domingo, novembro 13, 2005

HOMICÍDIO POLÍTICO

O verdadeiro processo político (e sublinho processo político porque sempre entendi que o era, desde o primeiro minuto) que foi a escabrosa perseguição a Paulo Pedroso e ao Partido Socialista de Ferro Rodrigues não pode morrer numa decisão judicial que, pecando por ser muito, muito tardia, não limpa o enxovalho e o assassinato político daquelas duas figuras.
Com origem num Ministério Público sem rei nem roque (veja-se o desbrago, por exemplo, com que Maria José Morgado deita bojardas pela boca fora ante o beneplácito do Procurador Souto Moura), numa PJ que mais faz lembrar a polícia política, num sistema processual penal podre e caduco e num PS (sim, no próprio Partido Socialista e numa massa que o povoa e domina e há muito merecia outra sorte) que, um tanto obscurantista, conspira ao jeito dos romances de Dan Brown, o processo merece reflexão e acção.
Como podem os investigadores viver impunemente ante erros grosseiros que cometeram?
Como pode o Procurador continuar sentado no seu lugar? Como é que tem cara e não se demite de vergonha?
Como ouvi hoje no eixo do mal, no dia em que estes senhores pagarem, em euros, o preço dos seus error grosseiros, ninguém duvida que começarão a pensar antes de acusar, sem mais nem menos, quem lhes apetece.
Entretanto, enquanto que a acusação penal puder não passar de meros caprichos ou vontades subterrâneas com a benção da procuradoria, então o estado de direito continuará a produzir abortos como o processo Casa Pia.

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