sexta-feira, outubro 31, 2008

VICENTE MOURA OU A FALTA DE VERGONHA

O homem até está velhinho.
As declarações dele em Pequim até indiciam alguma má circulação sanguínea.
Mas isso não desculpa nem o facto de ter prometido demitir-se em plenos Jogos, com repercussões nas performances dos nossos atletas nem, o que é mais grave, a cambalhota que deu às costas da medalha de ouro de Nelson Évora, voltando com a palavra atrás.
Os atletas, a começar pelo próprio Évora, não se revêem neste tipo de gente e de representação.
Mas a verdade é que, agarrado ao poder há 20 anos, o “comandante”, como gosta de ser chamado, não larga as mordomias.
O mais grave é que a teia de interesses é de tal ordem que até já agremiou 17 das 29 federações.
Este é o espelho de um país. Não temos exigência (ou impúnhamos mesmo sangue novo no COP); não temos memória (ninguém relembra a Vicente Moura as palavras dele em Pequim); não temos vergonha (ou o homem, depois de dizer o que disse, saía com o rabo entre as pernas). Somos uns frouxos e adoramos cavalgar a incompetência. Não temos emenda nem futuro.

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