80 mil, dizem, estiveram na rua a manifestar-se contra as políticas do governo para o sector público.
Grande alarido nos jornais, parecia quase um estado de sítio.
Porém, se pensarmos bem, 80 mil são bem menos que os 200 mil que estão a mais na função pública.
O que quer dizer que pelo menos 120 dos dispensáveis não reagem. Ou seja, mais de metade. Se compararmos os 80 mil com o universo de trabalhadores dependentes do estado, 700 mil, então os 80 são um gota. Se compararmos com toda a população activa (cerca de 3 milhões), então o número quase que nem para estatística serve.
Contestatários há-os sempre. E quanto mais se atacar as corporações, mais haverá. Para bem ser gostava era de ver na rua banqueiros, médicos, deputados, farmecêuticos, presidentes de clubes de futebol, maçons e opus dei, donos de bares de alterne, traficantes de estupefacientes, o Jardim e os seus acólitos, construtores civis e e militares, enfim, todas as corporações que parecem viver para lá do país. Era sinal que estavam para acabar as excepções.