A conclusão última da sucessão de debates televisivos entre os principais candidatos às legislativas é que eles não foram minimamente esclarecedores.
A primeira razão prende-se com o formato, que mais fez parecer cada debate um tempo de antena, onde cada um tem dois minutitos para expôr as suas razões. Muito pouco exercício do contraditório que desse oportunidade de desmontar o que o adversário dizia, por muito estapafúrdia que fosse a sua afirmação.
A segunda com a tirania com que o tempo foi sendo imposto, cortando a palavra em momentos decisivos para o esclarecimento de quem ouvia. Este "prêt à porter" não devia ser para debates sobre a vida da nação.
A terceira porque este formato instantâneo só serve para atirar frases feitas (e aí venceu o PM e a sucessão de citações repetidas até ao enjoo de quem ouve) e que as propostas ou ficam por dizer ou a meio, motivando interpretações dúbias e/ou erradas.
A quarta é que os confrontos tiveram mais um ar futeboleiro (no final a discussão foi sempre definir quem venceu - que deviamos ser nós, os indecisos, os necessitados de ouvir propostas concretas - mais do que quem disse algo que acrescentasse ao que já sabiamos).
No fundo no fundo, foi tudo um exercício de faz de conta, onde oas mais experientes e/ou lateiros nestas lides de conversação pública "venceram" para tristeza de quem queria ser esclarecido e para prejuízo da nação.