Carta aberta ao nosso primeiro
(c/c ao Pinho, Constâncio e Teixeira)
Sr Sócrates (perdoe mas o corrector automático do word do Magalhães cortou-me o engº),
Serve a presente para um apelo humanitário assente nas seguintes premissas:
Quando no Verão de 2007 vi que tudo ganhava dinheiro à tripa forra à pala do PSI 20 pensei: é agora que me componho.
Logo a seguir, quando o Pinho vomitava aquele optimismo, de que a crise já levantava voo para outras paragens, convenci-me mesmo: ah, rapaz, que vais deixar um pé de meia à descendência. E investi nas pás de vento das renováveis.
Quando então, sempre com o beneplácito do Pinho, o subprime não passava de miragem para a banca nacional, e as promessas de juros do BPN, do BPP, do Finibanco (também lhe vai deitar a mão?) eram gordas, concluí: ainda vou sair da cepa torta. Comprei fundos e depósitos que agora mais parecem rochedos de esferovite.
Por isso, com base nestas expectativas, ambiciosas, reconheço, mas legítimas à luz da propaganda tão bem alimentada pelos seus acólitos, comprei acções, fiz depósitos, arrisquei.
No início foi sempre a abrir. Ganhei, quando todos ganhavam. Afinal, até a areia se valorizava no deserto…
No preciso momento encontro-me numa pequena encruzilhada. Não é que se me instalou uma obesidade mórbida na coluna do passivo?
Pensei o suicídio; pensei uma declaração de inimputabilidade, vá; ou mesmo um casamento apressado com uma aborígene com cujo país Portugal não tenha acordo de extradição.
Confesso que andei sem dormir sossegado (e não foi a irritabilidade do Guga, desta vez) um par de meses.
Agora, confesso, estou mais compostinho. É certo que a dieta rigorosa tem ajudado, mas a audiência com o Pinho, que está para breve, acalenta-me esperança.
Vou lá apenas pedir um aval (repare que nem sequer solicito transferência efectiva de fundos, mas apenas a garantia) para um project finance que visa o saneamento das alcavalas que fiz. No fundo no fundo, estribado na complacência demonstrada por Va. Exa com outro inimputáveis (vide processo BPP e BPN), solicitarei o obséquio de garantirem, avalizando, um novo empréstimo que vou contrair, tendo por base o valor das aquisições que realizei acrescidos da valorização que seria expectável à data das mesmas. Prevejo que com o maneio, garantido por 6 a 8 anos, estarei em condições de me reabilitar.
Repare que assim se evitará o contágio provocado pelo meu colapso aos que me são próximos, evitando-se a minha descredibilização junto dos mesmos, num processo em tudo idêntico aos supra descritos. Afinal, somos todos iguais, não somos?
(c/c ao Pinho, Constâncio e Teixeira)
Sr Sócrates (perdoe mas o corrector automático do word do Magalhães cortou-me o engº),
Serve a presente para um apelo humanitário assente nas seguintes premissas:
Quando no Verão de 2007 vi que tudo ganhava dinheiro à tripa forra à pala do PSI 20 pensei: é agora que me componho.
Logo a seguir, quando o Pinho vomitava aquele optimismo, de que a crise já levantava voo para outras paragens, convenci-me mesmo: ah, rapaz, que vais deixar um pé de meia à descendência. E investi nas pás de vento das renováveis.
Quando então, sempre com o beneplácito do Pinho, o subprime não passava de miragem para a banca nacional, e as promessas de juros do BPN, do BPP, do Finibanco (também lhe vai deitar a mão?) eram gordas, concluí: ainda vou sair da cepa torta. Comprei fundos e depósitos que agora mais parecem rochedos de esferovite.
Por isso, com base nestas expectativas, ambiciosas, reconheço, mas legítimas à luz da propaganda tão bem alimentada pelos seus acólitos, comprei acções, fiz depósitos, arrisquei.
No início foi sempre a abrir. Ganhei, quando todos ganhavam. Afinal, até a areia se valorizava no deserto…
No preciso momento encontro-me numa pequena encruzilhada. Não é que se me instalou uma obesidade mórbida na coluna do passivo?
Pensei o suicídio; pensei uma declaração de inimputabilidade, vá; ou mesmo um casamento apressado com uma aborígene com cujo país Portugal não tenha acordo de extradição.
Confesso que andei sem dormir sossegado (e não foi a irritabilidade do Guga, desta vez) um par de meses.
Agora, confesso, estou mais compostinho. É certo que a dieta rigorosa tem ajudado, mas a audiência com o Pinho, que está para breve, acalenta-me esperança.
Vou lá apenas pedir um aval (repare que nem sequer solicito transferência efectiva de fundos, mas apenas a garantia) para um project finance que visa o saneamento das alcavalas que fiz. No fundo no fundo, estribado na complacência demonstrada por Va. Exa com outro inimputáveis (vide processo BPP e BPN), solicitarei o obséquio de garantirem, avalizando, um novo empréstimo que vou contrair, tendo por base o valor das aquisições que realizei acrescidos da valorização que seria expectável à data das mesmas. Prevejo que com o maneio, garantido por 6 a 8 anos, estarei em condições de me reabilitar.
Repare que assim se evitará o contágio provocado pelo meu colapso aos que me são próximos, evitando-se a minha descredibilização junto dos mesmos, num processo em tudo idêntico aos supra descritos. Afinal, somos todos iguais, não somos?
Conto consigo tanto como pode contar com o meu votinho
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1 comentário:
EXCELENTE! (são quase 5 da manhã...)
Volto, mais tarde, para reler.
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