quinta-feira, julho 20, 2006

SOFISMAS SOCRÁTICOS

Na muita demagogia e mera propaganda de imagem que povoa o Governo de Sócrates, o maior sofisma veio da promessa de emagrecimento da função pública.
À parte as notícias de hoje, que dão como certa a contratação de mais 10 000 novos funcionários (só os distraídos ou os que não lêem a história podem ter ficado surpreendidos), é no conceito do entra um para cada dois que saem que está o maior logro.
É que sendo certo que dentro da função pública estão cerca de 150 000 funcionários a mais, não será a entrar um por cada dois que se reformem que se resolve a contenda. Pelo menos nos próximos 50 anos. Mais. É um verdadeiro engano afirmar que assim se emagrece a despesa corrente do Estado. É que os dois que saem e se reformam continuarão a viver na dependência desse Estado. O outro, que entra, também. Por isso, e desse modo, a despesa do estado com pessoal não diminui. Quando muito crescerá menos. Atacar o problema, a fundo, seria a instalação da verdadeira mobilidade (funcional e geográfica) na função pública. Ao mesmo tempo que se fechava, pura e simplesmente, o regime de contratação de mais mão de obra. Um período sabático de pelo menos 24 meses. Nem que fosse a título de exemplo.

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