REALITY

Endemol cria 'reality show' para a doação de rim.

Quando julgamos que o esgoto será o pior para onde a TV pode evoluir vemos que, afinal, a prodigiosa imaginação humana nos consegue arrastar a infernos bem mais miseráveis.

IBSON

Há um ano o FC Porto enfiou um valente tiro no céu da boca quando cedeu ao capricho de Adriaanse e deixou sair Diego, um dos melhores médios que a casa já conheceu.

Agora correm notícias que também por capricho, mas de Jesualdo que Ibson também está de saída.

Além de ter apenas 23 anos, uns pés invejáveis, não podemos esquecer a brilhante época que realizou há dois anos, quando andou com a equipa às costas. A sua saída, além de precipitada e incompreensível, dá mostras claras de um presidente enfraquecido, que pelo segundo ano cede à mania do treinador, com preço elevado na equipa. Hora de mudança?

ERROS

Erros de ortografia não contam para avaliação

Ora até que enfim atacamos o problema a fundo. Passamos a escrever como falamos e, não penalizando os meninos, sempre aumentamos o "sucesso" escolar. Viva a era do facilitismo.

MILAGRES

Ao dispor-se a receber os pais de Maddelaine, o Papa dá um sinal inequívoco da sua modernidade: aderiu em cheio à demagogia dos directos nos media, numa clara demonstração do "mais vale parecer do que ser".

Mas, afinal, não foi sempre assim que a instituição que preside sobreviveu? O histerismo da beatificação de João Paulo II é o quê senão a prova disso mesmo?

AFECTIVIDADES

"É tempo de em Portugal se permitir a contratualização civil das relações entre homossexuais."
A frase não é nova, muito menos o é a preocupação. Mas vinda de Luís Nobre Guedes!!!... Ah, pois, o CDS está a mudar de rumo.

MADDIE or MADNESS

Chamam-lhe caso Maddie. Jornalistica e socialmente deviam chamar-lhe "madness case", tal o índice de imbecilidade que atingiu a cobertura dos media.

MADDIE

(...) àquilo que se passou em todos os meios durante 20 dias. Encheram-se páginas e páginas, directos e directos, com o caso Maddie, quando nada havia para dizer. Exploraram-se as "pistas" até à obscenidade , aventando teorias e expondo os "suspeitos" de forma inadmissível. Era, achava-se, o que as pessoas "queriam": cavalgar a emoção do primeiro".
Com a clarividência habitual, Fernanda Câncio, hoje, no DN.

LINO

Ministro das Obras Públicas: margem Sul é “um deserto” e não serve para o aeroporto
O governo devia, com carácter de urgência, estabelecer um código de conduta aos governantes. O ponto 1 ditaria: "quando falar em público Mário Lino deve-o fazer preferencialmente antes do almoço e nunca, em circunstância alguma, depois dos digestivos".

PREPOTÊNCIA

Sócrates tem aquele ar turvo, meio vidrado, muito característico dos seres prepotentes e "donos da verdade". Sempre que o vejo publicamente a lidar com a adversidade recuo 10 anos, ao tempo de Cavaco, e vejo semelhanças assustadoras.
Cavaco não caiu só pelo desgaste do tempo; foi, sobretudo, o autismo a que, a partir de certa altura, votou a sua actuação que o condenou como PM. Sócrates vai direitinho pelo mesmo caminho. O caso do professor, agora vitima de um processo disciplinar por ter supostamente brincado com a mais do que duvidosa licenciatura do nosso primeiro é um sintoma preocupante do estado do Estado de Direito. O dito professor está e, certamente vai, expiar os pecados de todo o Portugal que gozou, de barriga cheia, com as contradições do PM sem que este lhes conseguisse chegar. O prof. vai amargar por todos a quem Sócrates não consegui reprimir. Houve uma altura em que a PIDE fazia o mesmo. A diferença é que assumia.
P.S. O desbocado ministro Mário Lino, que em público gozou com Sócrates, merecerá, então, que tratamento? A demissão que Portas tanto reclama?

VENEZA

Em dia de sol, do alto do Rialto, Veneza tem o encanto desta cor.

O perfume da feira e das frutas, misturado com as gentes e a história, fazem dela um dos mais belos sítios onde pus os olhos.

E dias há, como o de hoje, em que só me apetece folheá-la

VERDADES DO TÍTULO III

Tentam, tentam, mas não conseguem. O título do FC Porto foi limpinho e, mais importante, justíssimo. Não há lixívia que o apague. Nem pasquim ou parolo da brandoa que o consiga escamotear. Por muito que tentem.

VERDADES DO TÍTULO II

Para uns, ser o primeiro dos últimos chega.
Para outros, é já muito bom estar no pódio (só mesmo a mediocridade da concorência os impede de ir mais ao fundo).
Outros há, porém, onde tudo o que seja abaixo do topo sabe a pouco... E isso faz toda a diferença

CANCER

Há matérias realmente assustadoras.

Um estudo, publicado por, dizem, insuspeita revista cientifica, revela que estamos diariamente expostos a... 900 substâncias cancerigenas.

Por este andar vale mais começarmos a andar com uma certidão de óbito na carteira.

Assim como assim, evita-se trabalho à família e cangalheiro.

VERDADES DO TÍTULO I

Jesualdo é mais um treinador lampião (Artur Jorge, Fernando Santos são outros exemplos) que o FC Porto ensinou a ser campeão.

O inverso nunca sucedeu. Nem sucederá.

CONSTITUCIONALIDADES

É de levar ao vómito os actos de contrição pública dos principais partidos que pretenderam, num verdadeiro golpe de Estado, evitar que as minorias se organizassem e concorressem à Câmara de Lisboa.

O ar de virgens inocentes com que aparecem afora a louvar a decisão do Tribunal Constitucional só não enoja quem já há muito tem o estômago às voltas. Demo.... quê?

GOVERNADORES

Acho que já todos nos interrogamos sobre a verdadeira utilidade dos Governos Civis. Além dos passaportes e dos fretes políticos, pouca mais competência lhe reconhecemos. Porém, para os mais cépticos, o comportamento da senhora que governa Lisboa deu uma cabal e completa imagem da "troupe": não passam de encalhados políticos, à espera de melhores dias, que não são sequer capazes de responder com competência na uma, duas vezes vá, em que, em cada ano, são chamados a justificar o gordo salário.

A senhora de Lisboa não soube ler a lei eleitoral. A senhora é democraticamente iletrada, e a vontade de mostrar serviço ao partido é tanta que não teve pejo em tentar meter a tesoura nas pretensões dos desalinhados. Valeu, uma vez, o Tribunal Constitucional.

AUSÊNCIA

Não tem sido por falta de vontade; É mesmo falta de tempo que tem motivado a ausência. A normalidade regressará, em breve

EXCOMUNHÃO

Bento XVI defendeu a excomunhão de políticos que legalizem o aborto .
Já agora, e para que a missa fique completa, também dos padres com filhos "clandestinos".

LUCROS

Poupança está no nível mais baixo desde o 25 de Abril.

Na razão directa e inversa, os bancos engordam, com lucros pornográficos, como nunca antes visto. Distribuem remunerações e reformas multi-milionárias aos seus conselheiros.

Ninguém se espanta? Ninguém se agita? Recordo, vagamente, que foram coisas destas que legitimaram os abusos do PREC...

VICIAÇÕES

A nomeação de Paulo Paraty para apitar o jogo do Paços de Ferreira-FC Porto, decisivo para o título, é bem evidenciador da viciação do jogo. Como não acredito em coincidências nem que a incompetência vá tão longe, só se pode mesmo tratar de tentativa de manipulação de resultados. É que não temos memória curta, e lambramo-nos todos (pelo menos os portistas) o que se passou com este "artista" do apito precisamente em Paços de Ferreira, há quatro anos atrás. Ou, pior, o escândalo que constitui a expulsão de Deco no Bessa, na mesma época.

FUMO E EUTANÁSIA

Não sou fumador.

Mas entendo que cada um deve decidir o que quer fazer consigo próprio, e isso inclui o direito de fumar quanto quiser onde muito bem lhe apetecer, desde que o "dono" do local assim o permita.

É isso que me permite permitir que fumem até à exaustão em minha casa; é isso que permite ao Estado proibir que não se fume num corredor de um Tribunal ou de um Hospital; é isso que não devia permitir ao Estado definir se se pode, ou não, fumar num espaço criado, pago e sustentado por um privado (restaurante, bar, café, empresa, escadas ou elevador de um condomínio, etc. etc.)

"A possibilidade de viverem por sua conta e risco as rédeas da sua própria mortalidade", como escreveu João Pereira Coutinho, no Expresso, é, de facto, "o que é mais autenticamente deles" (humanos).

Mas, se a verdade é esta (subscrevo-a integralmente) então qual é a diferença para a eutanásia?

Onde está a diferença de poder cacilhar até à morte ou simplesmente pedir que lhe desliguem o botão? Se é pouca (ou nenhuma) porque é que todas a calam?

POLITICOS ARGUIDOS

Uma coisa é um político, enquanto cidadão, ser indiciado pela prática de um crime que nada tanha a ver com o exercício das suas funções; outra, completamente diferente, passa pelos indícios resultem da prática política. No primeiro caso aceito que nem sempre o político tenha que renunciar às suas funções; no segundo não vejo como possa pensar que mantém a legitimidade política para se manter à tona. E não colhe o argumento demagógico, utilizado pelos maiores caciques (Valentim, Isaltino, Felgueiras) de que foram eleitos já na condição de arguidos. O voto não apaga os indicios nem (devia) influenciar o curso da justiça.
A falta de pudor com que se mantêm no poder é bem reveladora do nível moral e intelectual que hoje povoa os corredores do poder. São profissionais da coisa e não há nota de culpa que os faça desgrudar do posto.

REGIONALIZAÇÃO I

Um grande perigo e, consequentemente, uma grande preocupação que os partidários da regionalização deverão ter será o modelo a criar.
Um mapa que não privilegie as regiões interiores (divisão horizontal), com dotações orçamentais e competências administrativas atribuídas não em função de ratios mas de necessidade de repovoamento equilíbrio territorial será um erro, que voltará a condenar a discussão ao insucesso.
Criar sub-regiões com matriz litoral apenas contribuirá para amplificar as assimetrias, assim num jeito de criação de várias pequenas capitais, que farão às sub-regiões aquilo que hoje Lisboa faz ao país inteiro: asfixiá-las.
Subdividir para repetir os erros, apenas que em escalas menores, será uma bacoquice maior que o actual modelo de organização territorial do país. De que, por exemplo, a Madeira é o melhor e mais completo exemplo.

DIEGO

Diego na mira do Barcelona.

Notícias como esta dão dó. Só um quadrado como Adriaanse é que não viu. E um presidente que já não parece estar tão atento como no passado.

IMPÉRIOS

O dérbi de Lisboa é assim. Pretensioso e com manias de grandeza, importante por herança e direito divino, assegurado pelas fotos publicadas a preto e branco na memória dos jornais (...). Vive da grandeza de um passado tão distante e difuso que é quase mitológico. Em certa medida, não deixa de ser o reflexo de um país, ou pelo menos de uma capital que vai morrendo de saudades do "império", definhando enquanto torra o que sobrou da herança, incapaz de mexer uma palha para voltar a ser, de facto e por mérito próprio, grande.

Sugiro, vivamente, a leitura completa do texto de Jorge Maia. Um retrato tão fidedigno que parece que estamos no cinema, a ver.