quinta-feira, dezembro 10, 2009

UM LONGO POST A VARA

Exmo. Licenciado(acho que é assim que chamam ao produto dessa espécie de novas oportunidades da universidade que tinha o nome de um jornal) Armando Vara

Acabo de o ouvir, comovido, a sua entrevista à RTP e confesso-lhe que verti mesmo uma lágrima que contivera aquando da última manifestação de indignação daquele senhor de bigode, que manda no S/ clube, quando perdeu um dos últimos campeonatos para aqueles forasteiros do norte.

Se tinha dúvidas (que não tinha) dissipei-as por completo. A sua inocência, estou convicto, é proporcional à qualidade do curso que vocelência concluiu, com esforço e dedicação, tanto que, como nos fez saber, foi tirado à custa de horas roubadas ao sono, quando acordava às cinco da manhã para estudar.

Estou mesmo em crer que terá até sacrificado, a exemplo do que fez o seu ilustre amigo que hoje comanda a nau, os domingos, para fazer um ou outro exame ou até subir uma ou outra notita (de pauta, não de banco) a inglês técnico ou arte de relacionamento humano, afinal tão necessária na profissão que exerce.

Não posso deixar de me solidarizar com o mau momento que atravessa, obrigado a não trabalhar. E o transtorno que manifestou que isso lhe causa, tanto mais por não conseguir retribuir, em idêntico valor, os €. 35.000,00 que, mensalmente, a entidade pagadora lhe continua a depositar na conta. Afinal receber, por nada fazer, o mesmo que recebem 77,7 portugueses com direito a salário mínimo deve ser, realmente, muito penoso.

Retive, ainda, dos doutos esclarecimentos que prestou à nação, que a sua função é apresentar pessoas umas às outras, assim uma espécie de casamenteira, só que dos negócios. Antes propriamente de lhe dizer ao que venho permito-me obtemperar que, por tão grado esforço, os já aludidos €. 35.000,00 me parecem escassos. Mereceria vocelência mais, atento que, não duvido, conhecendo Portugal de Vinhais a Lisboa (pelo menos) muitas terão sido as apresentações e, concomitantemente, o retorno de quem parcamente lhe paga.

Concretizando ao que venho: sou cliente lá da entidade pagadora vai para 20 anos. É certo que não é a sucata que lá tenho estacionada mas alguns tostões se foram amealhando, ao ponto de até me terem telefonado a oferecer um cartão gold e uns seguros mais baratos. Ora, não tendo a importância daquele senhor de bigode que passou dias à boleia da PJ, não serei despiciendo. Clientelarmente falando, claro está.

Ora, nesse particular, e como vocelência se entretém (perdão, trabalha) a apresentar gente a outra gente, vinha rogar-lhe duas ou três apresentações (só não lhe posso dizer a finalidade, mas isso também nos esclareceu que nunca procura saber, porque o que os apresentados falam entre si é lá com eles) para eu poder resolver uns problemitas que cá tenho.
Na metade esconsa do envelope onde envio a missiva segue o costume: um equipamento completo do Vinhais e a máquina de contar da dependência do Mogadouro, para não sujar as mãos com o equipamento

Envio, também, uma caixinha de cavalas (o robalo tinha esgotado) e esta pinguinha de vinhão que, creia, é de se lhe tirar o chapéu. Quando a beber certifique-se que não conduz ou, pelo menos, conhece alguém que lhe apresente o chefe da esquadra (oh, patetice a minha, aqui no burgo quem faz as apresentações é vocelência).

Creia-me S/ admirador

Cliente n.º 192991883

1 comentário:

Anónimo disse...
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