de tudo e não são nada.
Usam bonés (virados ao contrário, no cocuruto da cabeça ou até colocados de “ladex” no crânio), calças esfarrapadas à navalhada, cortes de cabelo à Quaresma, brincos à Ronaldo, óculos espaço 1999, têm a “cremalheira” numa lástima e deambulam no saque até lhes atirarem a orgadura para uma cela.
Têm namoradas fio dental, tipo Rute Marlene, cheias de piercings e outros adereços.
Não estudam. Chutam-se. Engravidam-nas aos 13 (ou mais cedo, se a natureza permitir). Pertencem às claques de futebol. Vivem no lixo. São lixo (urbano, sempre).
São do género “fino”, opinião sobre tudo, cheios de “direitos”. Consomem Hip Hop com a mesma vontade com que se embrulham no Tóni Carreira. Deglutem carne assada com o mesmo gosto que “afocinham” num Big Mac. Adoram centros comerciais “pró gamanço e engate”. Uma paredinha de cimento liso e “bute pró grafite”.
Não chegam à Segurança Social porque nem sequer chegam a ter emprego.
Vão morrer na merda e arrastar-nos com eles para ela. Alguém me ajuda a encontrar um nome para esta fauna?
Caracterizavam-se (estão em vias de extinção, daí o pretérito) pela meia branca (vulgo pésinho de gesso), a camisa aberta até ao umbigo e a voltinha de ouro (a esvorta) com a santa a reluzir, a pulseirinha (de ouro ou simples fancaria) e o “aneluncho” a condizer.
Usavam muito o “prontos”, o “tás a ver”, o “deri”b”ado a”.
Fatinho domingueiro, era vê-los na suecada ou na malha, à volta de um garrafão de “tintól” ou a passear com a patroa no único dia em que esta se atrevia a tirar o avental do frontispício. Ou de carro, sempre a 20 km/h numa estrada movimentada, com o Cortina a reluzir e a almofadinha de renda, colocada na chapeleira traseira, normalmente a camuflar o papel higiénico do piquenique de domingo à beira da estrada nacional 1.
Eram trabalhadores, inofensivos (salvo aos olhos) e os que vivem vão já na casa dos 60/70. São pais dos “Tones” e das “Zezas”.
Vieram depois os Azeiteiros: os “Tones” e as “Zezas”
Mais sofisticados na arte do “ajavardamento”, instalaram-se nas periferias das grandes cidades ou em bairros sociais.
Vivem para o status.
Inicialmente quitavam a Zundap onde se deslocavam (uns “tó-colantes” a dizer turbo, uma “zagolina” especial “pra dar mais gás” e uns escapes de rendimento, normalmente mais valiosos que o próprio veículo) ou, os mais abonados, os Datsun 1200. Mais tarde vieram Honda Civic (“zantes espaciais”, uns néons lilases ou azuis, colocados debaixo do veículo, os “hailerons” e, claro, o “bolante” de pau).
Imitam tudo o que é caro da forma mais ordinária que se pode imaginar (óculos, t-shirts, calças, blusões) tudo neles cheira a falso. Tão falso que nem pretensioso chega a ser. Somente azeiteiros (daí o nome).
São hoje pais das Vanessas, das Carinas, das Marlenes, dos Fábios e de tudo o que é nome de novela brasileira.
Estão nos 40/50 e grande parte sobrevive nas fábricas, na construção ou no subsídio de desemprego (mais neste). São pais dos Ronaldos e das Fabianas.
Chego agora à terceira geração da raça. Os Ronaldos e as Fabianas.
Tenho dificuldades em apelidá-la (aceito mesmo nomes alternativos).
Pensei em jagunços, aborígenes (mas ao contrário), selvagens, mas não me contentei com nenhum.
Eles são uma miscelânea de tudo e não são nada.
Usam bonés (virados ao contrário, no cocuruto da cabeça ou até colocados de “ladex” no crânio), calças esfarrapadas à navalhada, cortes de cabelo à Quaresma, brincos à Ronaldo, óculos espaço 1999, têm a “cremalheira” numa lástima e deambulam no saque até lhes atirarem a orgadura para uma cela.
Têm namoradas fio dental, tipo Rute Marlene, cheias de piercings e outros adereços.
Não estudam. Chutam-se. Engravidam-nas aos 13 (ou mais cedo, se a natureza permitir). Pertencem às claques de futebol. Vivem no lixo. São lixo (urbano, sempre).
São do género “fino”, opinião sobre tudo, cheios de “direitos”. Consomem Hip Hop com a mesma vontade com que se embrulham no Tóni Carreira. Deglutem carne assada com o mesmo gosto que “afocinham” num Big Mac. Adoram centros comerciais “pró gamanço e engate”. Uma paredinha de cimento liso e “bute pró grafite”.
Não chegam à Segurança Social porque nem sequer chegam a ter emprego.
Vão morrer na merda e arrastar-nos com eles para ela. Alguém me ajuda a encontrar um nome para esta fauna?
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