terça-feira, junho 19, 2007

FACILITISMO

A julgar pela posição pública da Associação dos Professores de Português, a solução encontrada pelo Ministério da Educação foi nivelar por baixo. Foge-se assim à depressão colectiva dos maus resultados e abre-se caminho ao artificialismo do sucesso.
Não perceber a perigosidade deste caminho é, antes de tudo, estupidez, porque está escrito, nas linhas da história, o resultado desta política do "easy way".
Mutatis mutandis, olhe-se o que sucedeu à indústria nacional do calçado e do têxtil. Usou e abusou da falta de qualidade. Massificou a produção sem apostar na qualidade. Investiu os resultados numa economia de consumo de luxo e não se preparou para a competitividade. Foi, durante mais de uma década, o espelho de uma economia tonta, a girar sobre si própria e sem ver um pamo à frente do nariz. Hoje está ligada à máquina e, com pontuais excepções, não tem qualquer futuro.
Os nossos meninos, que escrevem "axu" e "keru", que nunca leram um livro inteiro mas apenas os resumos, que não sabem quem foi o Eça e chamam ao Camões "uma seca", vão pelo mesmo caminho. Com o beneplácito de quem manda.

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