A cozinha de fusão inaugurou o princípio de que na mistura está o ganho.
Depressa a política percebeu e absorveu o conceito.
O modo como o PS liberal de Sócrates se mistura com Vital Moreira, pai da bancada parlamentar do PCP na época mais dura do partido é espantoso.
É que não estamos a falar de alguém que, na irreverência da juventude, pairou pela extrema esquerda. Estamos a falar de alguém que maduro, homem feito, entendia que as nacionalizações eram o caminho, o objectivo da sociedade sem classes um princípio com honras constitucionais (de que aliás foi autor) e Álvaro Cunhal a referência de homem democrático.
Esta reunião, mais do que fusão, é uma mistura selvajem.
Por muito que se tente, o azeite não se funde com a água, ainda que caibam dentro do mesmo copo.
Depressa a política percebeu e absorveu o conceito.
O modo como o PS liberal de Sócrates se mistura com Vital Moreira, pai da bancada parlamentar do PCP na época mais dura do partido é espantoso.
É que não estamos a falar de alguém que, na irreverência da juventude, pairou pela extrema esquerda. Estamos a falar de alguém que maduro, homem feito, entendia que as nacionalizações eram o caminho, o objectivo da sociedade sem classes um princípio com honras constitucionais (de que aliás foi autor) e Álvaro Cunhal a referência de homem democrático.
Esta reunião, mais do que fusão, é uma mistura selvajem.
Por muito que se tente, o azeite não se funde com a água, ainda que caibam dentro do mesmo copo.
5 comentários:
Que análise redutora e injusta de um constitucionalista da envergadura de Vital Moreira. Mais, sempre preservou independência, mesmo no PCP e fez análise das questões sob uma perspectiva jurídica.Tantas vezes discordei das suas posições, mas esse argumento fácil de que era comunista e defendia as nacionalizações, parece de quem leu poucos artigos dele. Nem tão pouco a visão europeísta de Vital Moreira tem qualquer proximidade com o PCP. Ainda que tivesse nem todos os comunistas têm essa visão da sociedade estagnada dos tempos do PREC.
Que é uma contradição aparecer como candidato no PS de Sócrates, lá isso é, mas esse retrato deformado de um professor brilhante que entusiasmava os alunos da FDUC é que não podia ficar aqui sem réplica.
Isso de entusiasmar os alunos, tem que se lhe diga. Eu, por mim, acheio-o enfadonho, preconceituoso e muito, muito teimoso.
Quanto a lê-lo, está enganada: é por o ler diariamente que escrevi o que escrevi.
Sabe, tenho o hoje estranho hábito de apreciar colunas vertebrais erectas. E não as que, como a de Vital Moreira, começam a dobrar, de há 4 ou 5 anos a esta parte, com o intuito claro de conseguir algo mais do poder.
Não acredito em alguém que aos 40 anos é marxista/leninista convicto e aos 50 se torna social-democrata...
Claro que é relativo, mas dou-o de barato já que a opinião vem do que ouvi, ainda que a muitas pessoas. O único constitucionalista sobre quem poderia opinar nesse âmbito seria o Prof. Jorge Miranda e ainda assim há sempre margem de subjectividade...
De resto, poucos apreciarão tanto a verticalidade como eu, mas distingo claramente o oportunismo político e concordo plenamente consigo que o há, da falta de qualidade académica e científica. Separo bem as águas. Era a mesma coisa que chamar burro ao Adriano Moreira, por exemplo, só porque discordo dele. Seria uma atrocidade e injustiça dizer tal barbaridade.
De resto, ainda que o PCP seja , por coerência ou teimosia, um partido mais marcado ideologicamente, actualmente o marxismo-leninismo, bem como a social democracia e aquilo que preconiza está longe de ser um fim ou o enfoque da prática partidária. Aliás as juventudes partidárias (trampolins de poder e nada mais) estão cheias de imberbes sem a menor noção do que qualquer desses conceitos significa. Parece-me uma questão menor.
O candidato não lhe merece crédito? A mim também não. Pela simples razão de que nenhum indicado por Sócrates me mereceria.
Ó Joana, leia lá bem o que escrevi.
Em momento algum coloquei em causa a qualidade de constitucionalista do homem. Ficaria mal na fotografia,até porque a minha qualidade de jurista não me permite ignorar a razão de ciência do senhor.
Por isso não chamo (nem pretendi chamar) burro ao candidato.
Coloquei (e coloco) em crise a sua qualidade como candidato político.
Ora, pelo que vejo, nisso estamos de acordo.
Ó Nuno leia bem o que escrevi. Eu disse que o chamou burro?De jurista para jurista: Olhe que não. Foi uma figura de estilo digamos para designar um retrato demasiado abrasivo do constitucionalista.Quanto ao candidato plenamente de acordo!!
Enviar um comentário