
Luís Filipe Carvalho era um ilustre desconhecido até há três anos atrás.
Até nos meio profissionais.
Quando o mandato de Rogério Alves à frente da Ordem dos Advogados começou a pôr-se no horizonte, decidiu começar a parecer, pelo menos uma vez por semana, na TV (SIC notícias).
Presta esclarecimentos banais, raramente acrescentando uma vírgula aquilo que as peças jornalísticas que vai comentar já disseram. É cinzento e politicamente correcto como convém. Nunca critica um magistrado, uma decisão, um Colega (salvo o actual Bastonário, cujo cargo assume agora que persegue). Diz sim porque sim.
Mas tornou-se conhecido.
Pelo mérito? Pelo passado? Por alguma actividade profissional digna de destaque? Por especial defesa pública de posições ditas "nobres"?
Não. Simplesmente porque aparece. Muitas vezes,
Neste mundo de faz de conta isso é suficiente. Foi-o com Rogério Alves, outro ilustre comentador de banalidades, e vai ser com este novo putativo bastonário.
Longe vão os tempos em que os cargos públicos eram desempenhados por quem, com mérito, se tinha distinguido na vida civil e, a certa altura, resolvia dar "uma perninha" nessas andanças.
Hoje, por muito inútil que se seja nessa vida civil, por muito poucas provas que se tenha dado, basta que se apareça muitas vezes em público para ter o "mérito" criado (Santana é o melhor exemplo que conheço, mas também podia citar Sócrates - que se celebrizou, precisamente, a combater Santana em directo ao domingo na RTP -, Guterres ou Portas, para citar apenas os principais actores). Que méritos lhes conhecemos extra vida política? Nenhuns.
Definitivamente, vale mais parecer do que ser.
Por isso serei sempre um remediado.