A frivolidade com que por cá se discutem certas matérias é tradutora não só de uma irresponsabilidade atroz mas, sobretudo, de como estamos condenados a ser mandados por mediocres.
A sensação que me dá é que por vezes se dizem e atiram coisas sobre as quais não se faz a mais pálida ideia só para se estar nas bocas do mundo e revelar-se activo.
Dois factos de hoje.
Primeiro Fernando Seara que, depois da OTA, do Poceirão, de Alcochete, da Portela +1 descobriu a pólvora e veio propor... a Portela +2. Quem paga? Como se paga? Estudos de rentabilidade? Nada. Nem uma linha.
Em segundo lugar a denominada flexisegurança, nova medida do socialismo de sarjeta que tem em Blair o expoente máximo, e que parece tão cara a alguns sectores do Ministério do Trabalho. Bastaram alguns (poucos) estudos para concluir que a aplicação da medida em Portugal iria custar.... uma OTA por ano.
Tudo isto entronca num mal bem mais profundo e que aqui e ali já tenho abordado: a mediocridade absoluta que assaltou a classe política. A falta de vergonha em falar, gerir e conversar sobre coisas de que nada percebe. O total despudor com que mete a foice. Hoje é preciso é falar (muito). Aparecer na TV. Dar entrevistas. Numa era em que tudo se pergunta e a que para tudo se tem resposta, o importante é dizer muitas coisas. Nem que sejam asneiras. É essa a base do sucesso.