sábado, março 15, 2008

CONTROLADEIROS II

Um Estado que legisla e regulamente por tudo e por nada é um Estado que perdeu a mão e que não tem remédio.
É, mutatis mutandis, como o pai que faz cair a mão justiceira a cada nova traquinice do filho: vai perdê-lo de certeza.
A proposta de lei do PS de proibir os piercings e as tatuagens em menores só não dá para rir por ser um assunto demasiado sério.
Vivemos num tempo (de que este PS é particular cliente) em que os políticos se convencem que governar é legislar. Criar regras é tudo o que o destino lhes reservou. Depois é só colocar as polícias e demais autoridades administrativas no terreno e pô-las a recolher multas e coimas.
Acaso alguém no seu juízo acredita que um jovem de 14 ou 15 anos determinado a tatuar o corpor ou a adereçá-lo com uma qualquer argola se vai inibir com a proibição legal? Alguém acredita na eficácia desta norma? Mais: alguém acredita que é esse o método de evitar a propagação de doenças vulgarmente espalhadas com as tatuagens? Não seria melhor deixarem-se de avaliações e guerrinhas ridículas e começarem a pensar, isso sim, numa verdadeira reforma educativa, onde a formação cívica e moral voltasse a fazer parte dos curriculae escolares? E, já agora, a disciplina...

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