quinta-feira, setembro 28, 2006

TESOS

Têm telemóveis 3G mas sem saldo para uma chamada. Estão curtos de “guito” para os carregamentos (que já nem são obrigatórios).
Têm quase sempre carro mas o orçamento não estica e, por isso, o tanque está vazio e o bólide estacionado lá na rua.
Casa própria raramente falha, pagável em 600 prestações mensais de 50 anos mal vividos, esganados até ao sufoco. Quase sempre estão atrasadas (já nem a conta ordenado, adiantada um e, agora, dois meses salva a contenda) e a execução judicial é cada vez mais o destino, que rouba quase sempre meia dúzia de anos de trabalho esgotada em juros e pouco mais.
DVDs, surrounds, LCDs, hi-fi, Pc, MP3, PSP. Têm tudo. Não falta nada.
Vivem do ar, das expectativas (que não existem) e do crédito (que se esgota e suga tudo). São a nova geração que se acantonou nos juros bonificados, no subsídio de desemprego, no rendimento mínimo e no crédito fácil.
Terão culpa?
Certamente que alguma, mas não total nem, sobretudo, a principal.
São fruto de uma educação (sempre ela), escolar e não só, que lhes ensinou que é fácil viver. São produto de uma política de governação que teve no guterrismo o seu ponto alto e só agora começa a conhecer freio a fundo. A um preço elevadíssimo.
Não vão ter misericórdia.

3 comentários:

Anónimo disse...

há também os reis do xuning: http://www.youtube.com/watch?v=THcMS-LfLG4&eurl=

António Conceição disse...

Peço desculpa: é verdade que a geração que refere é o "produto de uma política de governação que teve no guterrismo o seu ponto alto". Mas tudo começou antes, com o tio Aníbal Silva, que fantasiou que havíamos de ser europeus.

GM disse...

Eu disse ponto alto no guterrismo. Não disse que começou aí. Até estou de acordo consigo quando diz que começou no consulado de Cavaco.