Tenho-me espantado, revoltado, indignado e inconformado com esta cultura de facilitismo que se instala aos poucos e que conduz à mediocridade e, inevitavelmente, à ruína.
Ante a adversidade a resposta é facilite-se. Nunca exija-se.
Esta cultura está hoje bem patente, de modo transversal, na sociedade.
A criança é rebelde, trepa os sofás, responde torto, não obedece e não estuda?
Coitadinha, é hiper-activa, sofreu com o divórcio dos pais, é prematura... Tudo serve para que os pais se descartem da sua função: educar.
A empresa está em dificuldades? Despede-se. Usa-se a gente como pacote descartável. Não se reinventam processos, não se reajustam procedimentos. Bate-se no mais fraco, porque dá menos trabalho.
O emprego na construção escasseia? Emigra-se. Ninguém se quer reconverter, mudar de vida. Quero fazer o que sempre fiz. Mudar custa.
Este é o reflexo de uma política educacional ruinosa que se instalou em Portugal desde o 25 de Abril. Facilitismo. Solução com pouco trabalho e pouco ou nenhum engenho.
Esta é uma política que dita e ditará que nos convertamos no caixote de lixo da Europa.
Sem remédio!