domingo, agosto 12, 2007

SUPER TAÇA

Conclusões da Super-Taça:
1. O FC Porto, ao jogar com a quase totalidade da equipa que foi campeã nacional (só mudou Pepe por Pedro Emanuel) tinha a obrigação de ser favorito, jogar melhor e tentar vencer. Não o fez, sobretudo na segunda parte.

2. Pedro Emanuel está muito longe de poder ser titular: é lento, está com clara falta de sentido posicional e não lhe chega a experiência. Foi batido várias vezes e esperam-se grande calafríos na época.

3. Jesualdo não tem arcaboiço para os grandes momentos: perde-os todos. Acagaça-se nos momentos decisivos e, para parecer o Fernando Santos só lhe faltam os esgares do pescoço. Que raio de gestão de plantel ele anda a fazer...

4. Aliás, ninguém o compreende: o melhor portista em campo (Raúl Meireles) foi substituído de forma inacreditável, sobretudo quando Assunção já tinha um amarelo. A falta de criatividade evidenciada pela equipa exigia mudanças muito antes dos 65 m.
No primeiro jogo da época tinha um avançado, que aos 60m estoirou sem substitutos (porque foi Postiga proscrito?) e outro (Lisandro) que não chegou a estar em campo. Arrumou (para o Leixões, Académica, etc. etc.) inúmeras grandes promessas e valores a troco de gente de qualidade mais do que duvidosa.

5. Reforços? Onde? Kaz, além de nome de bebida gaseficada é o quê mais? Lembram-se quem deu espaço a Izmaielov para rematar? Já devia estar cansado: afinal tinha feito já uma corridinha... E os outros? Se nem sequer entram ou o fazem a 10 minutos do fim, porque vieram?

6. O Helton vai fazer uma lavagem cerebral ou vai antes continuar a acumular estupidez atrás de estupidez como fez ontem? Será que o Jesulado fala com eles? Lhes aponta os erros?

7. Palpita-me que vai ser o ano das desculpas. Desta vez foi o penaltie (muito, muito duvidoso) e a desgraça das três bolas no poste. Amanhã serão outras

quinta-feira, agosto 09, 2007

VIVA A ECONOMIA DE MERCADO

Há remédios de venda livre que duplicaram o preço

LOUREIRO

Recuo um par de anos e não esqueço aquela imagem, semi clandestina, de Dias Loureiro entre as árvores, a conversar com Santana Lopes em vésperas da mais desastrada decisão presidencial do pós 25 de Abril e que levou o “playboy” a PM.
Loureiro parecia o salvador da pátria, o único capaz de fazer a ponte.
Mas recuando mais vejo Dias Loureiro como um dos confidentes de Cavaco, num Governo fechado e austero, em claro contraste com o de Santana.
Ainda lá atrás vejo Loureiro a casar a descendência com a descendência do líder da oposição, num jogo táctico e calculado.
Vejo-o, também, como um dos acérrimos defensores das lides de Durão, designadamente a tentar justificar o injustificável, quando aquele abandonou o país a troco de um lugar milionário, de luxos e serviçais que a mais ninguém trará proveito que não ao próprio e aos seus assessores.
Agora Loureiro aparece como o mentor da moção de Marques Mendes para as directas de Setembro. Dias Loureiro é assim. Move-se entre os pingos da chuva, que parecem ter pudor em tocar-lhe. Está sempre de bem com gregos e troianos. É certo que lhe parece faltar cálcio nas costas. Mas hoje isso passou a ser mérito.

quarta-feira, agosto 08, 2007

TORGA



Numa altura em que quase tudo é efémero, e num país que é tão bom aluno da causa, a homenagem que a Câmara de Coimbra fará a Miguel Torga, quando correm 100 anos sobre o seu nascimento aparece como uma lufada de ar fresco. Uma casa museu, a ser inaugurada domingo, é um lição para Vila Real (concelho onde nasceu) e à freguesia de Sabrosa, onde as evocações a um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos apodrece para vergonha de todos (basta olhar para o busto colocado debaixo do negrilho).

A língua portuguesa no século XX deve a Torga aquilo que um filho deve a um pai na hora em que sai de casa: reconhecimento; penhor; louvor.

E sendo já tão poucos os símbolos contemporâneos a que a portugalidade tem a que se agarrar, evocar e lembrar os que existem nunca é nem será demais.
P.S: Onde em cima se lê Concelho deve ser lido Distrito de Vila Real. E a freguesia de Sabrosa é, obviamente, concelho. Porque freguesia é S. Martinho de Anta. Fica a correcção. Mas o que conteúdo vale na mesma.

terça-feira, agosto 07, 2007

BUG?

O "bug" informático do Millennium recordou-me um outro Bug: o Bunny. Lembram-se, aquele coelho que saí da toca desesperando o Sammy (ou quem mais o perseguia), e sempre com a pergunta desconcertante: "What s up, doc?".
Olhei para nós todos com cara de Sammy, enquanto os Bunny (Jardim e Teixeira Pinto) se riem à descarada. A montanha BCP ainda vai parir um rato...

PORTAS QUE O PARIU

A minha antipatia por Portas veio sempre do facto de o considerar intelctualmente desonesto.
Reconhecendo-lhe méritos inegáveis, vi-o sempre como um oportunista, sem obediência a princípios ou regras que não o do seu sucesso imediato. Atropelou tudo, dizimou quem teve que dizimar (alguém algum dia pode esquecer a história da manta da Tap "roubada" por Deus Pinheiro? ou a forma como "matou" Manuel Monteiro?) para chegar onde quis.
O ar de virgem ofendida com que agora diz ir responsabilizar o Estado por violação do segredo de justiça, por se considerar julgado nas páginas e imagens da comunicação social ultrapassa todos os limites de que o julgava capaz. Foi assim que comeu durante os anos do Independente, e só quem for parvo o pode esquecer.
Digo, em post anterior, que a Lei de Talião ainda é a mais justa.
Porém, para que Portas pagasse, com dentes e olhos, o muito mal que fez às pessoas e à democracia portuguesa, bem precisava de ter duas dúzias de vidas.
Há muito que anseio pelo seu funeral político. Pergunto-me é onde e o que é que ele vai estragr depois dos sinos dobrarem a finados?

SELVAGENS

Só Roquete vai criar 17 000 camas junto ao Alqueva.
É o assassinato de um dos últimos lugares de Portugal que ainda valem a pena.
O projecto, que carece de autorização governamental, não vai sofrer entraves. Vão retalhar o Alentejo às postas, como fizeram com o Algarve e a Madeira. Depois, quando já tudo estiver destruído, avançarão para o Douro, para a Serra da Estrela e assim sucessivamente. Até não haver mais nada para contar.

TALIÃO

Ainda é a melhor, porque mais justa, Lei humana.

segunda-feira, agosto 06, 2007

COOPERAÇÃO?

Foram várias as vezes em que escrevi lá para trás (quem não sabe ou acredita que vá procurar) que era apenas uma questão de tempo até que os amores de Cavaco por Sócrates se desvanecessem.
Disse sempre que não acreditava na propalada cooperação institucional e que está no sangue de cavaco ser mandão e ingerente.
O espisódio em torno de Dalila Rodrigues (destituída presidente do Museu de Arte Antiga), com Cavaco a elogiar resgadamente a senhora demitida, indirectamente, é certo, pelo Governo, é um sinal inequívoco de que estava certo.
A muito breve trecho virão outros episódios.

sexta-feira, agosto 03, 2007

PT

Só quem ainda não foi vítima da prepotência, desleixo, falta de vontade de ajudar o cliente, é que se pode espantar com o montante da coima - 38 milhões de euros - aplicada à PT.
Só quem nunca tentou mudar de operadora telefónica e esbarrou nos truques da PT para negar, por exemplo, a portabilidade do número antigo, pode achar um exagero a forma severa como a empresa foi autuada.
Claro que o gigante vai agora encetar um longo, complexo e desigual processo judicial, arrastado por anos a fio, até que, pelo desgaste, leve a água ao moinho pretendido.
E, na pior das hipóteses, perdendo a contenda (o que não acredito) terá sempre garantido o ressarcimento: aumenta-nos o preço das chamadas e dessa inqualificável coisa a que chamam assinatura e tem o seu problema resolvido.

quinta-feira, agosto 02, 2007

GARIMPEIROS


A um passo de perder a guerra que ele próprio criou, o moderno garimpeiro da actividade bancária fez o acto de contrição e tentou enterrar o machado de guerra. O problema é que parece ter-se engasgado ao fumar o cachimbo da paz e, ou muito me engano, ou o grande chefe da tribo não lhe vai perdoar a desfaçatez. Vai-se afundar com os patos bravos de que se rodeou, com destaque para a ave mor, de nome Berardo.

quarta-feira, agosto 01, 2007

AEROPORTO

Ora isto começa, finalmente, a fazer sentido.
Arruma com a especulação. Rentabiliza o que já existe. Não avança de cabeça para um projecto que hipoteca as contas do país por 20 anos. Apresenta estudos credíveis e compreensiveis (ao invés da OTA). Fica mais perto de Lisboa. Cria um processo gradual. Tem redução de custos de mais de 50% comparativamente à OTA.
Só não me sai da cabeça uma pergunta: com tanta vantagem porque é que o desbocado Mário Lino continua a manifestar tantas resistências?

QUEM É QUE PAGA?

Dizia António Variações que "quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga".
Neste caso, quando o mercado não tem juízo, os proprietários é que pagam.
Há muito tempo me interrogo como é possível que o mercado imobiliário em Portugal, mergulhado numa crise avassaladora, não consiga por si corrigir os preços de uma especulação desenfreada e insane em cuja espiral mergulhou na década de 90 e da qual nunca mais saiu.
O mercado, esse paradigma do liberalismo selvagem, tem dessas irracionalidades que merecem correcção da razão. Pelo que não podia estar mais de acordo com a medida proposta pelo Bloco de Esquerda. Pergunto é quanto tempo vão demorar a importá-la para o Porto.

DISCIPLINA

As explicações da Ministra da Educação sobre o caso Charrua foram de um atabalhoamento tal que começo a pensar que não é suficiente pedir somente a cabeça da directora regional que decidiu levantar o processo disciplinar.
Dizer que houve toda a razão para mover o processo e que o arquivamento ditado por ela se ficou a dever a questões políticas é brincar com coisas sérias e revela uma irresponsabilidade tal de quem dá cobertura a um clientelismo político que só merecia um destino: ministra na rua.