Chama-se Bessa.
Trabalha no SEF. Ou melhor, tem emprego no SEF.
Em seis ou sete horas consecutivas, deve ter tirado as mãos dos bolsos umas duas, três vezes no máximo.
Trata por tú tudo o que é estrangeiro.
Goza com a situação de inferioridade em que a esmagadora maioria da clientela - imigrantes clandestinos à procura de um visto - se encontra.
Ralha, ameaça, insinua-se (as notas, verdes de preferência, resolvem quase todas as suas dúvidas).
E no fim, quando já distribuiu toda a sua frustração nas costas dos penitentes, ri-se, com uma bonomia calabresa, de quem poupou a vida (mas não a alma) ao pecador.
Há quem tenha momentos sexuais complicados.
O Bessa deve tê-los assim.
quinta-feira, março 16, 2006
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