sábado, novembro 26, 2005

DIA DA LIBERDADE (VERDADEIRO)

Com 24 horas de atraso celebra-se aqui os 30 anos decorridos sobre o verdadeiro dia da liberdade: o 25 de Novembro.
Sim, que uma alma crítica, com casos e com causas, não pode esquecer os miserável aproveitamento político feito a partir dos 25 de Abril de 74, que quase quase redundou num novo assalto bárbaro e totalitário ao poder pela mão de alguns estalinistas de alcova.
Alguns desses, como Jerónimos, Otelos e afins, ainda por aí andam, impunes.
O que é caricato é apresentarem-se sistematicamente sob epíteto de democratas. Nunca deixo de sorrir de cada vez que lhes ouço essa

RECADO

Tendo ainda este post como contexto, resolveu o Arco da Velha partilhar connosco as suas deambulações por foto blogs .
Cito-o como recado e exemplo a uma alma a quem venho desafiando para partilhar na blogosfera muitas das suas viagens por imagens.
É que a justificação da falta de tempo, agravada pela recente paternidade, não pode servir de explicação para esconder algumas belas imagens que a dedidcação à causa geraram.

GRANDE...

Título da Única: Alexandra (Lencastre) a Grande.
Faltam as reticências.
Grande quê?
Então, a qualificação do substantivo?
Insisto, é grande quê?
Madrinha daquele puto ranhoso da terra que aceitou abençoar quando soube da borracheira permanente do progenitor?
Cozinheira, depois daquele pão com manteiga e mel que preparou para o pequeno almoço do Pieter há muitos anos?
Dona de casa, imaculada limpadora de pó?
Ou só grande? Grande...

O INEFÁVEL SOARES

O inefável Dr. Soares vai de tombo em tombo, na sua embrieguêz de poder.
Fala como uma metrelhadora, como se a cada borrifadela de perdigotos para os microfones dos sôfregos média arrepanhasse mais uns votitos que o levarão de novo a mais de 20 voltas ao mundo (perdão, ao cargo de presidente).
Depois, vendo que não chegava, atirou-se aos insultos.
Chamou esfinge a Cavaco.
Agora pateta a Alegre.
Anseio pelo se seguirá.
Acho que acabará por revelar que pese embora esteja bem da próstata, e até que ainda consegue uma ou duas épicas erecções anuais, padece de uma grave e endémica maleita: nunca percebeu aquela máxima de que a água do rio não passa duas vezes debaixo da mesma ponte. Talvez a esclerose explique.

O TRIUNFO DOS PORCOS

A falta de decoro, de verticalidade e honestidade pode, realmente, ir muito longe.
Ao não comunicarem a greve, estes masgistrados recebem os seus vencimentos por inteiro, mesmo que nesse dia não tenham sequer posto os pés nos seus postos de trabalho. O que sucedeu, obviamente, com a maioria.
Já aqui o disse, e insisto: quando é que obrigam esses senhores a picar o ponto? Quando é que fazem terminar esse privilégio de ter como órgão de soberania uma classe que se porta e pensa como verdadeiros funcionários? Veriam que estas (e outras) vigarices de "empresário de vão de escada" terminariam.

CONTENTE

Pinto da Costa diz que está "contente" com Adriaanse.
Para mim, o comentário só pode ter a leitura de recado do tipo "ou ganhas ao Sporting ou vais de "velinha".
Sinceramente, se o meu prognóstico estiver certo, então já não sei se quero que o FCP vença.

quarta-feira, novembro 23, 2005

ABAIXO ASSINADO

Aos milhares de cidadãos que diariamente nos visitam, de resto como fica patente no "counter" infra, lançamos o repto:
Subscrevam o abaixo assinado que, dentro de dois ou três dias, quando tivérmos conseguido angariar as necessárias 7500 assinaturas, remetaremos ao presidente do FC Porto, "Pintinho" prós amigos, que visará o despedimento, ao chuto, à paulada, ao pontapé ou por qualquer outro meio que se revele eficaz, do "dutch".

ALGUÉM COMPREENDE?

As mudanças implementadas por Adriaanse no jogo de hoje, frente ao Glasgow (equipa que, diga-se, joga uns furos abaixo do desempenho da Académica, do Leiria ou mesmo do Gil Vicente) querem dizer uma de duas coisas: ou o homem é mesmo burro e incompetente; ou está à procura de uma brecha para o despedimento, recheado de uns milhares para ir gozar na sua casa dos Alpes.
Retirar a única referência que a equipa tem na frente (Hugo Almeida) e substituí-la por um Jorginho que dá pena ver jogar, tirar um Ibson em claro crescendo para colocar um Diego que está perdido e sem moral, queimar um defesa esquerdo que estava a jogar bem (Cech) para colocar em campo um jogador que só aguente 60 minutos (César Peixoto), insistir na imprevisibilidade de Bosingwa (cai-nos o coração cada vez que tropeça nos pés a correr ninguém percebe para onde), não colcar Mc Carthy depois do empate (preferiu terminar com Bruno ALves a ponta de lança), retirar o Pedro Emanuel (em vez do Pepe) que é a única voz de comando que a equipa tem, são asneiras a mais para uma noite só.
Estou só á espera de o ver retirar Paulo Assumpção e substituí-lo, sei lá, pelo Ivanildo talvez. É a única estupidez que ainda não deve ter feito.

BRANCO MAIS BRANCO

É uma noite branca.
E lenços, ou lençóis, colchas e edredons não chegam para o homem.
Ele precisa que lhe mostrem o Everest, cobertinho de brancura para perceber:
NÃO TE QUEREMOS CÁ ADRIAANSE.

sexta-feira, novembro 18, 2005

DIFERENTES

Os professores fizeram greve.
Pouco releva se foram os 80% anunciados pelos sindicatos, se os 40% invocados pelo govenro.
Foram muitos professores, que se "revoltam" porque um governo os pretende tratar do mesmo modo que é tratado qualquer outro trabalhador.
Exige-lhes trabalho, presença nas escolas, como aos juizes exige, agora, presença nos Tribunais.
É um problema de igualdade.
E eles não querem ser iguais.
Quem se lembrar diga-me: já ALGUMA vez ouviram ALGUM professor dizer bem de ALGUMA medida tomada por ALGUM governo?
Os professores formam, na sociedade portuguesa, uma classe à parte, a exemplo do que sucede com os juizes e dos médicos.
E isso tem que acabar.
Vai acabar.

quarta-feira, novembro 16, 2005

PORTO ALEGRE

Acabadinho de nascer, ainda a cheirar a forno, mais um empurrão na candidatura independente de Manuel Alegre.
Desta vez pela juventude portuense .
Por cá vamos cumprindo o compromisso de divulgação.

IMPERDÍVEL

A referência encontrei-a no Abrupto.
Acho que é imperdível

FOTO BLOG

Gostava de ter um foto-blog.
Em muito pouco diz-se muito, como aqui ou aqui, para citar apenas dois (belíssimos) exemplos.
O problema é que acho que me falta o necessário sentido estético que a coisa exige.
E fico-me pelas palavrinhas

PONTUALIDADES

9.30 h da manhã.
Em grande parte das ruas circundantes do Palácio da Justiça, onde se pode ler "Estacionamento reservado a Magistrados" não faltam lugares por ocupar. Ou melhor, estão quase todos vazios.
17 h: Quase todos esses lugares voltam a estar vagos.
Estou certo que no dia em que o senhores magistrados tiverem que picar o ponto, grande parte dos problemas da pendência (número de processos distribuídos a um Juiz e que aguardam solução)ficaria resolvido.

terça-feira, novembro 15, 2005

BANHA DA COBRA

Nas raras visitas que faço aos médicos, tenho por vezes a sensação (por vezes, não é sempre) que, em vez de ter entrado num consultório, estou antes numa agência de viagens.
A diferença é que em vez de estar a comprar uma volta ao mundo para mim (o que seria normal dado que sou o pagador) a estou a adquirir para o inefável agente de branco que consulto.
Em otorrinos, então, é uma festa.
Sim sim, a aspirina é eficaz. E aquele anti-estamínico tradicional também. Mas esta vacinazinha...
Impingem-me testes alergológicos de € 150 e vacinas de € 400 o mais depressa que podem, contra toda a minha resistência. Não sossegam enquanto não empurram para as mais recentes descobertas que, por acaso, ajudam a transportá-los para os sempre proveitosos “congressos” a bordo de um Queen Mary qualquer.
“Mas Sr. Dr. aquele tratamento do ano passado deu tanto resultado..”
“Sim sim, mas a medicina avança. E esta vacina, não há melhor”.
Repetem-me a dose há dez anos, e esperam que aceite, impávido.
E se me indigna que o façam, muito mais me indigna o modo descarado e desbragado com que nem sequer tentam esconder a encapotada venda de medicamentos que estão a tentar fazer. Perdão, de viagens.

DUDEK NO BENFICA

Recomeça a novela da equipa do quase.
Como diria o outro: é já a seguir. É que é já... a seguir

SCOLARI, O PARASITA

Os sucessos de Scolari à frente da selecção nacional deviam ter sempre um nome chapado: José Mourinho.
Porque o parasita do brasileiro, que não vê jogos, não ministra treinos, não escolhe quem joga, tem vivido na sombra do trabalho que jogadores fazem nos clubes.
E, neste particular, do que Mouriho tem feito.
Só conseguiu ir ao Euro 2004 porque Portugal estava automaticamente apurado (ninguém se esquece do desastre atrás de desastre exibicional que conseguiu contra equipas “fortíssimas” na pré-preparação).
E, no primeiro encontro do Euro, insistindo na ignorância, levou um banho, que corrigiu no segundo, colocando em campo toda a artilharia que Mourinho preparara durante a época e culminara com a conquista da Liga dos Campeões. Aquele triângulo mágico Deco, Maniche, Costinha, a solidez de Ricardo Carvalho, a regularidade de Paulo Ferreira, permitiram-lhe chegar à final sem saber como.
Agora, inserido num grupo da treta, lá se conseguiu apurar para o Mundial.
Mas sem fio de jogo, dando-nos mais do mesmo, sendo quase sempre pouco mais do que sofrível.
Aflito, quando não tem Deco (porque não sabe criar alternativas), inventa mal. Até que, sem querer, tropeçou outra vez numa arma “Mourinho made”: Tiago. “Tiago cresceu muito no último ano”. Claro, esteve no Chelsea.
Por isso, quando ouço Mourinho dizer que um dia ainda quer ser seleccionador de Portugal penso se, verdadeiramente, já não o é.

segunda-feira, novembro 14, 2005

CIMBALINO DE CERVEJA

Num raro momento de intelectualidade, nós por cá lemos o Expresso desta semana para além das "gordas".
E encontramos, na Única, uma enorme notícia.
Algures, neste nosso planeta, uma mentes preocuparam-se em inventar um café com gosto a cerveja.
Até aqui fantástico, e podemos até dizer que algumas figuras nossas conhecidas, umas vorazes devoradoras das duas espécies, outras teorizadoras sobre as suas propriedades, outras com um pouco das duas, agradecerão.
De penaltie, poderão consumir os dois e deixar-se de consumir com o que falta.
O problema é que a invenção peca por o sabor a cerveja não ser acompanhado do necessário teor da verdade (leia-se alcoólico).
Pergunta-se então para que andaram essas mentes inventoras a queimar neurónios?
Podiam antes ter inventado um pargo (ou solha, ou sardinha, ou corvina, ou qualquer outro habitante oceânico) com sabor a bife.
Isso sim, seria útil.

PERSONAGENS RIDICULAS

Jorge Cruz.
Mais um pseudo cantor nacional, assim com queda para os Toranja. Mas muito pior.

FÓRMULA 1

Ainda na sequência do post anterior, acho muito benéfico que Soares só veja Cavaco.
Vai-se distraindo e, ou muito me engano, ou quando der conta, de nada lhe valerá o trabalho de sapa que o PS anda, vergonhosamente, a fazer, e Alegre passa-o como Fórmula 1 por um Fiat 600.
É um palpite que tenho do que vai acontecer.

NEURÓTICO

A maior dúvida que me assalta nestes demasiados conturbados dias pré-pré-presidenciais é se Soares vai aguentar a pressão.
Pese embora os inúmeros esforços do homem, Cavaco ou o ignora ou responde-lhe com subtileza. Mas recusa-lhe o afrontamento.
Pouco a pouco, o "dinossauro" (como um dia chamou a Fidel, esquecendo-se que se poderia vir a transformar num igual) vai descendo de nível. Já chegou ao quase insulto (o espisódio da esfinge é um exemplo), mas não tarda muito chega lá.
A dúvida é se, pelo meio, não lhe rebenta uma veia, não lhe estoira o coração ou não se lhe dilacera a alma por não poder atacar, da única forma que sabe, o seu adversário.
Chega a ser neurótica a forma como se vira para Cavaco.

CASSETE

Comentário da minha mulher a um discurso de Jerónimo de Sousa:
"A cassete está tão gasta que não pode passar para DVD."
Nem mais nem menos

PERSONALIDADES INSUPORTÁVEIS

Luís Filipe Scolari
Ágata
Marco Paulo
Padre Borga

FALHANÇO

Hoje, vários anos após e centenas (ou milhares) de utilizações depois, encontrei o servidor do BCP em baixo.
É bom sentir que até os inaflíveis falham.
Até eles são humanos como nós

domingo, novembro 13, 2005

OSTRACISMO

O gritante ostracismo a que a comunicação social vem votando a candidatura de Manuel Alegre, provoca-me dois sentimentos contraditórios:
De revolta por verificar que, em muitas cabeças, a democracia ainda é figura de retórica.
De contentamento por dele retirar a conclusão de que ela incomoda, ganha espaço e os dois principais opositores temem confrontar-se com ela.
Ora isto são muito boas notícias.

AUMENTOS

Numa altura em que o desemprego em Portugal atinge o nível mais alto da última década, em que a casa psicológica dos 10% promete ser alcançada em breve, os aumentos reclamados pelos cerca de 700 mil funcionários públicos, necessãriamente acima da inflacção, demonstram uma total ausência de solidariedade, de senso mas, sobretudo, de vergonha.
Mas o autismo em que vivem, desligados do verdadeiro tecido produtivo e da realizadade produtiva,desconhecedores do preço do dinheiro, afogados em privilégios e anestesiados por um estado social que dá sempre mais e mais, forçam até à exaustão.
Ainda irão suspirar pelos dias em que, pouco ou muito, justo ou injusto, tinham o salário garantido no final de cada mês.
Mas aí, quando perceberem o mérito dessa benece, já será tarde.
Já o estado terá falido, com papel passado e tudo.
E, com o patrão a "fechar as portas", já o destino do desemprego lhe terá batido à porta.
Aí sim, farão greve com propriedade.

DESEJO

Este Senhor é mesmo UM SENHOR.
Para quem tivésse dúvidas, a sua biografia e as declarações públicas feitas no lançamente da mesma a propósito daquela que será a sua grande frustração (a não chamada à selecção sem qualquer explicação)são elucidativas.
Em compensação esta abécula continua desbragada, a dizer tudo o que lhe vem ao toutiço, revelando-se um brazuca mal educado, arrogante e prepotente.
Ora a estes a história reserva, normalmente, um triste fim.
Sinceramente, é o que lhe desejo.

HOMICÍDIO POLÍTICO

O verdadeiro processo político (e sublinho processo político porque sempre entendi que o era, desde o primeiro minuto) que foi a escabrosa perseguição a Paulo Pedroso e ao Partido Socialista de Ferro Rodrigues não pode morrer numa decisão judicial que, pecando por ser muito, muito tardia, não limpa o enxovalho e o assassinato político daquelas duas figuras.
Com origem num Ministério Público sem rei nem roque (veja-se o desbrago, por exemplo, com que Maria José Morgado deita bojardas pela boca fora ante o beneplácito do Procurador Souto Moura), numa PJ que mais faz lembrar a polícia política, num sistema processual penal podre e caduco e num PS (sim, no próprio Partido Socialista e numa massa que o povoa e domina e há muito merecia outra sorte) que, um tanto obscurantista, conspira ao jeito dos romances de Dan Brown, o processo merece reflexão e acção.
Como podem os investigadores viver impunemente ante erros grosseiros que cometeram?
Como pode o Procurador continuar sentado no seu lugar? Como é que tem cara e não se demite de vergonha?
Como ouvi hoje no eixo do mal, no dia em que estes senhores pagarem, em euros, o preço dos seus error grosseiros, ninguém duvida que começarão a pensar antes de acusar, sem mais nem menos, quem lhes apetece.
Entretanto, enquanto que a acusação penal puder não passar de meros caprichos ou vontades subterrâneas com a benção da procuradoria, então o estado de direito continuará a produzir abortos como o processo Casa Pia.

ARROGÂNCIA

Pese embora a pobreza da campanha Alemanha 2006, os sucessivos fracassos exibicionais, a total ausência de ideias e de coerência, a tremenda Deco-dependência ante a falta de um fio de jogo, a arrogância de Scolari continua. Intocada, ante o olhar apalermado de Madail, que lhe permite tudo.
Cheira-me que, por este andar, Portugal vai chegar ao Mundial e "bater com os burros na água".
Se isso servir para correr com o arrogante e o ébrio, então terá servido para alguma coisa.

SUBSCRIÇÃO

Seguindo o exemplo de outros, eu também já subscrevi.
Não quer seguir o exemplo?

terça-feira, novembro 08, 2005

Tonto

Sinto-me um tonto.
O tempo passa, a uma velocidade estonteante, e eu assisto.
Dias, semanas, meses, anos de que quase não dou conta.
Será isto viver?

ARRASTÃO

A revolta dos bairros ao redor de Paris, pese embora me choque, não me tem espantado.
E pergunto-me apenas quando chegará a nós. Dois, três anos no máximo (e acho que estou a ser optimista) e baterá às portas de Lisboa.
Chelas. Amadora. Algés.
Quem recentemente tenha percorrido qualquer um dos citados locais compreende que o barril de pólvora que ali está instalado, mais dia, menos dia, estoira. E, quando o fizer, será sem controle. O arrastão foi apenas um aquecimento.
É gente que não tem nada a perder.
Que é portuguesa mas nasce excluída.
Excluída da escola.
Excluída do trabalho.
Excluída da cidade grande, que lhe reserva um subúrbio manhoso e desfigurado, de guetos, droga, prostituição e desemprego para sobreviver.
Os níveis de degradação social que uma sociedade dita desenvolvida (ou em vias de desenvolvimento) reserva sempre a uma enorme fatia de gente importada (africanos, leste, brasil), gente necessária e barata, disposta a tudo por um naco de vida, é o pior remédio e sempre me fez pensar que não devia ser a isto que chamam desenvolvimento.
A intoxicação social provocada pela exclusão, de que são as primeiras vítimas em tempos de recessão, é e será sempre uma faca de dois gumes, onde todos se irão ferir.
Só que, aí chegados, eles não terão nada a perder.
Mas nós, os instalados, temos. E muito.

terça-feira, novembro 01, 2005

ADRIAANSE 1 INTER 2

Não há dúvida que Adriaanse introduziu mudanças na equipa do FC Porto.
Além de um ataque medíocre que herdou da época passada, conseguiu subverter uma regra de ouro da equipa: saber defender. E deu cabo da equipa.
Vem de muito longe e é simples a regra do FC Porto jogar no último terço do terreno: dois bons centrais e um trinco não menos bom.
Nos primeiros nomes lembro-me de Geraldão, Celso, Lima Pereira, Eurico Gomes, Fernando Couto, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Jorge Costa.
Nos segundos, cito André, Quim, Emerson, Paredes, Costinha.
Nunca o FC Porto precisou de três centrais e dois trincos para sofrer dois golos depois de estar a vencer por 1-0. Sobretudo quando tem um central (que não joga) e que, sózinho, vale pelos outros quatro.
Mas Adriaanse conseguiu inventar mais uma forma de mal jogar frente ao Inter.
Começou sem miolo, com a equipa partida em dois, com dois jogadores que não jogam futebol (Alan e Bosingwa), sem um construtor (alguém lhe explica que Lucho não o sabe fazer e Diego é o melhor que lá tem) e um Jorginho que, pese embora seja um grande jogador, neste momento precisa de banco.
Depois, não satisfeito, inventou mais, com um trinco mais (Meireles) e um central (Bruno Alves) que bem merecia, depois da cabeçada a Nuno Gomes, dois ou três meses de equipa B.
A equipa não fez uma única jogada durante toda a segunda parte. Um centro, um drible, um remate. Preferiu defender desde o primeiro minuto e acabou a afundar-se.
Mas a pobreza só pode espantar quem não viu os dois últimos jogos, frente ao Marco (brilhante 1-0) e ao Setúbal (0-0), onde as paupérrimas exibições deixavam(e deixam) antever que o pior está para vir.
Adriaanse não devia precisar de lenços brancos.
Se tivésse vergonha partia em silêncio.