"Trigger”, “share buyback”, “spin-off”, “euronext”, “hedge funds”, “private equity”, “lock-up”. Querem mais? Abram uma qualquer folha de couve económica e têm aquela coisa cheia destes estrangeirismos que só nos envergonham.
Não temos um pingo de respeito pelo pouco da pátria de que nos podemos orgulhar – a língua – e tratamo-la abaixo de cão.
Mais que cultural, este armar aos cágados é um estado de espírito luso. Estamo-nos borrifando para nós próprios. Ninguém diz nada. Ninguém reage. Pior: quase todos acham bem.
Está aqui (porém não só aqui) uma das fortes razões porque nunca fui muito dado a patriotismo: acho que não temos, na história recente e mesmo longínqua, muita coisa de que nos orgulharmos. Tratamo-nos mal e gostamos da autoflagelação.
Não temos um pingo de respeito pelo pouco da pátria de que nos podemos orgulhar – a língua – e tratamo-la abaixo de cão.
Mais que cultural, este armar aos cágados é um estado de espírito luso. Estamo-nos borrifando para nós próprios. Ninguém diz nada. Ninguém reage. Pior: quase todos acham bem.
Está aqui (porém não só aqui) uma das fortes razões porque nunca fui muito dado a patriotismo: acho que não temos, na história recente e mesmo longínqua, muita coisa de que nos orgulharmos. Tratamo-nos mal e gostamos da autoflagelação.
4 comentários:
Ora bem... E então como se faz para ter um 'blog' e escrever 'posts'? Em português claro está...
Como se faz? Estarás mais apto a responder a essa questão do que eu, mas acho que criando servidores nacionais que não se armem ao pingarelho, assumam a condição de portugueses e utilizem termos com a nossa língua (pelo menos os traduzíveis).
nenhuma lingua se transforma/mantém à força.Há também conceitos que so alguns conhecem porque so as suas linguas o conseguem verbalizar cabalmente.
No mundo das economias, esse fenómeno de "absorção" de terminologias é dilatado pela conunicação rápida ("on demand") e pela pura invenção de novos conceitos de que não somos autores nem sonhamos existeir...
por outro lado, não me identifico com determinadas defesas da identidade que só podem estar enfraquecidas dados os meios que proclamam.se por um lado me parece que para sermos globais teremos que afirmar uma forte identidade local, por outro, é quando nos vemos inseridos no mundo global que damos conta pertencer e deter uma identidade própria. A guerra global/regional, nesses termos é infrutífera, desinteressante "and makes me remember the sad eighties when someone welcomed us in europe".
Gosto da globalização mas também não admito que me venham dizer que jaquinzinhos com arroz de grelos e verde branco não é bom...
as identidades fortes não se impõem, antes são adoptadas.Os seus argumentos são apetecíveis e sedutores à nossa inteligencia e vulnerabilidade (não forçosamente opostos).
Mas como não sou linguista, ouço-os e não discuto que o inglês tem uma impressionante proximidade da forma escrita à sua forma oral o que sem dúvida, em qualquer dos campos de aplicação, será uma vantagem esmagadora. Rzão pela qual alguns dirão que o mandarim nunca se imporá, nem que o buda tussa!!!
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