Hipers ao domingo à tarde vão gerar 2500 milhões ...
... e dar, também, a facada final no comércio tradicional
... e contribuir, ainda mais, para a precarização dos contratos de trabalho
... e engordar, ainda mais, quem já padece de obesidade económica mórbida
...
quarta-feira, maio 28, 2008
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3 comentários:
Não concordo! Dar cabo do comércio tradicional? Qual? O que está fechado, e sempre esteve, ao domingo? Não percebo como pode dar cabo de algo que não existe...
É muito simples.
O comércio tradicional, sobretudo no norte do país, está muito assente no trabalho das famílias.
Não raro assistimos pai, mãe, filhos, e netos a trabalhar no mesmo negócio.
E que precisam de descanso. Não podem trabalhar sete dias por semana.
Por outro lado o comércio tradicional paga melhor aos seus empregados porque consegue uma melhor distribuição da riqueza. Não tem, normalmente, grandes rendas para pagar; comissões sobre as vendas; trabalha num pressuposto de fidelização da mão de obra.
Por seu turno o comércio em grandes superfícies assenta na mão de obra barata, explorada até ao tutano. Hoje, e cada vez mais, trabalho estrangeiro (brasileiro, no retalho, qualquer um, nas funções escondidas – reposição, cargas e descargas) disposto a trabalhar por 10 réis. A riqueza engorda os donos dos centros, em primeiro lugar, os exploradores das lojas, em segundo. Não sobra nada para distribuir pela mão de obra, como acontece no comércio tradicional.
Finalmente temos que pensar que temos uma cultura centenária de comércio de rua e tradicional, que não se pode matar sem mais.
Pode ser cómodo ir às compras ao domingo.
Mas isso terá um preço social enorme (destaco a pior: precarização definitiva do trabalho).
Mas como por cá pensamos a política como o leite não pasteurizado (é só para o dia) e os reflexos dessa política só terá efeitos a médio prazo, pouco ou nada nos importamos. Queremos é ir ao Continente ao domingo.
Bom proveito.
Nuno Magalhães
Sim... concordo com as premissas, mas não creio que elas levem necessáriamente a essa conclusão. Porque não aproveitaram os comerciantes ditos tradicionais quando, há uns anos os hipermercados foram obrigados a fechar as porta aos domingos, para fidelizar a clientela? Bastaria que tivessem mudando o seu dia de descanço e estendessem os gigos das suas artes precisamente naquele dia... Se tal tivesse acontecido então, hoje estaria de acordo contigo... É que, actualmente, se eu quiser fazer compras ao domingo, não posso ir nem ao hipermecado, nem à baixa... E sou-te sincero... é algo que me 'irrita'...
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