Há algo errático na actuação do Procurador da República mas que muito deve agradar a Sócrates.
Bom aluno da política de mais dizer do que fazer (é raro o dia em que o não vemos a botar faladura aos microfones das rádios e TVs), tão cara ao PM, anda por caminhos pouco claros: ou se perde em banalidades (dizer que o processo da Independente á priporitário por ter arguidos presos é como dizer que depois do dia vem a noite. Explico: são prioritários TODOS os processos em que existem arguidos presos. Ou, pelo menos, nos termos do Código de Processo Penal, deviam sê-lo); ou intervém a destempo, como agora, em que se apressou a referir que nada justifica uma investigação do MP à licenciatura do PM. Nunca tinha visto um MP tão afoito a informar a população que "não existem indícios criminais". Tanto quanto entendo a função dele é investigar os indícios, não perder tempo a dizer que eles não existam. É que se o vai fazer com cada português que não é criminoso, então estanmos conversados: vai passar a vida à frente dos microfones a identificar os 9.900 000 cidadãos lusitanos impolutos.
Assim como assim vai chegar a vez em que, em directo, vou ouvir o senhor PGR dizer que não há razões para investigar aqui esta cidadão subscritor. Vai ser o meu momento da fama.
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