quinta-feira, agosto 31, 2006

LIBANO

Foram recolhidos 730 milhões de euros para a reconstrução do Libano.
Ainda os corpos dos mortos não arrefeceram e a multinacionais da construção já esfregam as mãos com as obrinhas que aí vêm.
Definitivamente não me revejo neste mundo. Ainda acredito que teria sido mais razoável evitar a destruição. Mas eu sou muito ingénuo.

quarta-feira, agosto 30, 2006

MAIORIDADE

Não sei bem porquê, nunca me tinha dado para assumir a paternidade do crítico.
A partir de hoje é diferente. Está assinado. Atingimos (eu e ele) a maioridade.

PRAIA DA AMÁLIA

Não gostando nem um bocadinho do que nos cantava, habituei-me a respeitar Amália sobretudo pelo que representou para Portugal. Mas achava sempre que a senhora tinha mesmo muito mau gosto ao dedicar tão sublime voz (que indiscutivelmente tinha) a cantar o que considero uma canção menor e parola (em tudo o que o termo encerra). E nunca serviu de nada chamarem-me herege (acho como sempre achei e pronto).
Mudei, contudo, de opinião.
Ali a sul da Zambujeira do Mar, entalada entre esta e a Azenha do Mar (não confundir com Azenhas, mais a norte) há uma pequena praia. Tem o nome da artista, por ter sido o seu local de férias (tinha mesmo lá casa).
A música dela, continuo a achar, foi um desperdício para a sua voz. Mas o mau gosto, isso a senhora não tinha. Como as fotos ilustram.







O acesso faz-se por um canavial, ao som de um riacho, que parece estar a conduzir-nos ao Éden




E ainda que a parte final seja bastante acidentada, chegar vale bem a pena

SIBS

A SIBS terá que reembolsar, integralmente, todos os burlados com a clonagem dos cartões multibanco. Palpita-me que não o fará de livre vontade (esperemos pelas notícias dos próximos dias e as reacções às reclamações apresentadas) e, como é hábito das sociedades da sua estirpe (bancárias) apenas o fará quando um Tribunal ou uma qualquer entidade reguladora a obrigue a tal. E só quem nunca teve que apelar à competência, boa vontade e, sobretudo, boa-fé do "monstro" é que pode pensar o contrário.
P.S. Nunca consigo lamentar quando alguém (ainda que pela meios desonestos como seja a clonagem dos cartões) consegue "passar a perna" a um banco (neste caso uma sociedade detida pelos bancos). E dou sempre comigo a pensar: que te faça bom proveito o quanto lhes conseguiste "palmar".

PORTAS, O INDEPENDENTE

A primeira imagem que me ocorreu quando hoje ouvi que O Independente será publicado, pela última vez, na próxima sexta-feira, foi a de uma célebre entrevista dada hás uns anos por Paulo Portas, então director do jornal, que com a altivez costumeira e sempre sem dispensar o dedo em riste, afirmou (cito de cor) a um canal de TV: “Só descansarei no dia em que O Independente vender mais um exemplar do que O Expresso”.
Ora, nunca vendeu sequer metade e Portas há muito que abandonou o barco.
Mas isso Portas já esqueceu. Deitou no ecoponto com a mesma lata com que deitou o CDS (e fez o PP depois de sempre se ter afirmado democrata-cristão e depois regressou ao mesma CDS). Ou do mesmo modo que o fez com as suas ideias anti-europeístas (quem não se lembrar o que disse da então CEE que releia os seus editoriais de então. Ou, para variar para exemplo mais mundano (porém não menos elucidativo sobre a personalidade do homem), com a mesma limpeza com que se esqueceu que afirmou (creio que na dita mesma entrevista) que nunca usaria relógio nem gravata (basta vê-lo agora para constatar como é coerente). A queda de O Independente é, também, a queda de Paulo Portas. A queda de um certo “way of living” que, bem maquilhado, muita frase feita e de banhinho lavado até pode enganar, numa noite mais ébria, o povo. Mas que, em chegando o dia, “tem que tapar as pernas” ou então descobrem-se as “Dietrichs que não foram nem Marlenes” (Sérgio Godinho).

terça-feira, agosto 29, 2006

SALÁRIO MÍNIMO

A CGTP reclama aumento extraordinário do Salário Minímo por este ser um dos mais baixos da Europa.
Porém, números que ainda a semana passada li, dão conta que somos dos países da Europa dita unida que têm uma menor percentagem de trabalhadores a auferir o salário mínimo nacional.
A razão é simples: é tão ridículo o dito SM que poucos empregadores encontram trabalhadores disponíveis para trabalhar apenas por aquela valor. Além de que os Contratos Colectivos de Trabalho, que verdadeiramente fixam esses quantitativos, trabalham, também, acima desse valor.
Por isso, o aumento do SM é um falso problema. Um quase não caso. Ou seja, um fatinho à medida da demagogia sindicalista ortodoxa.

COSTA VICENTINA

Ali mesmo em baixo, encravada entre a deturpada Setúbal e o asfixiante Algarve, o pedacinho de Portugal virgem, original, saudável, com coisas deslumbrantes como esta



e esta



Pese embora os homicídios paisagísticos originados por abortos como a Zambujeira do Mar ou Mil Fontes, a verdade é que ainda subsistem postais como os acima ilustrados.
Melides, um pouco mais a norte, tem ainda mais de paraíso, de imaculado. É o último pedaço de Portugal por “estuporar”.
Volto e volto vezes sem conta e os olhos não esgotam a saciedade de olhar.
Estes 80 kms de costa são a última oportunidade de salvar um restinho de mar e areia de que, no futuro muito próximo, não nos envergonhemos.
Dizem-me, porém, que só para Melides estão programadas mais de 5000 camas turísticas.
A muito breve trecho, o Alentejo costeiro não será mais que um braço da lixeira em que converteram o Algarve. A partir daí deixarei de ter local para veranear em Portugal. Mas até lá vou sorver cada bocadinho que estes animais do imobiliário e da política não tiverem, ainda, rebentado.

REGRESSO II

Retorno sempre vazio, amputado, das "viagens" que me dão prazer. Regresso sempre tonto, com um zumbido nos ouvidos, que me empurra para sul, para norte, para dentro ou seja lá de onde venho e me diz: não regresses. Não venhas que não fazes falta.

REGRESSO I

Penosamente regresso. Aos lugares, aos mesmos cantos, às mesmas rotinas, às mesmas ilusões, às mesmas aflições. Regresso à vidinha, mas sempre à espera de outra. Que nunca há-de surgir.

quarta-feira, agosto 09, 2006

OBVIAMENTE

A incomeptência revelada por Adriaanse, que vezes sem conta aqui sublinhei, o esticar da corda que provocou com as declarações proferidas domingo e a avidez de realizar uns negócios (Kromkamp, Sonkaya, Tarik, Hesselink), sem ter conseguido perceber que no Dragão essas comissões têm que ir para outros bolsos, torna esta demissão qualificável de um só modo: ÓBVIA.

MÉDIO ORIENTE

Dentro de dias, com o mundo a banhos, a ONU acabará por conseguir um cessar fogo no médio oriente.
Israelitas e Hezzbolah regressarão aos quarteis.
O preço do petróleo (ainda que temporariamente) cairá dos insanes valores que tem atingido.
A bolsa nova-iorquina recuperará dos estado de tonteria em que tem estado mergulhada.
Entretanto uns quantos bolsos norte-americanos (industria de armamento, petrolíferas) terão conseguido garantir resultados que sem a guerra não obteriam. A indústria de construção civil, aquela que acorre sempre aos locais traumatizados para reconstruir, correrá para o Líbano, num programa “humanitário” sem precedentes.
Em Setembro regressaremos todos ao buliço. Achando tudo isto normal.

sábado, agosto 05, 2006

SISTEMA

O sistema de Adriaanse, sobre o qual tanto têm teorizado tem um nome: Quaresma.
Quaresma joga bem, o FC Porto vence. Quaresma joga mal (ou não joga) e o FC Porto perde.
Qual 3x4x3 qual carapuça. É uma valente treta este limpinho com ar efeminado que nos arranjaram...

A BURRICE DE ADRIAANSE

Já o disse aqui, aqui, aqui, e se cito é apenas para não ser acusado de prognósticos depois da desgraça.
Adriaanse nunca esteve à altura do FC Porto. Continua a não estar. E nunca estará.
Genericamente, o mundo moderno ensina-nos que aos 60 anos não se contrata ninguém para começar uma vida vitoriosa. Ora é isso que sucede com o holandês. Chegou ao Porto com o currículo vazio e anda cheio de contente por o ter enchido com um título ganho à custa de Quaresma e da mediocridade dos adversários. E, recordo, com uma única vitória frente aos seus directos rivais.
Sempre que toca a medir forças com iguais, perde, invarivalemnte, por culpa própria. Por más opções e, sobretudo, por muita, muita teimosia. Tanta que raia a burrice (ou que outra qualificação se encontra para a opção de Alan a avançado? Ou a dispensa de Hugo Almeida sem ninguém que o substitua?).
Pior que tudo é que ele continua sem perceber a filosofia do clube que o emprega (o pretenso braço de ferro com Pinto da Costa por Hesselink é bem revelador) e a arrogância que tem (aquele desafio em directo a Ferguson só não foi cómico por se tratar do FC Porto) vai arrastá-lo para o fundo. O problema é que vai levar a equipa com ele, e recontruí-la vai não só custar uma pipa de dinheiro (nada com que alguns administradores da SAD, sempre abertos às comissões de transferências, se importem) e, sobretudo, um ou dois anos sabáticos.

sexta-feira, agosto 04, 2006

JEJUM VERMELHO

Belíssima notícia.
Estão garantidos mais dois anos à míngua.

quinta-feira, agosto 03, 2006

ABSOLUTISMO

Já repararam? Sócrates está de férias e nos Jornais, Telejornais e afins no pasa nada. O país não existe de e para além do PM. Será a reencarnação do absolutismo esclarecido?

terça-feira, agosto 01, 2006

COBARDIA

Suprema a cobardia revelada pelo Conselho Superior da Ordem dos Advogados.
Depois de acusar (bem) Miguel Júdice por violação grosseira e consciente do Código Deontológico dos advogaods, e de ter deixado transpirar para a comunicação social que o visado seria suspenso por 4,5 meses, encolheu-se com a tareia que apanhou por ter negado a defesa (a saída da sala foi um golpe de sorte para Júdice) a aplicou-lhe a pena mínima.
Esperava-se mais, muito mais (isenção, competência, diligência, eficiência) de quem temtanto poder nas mãos.
Mas o "lóbbie", esse supremo meio de "gerir" Portugal e o mundo acabou por vencer.
Fez-se boa, sã e serena justiça. Haja vergonha.