SEM BILHETE DE IDENTIDADE

O mais grave das medidas ontem anunciadas pelo Governo é que não vemos uma única que seja estrutural.

Os paliativos utilizados são meramente conjunturais e absolutamente insustentáveis a longo prazo (desde logo o fundo de pensões da PT que vai onerar, e de que maneira, o orçamento de estado. Ou o corte nas obras públicas... para este ano).

Ora sem um projecto de país, ninguém acredita em nós.

Por isso é só uma questão de dias até que tenhamos entrado novamente no vermelho (das contas e da produtividade), que o juros da dívida soberana voltem a disparar e que novas medidas tenham que ser anunciadas.

O fantasma do velho e deplorável "imposto de salvação nacional" volta a pairar...

SOBERANIA

Nem nos tempos áureos da universidade alguma vez acordei com uma ressaca como a de hoje.
E economia de mercado deu a machadada final na nossa identidade como país.
As medidas de assalto, chamadas de austeridade, ontem anunciadas são o passo final para a absoluta perda se soberania de Portugal. De hoje em diante são a Fitch´s que mandam em nós.

SÓCRATES EM BICOS DE PÉS

He was born in 1957 and spent his early years in the city of Covilhã. At the age of 18 he went to Coimbra, where he earned a degree in civil engineering

Isto que acabam de ler está aqui e é parte integrante da (pseudo) biografia de Sócrates colada na Columbia University.

Todos sabemos onde é que completou o curso e o modo como o fez.

Esta descarada colagem ao prestígio da universidade de Coimbra é uma clara demonstração da mesquinhez e do propagandismo com que o homem se sabe vender. E também da enorme mediocridade que o caracteriza e que só não me fazem dizê-lo o pior PM depois do 25 de Abril porque um dia, e por dias (felizmente) o Santana tomou conta da nau.

14º MÊS

Eu nunca tive 13º mês.

Muito menos 14º.

E o 12º, se o quero, garanto-o com nunca ir de férias 22 dias (nunca os tive) e, quando vou, arrastar o PC e o telemóvel atrás, sem um único e integral dia de verdadeiro sossego.

Aliás, pelo caminho que as coisas seguem, nada me garante que dentro de algum tempo eu tenha, ao menos, o 1º mês.

Por isso quando vejo que grande parte da solução do desequilíbrio das nossas contas está no corte do 14º mês da função pública, não percebo as hesitações de quem governa (salvo mero tacticismo político) muito menos respeito o alarido sindical.

Afinal de contas, a função pública, além da segurança do emprego e da data do pagamento ainda tem, em termos médios, um rendimento médio que é superior ao praticado no sector privado.

PROMOÇÕES "MAGISTRAIS"

Juízes com processos disciplinares sobem à Relação.

A notícia é aterradora.

A promoção da mediocridade (não quero dizer que o seja nestes casos, que até estão, ainda, pendentes) foi sempre um dos males genéricos da função pública e que se nota mais do que nunca na magistratura (embora saibamos que a judicial não é funcionalismo público).

E depois o malabrismo com que se justifica a ascensão é ainda mais diabólico.

Esta gente não tem tento e, pior que isso, quem lhe ponha tento. Temos hoje uma magistratura em grande parte entregue à consciência dos seus aplicadores. Felizmente que a maioria ainda a vai tendo. Mas quando não tem os resultados estão à vista.

LAURENTINO

Tenho-me questionado que mais é preciso acontecer para o Laurentino Dias se demitir (ou ser demitido)?

Depois das posições do CJ da FPF e do Tribunal do Desporto, o Secretário de Estado não tem margem sequer para piar. E no entanto fala, fala, fala... Não há uma alma que o empurre?

DEIAM, DO VERBO DEIAR

"Os senhores Advogados deiam de conselho aos vossos clientes..."

Esperei.

Os mais de 40 anos do Juíz justificavam o benefício da dúvida.

Dois ou três minutos depois a confirmação: "Como disse há pouco, os senhores deiam...".

Não, não era um deslize. Era mesmo convicção. Percebi que os "savem" vários que polvilharam o mónologo tinham aconchego na ignorância. Só me questiono é como conseguiu chegar lá?

BANHADA

A verdadeira anedota que foi a exibição do Sporting frente ao Benfica só foi superada pelo irrealismo das declarações de atletas e treinador ao considerarem um jogo conseguido depois do banho de bola que levaram. É por estas que o Sporting não é (nem será nos anos mais próximos) candidato a vencer nada (salvo o campeonato da petinga...)

Isto faz-me pensar que a equipa aqui do meu condomínio vencia o jogo aos Leões. E a pobreza do meio campo para a frente foi tanta que acho que arriscava os 94 cm do Guga para a baliza. Ainda assim saía de lá com os três pontos.

BANCA

Com os índices de aforro dos portugueses ao nível mais altos dos últimos 20 anos, se é verdade que a banca está estrangulada e sem dinheiro para emprestar isso só quer dizer uma coisa: uma total irresponsabilidade dos banqueiros na gestão dos activos dos seus clientes.

XENOFOBIA

Não percebo a algazarra criada em torno da expulsão dos ciganos de França.

Os pretensos defensores da igualdade equecem-se que os Ciganos, além de sérios e periogosos agitadores sociais (basta frequentar um qualquer tribunal criminal ou uma feira para saber do que falo), são o povo mais xenófobo e discriminador do mundo ocidental (basta olhar para as suas regras e códigos de conduta, onde por exemplo matam quem, sendo "de fora", se atrever a casar com um dos deles). Por isso (ou principalmente por isso) não se podem queixar (nem invocar) de qualquer medida, mesmo que xenófoba (o que não acho que seja). E esta é uma verdade que a pseudo-esquerda não suporta mas tem que engolir. A frio.

A GÉNESE DO MAL

Cursos com mais desemprego esgotam vagas

Está aqui a principal origem dos nossos males. Temos sempre a convicção que a desgraça é para os outros, que o céu não cai na nossa cabeça e que, mais dia menos dia, por um passe de mágica, a contenda se resolve sempre a nosso favor. É preciso é ter fé, como portuguesmente se diz.

O défice é excessivo? Há-de resolver-se.

Não há emprego? Há-de aparecer.

O meu clube está a perder? É culpa do árbitro ou de Deus, que está distraído.

A MEDIOCRIDADE DA PROCURADORIA

A investigação criminal que se faz em Portugal é uma porcaria.

Todos os sabemos e a principal responsabilidade é o modo irresponsável com que os procuradores podem actuar sem que nada lhes aconteça. Além disso nunca o procurador que acusa é aquele que defende a sua dama em julgamento, pelo que é fácil sacudir a água do capote.

O processo Casa Pia tem evidências do que digo que dava para vários volumes.

Vou citar apenas um: o volume de acusações e de condenações.

Carlos Silvino: Acusado de 634 crimes. Condenado por 126

Manuel Abrante: Acusado por 48 e condenado por 2

José Ferreira Dinis: Acusado por 18 e condenado por 4.

Hugo Marçal: Acusado por 36 e condenado por 3

Gertrudes Nunes: Acusada por 35 e absolvida.

Ou seja, a taxa de sucesso de acusação ronda aí os 2% ou 3%.

Apesar disso ninguém se coibiu de acusar a torto e a direito com base em factos (pretensos) que ruiram como castelos de cartas. O MP não hesitou em positivamente "atirar a lama" para as costas de quem o tribunal decidiu não ter culpa da maior parte das acusações. Mas esse MP não está na berlinda nem ninguém ouve falar dele. Mas numa justiça séria, deveria ser agora chamado à pedra por tamana irresponsabilidade e leviandade no modo como aponta o dedo sem qualquer base de sustentação. Pergunto se tal seria possivel suceder num sistema como o americano, onde os procuradores são advogados em que a permanência no cargo depende do sucesso da sua actuação?

ROBERTO, ESSA PÉROLA

Roberto vai de novo a exame

Esta é das notícias que um portista realmente aprecia.

Podemos encomendar as faixas e começar, com calma, a preparar a próxima época.

DAM´N RAIN

VIVAAAAAA

Se há comportamento que me enjoa é o daqueles que julgam que descalçam as botas assobiando para o lado. Aquele que ficam à espera que as calinadas que deram se apaguem na bruma, de onde saem incólumes como no Matrix. E quando me aparecem com aquela cara de pau do “vivaaaaaaaa, como vais…”!

CASA PIA

Miguel Matias, advogado das vítimas e da Casa Pia: "Todos nós sabemos e a Casa Pia sabe hoje que teve uma grande quota parte de responsabilidade não nos factos, mas na permissividade que tornou possíveis estes factos".

Ora isto, que é uma verdade insofismável e que todos conhecemos desde o início do processo, faz-me perguntar se não faltarão no banco onde se sentem os arguidos algumas daquelas personalidade (Catalinas e afins) que tanto bateram com a mão no peito mas que, pelo menos pela inação, permitiram a catástrofe que está a ser julgada.

QUEIRÓS

Estou frontalmente contra o modo como a FPN pretende despedir Queirós, sem o indemnizar.

Ainda que entenda que o melhor seja a sua saída, não vale tudo.

Porém o homem vai sair, e pela porta pequena. E por culpa própria.

O processo do doping (o tal dos pequenos poderes) não passaria de uma página ridícula e a arquivar numa pasta (mais uma) da vergonha destes pequenos e prepotentes seres a mando do poder político.

Mas a inabilidade de Queirós é tão grande (é a mesma nos momentos decisivos dos jogos, sendo a razão por que o gostava de ver pelas costas) que ainda o borrego estava no forno e, em declarações ao Expresso, chamou de "polvo" ao vice-presidente da sua entidade patronal.

Bem pode agora tentar dourar a pílula, chamando-lhe "nuvem" e outras comparações ridículas. Insultou bem insultada a sua entidade patronal. Ora a isso chama-se violação grave e culposa dos deveres laborais. Com direito a despedimento com justa causa.