segunda-feira, novembro 27, 2006

GERAÇÃO BOLONHA

O novo processo de Bolonha está a levar para a Universidade analfabetos (ou quase) num processo cujas consequências serão, no médio prazo, muito mais nefastas do que aqueles que ocorreram com a liberalização selvagem do acesso ao ensino superior no consulado de Guterres.
Para quem eventualmente não saiba, as universidades estão a ficar povoadas por gente que, por vezes, não tem a escolaridade obrigatória. Por almas que não sabem escrever nem multiplicar. Por gente que não tem a mínima noção daquilo em que se está a meter.
Os estabelecimentos de ensino privado esfregam as mãos e enchem os bolsos. Mesmo o ensino público, obrigado que está a vergar à lógica mercantilista, lá vai abrindo as portas, ainda que com maior resistência.
As consequências são óbvias: vamos criar os país dos “doutores analfabetos”; assistir ao decréscimo de qualidade da mão de obra (supostamente) qualificada; o aumento do desemprego nos licenciados; o exponenciar das frustrações de um geração enganada; uma crise grave numa franja populacional que devia ter tudo para singrar.
O mercado, esse julgador implacável, vai ser fatal para esses licenciados. Vai pô-los a varrer e a atender.Nessa altura sim, a reforma encetada por Veiga Simão, e continuada à altura pelos ministros sucedâneos, estará concluída.

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