sexta-feira, junho 30, 2006
FAUNA
Inicialmente inventamos os parolos
Caracterizavam-se (estão em vias de extinção, daí o pretérito) pela meia branca (vulgo pésinho de gesso), a camisa aberta até ao umbigo e a voltinha de ouro (a esvorta) com a santa a reluzir, a pulseirinha (de ouro ou simples fancaria) e o “aneluncho” a condizer.
Usavam muito o “prontos”, o “tás a ver”, o “deri”b”ado a”.
Fatinho domingueiro, era vê-los na suecada ou na malha, à volta de um garrafão de “tintól” ou a passear com a patroa no único dia em que esta se atrevia a tirar o avental do frontispício. Ou de carro, sempre a 20 km/h numa estrada movimentada, com o Cortina a reluzir e a almofadinha de renda, colocada na chapeleira traseira, normalmente a camuflar o papel higiénico do piquenique de domingo à beira da estrada nacional 1.
Eram trabalhadores, inofensivos (salvo aos olhos) e os que vivem vão já na casa dos 60/70. São pais dos “Tones” e das “Zezas”.
Vieram depois os Azeiteiros: os “Tones” e as “Zezas”
Mais sofisticados na arte do “ajavardamento”, instalaram-se nas periferias das grandes cidades ou em bairros sociais.
Vivem para o status.
Inicialmente quitavam a Zundap onde se deslocavam (uns “tó-colantes” a dizer turbo, uma “zagolina” especial “pra dar mais gás” e uns escapes de rendimento, normalmente mais valiosos que o próprio veículo) ou, os mais abonados, os Datsun 1200. Mais tarde vieram Honda Civic (“zantes espaciais”, uns néons lilases ou azuis, colocados debaixo do veículo, os “hailerons” e, claro, o “bolante” de pau).
Imitam tudo o que é caro da forma mais ordinária que se pode imaginar (óculos, t-shirts, calças, blusões) tudo neles cheira a falso. Tão falso que nem pretensioso chega a ser. Somente azeiteiros (daí o nome).
São hoje pais das Vanessas, das Carinas, das Marlenes, dos Fábios e de tudo o que é nome de novela brasileira.
Estão nos 40/50 e grande parte sobrevive nas fábricas, na construção ou no subsídio de desemprego (mais neste). São pais dos Ronaldos e das Fabianas.
Chego agora à terceira geração da raça. Os Ronaldos e as Fabianas.
Tenho dificuldades em apelidá-la (aceito mesmo nomes alternativos).
Pensei em jagunços, aborígenes (mas ao contrário), selvagens, mas não me contentei com nenhum.
Eles são uma miscelânea de tudo e não são nada.
Usam bonés (virados ao contrário, no cocuruto da cabeça ou até colocados de “ladex” no crânio), calças esfarrapadas à navalhada, cortes de cabelo à Quaresma, brincos à Ronaldo, óculos espaço 1999, têm a “cremalheira” numa lástima e deambulam no saque até lhes atirarem a orgadura para uma cela.
Têm namoradas fio dental, tipo Rute Marlene, cheias de piercings e outros adereços.
Não estudam. Chutam-se. Engravidam-nas aos 13 (ou mais cedo, se a natureza permitir). Pertencem às claques de futebol. Vivem no lixo. São lixo (urbano, sempre).
São do género “fino”, opinião sobre tudo, cheios de “direitos”. Consomem Hip Hop com a mesma vontade com que se embrulham no Tóni Carreira. Deglutem carne assada com o mesmo gosto que “afocinham” num Big Mac. Adoram centros comerciais “pró gamanço e engate”. Uma paredinha de cimento liso e “bute pró grafite”.
Não chegam à Segurança Social porque nem sequer chegam a ter emprego.
Vão morrer na merda e arrastar-nos com eles para ela. Alguém me ajuda a encontrar um nome para esta fauna?
Caracterizavam-se (estão em vias de extinção, daí o pretérito) pela meia branca (vulgo pésinho de gesso), a camisa aberta até ao umbigo e a voltinha de ouro (a esvorta) com a santa a reluzir, a pulseirinha (de ouro ou simples fancaria) e o “aneluncho” a condizer.
Usavam muito o “prontos”, o “tás a ver”, o “deri”b”ado a”.
Fatinho domingueiro, era vê-los na suecada ou na malha, à volta de um garrafão de “tintól” ou a passear com a patroa no único dia em que esta se atrevia a tirar o avental do frontispício. Ou de carro, sempre a 20 km/h numa estrada movimentada, com o Cortina a reluzir e a almofadinha de renda, colocada na chapeleira traseira, normalmente a camuflar o papel higiénico do piquenique de domingo à beira da estrada nacional 1.
Eram trabalhadores, inofensivos (salvo aos olhos) e os que vivem vão já na casa dos 60/70. São pais dos “Tones” e das “Zezas”.
Vieram depois os Azeiteiros: os “Tones” e as “Zezas”
Mais sofisticados na arte do “ajavardamento”, instalaram-se nas periferias das grandes cidades ou em bairros sociais.
Vivem para o status.
Inicialmente quitavam a Zundap onde se deslocavam (uns “tó-colantes” a dizer turbo, uma “zagolina” especial “pra dar mais gás” e uns escapes de rendimento, normalmente mais valiosos que o próprio veículo) ou, os mais abonados, os Datsun 1200. Mais tarde vieram Honda Civic (“zantes espaciais”, uns néons lilases ou azuis, colocados debaixo do veículo, os “hailerons” e, claro, o “bolante” de pau).
Imitam tudo o que é caro da forma mais ordinária que se pode imaginar (óculos, t-shirts, calças, blusões) tudo neles cheira a falso. Tão falso que nem pretensioso chega a ser. Somente azeiteiros (daí o nome).
São hoje pais das Vanessas, das Carinas, das Marlenes, dos Fábios e de tudo o que é nome de novela brasileira.
Estão nos 40/50 e grande parte sobrevive nas fábricas, na construção ou no subsídio de desemprego (mais neste). São pais dos Ronaldos e das Fabianas.
Chego agora à terceira geração da raça. Os Ronaldos e as Fabianas.
Tenho dificuldades em apelidá-la (aceito mesmo nomes alternativos).
Pensei em jagunços, aborígenes (mas ao contrário), selvagens, mas não me contentei com nenhum.
Eles são uma miscelânea de tudo e não são nada.
Usam bonés (virados ao contrário, no cocuruto da cabeça ou até colocados de “ladex” no crânio), calças esfarrapadas à navalhada, cortes de cabelo à Quaresma, brincos à Ronaldo, óculos espaço 1999, têm a “cremalheira” numa lástima e deambulam no saque até lhes atirarem a orgadura para uma cela.
Têm namoradas fio dental, tipo Rute Marlene, cheias de piercings e outros adereços.
Não estudam. Chutam-se. Engravidam-nas aos 13 (ou mais cedo, se a natureza permitir). Pertencem às claques de futebol. Vivem no lixo. São lixo (urbano, sempre).
São do género “fino”, opinião sobre tudo, cheios de “direitos”. Consomem Hip Hop com a mesma vontade com que se embrulham no Tóni Carreira. Deglutem carne assada com o mesmo gosto que “afocinham” num Big Mac. Adoram centros comerciais “pró gamanço e engate”. Uma paredinha de cimento liso e “bute pró grafite”.
Não chegam à Segurança Social porque nem sequer chegam a ter emprego.
Vão morrer na merda e arrastar-nos com eles para ela. Alguém me ajuda a encontrar um nome para esta fauna?
PEDAGOGIA DO METRO
No Metro no Porto correm-se milhas para encontrar alguém que nos ensine a funcionar com o raio das máquinas automáticas para aquisição de bilhetes.
Ninguém nos explica que o título é válido só por uma hora.
Ninguém nos dá cavaco sobre as zonas modais. Mas, nas saídas, aí sim, estão sempre umas fardas a vestir alguém, com o recheio pronto para nos dar a informação: “Prevaricou porque passou a zona do título” ou “”o título está inválido desde há 10 minutos”. Só que esta informação tem bónus: vem normalmente anexa a uma contra-ordenação. Aí de uns 70 euros, que é preciso facturar. Chama-se a isto pedagogia lucrativa.
Ninguém nos explica que o título é válido só por uma hora.
Ninguém nos dá cavaco sobre as zonas modais. Mas, nas saídas, aí sim, estão sempre umas fardas a vestir alguém, com o recheio pronto para nos dar a informação: “Prevaricou porque passou a zona do título” ou “”o título está inválido desde há 10 minutos”. Só que esta informação tem bónus: vem normalmente anexa a uma contra-ordenação. Aí de uns 70 euros, que é preciso facturar. Chama-se a isto pedagogia lucrativa.
REMODELAÇÃO
Esta saída de Freitas do Governo só pode ter espantado os mais incrédulos ou distraídos.
Espanto, espanto, isso sim, foi a entrada dele no executivo. A saída estava anunciada desde a entrada.
quinta-feira, junho 29, 2006
NOMES IMPOSSÍVEIS V
(Orlando) FARAGO
AMAVEL (José) ANASTÁCIO
ABELARDO (José Pires Ferreira)
AGUINALDO (Gama das Neves)
AMAVEL (José) ANASTÁCIO
ABELARDO (José Pires Ferreira)
AGUINALDO (Gama das Neves)
PEDREIROS LIVRES
Um comerciante, dono de uma pequena garrafeira, na cidade do Porto, foi ameaçado com fecho de portas se, num prazo de 10 dias não procedesse ligação de um tubo de respiro do ar condicionado a uma conduta geral do prédio, impedindo que o mesmo pingasse para a rua (o tubo instalado pelo comerciante estava ao nível do passeio, não pingava na cabeça de ninguém).
A 200 metros do estabelecimento funciona uma repartição da Segurança Social. Que não tem um mas quatro respiros a descarregar para a rua (que por sinal é bem movimentada), um desles no terceiro andar. Está assim há anos. Os fiscais e a câmara são os mesmos. O tratamento é que não.
Depois admiram-se que surjam frases como a proferida pelo troglodita que preside à associação de municípios, que convidou os presidentes de junta a “correrem à pedrada os fiscais do ministério do ambiente”.
A 200 metros do estabelecimento funciona uma repartição da Segurança Social. Que não tem um mas quatro respiros a descarregar para a rua (que por sinal é bem movimentada), um desles no terceiro andar. Está assim há anos. Os fiscais e a câmara são os mesmos. O tratamento é que não.
Depois admiram-se que surjam frases como a proferida pelo troglodita que preside à associação de municípios, que convidou os presidentes de junta a “correrem à pedrada os fiscais do ministério do ambiente”.
quarta-feira, junho 28, 2006
SIMPLÍCIO...SIDADES
A Sr.ª D.ª Helena Simplício, técnica responsável (designação certamente eufemística) da D.G. de Impostos de Viseu, em cumprimento de um despacho (douto, por certo) do de facto (e não eufemista) Chefe da Repartição do burgo, cumpriu um despacho, difundido através do Banco de Portugal, para TODAS as sociedades bancárias com actividade em Portugal, a requerer o seguinte: “(…) verifique junto de todas as instituições bancárias a existência de saldo, depósito de acções, títulos, garantias em nome de X, até ao montante de 74 €”!!!
Ou seja, para garantir o pagamento ao estado (este escrevo propositadamente em caixa baixa) de 74 euros, Simplício e o seu chefe vão ocupar algumas dezenas de pessoas, provocar gastos centenas de vezes superiores ao montante cujo pagamento se pretende garantir.
Porque sucede isto?
1. Porque quem despacha e cumpre não é, de certeza, pago para pensar
2. Porque ambos não fazem contas da relação custo/benefício do cumprimento do despacho
3. Porque ambos sabem que ninguém controlará a eficácia do seu trabalho (quando muito, alguém tão acéfalo quanto eles avaliará, com Bom, o desempenho e empenho e rechear os cofres do estado com… 74 €.).
4. Porque sabem que ninguém lhes imputará a factura dos custos de tal trabalho inútil.
5. Porque a incompetência continua a ser irmã siamesa da administração pública.
P.S. No mesmo dia a Simplício e o chefe despacharam outro pedido, mais nobre, é certo, de 161 €.
Ou seja, para garantir o pagamento ao estado (este escrevo propositadamente em caixa baixa) de 74 euros, Simplício e o seu chefe vão ocupar algumas dezenas de pessoas, provocar gastos centenas de vezes superiores ao montante cujo pagamento se pretende garantir.
Porque sucede isto?
1. Porque quem despacha e cumpre não é, de certeza, pago para pensar
2. Porque ambos não fazem contas da relação custo/benefício do cumprimento do despacho
3. Porque ambos sabem que ninguém controlará a eficácia do seu trabalho (quando muito, alguém tão acéfalo quanto eles avaliará, com Bom, o desempenho e empenho e rechear os cofres do estado com… 74 €.).
4. Porque sabem que ninguém lhes imputará a factura dos custos de tal trabalho inútil.
5. Porque a incompetência continua a ser irmã siamesa da administração pública.
P.S. No mesmo dia a Simplício e o chefe despacharam outro pedido, mais nobre, é certo, de 161 €.
quinta-feira, junho 22, 2006
quarta-feira, junho 21, 2006
SINAL DOS TEMPOS
É desgastante a "ressaca" dos jogos do mundial, com os filósofos da bola (onde até o fala barato do Marcelo Rebelo de Sousa já tem assento), mal o árbitro apita para o final, a fazerem análises profundas de uma realidade que pouco devia passar da bolinha a rolar em cima da relva.
Dão-se notas aos jogadores e treinadores; observam-se a sublinham-se a idiossincrasias da jogadas; projectam-se os jogos futuros, como se de uma OPA se tratasse; dissecam-se as decisões dos árbitros; até se fazem fóruns televisivos para cada um dizer as alarvidades que lhe vierem à pinha.
É de levar os nervos a rasgar a pele.
Está tudo louco e o mundo parou em torno de um espectáculo que nunca deveria ter mais de 90 minutos. É um (mais um) triste sinal dos tempos.
CONSERVADORES
A cidade do Porto tem quatro Conservatórias do Registo Civil (aquelas onde a gente se casa e "descasa").
Para o serviço que há, fossem elas pivatizadas como o foram os Catórios Notariais (e não fosse o erário público a pagar os ordenados) e haveria uma, duas nos máximo (não seria pura e simplesmente rentável manter tantas).
Porém, se alguém aqui se quiser "descasar" durante o mês de Agosto desengane-se: sem excepção, todos os Sr.s (as) Conserservadores (as) vão de férias. Não estão e ponto final. Inexiste uma coisa tão simples como uma escala de férias, como acontece em qualquer empresa privada, onde duas pessoas que fazem a mesma coisas ou se complementam não vão de férias ao mesmo tempo.
Dizem que este Governo está a atacar em excesso as profissões e, com isso, a decredibilizá-las.
Não concordo com a leitura mas, admitindo que é verdade, então é bom que se descridibilize e ataque profissões como esta. O "status quo" está muito, muito longe do desejável.
Para o serviço que há, fossem elas pivatizadas como o foram os Catórios Notariais (e não fosse o erário público a pagar os ordenados) e haveria uma, duas nos máximo (não seria pura e simplesmente rentável manter tantas).
Porém, se alguém aqui se quiser "descasar" durante o mês de Agosto desengane-se: sem excepção, todos os Sr.s (as) Conserservadores (as) vão de férias. Não estão e ponto final. Inexiste uma coisa tão simples como uma escala de férias, como acontece em qualquer empresa privada, onde duas pessoas que fazem a mesma coisas ou se complementam não vão de férias ao mesmo tempo.
Dizem que este Governo está a atacar em excesso as profissões e, com isso, a decredibilizá-las.
Não concordo com a leitura mas, admitindo que é verdade, então é bom que se descridibilize e ataque profissões como esta. O "status quo" está muito, muito longe do desejável.
TEQUILLA
De cada vez que o México, uma selecção perfeitamente de banal, acelarou um bocadinho, era ver o Meira, o Caneira, o Postiga, o Nuno Gomes, o Boa Morte (é mesmo jogador de futebol?) completamente aos papeis.
Ganhámos com injustiça e ficou à tona o que já toda a gente sabia: os compadrios e as manias do sargento levam a que esteja no mundial uma equipa (de 12 ou 13 jogadores) e mais 10 ou 11 incapazes que, mais tarde ou mais cedo, deitarão tudo a perder.
Ricardo, Paulo Santos, Miguel, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Deco, Maniche, Petit, Tiago, Pauleta, Simão, Ronaldo, Figo estão no mundial por mérito (embora a recusa de Figo em fazer os jogos de apuramento tenho muito que se lhe diga).
Quim, Caneira, Meira, Ricardo Costa, Hélder Postiga, Nuno Gomes e Boa Morte são defintivamente jogadores sem ritmo e competência para estarem na Alemanha.
A Costinha, a quem competência não falta, mas no ritmo tem um défice medonho, dou o benefício da dúvida.
DIÁRIO DA REPÚBLICA
"Presidência do Conselho de Ministros
De ter sido rectificada a Declaração de Rectificação n.º 22/2006, que rectificou o Decreto Legislativo Regional n.º 5/2006/A que aprova o Plano Regional Anual para 2006, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 70, de 7 de Abril de 2006"
De ter sido rectificada a Declaração de Rectificação n.º 22/2006, que rectificou o Decreto Legislativo Regional n.º 5/2006/A que aprova o Plano Regional Anual para 2006, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 70, de 7 de Abril de 2006"
Excerto do Diário da República de 5 de Junho.
Pergunto-me quem e com que cabeça anda a legislar para precisar de rectificar uma rectificação já objecto de publicação.
Não haverá quem corrija antes de se perder tempo com publicações inúteis (e vexatórias, já agora)?
terça-feira, junho 20, 2006
CASULO
Cavaco saiu do casulo em que se meteu depois da eleição. Agora fala, um ou duas vezes por semana, a passar recados. Dizem-me mesmo que até já convocou ministros. A da educação, por exemplo.
Tenho-me andado a perguntar até quando para isto dar maus frutos (leia-se má convivência institucional)?
Um palpite: não vai tardar a que o buldozer socialista, de nome Coelho, ponha a "patinha" na ferida.
segunda-feira, junho 19, 2006
GASOLINEIRO
Vejo-o diariamente, junto ao escritório, a abastacer os carros. Creio que a categoria é "gasolineiro".
Chega todos os dias de carro. E vai embora nele.
Com um salário que, na perspectiva mais optimista, rondará os 450 euros.
Será preciso mais algum exemplo para percebermos o que vai mal na república?
PAULO RANGEL
Paulo Rangel, deputado do PSD, convocou as televisões para chamar a atenção para o caos em que se encontra o Tribunal de Comércio de V.N.Gaia.
Na frente das câmaras chamou a atenção para só estarem colocados dois juízes (sendo preciso, no mínimo, mais um), de apenas estar a funcionar uma fotocopiadora (com mais de um milhão de fotocópias tiradas), de estarem pendentes mais de 2000 processos por juízo (deve-se ter enganado num zero,e por defeito), etc.etc.
Pôr a nú a decadêcia em que aquela tribunal vive há 10 anos (com a agravente de estar instalado para aí há 15) seria um elementar trabalho político de um deputado no distrito pelo qual foi eleito.
Seria não se desse o caso de Paulo Rangel, antes de ocupar o cargo que agora ocupa como deputado, ter sido, no Governo que precedeu o actual Secretário de Estado da Justiça. E, enquanto tal, não lhe conhecemos nenhuma medida para resolver o problema do Tribunal de Comércio de Gaia. Nem sequer uma mera sugestão. Uma dotação, que fosse, para aquisição de uma fotocopiadora. Por isso o "trabalho político" que hoje desenvolveu (e com que de certeza justificou a falta aos trabalhos na AR, se é que os deputados trabalham à segunda-feira) tem um nome: malabarismo circense.
domingo, junho 18, 2006
ESTÁTUAS
Deviam ser erguidas duas estátuas a outros tantos presidentes do benfica (não consigo escrever este nome em caixa alta) junto ao estádio do Dragão.
Uma a Filipe Vieira por, enquanto presidente do Alverca, sócio do FC Porto, ter vendido Deco ao Salgueiros (sabendo que esta já estava prometido ao FC Porto) e impedindo que seguisse o rumo do clube que Vieira agora dirige com alma, coração e "profundo benfiquismo".
Outra a Vilarinho, que tendo dentro de portas Mourinho, preferiu corrê-lo na primeiro argumento que este lhe deu para dar emprego ao grande Toni.
Por muito menos nas Antas (agora Dragão) já se despediu com justa causa.
Mas isso somos nós, que não apreciamos masoquismos.
quinta-feira, junho 15, 2006
RECUO
Uma casa abandonada nas traseiras.
A vegetação selvagem que aí cresceu guarda cigarras que cantam nas noites quentes.
A vegetação selvagem que aí cresceu guarda cigarras que cantam nas noites quentes.
Eu perco-me nas memórias do seu "cricar". Recuo no tempo. Volto às coisas simples. Ao tempo em que menino pequeno me perdia na aldeia, ao som das cigarras e do grilos.
DA VINCI
O Código da Vinci, além de ter o mérito de divertir (quer o livro quer o filme, que finalmente vi) tem um outro, ainda maior: o de colocar em causa os dogmas da igreja. E isso tem um saborzinho especial. É como as vitórias: todas sabem bem, mas contra aquele adversário de que realmente não gostamos, com que embirramos, sabem muito melhor...
DIRECTOS
Estou cansado do folclore do mundial. Bola é bola, e esta febrite em torno da competição, com as televisões a disputarem, ao milímetro, as histórias paralelas é de levar à náusea.
Merche vai ou não vai a Merienfeld?
Jaciara (mulher de Deco) usa tops provocantes.
O frangueiro (Ricardo) foi jogar golfe num Porsche no dia de folga.
Jorge Sampaio foi comer um Big Mac em Colónia.
Madail entornou a 29ª garrafa de Cutty Sark desde que chegou à alemanha.
35 caixas de sardinha chegaram de Peniche para alimentar a selecção.
Não tardará a que fiquemos a saber quantas diarreias assolaram já os jogadores, com directos a partir das sanitas do hotel;
ou quantas vezes é que o sargentão já acordou a meio da noite a berrar: Baía, Baía.
Merche vai ou não vai a Merienfeld?
Jaciara (mulher de Deco) usa tops provocantes.
O frangueiro (Ricardo) foi jogar golfe num Porsche no dia de folga.
Jorge Sampaio foi comer um Big Mac em Colónia.
Madail entornou a 29ª garrafa de Cutty Sark desde que chegou à alemanha.
35 caixas de sardinha chegaram de Peniche para alimentar a selecção.
Não tardará a que fiquemos a saber quantas diarreias assolaram já os jogadores, com directos a partir das sanitas do hotel;
ou quantas vezes é que o sargentão já acordou a meio da noite a berrar: Baía, Baía.
segunda-feira, junho 12, 2006
GOOD BEATS
"Blue break beats"
É malha (som, para os menos eruditos) da melhor.
Quem quiser "baixar" (descarregar para quem não deambula por estes blogs brasucas) pode ir aqui.
É malha (som, para os menos eruditos) da melhor.
Quem quiser "baixar" (descarregar para quem não deambula por estes blogs brasucas) pode ir aqui.
CALÁBRIA
O filho do homem do Gil Vicente, que pertence ao CD da Liga mas que só entrou a decidir sobre o clube do pai (e dele, certamente) quando o pai se demitiu do clube, e com isto arrastou demissões e o Beleneneses para a segunda divisão é muito mais que um caso de polícia: é a Calábria, pura e dura.
Eles já nem se escondem. Já nem tentam disfarçar. É o país a saque (mas muito entretido com o Santo António e o Mundial).
EDP
Telefonema da EDP.
Pretendiam uma daquelas informações que temos sempre a sensação que não servem para mais nada a não ser entreter as empresas de telemarketing.
"Não, hoje não posso responder. Ligue-me amanhã".
"Amanhã? pergunta-me incrédula. Mas amanhã é feriado".
Parei. Demorei a chegar lá mas então encontrei-me com o famigerado Santo António.
Mesmo correndo o risco de pregar aos peixinhos, respondi: "Olhe lá, há mais vida para além de Lisboa, sabia?".
Não compreendeu.
Desliguei.
domingo, junho 11, 2006
MY WAY
Sinatra tinha um "my way".
Scolari não só não lhe quer ficar atrás, como saltou adiante com um "my stupid way".
A exibição contra Angola (eles sabem mesmo o que é uma bola?) revelam bem a capacidade do "mister".
Um-zerinho e tá tudo de papo cheio, contente "pelos três pontos".
A pobreza da falta de soluções (fruto de uma escolha mal feita), a falta de um fiozinho de jogo que fosse, a nota de um pequeno discernimento que traduzisse quase um mês de "trabalhos na concentração" fazem-em antever o pior para o jogo com o Irão.
Nada que me venha a surpreender.
Scolari não só não lhe quer ficar atrás, como saltou adiante com um "my stupid way".
A exibição contra Angola (eles sabem mesmo o que é uma bola?) revelam bem a capacidade do "mister".
Um-zerinho e tá tudo de papo cheio, contente "pelos três pontos".
A pobreza da falta de soluções (fruto de uma escolha mal feita), a falta de um fiozinho de jogo que fosse, a nota de um pequeno discernimento que traduzisse quase um mês de "trabalhos na concentração" fazem-em antever o pior para o jogo com o Irão.
Nada que me venha a surpreender.
sábado, junho 10, 2006
SERVIÇO PÚBLICO
A um site como este só se pode chamar verdadeiro serviço público. Para quem não saiba destina-se a fornecer os códigos que a vão, desesperadamente, mudando todos os dias. É tentador e até me apetece aderir à "farelhice".
PETIT
O Petit é assim uma espécie de João Jardim do futebol: grunho, bruto e caceteiro. Mesmo a pedir que lhe apareça um com dose idêntica pela frente. Quem sabe se um angolano...
sexta-feira, junho 09, 2006
BANDEIRADAS
Este novo “fétiche” nacional de desfraldar a bandeira (que até é feia) de cada vez que a bola corre na relva a mando do troglodita que, cinco séculos depois, veio colonizar o colonizador é do mais pobre que tenho visto.
Achei já uma moda muito “sem senão” (para utilizar palavreado do novo colonizador) no Euro 2004; uma “americanice”.
Mas a injecção agora repetida revela bem a falta de imaginação que nos vai povoando. No entanto, o que realmente me irrita é este pseudo-nacionalismo tonto que alguns pretendem ver na coisa, como se a estima e a consciência nacionais se alimentassem ao ritmo a que a selecção nacional se consegue apurar para uma competição internacional de futebol. Se fosse verdade, finda a festa e curada a ressaca, não voltava para as traças e o pó do esquecimento.
Achei já uma moda muito “sem senão” (para utilizar palavreado do novo colonizador) no Euro 2004; uma “americanice”.
Mas a injecção agora repetida revela bem a falta de imaginação que nos vai povoando. No entanto, o que realmente me irrita é este pseudo-nacionalismo tonto que alguns pretendem ver na coisa, como se a estima e a consciência nacionais se alimentassem ao ritmo a que a selecção nacional se consegue apurar para uma competição internacional de futebol. Se fosse verdade, finda a festa e curada a ressaca, não voltava para as traças e o pó do esquecimento.
sábado, junho 03, 2006
DEMOCRATICE
Há menos de dois meses, uma AG do Sporting não aprovou a venda do património imobiliário pelos 2/3 exigidos pelo presidente.
Este, refém da promessa que fizéra, demitiu-se.
Ontem, o mesmo presidente (que prometera ir embora mas entretanto voltou) insistiu e conseguiu a dita aprovação em AG. E vai mesmo vender o património.
Não estando em causa a eficácia da decisão, está, isso sim, o fundo da mesma, revelando uma estranha forma de “legitimação democrática” das decisões.
Alguém, com competências executivas (numa associação, numa sociedade, no estado) propõe uma medida e sufraga-a. Não obtém vencimento. Conforma-se? Não. Alega “deficiências de comunicação”, que “ a mensagem, que era boa, não passou” e, na primeira oportunidade, sufraga-a outra vez. E sufraga-la-á sucessivamente até que uma de duas coisas aconteça: ou corram com ele ou aprovem a medida. É uma forma de democracia género “água mole em pedra dura...”. É a democracia pelo desgaste. É uma legitimidade muito esquisita.
Este, refém da promessa que fizéra, demitiu-se.
Ontem, o mesmo presidente (que prometera ir embora mas entretanto voltou) insistiu e conseguiu a dita aprovação em AG. E vai mesmo vender o património.
Não estando em causa a eficácia da decisão, está, isso sim, o fundo da mesma, revelando uma estranha forma de “legitimação democrática” das decisões.
Alguém, com competências executivas (numa associação, numa sociedade, no estado) propõe uma medida e sufraga-a. Não obtém vencimento. Conforma-se? Não. Alega “deficiências de comunicação”, que “ a mensagem, que era boa, não passou” e, na primeira oportunidade, sufraga-a outra vez. E sufraga-la-á sucessivamente até que uma de duas coisas aconteça: ou corram com ele ou aprovem a medida. É uma forma de democracia género “água mole em pedra dura...”. É a democracia pelo desgaste. É uma legitimidade muito esquisita.
sexta-feira, junho 02, 2006
AS VELAS ARDEM ATÉ AO FIM
A relação compulsiva que tenho com a leitura, que normalmente se traduz numa avidez insane e sôfrega de chegar ao fim (normalmente para depois ressacar a frustração de ter acabado) diluiu-se neste "poema" de Sándor Márai.
Uma magnífica reflexão sobre a amizade, que se degusta mastigando cada palavra, cada pensamento do autor, lendo e relendo parágrafos, mergulhando e parando.
Um livro intenso que, paradoxalmente, nos inspira uma imensa paz .
quinta-feira, junho 01, 2006
POESIA
Há já muito que os meus olhos não lêem poesia. Só não me lembro se por não quererem ou por terem deixado de saber.
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