domingo, outubro 31, 2010

FUTEBOL DE ÁGUA

Esta gente que manda no futebol parece não perceber mesmo nada da poda.
Tem algum sentido disputar um jogo como o de ontem, na verdadeira piscina em que se transformou o relvado de Coimbra?
Não sei o que dizem os regulamentos mas se aquilo que aconteceu não é suficiente para suspender um jogo pergunto o que é preciso?
Será que não compreendem que o futebol é, antes de tudo, uma espectáculo, caro (muito caro) e que os espectadores têm direito a não levar com xaropes daqueles?
Ou se calhar alguém estava à espera que na lotaria da água o FC Porto fosse finalmente abaixo (uma vez que em jogo jogado esá dificil).

quarta-feira, outubro 27, 2010

QUEM ATRÁS VIRÁ...

Vejo apenas uma vantagem neste rompimento de negociações sobre o orçamento de estado (partindo do princípio que ele ditará a votação contra - e não abstenção - do PSD): o fim político de Sócrates e de Passos Coelho.
Mas levanta-me outro problema: quem virá a seguir? Temos a certeza que não será pior?

domingo, outubro 17, 2010

NEM MAIS NEM MENOS

"Seja por ignorância cega seja por eleitoralismo puro viu-se que Sócrates não é de confiança".
Henrique Monteiro, in O Expresso

M.F.L.

Quem vir, ler ou ouvir os discursos e intervenções de Manuela Ferreira Leite há um ano, quando era líder do PSD, vê que uma a uma as medidas que defendia e preconizava estão agora contidas no orçamento do estado
Mas a Senhora foi maltratada, até pelos do próprio partido. Foi rotulada de “xexé” e outros epítetos pouco abonatórios ao seu passado e experiência.
Pelos vistos o diagnóstico que fazia estava correcto. Perdemos não só a oportunidade de ter a Primeira Ministra que nessa altura o país precisava como as medidas adequadas tomadas a tempo e horas. Mas, sobretudo, perdemos a oportunidade de nos livrarmos de Sócrates. É que agora, entre o salafrário e o puto esperto, venha o diabo e escolha.

sábado, outubro 16, 2010

PILAR

E agora a senhora podia retribuir o favor à nação: fechar a matraca e ir para milhas (muitas) daqui. Tornar-se útil por qualquer coisa que tenha feito, em vez de viver das memórias de outros. É que isso, na minha terra, tem um nome muito feio.

ORÇAMENTO

Não compreendo esta dramatização em torno do orçamento.
É verdade que a imaturidade de Passos Coelho o tornou refém de uma ameaça que sempre soube que nunca concretizaria (o chumbo) mas também de que não sabe sair. Ainda bem porque ou muito me engano ou foi o primeiro passo para a sua rápida queda no PSD.
Mas nunca tive grandes duvidas que, boa ou má, a lei ía ser aprovada. Era e é inveitável.

quinta-feira, outubro 14, 2010

FARPAS

As farpas que me picavam o cérebro eram, como sempre, as mais importantes. As mais diabólicas.
Na madrugada sobrava-me o sofá e o ecrã mudo, que me desligassem os tormentos.
O primeiro mineiro jorrava do subsolo. E o segundo. E terceiro… pouco a pouco as minhas farpas já não picavam. Já não eram assim tão importantes. Tornavam-se mesmo relativas. E adormeci, sereno.

terça-feira, outubro 12, 2010

MAGISTRADOS E SUBSÍDIOS

Mais uma medida que peca por tardia e temor.
O corte dos subsídios é que seria justo e adequado.
Ou acaso conhecem algum professor, enfermeiro, médico ou qualquer outro dependente do estado que receba um subsídio por estar longe do seu domicílio? E, o que é pior, que mantenha artificialmente domicílios para, quando é colocado junto da actual residência, poder continuar a usufruir dessa benesse?

sexta-feira, outubro 08, 2010

EXCEPÇÕES

Entre as muitas coisas que correm mal na magistratura judicial a auto-regulação é a mais nociva.
Todo o poder tem que ter um regulador e um fiscalizador autónomo.
Ora a magistratura judicial não o tem. É ela própria que se fiscaliza. Os resultados estão à vista de todos.
As avaliações são o que se sabe.
E até nas reformas os senhores juízes são diferentes e caminham ao arrepio do país.
Ora este assunto, que antes de jurídico é moral, merece reflexão. Não deveria ser preciso dizer aos senhores juízes que se de ora avante toda a gente se reforma aos 65 anos eles, só porque tecnicamente não são funcionários (dado que pertencem a um órgão de soberania) não deveriam beneficiar de estatuto de excepção. Porém, e na hora da verdade, o país dos pequeninos poderes mostra-se sempre, com cada um a olhar para a sua quinta, pouco se borrifando se a do vizinho continua a ter água para as culturas. E se isto é assim com juízes, como não há-de ser com os outros poderes mais pequeninos?

terça-feira, outubro 05, 2010

MONARQUIA

É tão despropositado pugnar hoje pela implantação do regime monárquico quanto foi interromper 800 anos de história monárquica com o então aborto republicano.
Por muito sentido que o regime monárquico pudese fazer estes 100 anos de acelaração destruiram em Portugal todos os pilares da monarquia. A ruralidade, as hierarquias, o patriotismo, a reverência, até o catolicismo. As suas doutrinas estão em crise e são irrecuperáveis. Tentar reintaurá-las seria tão absurdo quanto foi destruí-las.

FERIADOS

Que sentido fazem estes luxos, como celebrar dias como a república e outros tantos, em que os países param com a generalidade do povo a borrifar-se para o significado da data?

domingo, outubro 03, 2010

AS REFORMAS

O sistema das reformas, tal qual hoje o conhecemos, foi construído no pressuposto de que durante a vida activa descontamos para comprarmos o direito a, no final, podermos passar uns anos à custa desse aforro.
A realidade de hoje é totalmente diversa.
À custa das reformas antecipadas (é hoje usual vermos gente com 55 anos já inactiva, a viver à sombra da reforma) e o aumento da esperança de vida veio desvirtuar esta realidade por completo. A soma deste binómio dá, não raro, o resultado de um cidadão lucrar com a reforma, i.e., ter maior retorno do que o contributo. Numa palavra contribuiu com 10 mas recebeu o retorno de 15.
Aqui reside uma componente importantíssima da falência do estado social e a razão principal por que as gerações vindouras não terão, pura e simplesmente, direito a qualquer apoio estatal digno. Até porque a maioria desses fundos de pensões (bancos, PT, seguradoras), verdadeiros depósitos de gente útil desactivada, acabam todos no orçamento de estado e a factura será paga por quem vier daqui a 10 ou 20 anos.
Atacar a fundo a desestruturação nacional passa, necessariamente, por atacar este problema.
Como?
Cortando, em absoluto, a possibilidade de aceder a reformas antes do tempo legalmente estipulado.
Mas, acima de tudo, cortar nessas mesmas reformas, penalizando mais gravemente e de modo radical (nunca menos de 50%) quer as maiores reformas quer, e sobretudo, aquelas que são gozadas por pessoas com menos de 65 anos e que não padecem de nenhuma incapacidade comprovada para o trabalho. Já. Ontem.
Esta geração que beneficia deste estado de coisas, a tal geração libertadora, que enche a boca com o 25 de Abril, é a grande responsável pela desestruturação do estado, graças a um egoísmo egocêntrico que a fez pensar que depois dela não haveria gente. Teve o SNS, reformas antecipadas, crédito barato, escola gratuita, água barata, preços dos combustíveis e das rendas congelados, subsídios a torto e a direito, auto estradas e pontes gratuitas e em excesso, as RTP, CP, Carris, Rave, Refer e TAP, o BPN, o BP e a Caixa Geral de Depósitos. E, pior que tudo, mais de 700.000 funcionários públicos e outro tanto a viver indirectamente do estado.
Tudo, mas mesmo tudo alicerçado num orçamento de estado onde o endividamento foi sempre a tábua de salvação. Por isso pode-se orgulhar de atrás dela deixar uma imensa terra queimada e nem ossos para roer. Os netos não deixarão de lhe agradecer.

XAROPE

O pior que um xarope pode ter é, além de não curar, ainda por cima saber mal.
É que, sendo docinho, com cor apelativa, ainda vai. Por isso o Guga gosta tanto de estar doente. O Ben-U-Ron é cor de laranja e docinho q.b.
Mas quando me lembro, por exemplo, do óleo de figado de bacalhau...
"O dinheiro não dorme" é um xarope ordinário, que não cura nem sequer sabe bem.
Uma americanice em que não vale a pena investir 5 minutos. Então a ceninha final da criancinha nos braços dos avós... Seria de esperar mais e melhor de Oliver Stone.

sexta-feira, outubro 01, 2010

HOJE É DIA DA MÚSICA

Hoje é dia da música.
A mais bela forma que temos de nos expressar.
Não deixem de dedicar um minuto que seja a escutar um som.
Fica aqui um notável pelo já desaparecido Narciso Yepes. Técnica e interpretação absolutamente SOBERBAS