SOLUÇÃO PARA PORTUGAL

Tornar-se numa imensa zona franca.

GOVERNO PRESIDENCIAL

Parece-me óbvio que Sócrates está completamente alienado e perdido, e que tudo o que pode fazer é piorar o muito mal que já fez. As contradições são tantas que não vale a pena elencar uma que seja.

Mas não é menos óbvio que o país não aguenta, no momento, uma crise política que dite umas eleições e quatro ou cinco meses de dolce fare niente.

Porém, e no momento em que se perfila a alternativa (já ninguém tem dúvidas que o PSD vencerá as próximas legislativas) pergunto-me se não seria altura de Cavaco assumir a integralidade dos poderes presidenciais e, como Eanes fez, construir um Governo de iniciativa presidencial que simultaneamente nos livrasse de Sócrates mas sempre salvaguardando a estabilidade governativa?

PAI TIRANO

Vale a pena investir uns minutos a ler este texto e a investigar na net ao que vêm.

Estas movimentos são inevitáveis e a conflitualidade que trazem consigo uma realidade a que já não conseguiremos fugir.

Paris á já aqui (ando a dizê-lo há anos, quando a pretexto do pleno emprego se importoram ucranianos e cabo-verdianos em contentores).

"Quanto mais atrasado é o povo maior é o pai", dizia Carlos Paredes. E Portugal anda à procura de um pai... tirano. É perigoso!

ANALISTAS

Polula entre nós um rol de pseudo-analistas, que não são mais que uns úteis idiotas (sim, porque qualquer democracia precisa de uns imbecis que a entretenham).

João César das Neves, Santana Lopes, Jo´se Manuel Delgado, Maria José Nogueira Pinto e o inefável marido. Meros exemplos. Entretêm-se a criar casos, normalmente falar de graça no sentido de criarem uma utilidade social que, em rigor, nunca conseguirão ter.

Normalmente as suas opiniões assentam em não factos. Em vacuidades que eles tiram de cartolas vazias. A partir dessas não premissas constroem teorias que, não raro, nos conduzem ao esgoto das piores análises político-sociais.

A nova é que Cavaco arrisca-se a perder as presidenciais em razão da decisão de não ter vetado o casamento entre homossexuais!!!

Está-se a ver que sim. Aquele eleitorado de direita, em que assenta a mais do que garantida reeleição do PR, vai votar no Nobre ou no Alegre, amuada com Cavaco. Ou melhor, no Jerónimo que o PCP se lembrar de atirar para as ruas. Ou melhor ainda: vai-se tudo abster em bloco e deixar o Alegre correr sózinho e radiante para a meta...

CELERIDADE JUDICIAL

Jornalistas condenados só por publicarem escutas.

Revejo-me nesta decisão do Tribunal de Lisboa.

O que o SOL fez foi um absoluto atentado ao Estado de Direito e merece toda a punição.

Só estranho a celeridade com que a decisão foi tomada.

Num país em que os senhores magistrados andam sempre pouco e lentamente, em que se esperam anos por citações, meses por sentenças e julgamentos, neste caso, tão nocivo ao nosso PM, a diligência foi enorme.

Andou bem o Tribunal. Só me questiono porquê?

A ETERNINDADE DOS DIAS

Quando os dois dias da semana parecem dois séculos...

E o pior é que os que estão para vir parecem dez...

Não haverá uma luz no imenso túnel?

AS MAMAS, AS VÍRGULAS E A PROSA

Retive das leituras de fim de semana um pensamento (não o sei reproduzir textuamente) que espremido, dava nisto: na semana em que foi promulgado o casamento entre homosseuxuais (e não tarda a adopação), o país entreteve-se a discutir as mamocas de uma professora de música expostas numa revista da especialidade.

Passamos a vida preocupados com as vírgulas e raramente olhamos para o texto. É por isso que a prosa está como está

P.S. O que fica dito não significa que me reveja no comportamento da Bruna (enquanto professora, entenda-se). Acho muito bem que tenha sido retirada da escola até para exemplo dos demais. Ser professor (ou juiz, ou padre, ou PR) encerra algumas obrigações comportamentais onde se incluem o não vender as mamas a troco de 700 €.

UE

Quando vejo que parte substancial dos problemas da Europa comunitária reside em disparidades tão simples e tão graves como o facto de os alemães se reformarem aos 65 anos enquanto os gregos vão, na esmagadora maioria, para casa aos 55 anos, reforço o que sempre pensei: a construção da Europa unionista foi brincar com o fogo. Não se cria um união por decreto e quando se tenta constroi-se um aborto. Que é isso que hoje é a UE

LEALDADE

Se ainda não se conseguiram esbarrar de frente com a noção de LEALDADE revejam o Sleepers.
Não sabem o que é?
Aqui.
P.S. E que banda sonora.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Num dia Fernando Ulrich, administrador do BPI, tece críticas às políticas económicas do governo e retira o banco do sindicato dos financiadores da linha do TGV.

Sócrates atira-se ao homem como gato ao fobe e insinua a irresponsabilidade das afirmações.

No dia seguite o La Caixa, banco espanhol, namora o assalto ao poder no BPI.

Conspiração? Com Zapatero?

Nah. As bruxas não existem...

A VERDADE NUA E CRUA

Estas sim, são notícias muito, mas muito preocupantes. A saída do BPI do sindicato bancário que deveria financiar a linha Poceirão/Caia só agrava as preocupações.

Quando os banqueiros deitam as mãos à cabeça, é bom que olhemos para os nossos bolsos: podem estar a ficar vazios.

Entretanto, e em mais uma cambalhota à sua moda, Sócrates apelida a verdade de Ulrich de irresponsável.

Pergunto-me até quando teremos que continuar este espectáculo circense, autista e desconectado do nosso PM? Será que ninguém percebe que ele não faz a mínima ideia a quantas anda?

ERA TÃO ÓBVIO

Não sou bruxo.

Mas previ aqui, ainda há oito dias, o que está a acntecer hoje. Impostos e mais impostos a subir. Mas o que interessa é que os lampiões venceram o caneco e o Papa anda a distribuir caridade... em palavras.

OLHA PARA O QUE EU DIGO...

“Sacerdotes têm de ser pobres e castos”

Enquanto Estado com um dos maiores rendimentos per capita do mundo, habitado praticamente por padrecos, o Vaticano dá o exemplo.

LATINIDADES

Nós, os latinos (há quem entenda nós, os católicos), não sabemos cortar a direito. Não sabemos reformar. Vamos a reboque. Foi sempre assim e esse é o nosso carma.

Perante o cenário de crise das dívidas públicas dos PIIGS, o que fez a Irlanda e o que fizemos nós, a Espanha ou a Itália?

A Irlanda cortou, de imediato, salários e privilégios (de forma duríssima), congelou as contratações públicas e acalmou os mercados. Isto foi há dois meses. Não mais ouvimos falar do défice e do perigo do seu incumprimento.

Nós e os espanhóis, que estamos em muito pior condição que os irlandeses, esperamos. E até nos demos ao luxo de aumentar a despesa, com a assinatura do contrato do TGV

Só ontem Espanha anunciou medidas que, ainda assim, não chegam às irlandesas.

Hoje Portugal está a discutir as suas.

Porém, e mais uma vez, vamos aos soluços. Vamos subir o IVA só 1%. Tributar só o 13º mês.

Não chega, meus senhores. Não vai chegar e não vai demorar um mês a terem que rever tudo.

O pior éo preço.

Quando a Irlanda mexeu, a dívida pública portuguesa pagava taxas de juro de 3%. Hoje, e em face do medo (e especulação) dos mercados, pagamos a mais de 6%. And counting.

Esta irresponsabilidade endémica arruina-nos. Gostava de ver o preço que custaram estes 3% a mais de juro só porque Sócrates é um irresponsável e fez de conta que não via o que é óbvio. E quanto nos vai custar ainda a falta de rumo que continuam a ter, com medidas que, embora duras, estão ainda longe de permitir atingir as metas necessárias.

CORTES NA FUNÇÃO PÚBLICA

Não sou o único a pensar assim.

Espanha cortou a direito.

Só me espanto e admiro porque é que Sócrates está a demorar tanto tempo a chegar-se ao inevitável.

A função pública (incluindo os reformados) vão amargá-las, nos mesmos e exactos termos que o sector privado já está a fazê-lo há quase dois anos. Não é justo que não seja assim. Não é justo que sejam só os precários e mal pagos trabalhadores do sector privado a pagar a crise.

DIRECTORA PEDAGÓGICA

Processo de selecção de escolinha para o Guga.
Entrevista com directora pedagógica.
Fugiu-lhe a boca para o "vocês" aí uma meia dúzia de vezes, referindo-se a mim e à mãe! Rematou com um "prontos".
Prontos, está decidido. Para ali não vai. That´s for sure

MUNDIAL

São sinais como este que me deixam muito preocupado.

Apresentarmos agora uma candidatura à organização do Mundial é de uma irresponsabilidade tal que me faz pensar que esta gente que nos governa não sabe mesmo a quantas anda.

É que o Madail se meta nestas cavalgadas, o Cutty Sark ainda o poderá explicar. Mas com o beneplácito do Secretário de Estado, que também se presta ao papelinho, é que é verdadeiramente assustador

FCP

Hoje

Sempre

E mais do que nunca

A HISTÓRIA DO CAMPEONATO

Com esta vantagem até eu era campeão.

PORQUE É QUE EU PENSO QUE DEVE SER A FUNÇÃO PÚBLICA A PRIMEIRA A PAGAR A CRISE

É mais do que justo que os cortes na despesa pública comecem, além das obras inúteis (TGV, aeroporto, auto-estradas) pelo sacrifício do funcionalismo público.
Não sou daqueles que me comovo com o “cliché” de que são sempre os mesmos a pagar a crise. Primeiro porque não é verdade. Segundo porque, mesmo que fosse, seria mais do que justo.
Explico.
Temos uma franja da população (pública) que viveu sempre à margem das crises.
Nunca conheceu o desespero do desemprego.
Nunca soube o que era um salário em atraso.
Nunca deixou de dormir por não saber se amanhã a fábrica teria trabalho.
Nunca tiveram um patrão a fixar-lhes objectivos, a persegui-los pelo seu atingimento. Nunca souberam o que é o terrorismo do assédio moral.
Foram os primeiros a ver consagrados o direito ao 13º mês. E ao 14º. Também a verem consagrado o direito ao subsídio de refeição (talvez não saiba mas várias franjas da população ainda hoje o não têm porque nenhuma lei obriga a tal), e as diuturnidades.
Foram os primeiros a ver o horário de trabalho reduzido para as 35 horas (40h é quanto trabalha a esmagadora maioria da população, de resto como consigna o Código do Trabalho).
Foram os grandes beneficiários dessa alarvidade que foram as reformas antecipadas (professores primários reformados aos 53 anos!!!) ou reformas em trabalho (veja-se um professor do secundário que nos últimos anos de carreira ministra meia dúzia de horas de aulas por mês.
Beneficiaram sempre de um sistema paralelo de saúde que os discrimina positivamente (esse buraco chamado ADSE).
Foram, até, beneficiários de um sistema de previdência autónomo.
No capítulo da produtividade, as diferenças então são abissais.
Mais.
Se compararmos os salários médios da função pública com o privado vemos que hoje lograram inverter uma realidade de há 20 anos: são mais bem remunerados.
Hoje um juiz em início de carreira ganha mais que um advogado com 10 anos de exercício. Um médico que beneficie de uma integração no sector público (não exclusiva) ganha muito mais do que outro só privado (veja-se o contraste entre dentistas e outros médicos). Comparemos o salário de um funcionário judicial ou de um administrativo hospitalar com o de um empregado de um escritório de advogados ou consultório médico e vemos diferenças em dobro. E assim por aí fora.
É pois justo que a segurança de que beneficiam, os privilégios que ainda detêm (menores é certo) tenha um preço a pagar. Se isso for ficar sem o 13º mês, com salários e progressões congelados, sem mais benefícios que o sector privado, é justo. É muito mais do que justo: é elementar.

TIRARAM-NOS A VIRGINDADE

Um fim de semana em casa. Jornais, revistas, blogs, tudo consumido em dose mais ou menos massiva. De repente a constatação de que um temor meu (empírico, é certo) é de outros com muito maior dose de ciência: a União Europeia, com alicerce monetário, está a (vai) ruir. A questão é se os Estados (como Portugal, Grécia, Espanha) se aguentam com o previsível ataque norte-americano ao Euro (que esta semana promete ser demolidor) e o pânico a poder instalar-se com as gentes a correrem aos bancos a levantar o que ainda julgam ser seu.

Entretanto nós por cá vamos entrar na borracheira do título do Benfica, a que se seguirá a não menor insanidade da visita do Papa. Pode ser que quando acordarmos, lá para a próxima semana, já sejamos um bocado menos donos de nós próprios. Aí não vai haver virgem!!! que nos valha.

O BOLO E A CEREJA

A expulsão do jogador do Rio Ave aos 10´ (numa falta mútua, a merecer sanção para os dois - amarelo) foi a cereja. O bolo já estava cozinhado.

MUNDIAL

Há punhados de razões para ter a convicção que o plantel que Carlos Queirós vai anunciar amanhã para a África do Sul vai sair do Mundial coberto de vergonha. E, sublinho, tomara estar enganado.

Todos sabem que a espinha dorsal de uma equipa é composta pelo guarda-redes, dois bons centrais, um bom médio criativo e o avançado centro. Os outros seis estão lá para "passar bolas".

Ora nesta coluna o que temos?

Um guardião (Eduardo) inseguro, inexperiente (nestas andanças), com demonstrações de limitações enormes nas bolas aéreas. E sempre incapaz de assumir os erros.

Os centrais estarão bem mas os criativos, Tiago e/ou Deco valem muito pouco por razões diferentes. O primeiro é o eterno projecto adiado. O segundo está em final de carreira e já nem joga regularmente no clube.

Os avançados. Liedson é um matador mas Portugal joga à sôfrego para Ronaldo que conseguiu passar todo o apuramento sem facturar um único golo. E que na selecção nunca mostrou 1/10 do que revela os clubes.

Por isso acredito que vamos sair da África do Sul sem honra nem glória. Muito provavelmente logo na fase de grupos. E Queirós terá novamente aberta a porta pequenina.

GARANTIAS SOCIAIS

Houve um dia em que um legislador embriagado, mais marxista e populista que o paulinho das feiras, resolveu consignar na Constituição da República o "direito ao trabalho". Como se se tratasse de algo que, com um estalar de dedos, o cidadão pudesse reclamar a ser-lhe servido numa bandeja. Como se antes de um direito não fosse, isso sim, um dever para quem quer estar e viver socialmente integrado.

Agora, no meio desta insanidade de estado social que conduzirá a Europa ao descalabro, querem retirar da cartola o direito a não ser pobre. Confundem tudo. É claro que a sociedade tem o dever de desenvolver políticas de combate à pobreza e à exclusão. Mas daí a consignar o direito a reivindicar a não o ser, em vez do direito a tudo fazer por não o ser, vai uma distância monumental. Temos que compreender que excesso garantistico desiquilibra a Europa e está à vista o destino dos "direitos" consagrados na Grécia (sem dúvida que o mais insane dos Europeus), em Portugal, Espanha ou Itália.

ACORDO ORTOGRÁFICO

Não digo que não venha a mudar.

Mas por ora, enquanto as forças e o senso resistirem, não escrevo nem escreverei em respeito pelo novo acordo ortográfico.

Simplesmente não posso ceder, em respeito, a uma lei que é ela própria a profunda demonstração de falta de senso e respeito por oito séculos de língua.

BEATÉRIO PARLAMENTAR

A comissão parlamentar de inquérito ao caso PT/TVI debate-se com o aperto da falta de tempo que o PS tenta, a todo o custo, esgotar sem que as audições sejam concluídas.

Agora está centrada no envelope, provindo do MP de Aveiro e que apenas Mota Amaral, presidente da comissão, poderá abrir.

Mas Mota Amaral está nos Açores, impedindo a comissão de prosseguir trabalhos em pleno.

Está lá a celebrar o Senhor Santo Cristo!!!, que se prolonga até quarta-feira. Depois vem a tolerância de ponto por visita do Papa. E depois o fim de semana, que se remata com uma missinha.

Se isto não é um país beatamente irresponsável, como já referi aqui, é o quê?

DÚVIDA

A minha ingenuidade pergunta: não teria sido, no mínimo, prudente ter suspendido a assinatura do contrato do TGV de hoje de manhã?

AFORRO

Com os juros cobrados sobre da dívida soberana nacional a subirem em flecha (6%),
Com os juros da remuneração dos depósitos a prazo a situarem-se no plano mais baixo dos últimos 10 anos (1% a 2%)
Com o nível de aforro das famílias portuguesas a fixar-se, em valor, nos mais elevado do tempo da moeda única
POR QUE RAIO DE RAZÃO É QUE O ESTADO NÃO SE ENDIVIDA PERANTE OS PORTUGUESES - ATRAVÉS DOS CERTIFICADOS DE AFORRO -, PASSANDO A REMUNERÁ-LOS A METADE DA TAXA QUE PAGA LÁ FORA, E ANTES PREFERE CONTINUAR A RECORRER AO ENDIVIDAMENTE EXTERNO?
Para alguém que não é economista e não percebe nada desta porcaria das finanças públicas só há duas explicações: ou os governantes são um bando de imbecis, que não sabem aritmética básica; ou andam a fazer o frete aos bancos nacionais, que estão depauperados de liquidez mesmo com o aforro anunciado e depressa cairiam no abismo acaso a dívida do estado remunerasse, nos termos que acima refiro, o dinheiro dos portugueses.

RATING EDUCACIONAL

Daniel Gros, do Centro Europeu de Estudos Políticos, fez uma afirmação tão verdadeira quanto assassina quando instado a comentar as grandes obras públicas portuguesas: "Não faz sentido no actual contexto (...). A chave é a educação (...) e se nunca se começar nunca lá se chegará" (O Expresso de 8.05).

Um pouco mais à frente, folheando o mesmo jornal (última página) ficamos a saber que, numa prova do agora denominado 6º ano (para mim 2º ano do ciclo preparatório) os alunos foram instados a responder à dificílima pergunta de a quanto ascendia a soma de 5+2 ou ainda a quanto correspondia 1/4 de 8!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

É a Sociedade Portuguesa de Matemática que diz que metade das perguntas dessa mesma prova podia ser respondida por qualquer criança do 1º ciclo (escola primária)!!?

Isto, que não abre telejornais, que não dá discursos inflamados nem votos, é um verdadeiro atirar para o abismo. É a promoção da mediocridade e da falta de competência. Isto, que mais dia menos dia será do conhecimento internacional, é um verdadeiro enxovalho que nos cobre de vergonha e ridículo. Este é o verdadeiro rating que devia estar a ser medido e atirado à cara dos sucessivos ministros de educação, grandes responsáveis pela incompetência que hoje reina na sociedade portuguesa. E que, a ser verdadeiramente aferido, nos colocaria no limiar do terceiro mundismo.

A BEATICE SAI MUITO CARA

A inqualificácel tolerância de ponto do próximo dia 13 custou a um cliente, ofendido, o adiamento do muito esperado julgamento por mais meio ano. Sendo que o aguardava já há mais de um ano.

Gostava de ver feita a contabilidade de adiamento de outras diligências judiciais, consultas médicas, obras públicas, despachos. Gostava de ver alguém contabilizar quanto é que esta tolerância vai custar às depauperadas contas públicas.

Num estado laico e responsável isto nunca sucederia.

Mas para nós o sentido de estado só rima com beatice.

ESTE DEPUTADO NÃO É MANSO

Depois de serem divulgadas estas imagens, como é possível o deputado manter-se em funções?

Recorde-se que os deputados são, supostamente, um dos expoentes de um Estado de Direito e que este se caracteriza, entre outros, pelo princípio da liberdade de expressão e de imprensa.

Então este índio subtrai os gravadores que contêm perguntas incómodas e tudo o que recebe é um voto de confiança do seu líder parlamentar? Ninguém o considera indigno para o exercício das funções? Mesmo depois da confissão em directo de que de facto surripiou os ditos gravadores? Ninguém o corre à paulada lá para o meio do Atlântico, de onde é natural?

DORME DORME, MEU MENINO

É mais do que provável que, no Domingo, ante um Rio Ave sem objectivos, o Benfica se sagre campeão.

Mas este retardar de oito dias da festa anunciada, a ansiedade reflectida nas vezes que Jesus afirma "no domingo vamos ser campeões, se Deus quiser" já valeu o campeonato. É que aqui não há túnel nem Ricardo Costa que lhes valha. Talvez um Benquerença qualquer...

ÓPIO

Se chegar à próxima semana Sócrates vai ter, pela primeira vez em muitos meses, paz.

O mais do que provável título do Benfica, a arrancar no domingo, a juntar à visita do Papa, a partir de quarta, vai ser um regalo. Um verdadeiro ópio. A bebedeira colectiva que fará da queima-das-fitas uma brincadeira de meninos. Pode até servir para o PM assinar o mais do que desejado contrato do TGV e mais umas enormidades. Ninguém vai notar.

PARADOXO PAPAL

Vejo todos os dias os números da visita do Papa. Os pratos com filigrana de ouro. O microfone revestido a ouro. A segurança às centenas. As cadeiras e mesas feitas de propósito para serem utilizadas por um par de minutos. Os helicópteros usados para o transporte. As tolerâncias de ponto. As autarquias a investir sem apelo. Tudo, tudo à grande.

Mas afinal a Igreja (e os seus servos) não deviam ser castos?

Esta ostentação, afinal, não cabe naqueles pecados mortais que nos ensinavam na catequese?

UM ROUBO NO DRAGÃO

Vejo agora os benfiquistas muito caladinhos com as arbitragens. Agora não há apitos e outros que tais. Até vejo o Jesus a elogiar a prestação do Benquerença naquele roubo de catedral ontem no Dragão.

A expulsão de Fucile (em contraponto aos cartões que ficaram por mostrar ao Luisão - mais uma vez - mas, sobretudo, ao teatro do Di Maria a atirar-se para o chão na área do FC Porto) mostra bem a verdade deste campeonato. E o resto de uma arbitragem tendenciosa, a apitar tudo e a empurrar o FC Porto às cordas.

Chamem-lhe mau perder, chamem-lhe o que quiserem: este título, se cair na luz, será uma fraude. Por muito que se espumem e babem a dizer o contrário.

FALIDOS EMPRESTAM A FALIDOS

Como é que estando Portugal numa situação crítica, endividado e sem capacidade de gerar riqueza, pode agora vir emprestar €. 2.000.000,00 (dois mil milhões de euros) à Grécia?

Estas contabilidades modernas, que levam a que não tenhamos dinheiro para pagar a sêmea mas nos sobre para emprestar a falidos como nós não seria compreendida pela Dª Graciete, que era a merceeira lá da rua e não se deu mal com gastar na medida do que tinha...