quarta-feira, agosto 31, 2005

SOARES - O TRAMPOLINEIRO

“Nem no Parlamento europeu nem em nenhum cargo político”
Mário Soares, 2002

“Basta”
Mário Soares,, Dezembro, 2004

“Isso seria uma loucura”
Mário Soares, Maio de 2005 respondendo à interpelação da sua possível candidatura à presidência

“Não tenho dúvida que se o Manuel Alegre se candidatar eu o vou apoiar”
Mário Soares, Maio de 2005

Esclerose avançada?
Ou pura vigarice?
É que “é política” não pode justificar tudo.

terça-feira, agosto 30, 2005

BARRA(N)CADAS

Ouço que as festas de Barrancos decorrem na tranquilidade do seio da vila alentejana, sem as enchentes de outrora.
Leio que comerciantes se queixam que o comércio não é o de antigamente, e a lamuriarem-se pela falta de ganho.
Para além do desejo secreto da falência desses obreiros do comércio que sobrevivem do acto bárbaro, medieval e troglodita da morte pública em enorme sofrimento de um animal, constato que o que levava a populaça ao circo não era, afinal, o amor à tradição e à "arte"!!!!! tauromática.
Acho que a motivação era a mesma que leva a que todos parem numa estrada em que houve um acidente, tentando espreitar e ver o sangue, a desgraça e o prejuízo com os seus próprios olhos. E se afastam, com ar consternado, quando não lhe é dado a ver mais do que chapa amassada.
Agora, que não há GNR, holofotes da TV, ar de desgraça proibida, afrontamento ao poder e que, à lei da bala, se legalizou uma festa digna dos austrolopitecos, já ninguém tem curiosidade, já quase ninguém lá vai. Agora, que tudo é legal, é que se observa a falta de senso de uma lei que nada tem a ver com o país em que se aplica, que não responde aos anseios do povo e da tradição, mas que visou apenas apagar o fogo da pressão mediática que o governo de então sofreu, vergando um estado de direito aos caprichos de meia-dúzia de trogloditas que nunca mereceram mais do que as cavernas para viver.

MANUEL ALEGRE

Grande Manuel Alegre.
Uma, mais uma, demonstração de enorme sentido de estado, de grande democrata que é.
Numa altura em que a esquerda vivia o terror da candidatura contra o papão Cavaco, em que os aparelhados do partido assobiavam para o ar, assumiu o papel que caberia a tantos outros e deu cara por uma linha política. Por um espaço que sempre foi o seu.
E foi usado, como abono de família de um PS que está dominado pela mediocridade, de Varas, Vitorinos, "Socráticos" e Coelhos.
Levou o chuto que levou, e quando todos esperavam a "revanche" (a que de resto tinha óbvio direito) não assumiu a responsabilidade de fracturar o seu espaço e a sua história. No fundo, a sua família, o seu filho político.
Porquê?
Porque é nobre.
Porque é o último político que se guia por princípios, antes das conveniências.

P.S. Soubesse eu como, e hoje ter-lhe-ía dito: não, Manuel, não estás sózinho.

segunda-feira, agosto 29, 2005

ESPELHO

É aterrador ter o televisor sintonizado numa tarde de semana na TVI.
Cinco horas, e entretêm os espectadores com um concurso em que a vencedora levou para casa... 150 euros.
Pelo meio toneladas de asneiradas de um palmo de cara que não devia passar disso mesmo.
No intervalo, a publicidade.
Cinco minutos e, num ápice, quatro anúncios diferentes de concessão de crédito rápido e um outro de uma empresa que se oferece para renegociar as dívidas de quem se encontra afogado nas mesmas.
O verdadeiro espelho do país que temos.

DESCOBERTA


À consideração dos amantes das lourinhas

FÉRIAS I


Ahhhh, Veneza...

ESTRANHO

Tenho sempre uma secreta necessidade de regressar.
Mas, quando volto, há sempre uma nostalgia e um querer voltar a partir.
É estranho...

sexta-feira, agosto 19, 2005

PROBLEMAS DE UM VIAJANTE

Mas onde raio param as cedilhas, os tiles, os acentos...

ITALIANOS

Arrogantes.
Petolantes, diria.
Com o rei na barriga, estes italianos vao acabar mal.
Tal qual como nos.
Ainda que por razoes diferentes.

segunda-feira, agosto 15, 2005

DÚVIDA II

Por e mail chegou o que se segue.
À reflexão de todos:

Uma história de 2 aeroportos:
Áreas:
Aeroporto de Málaga: 320 hectares,
Aeroporto de Lisboa: 520 hectares.

Pistas:
Aeroporto de Málaga: 1 pista,
Aeroporto de Lisboa: 2 pistas.

Tráfego (2004):
Aeroporto de Málaga: 12 milhões de passageiros, taxa de crescimento, 7% a 8%ao ano.
Aeroporto de Lisboa: 10,7 milhões de passageiros, taxa de crescimento 4,5% ao ano.

Soluções para o aumento de capacidade:
Málaga: 1 novo terminal, investimento de 191 milhões de euros, capacidade 20 milhões de passageiros/ano. O aeroporto continua a 8 Km da cidade e continua a ter uma só pista.
Lisboa: 1 novo aeroporto, 3.000 a 5.000 milhões de euros, solução faraónica a 40Km da cidade.

É o que dá sermos ricos com o dinheiro dos outros e pobres com o próprio espírito.
Ou então alguém tem de tirar os dividendos dos terrenos comprados nos últimos anos. Ninguém investiga isto?

DÚVIDA

Eu pergunto: who gives a ...

sábado, agosto 13, 2005

SANTANICES - cap. XXVII

A diatribes empreendidas por Santana Lopes na política nacional mereceram-me, ao longo dos anos, diversas análise e graus de tolerância.
Comecei por lhe achar piada, pela animação e suspense que trazia sempre aos congressos do PSD, fazendo de conta que era candidato a alguma coisa e, com aquele seu jeito de atirar gasolina para a fogueira, fazer discursos incendiários em plenos trabalhos.
Depois, quando se candidatou, pela primeira vez, a sério a o que quer que fosse, achei-o imaturo, inconsequente, ausente de ideias e falso herdeiro de uma política sá carneirista de quem nunca foi mais que um mero assessor jurídico no seio do partido.
Quando chegou à Câmara de Lisboa e, mais tarde, ao Governo, passei a considerá-lo um verdadeiro inimputável.
Diz o que lhe vem à cabeça, pensa pouco e fala muito, defende hoje o que amanhã é mentira, contradiz-se sem pudor. Deambula, feito puto terrível, por festunchas entre umas pretensas queques lisboetas, deixa-se fotografar em poses verdadeiramente miseráveis para um responsável político da nação, faz birras, amua, promete ir embora e fica. Enfim, um manancial que deu para alimentar jornais e blogs que vivam exclusivamente das suas peregrinações à Nossa Senhora da Asneira.
Hoje acho-o um caso de polícia.
Frank Gehry, arquitecto que supostamente iria desenvolver o projecto do parque Mayer, já recebeu 2,5 milhões de euros (500 mil contos) por um projecto que nunca irá para a frente. Que Santana há muito que sabe que não é concretizável e, sobretudo, que não seria ele a pagar a factura (política). E insistiu, contra a vontade de todos, pagando a sua fixação com dinheiro de um empresa municipal da capital.
Se isto não é um caso de polícia, de pura gestão fraudulenta da Câmara, então é o quê?

P.S. Acho, hoje, que Santana é um verdadeiro inútil. Que nunca fez mais nada que não fosse viver de e para a política. Não se lhe conhece qualquer desempenho profissional fora ou para além desta. Nem nunca se lhe conhecerá.

sexta-feira, agosto 12, 2005

DISPENSAS

Não tarde dispensa-o de vez.
É um palpite.

MANGUEIRADAS

A ausência do país por parte do Primeiro Ministro durante o período dos incêndios é inacreditável e intolerável.
Não que se espere que o homem pegue na mangueira (no sentido literal do termo).
Mas é um caso de posição institucional e, sobretudo, de solidariedade que um chefe de governo deve manifestar para com a sua população tão fustigada.
Mas o homem está cansado, e foi a banhos de estepe africana.
Vem agora o seu nºo 2 justificar a persistência na ausência, com uma explicação do mais estapafúrdio.
Mal vai o nº1 que se subalterniza ao nº2
Neste governo, é apenas prova da submissão de Sócrates ao seu nº2, e 3 e 4 e 5. E ao aparelho do partido.
Estranho mesmo que as declarações de Costa ainda não tenham sido corroboradas por outro peso pesado, de nome Coelho: “É verdade. Também lhe disse para ficar por lá, à caça de elefantes”, imagino-o a dizer.
Mas o PM precisa tanto de repousar e recuperar de quê? De quatro meses de trabalho?
Bem, lá estafado deve estar. De tanto despacho assinar a “enfiar” compadres à força em tudo o que é empresa e instituto público.

terça-feira, agosto 09, 2005

sábado, agosto 06, 2005

MAIS QUATRO ANOS

A forma despudorada e acéfala como este rio continua a fazer de conta que discute coisas importantes mereciam, por parte do povo do Porto, um rotundo chumbo nas próximas autárquicas.
Infelizmente o povo é muito menos esclarecido quanto a democracia exigiria.
E a partidarite, que acabou por ditar como concorrência um Assis desastrado e sem o mínimo perfil (e identificação) para o cargo, não deixa alternativa: vamos ter mais quatro anos do mesmo.

TRETAS

A pior forma de governar (e legislar é um pilar básico da mesma) é criar diplomas inúteis. Atirar terra para os olhos da populaça, pretendendo fazer crer que se está a atacar os interesses instalados, que se está a bulir em nome das causas e dos princípios.
Medidas que, no fim, deixam tudo na mesma.
A anunciada responsabilização dos magistrados pelos erros grosseiros é apenas uma evolução (não é novidade) do actual quadro legal, que já prevê, em alguns casos, possibilidade do estado responder pelos erros dos magistrados. O que o governo agora pretende é apenas chutar para as costas dos decisores (até agora essa responsabilidade era somente do estado, como deve ser, enquanto órgão máximo da soberania executiva) a responsabilidade pelo ressarssimento.
Ora a coisa não pode funcionar.
Primeiro porque será sempre outro magistrado, de tribunal superior, a ditar esse erro grosseiro (está-se a ver que vão ser aos quilos decisões nesse sentido).
Depois porque na história da jurisprudência portuguesa, uma mão chega para contar as decisões em que tal grosseria foi julgada procedente. E isto quando a condenação era só ao estado. Imagine-se, agora, que os juizes vão julgar os seus colegas juizes de instâncias inferiores...
Finalmente porque, no dia em que os magistrados começassem a sentir, no bolso, o verdadeiro peso dos seus erros, demitiam-se das suas funções.
O estado tem que saber viver com os erros da magistratura (que é um órgão de soberania, também), sem fazer uma caça às bruxas. Até porque há outras formas de penalizar os incompetentes (sim, ele há muito juiz incompetente) sem se lhe entrar no bolso. Basta promover um sério sistema de avaliação do desempneho, que deixe de ser feito por juizes (como o é actualmente) e passe a ser desenvolvido por entidade independente. E que, no final, penalize os incompetentes. Com sanções disciplinares, que poderão chegar à cessação de funções com invocação de justa causa. Como acontece em qualquer empresa.

quinta-feira, agosto 04, 2005

CURTO E GROSSO

Com a devida vénia para o autor, um post (Dona Bina) de grande qualidade: curto e grosso, como muitas vezes tem que ser

Slowly

Um dia.
De cada vez.
Devagar.
Devagarinho.

segunda-feira, agosto 01, 2005

DOUTORES

A Portaria 1505/04, de 30/12, aprovou o curso superior de solicitadoria, a ministrar pelo Instituto Superior da Maia (ISMAI).
Doutores em solicitadoria.
O ridículo, que pegou há uns anos, quando o inefável engenheiro Guterres e seus parceiros governamentais concluíram, pela análise das estatísticas (as estatísticas, sempre as estatísticas), que Portugal tinha um tremendo défice de licenciados face à Europa comunitária, acabou por se tornar num “case study”.
De repente licenciamos tudo. Solicitadores, responsáveis por recursos humanos, contabilistas (perdão, accounters), publicitários (perdão, técnicos de marketing), vendedores (perdão, técnicos superiores de vendas).
Lá chegará o tempo dos trolhas (técnicos superiores em assentamento de tijolos), picheleiros (engenharia de águas pluviais e residuais) e varredores da via pública (bacharelato em limpeza urbana com especialidade em vassouras de piaçava).
Aí sim, seremos um país da Europa moderna, com taxas de licenciados à altura dos nossos parceiros.