terça-feira, setembro 02, 2008

CRIMINILADADE

Quase tão ridículo como responsabilizar o Governo pelo recente crescimento de casos de assaltos violentos foi a pressa com que o ministro, e o próprio PM, vieram a público tentar "mostrar serviço", reclamando a tomada de medidas para os combater.
É que as verdadeiras razões desta criminalidade remontam muito atrás, ao início da década de 90, quando a febre das obras públicas (auto-estradas, a Capital Europeia da Cultura de Lisboa em 1994, a Expo 98, o Euro 2004, a Capital Europeia da Cultura no Porto 2001, etc.etc. etc.) ditou a "importação" selvagem de mão-de-obra não qualificada, oriunda de zonas do globo onde não há visão de vida melhor e que, por isso mesmo, uma vez desempregada (por falta das ditas obras) recusou regressar às suas terras natais. Essa mesma mão de obra vive hoje em bairros sociais periféricos, "sem eira nem beira nem lenho para fogueira" (Torga), onde tudo o que pode almejar para melhorar o nível de vida é roubar. E o Estado, que há muito devia ter tomado medidas (desde logo não alimentando a subsídios a permanência em território nacional de cidadãos sem a mínima capacidade e vontade de se integrarem) limita-se a alojá-los em camaratas de cimento e, depois, fazer de conta que esses locais não existem até que os primeiros tiros se ouçam.
Pelo que reclamar qualquer medida, tomada a um sábado, como milagre de combate ao mal só não pode ser chamada de demagójica porque cheirar a pura intrujice, de per si muito mais grave que a primeira.
Mas é a política que temos, feita por pseudo-bombeiros sociais, que julgam que nos enganam a golpes de "Ganaderes". Pura ilusão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os portugueses são os reais culpados da situação em que o país se encontra porque não são capazes de "dar um pontapé no rabo dos políticos que temos". Eu não me revejo em nenhum dos partidos do panorama político português, da extrema direita à extrema esquerda: os primeiros, apesar de falarem agora na questão da criminalidade tiveram uma política igual à que o actual Governo seguiu até agora, e, para desviar a atenção, fala muito na violência doméstica (que até mudou drásticamente, para melhor, no pós 25 de Abril); os outros, os de esquerda, têm o complexo do excesso de segurança e preferem a anarquia actual. Devem ter ficado traumatizados pelo anterior regime e pela perseguição política. Do chamado "garantismo" que a lei portuguesa faculta beneficiam apenas os poderosos e os criminosos experientes. Falam também muito na tal questão da violência doméstica.

Uma coisa é certa apenas mais polícia não resolve nada se não tiver autoridade para actuar eficazmente e isso representa por vezes ferir e matar alguém.

1.º) Os polícias são homens e como tal podem falhar. A polícia do Rio de Janeiro tem tido bastante sucesso nas suas investidas nas Favelas mas tem morrido muita gente: criminosos, polícias e outras pessoas apanhadas em fogo cruzado. É assim que a pouco e pouco a polícia vai recuperando zonas onde já não se aventurava e que estavam abandonadas pelas autoridades: ali quem manda(va) são(eram) as máfias.
2.º) Se as leis continuarem tolerantes como estão agora também não há nada a fazer. A polícia continuará a prender e os juízes a libertar de imediato. Mesmo que os criminosos venham a ser sentenciados não passará muito tempo até que voltem à rua e à anterior actividade.

Ainda não há muito tempo quando se alertava para o rumo perigoso para onde nos dirigiamos e falavamos que começava a haver muita "INSEGURANÇA" no país os nossos políticos recusavam a evidência e respondiam que havia sim "UM SENTIMENTO DE INSEGURANÇA". E agora?

Zé da Burra o Alentejano