domingo, dezembro 24, 2006

PERGUNTAS

Uma pergunta que gostava de ver respondida, de forma redonda e directa, pelos partidários do não no referendo ao aborto, é que decisão tomariam se, na posição de juizes, tivessem que julgar uma mulher que tivésse praticado um. Sobretudo essa gentalha que povoa a política, e que tem no discurso “politicamente correcto” a forma de estar bem com deus e com o diabo.

LEGITIMIDADE REFERENDÁRIA II

A mesma legitimidade que os partidários do sim, onde me incluo, têm em pretender ver repetida a pergunta popular sobre o aborto, meros oito anos sobre o chumbo referendário, é aquela que os partidários da monarquia ou da ditadura, por exemplo, teriam para levar a consulta a mudança de regime político.
Pergunto-me é com que “bondade” seriam recebidos por muitos dos adeptos da insistência com que ora se tenta levar avante a (para mim justa) legitimação do aborto? Provavelmente com um: “Há matérias que não são referendáveis?”

LEGITIMIDADE REFERENDÁRIA I

Quando à pergunta referendária respondemos que não, já sabemos, é só uma questão de tempo até que a consulta popular se repita. E será assim até que a proposta seja aprovada. O exemplo do aborto é um bom exemplo. Como virá a ser o da regionalização ou da constituição europeia.
Mas, afinal, o que vale, e por quanto tempo vale, o resultado de um referendo? Onde começa e acaba a legitimidade de repetir as perguntas? Oito anos? 10? Ou 30?
Já era altura da constituição resolver a questão.

SIM

Sinto-me hoje mais cidadão. Assinei a petição de criação do movimento pelo SIM.

CONSUMO

As famílias cortaram, substancialmente, nas prendas de Natal.
Por vontade? Por convicção? Não. Simplesmente porque o dinheiro não chega. Fosse ele suficiente ou não estivesse o crédito esgotado e seria o forrobodó de outros anos.
Ridícula esta sociedade consumista que não percebe que, quanto mais consumir, mais se consome a si própria. Até não restar nada.

sábado, dezembro 23, 2006

CARIDADE

Esta é a razão essêncial para não acreditar neste tipo de caridade e, invariavelmente, não contribuir com um cêntimo. Tudo o que é grande demais engole-se a si próprio.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

VIOLÊNCIA

A posição assumida pela associação sindical de Juízes manifestando-se contra a possibilidade de o denominado “crime de violência doméstica” incluir, também, as uniões de facto homossexuais, é bem reveladora de duas coisas: o estado de pobreza a que chegou o sindicalismo e alguns magistrados. Se ainda se falasse de "violência conjugal", ainda podia entender as reticências. Mas doméstica... Ou não sabem português ou têm petições de princípio pouco louváveis e aconselháveis em quem tem por função julgar.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

PROEZAS

Pior que uma mãe babada a relatar as diatribes do seu "pequerrucho", como de se de proezas sobre-humanas se tratassem, só mesmo um pai babado a falar delas.
É verdadeiramente insuportável. E é que não se enxergam.
Dá uma vontade imensa de lhes berrar aos ouvidos: "Não, não estou minimamente interessado em escutar as proezas do prodígio. Guarde-as e que lhe façam proveito".
corrigido

domingo, dezembro 17, 2006

ABORTO XI

Admito que haja uma mulher (duas, vá) que se esteja nas tintas para os devaneios da líbido por ter no aborto uma prática contraceptiva eficaz.
Mas admitir-se que a discussão sobre a temática passe, ao de leve que seja, por aí, é um argumento tão falacioso e tão desonesto que quase só merece silêncio.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

BOOMERANG

Bastou um sururu, com um bocado mais de ruído que o habitual, em torno da corrupção no desporto (como se fosse só aí, ou sobretudo aí, que ela existe) para o ministro da justiça correr sofregamente para o parlamento a anunciar penas especiais na nova lei sobre o tema para... os agentes desportivos.
A posição, rídicula do ponto de vista jurídico (qualquer dia criam-se penas próprias para os guardas-fiscais, quando descobrirem que há um outro corrupto, para os varredores das ruas, quando se constatar que houve um que recebeu umas luvas para varrer melhor à porta de casa do presidente da junta) produziu o efeito pretendido.
A propaganda continua, eficaz, acertiva; as medidas também: demagógicas, patéticas e inconsequentes.
Um destes dias vai ter efeito boomerang

quarta-feira, dezembro 13, 2006

TLEBS

A TV Cabo escreveu-me em 13 de Dezembro dizendo-me que vou ter mais velocidade de navegação a partir de... 6 de Novembro. Mas o up grade será feito até... 31 Março de 2007.
Agradeço. Só não sei quando vai ser, tal a confusão de conjugações verbais que povoam a carta. Se calhar é coisa das TLEBS. Tenho que me actualizar.

COERÊNCIAS

O mesmo Rui Rio que lavrou a direito quando assaltou, pelo discurso populista e demagógico do caça fantasmas, a Câmara do Porto, e que cortou subsídios, apoios, até promoção de eventos de toda a ordem (culturais, desportivos, educativos etc.etc.), que ainda recentemente usou a fita do Rivoli para, em mais um “show” mediático de pretensa honestidade afirmar que a câmara não é nenhuma Santa Casa de subsídios, é o mesmo Rio que, qual apaixonado, gasta “rios” de dinheiro para trazer para o Porto competições automobilisticas cheias de bolor, a cheirar a enfado e ranço. Como o GP histórico do Porto.
Nada tenho contra as corridas e sou, até, um adepto.
Tenho, isso sim, contra tanta incoerência de Rio. Contra a demagogia que o faz ter dois pesos e duas medidas para falar da mesma coisa. Mas tenho ainda mais contra o povo, Zé ou não, que o re-elegeu. Acho que o merece. Eu é que não.

VERDADE

Ouço dizer que deve existir um interlocutor entre o cérebro e a boca.
Deve ser isso a que chamam politicamente correcto.
Eu prefiro apelidá-la de ditadura do bom senso.
Pois há dias em que não me apetece ter “senso”. Pelo menos desse. Que me obriga a falar por meio de interlocutores. Por interposta pessoa. A dizer o que não acho. O que não penso. O que não sinto. Em que prefiro a democracia da verdade.
A falta dela, os rodeios, a sinuosidade, são um dos principais venenos da vida. Infectam-na com fedor a morte. Ainda que, paradoxalmente, sejam uma boa receita para o sucesso. Aparente, digo eu.

terça-feira, dezembro 12, 2006

JUSTIFICAÇÕES

11 pontos separam o FC Porto do Benfica. Queres ver que foram os árbitros?

DÚVIDA METÓDICA

Haverá, ainda, um presidente de clube que não esteja constituído arguido?

sexta-feira, dezembro 08, 2006

38 SEGUNDOS

38 segundos, é quanto me é pedido para aguardar até que me confiram legitimidade para fazer, gratuitamente,o "download" pretendido.
Irrito-me. Desespero com a espera.
Mas... não terei 38 segundos para esperar? Que raio de pressa é esta de acelerar o tempo? Correr atrás de quê?
P.S. Corrigido após atento reparo"Professoral", que se agradece

BACK TO BASICS

Num mundo globalizado, erigido em teias e interdependências, em realidades que transcendem em absoluto o entendimento de quem a faz, num típico jogo de "brincar com o fogo", será possível vivermos de valores e com valores? Será legítimo continuarmos a aspirar a não nos prostituirmos mental e moralmente a cada dia? Ainda será possível o "back to basics?" É que se não é pergunto-me o que é que ando cá a fazer?

FURACÃO

Não terá o Ministério Público percebido, ainda, que sempre que cria, investigando, um processo grande, enorme, cheio de "curvas" e apensos, com nomes mediáticos envolvidos em catadupa acaba por parir um monstro que, pelo tamanho, pelas reconhecidas insuficiências de quem investiga e pelo poder dos investigados esbarra em prescrições, absolvições e condenações menores.
Não terá percebido que não tem capacidade nem "know-how" para gerir e aguentar investigações como essas? Que era preferível direccionar e focalizar a investigação logrando condenar, pelo menos, algum dos culpados.
Ou esses públicos anúnicos, como agora o "Furacão", são só para fazer de conta? Para mostrar serviço? Tipo criança, a partir uma jarra, querendo dizer: pai, tou aqui.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

ESPECTÁCULO

Ninguém compreenderia que o 007 passasse um filme inteiro sem enfiar uns balázios nos “maus” ou sem dar umas voltas de alcova; nem ninguém toleraria assistir a um “show” em que o Luís de Matos gastasse uma hora inteira de braços cruzados, à espera que o tempo se esgotasse.
Porém é curioso que mais de 40 mil pessoas aceitaram, impávidas, que 22 jogadores de futebol, pagos a peso de ouro, por um público que larga couro e cabelo para os ver, "combinassem" um resultado e passassem quase metade de um jogo da Liga dos Campeões a jogar ao faz de conta.
Um jogo que é suposto ser um espectáculo, transformou-se num enfado de levar às lágrimas e... ninguém protestou. Mais. No final até bateram palmas.
Quem quiser racionalizar o fenómeno clubite estará sempre a perder tempo. Vale mais ficar em casa.