É hoje consensual, em todos os estudos não provindos da área do governo, que o transporte de pessoas por TGV entre Portugal e Espanha nunca será economicamente rentável. O de mercadorias, então, sê-lo-á ainda menos.
Os mais recentes dados (e não projecções) revelam que, ao contrário do que previam os estudos que serviram de base à decisão de construir o aerorporto de Alcochete, nem a Portela terá a sua capacidade esgotada em 2017 (provavelmente nem 10 anos depois) nem o custo estimado por passageiro será (ou poderá ser) o anunciado: €. 9,0.
É evidente que Portugal tem uma rede estradal mais do que suficiente para prover as suas necessidades elementares, e que a urgência do país não passa pela construção de mais uma estrada que seja. Quando muito fazer a manutenção das existentes.
É público que as PPP (parcerias público-privadas) são, a médio curso, ruinosas para o erário público, que paga 3 e 4 vezes o custo da coisa (veja-se a Ponte Vasco da Gama que já mais que duplicou o seu custo inicial, sendo pago pelo Orçamento do Estado). A multiplicação desses projectos (em estradas, hospitais, aeroporto) vão hipotecar as finanças futuras.
No momento o Governo negoceia grande parte destes contratos. Lança concursos e prepara-se para entregar as concessões.
Custarão biliões de dólares e comportarão uma factura que os netos do meu filho ainda irão andar a pagar.
Pergunto:
Entre fazer cair um Governo, impedindo-o de aprovar esta catástrofe económico-financeira ou mantê-lo, a pretexto da estabilidade política, e deixar o país resvalar de vez para a insolvência, o que é que é preferível?
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