Não percebia, até hoje, a enorme camada de indecisos a 48 horas das eleições.
Indecisos porquê?
Percebi agora porque não percebia.
Falta-me contacto com o mundo real. Mergulhar no Portugal das novelas e das companhias. Da roupa da Zara. Dos jantares de domingo nas praças de alimentação dos Shoppings. Das dívidas por contratos ao consumo para comprar telemóveis. Do fio dental a mascar “chiclas” de boca aberta, cheias de “mousse” no cabelo.
Definitivamente, ando longe de Portugal.
Porque é esse o Portugal indeciso que, por exemplo, na boca de uma recepcionista de uma empresa de comunicação, com o dever, entre outros, de diariamente receber e distribuir jornais pela redacção pergunta, apontando para Garcia Pereira: “Este é quem? Do bloco não é?” ao mesmo tempo que, admirada, depois de uma olhadela fugaz e envergonhada à 1ª página do público, pergunta admirada: “Então é o Cavaco que ganha? E com esta distância? Hiiiii”.
Lembrei-me da frase de Torga, em Coimbra: “Não há universidade que nos tira da idade da pedra lascada”.
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Essa história não vi, mas é triste mesmo. Já não é só o não terem memória, parece que os portugueses não têm cabeça, mesmo. É triste.
Enviar um comentário