quinta-feira, dezembro 31, 2009

UM PÉSSIMO 2010

Não posso estar mais de acordo com Miguel Sousa Tavares quando este afirma, na sua crónica de O Expresso, que "esta foi a década de avanço da mediocridade".
Olhando, mesmo que de soslaio, para os últimos 10 anos assistimos à ascensão ao poder de uma gentinha sem história, currículo e, pior, competência. E não se reduza o poder ao político. As empresas estão pejadas de irresponsáveis, incompetentes, que sobem pela cunha, pela corrupção, pelos "robalos" que sabem distribuir.
É toda uma geração vítima da catástrofe educacional do pós 25 de Abril, mergulhada numa cultura de facilistimo, imediatismo. Do mais parecer que ser. Uma panóplia de decisores instalados em Lisboa que reduzem o país ao tamanho das suas aspirações imediatas. Uma cambada de analfabetos que nos governa a partir de Cãmaras, Juntas, Institutos, Autoridades e o mais que se invente para criar um polvo clientelar que asfixia tudo o que não caiba debaixo dos seus tentáculos.
Em face disto, o optimismo é possível? Os votos de melhores anos virão serão realistas?
Para mim não. O pessimismo é a única visão realista. O fundo é, de facto, mole e, quando pensamos ter batido nele, verificamos que, afinal, ainda vai mais abaixo.
Quando vejo os "Sócrates" que mandam em nós, aterrorizo-me.
Mas quando olho para "Passos" que se lhe podem seguir, vejo que isto só tem por onde piorar.
Por isso não podia discordar mais do optimismo moderado de MST quando termina a mesma crónica a quase suplicar que a década que vem seja a da "exigência". Não será mais que não seja porque não se pode exigir de quem não pode, não sabe nem quer dar.

Sem comentários: