quarta-feira, janeiro 24, 2007

PROPAGANDA II

A propaganda segue de vento em popa. Cada medida do Governo é anunciada duas e três vezes. A injecção, através da instrumentalização dos canais à disposição (Lusa, RTP e RDP) é diária e acertiva. Quem não andar atento julga, até, que a obra é muita.
Os jornais de terça anunciaram, com pompa e circunstância, que a partir de agora vai ser possível fiscalizar as ausências ao trabalho por motivo de doença; e que bastará para isso que o patronato, que não acredite na bondade da justificação apresentada pelo seu empregado, requeira fiscalização sucessiva à Segurança Social.
O Governo trabalha. Luta contra as injustiças, pensa quem não sabe.
A verdade é que a medida já está implementada e em vigor desde 1.12.2003, tendo sido obra do então ministro Bagão Félix.
A única coisa que o actual Governo fez relativamente ao que já estava em vigor foi imputar uma taxa de 40 euros (que o Código de Trabalho em vigor não referia) às empresas que requeiram esse serviço. No fundo, a grande medida do Governo foi, pela porta do cavalo, cobrar mais uma taxa para que se realize uma obrigação que ele, Estado, tem função de velar: o cumprimento da legalidade. Mas, pela propaganda, o que fez foi implementar um sistema que, dirão todos, até os faltosos, é justa e equitativa.

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