quinta-feira, novembro 30, 2006

CIDADE

Centímetro a centímetro, atropelando passadeiras, cruzamentos e semáforos, numa colossal demência colectiva, buzinamos, berramos, acelaramos e definhamos no trânsito.
Agarramos o volante como uma lança, o manípulo das velocidades como uma G3, no acelarador carregamos como no lança chamas, e fazemos da chapa e do chassis a nossa armadura. Saímos de casa confiantes: hoje vou ultrapassar toda a gente e fazer os 5 km em menos de meia hora.
Porém, não conseguimos.
Aprendemos? Não.
Amanhã fazemos igual: vamos todos no "bem bom". De carrinho é que é.
As cidades (ou as pessoas que as fazem) não têm remédio.

1 comentário:

José Manuel Dias disse...

Uma realidade que fingimos desconhecer...Abraço