sábado, janeiro 16, 2010

EFEMERIDADE

A minha fotografia esteve na mesa de cabeceira do meu pai desde o dia em que nasci até que ele (e demais progenitura) se mudaram para outras bandas.
Ainda lá está, porém, atento que lhe tomei o quarto de assalto, assim como o registo a preto e branco. Achei que era o sítio dela.
Agrada-me esta quietude. Esta permanência, de saber onde as coisas estão, quem são os que me rodeiam, o que vou fazer amanhã.
Definitiviamente não sou adepto da vertigem mutatória das molduras digitais. É tudo demasiado efémero.

3 comentários:

francisco disse...

Por mais que partilhe do sentimento, tenho muitas vezes a sensação de não saber mais a que limbo pertenço, ou a qual devo pertencer - se ao da quietude das coisas, se ao da efemeridade das mesmas...
Afinal de contas, julgamos tantas vezes ser donos das coisas, até ao dia em que acordamos da ilusão e constatamos que não existem mais e, portanto, deixaram de ser nossas... É aí que, para não deixar o espaço em branco, nos agarramos a uma qualquer outra tábua, e depois outra, e a seguir outra. Tal e qual como essas tais mutatórias molduras digitais...

'life is full of changes'

francisco disse...

ou como dizia o Forrest Gump, citando a sua mãe: "Life is like a box of chocolates. You never know what you're gonna get."

GM disse...

Tens dúvidas a qual pertences?
Encontra-me um escrito novo que aches que vais ler daqui a 50 anos. Ou um som dos novos que penses que vais continuar a ouvir. Ou um novo sabor que acredites que vais continuar a provar.
E que amigos tens? Os tais da tábua?
E onde encontras a verdadeira felicidade? Nas novas e voláteis verdades?