sexta-feira, junho 29, 2007

CONGREGAÇÕES

A Igreja Católica perdeu o exclusivo na celebração de casamentos com validade civil.
O erro não está em perder esse bónus que um estado laico nunca lhe deveria ter dado. Está, isso sim, no facto de algum dia o ter tido. E, por outro lado, de se atribuir qualquer competência civil a uma congregação religiosa. É um conceito que, definitivamente, não cabe na minha visão agnóstica de uma sociedade igual.

RICARDO, VERSÃO CXXXIII

Olha, olha, os ingratos. Os ceguinhos que não vêem que o moço "vai botar pá quebrá".
A super-estrela vai apodrecer mais um ano em Alvalade. Até que lhe dêem um real "kick in the ass".

quinta-feira, junho 28, 2007

RENDAS

Em Portugal existem 400 000 casaS arrendadas a precisar de obras.
Com a pompa e circunstância que lhe é peculiar o Governo anunciou, no início da legislatura, novas medidas que iriam colocar termo a esta calamidade.
Publicou legiSlação a rodos, de digestão complicada.
Criou comissões e sub-comissões, análises e factores de ponderação, critérios e o diabo que o carregue.
Um ano depois foram actualidas em Portugal... 70 rendas.
Porquê?
Porque o sistema legislativo é irrealista, falacioso e demagógico. Não funciona porque não é por decreto que as coisas avançam: é com medidas funcionais.
Vai um grande diferença do ser ao parecer. E este Governo, nesta como em tantas outras matérias, parece muitíssimo mais do que aquilo que realmente é.

terça-feira, junho 26, 2007

FALAR É QUE TÁ A DAR

A frivolidade com que por cá se discutem certas matérias é tradutora não só de uma irresponsabilidade atroz mas, sobretudo, de como estamos condenados a ser mandados por mediocres.
A sensação que me dá é que por vezes se dizem e atiram coisas sobre as quais não se faz a mais pálida ideia só para se estar nas bocas do mundo e revelar-se activo.
Dois factos de hoje.
Primeiro Fernando Seara que, depois da OTA, do Poceirão, de Alcochete, da Portela +1 descobriu a pólvora e veio propor... a Portela +2. Quem paga? Como se paga? Estudos de rentabilidade? Nada. Nem uma linha.
Em segundo lugar a denominada flexisegurança, nova medida do socialismo de sarjeta que tem em Blair o expoente máximo, e que parece tão cara a alguns sectores do Ministério do Trabalho. Bastaram alguns (poucos) estudos para concluir que a aplicação da medida em Portugal iria custar.... uma OTA por ano.
Tudo isto entronca num mal bem mais profundo e que aqui e ali já tenho abordado: a mediocridade absoluta que assaltou a classe política. A falta de vergonha em falar, gerir e conversar sobre coisas de que nada percebe. O total despudor com que mete a foice. Hoje é preciso é falar (muito). Aparecer na TV. Dar entrevistas. Numa era em que tudo se pergunta e a que para tudo se tem resposta, o importante é dizer muitas coisas. Nem que sejam asneiras. É essa a base do sucesso.

segunda-feira, junho 25, 2007

ZÉZINHA

Não sei o que é mais repugnante: se o namoro babado de António Costa a Maria José Nogueira Pinto se os beijos reanhosos desta a comprar um gabinete e um "chófer".
O desemprego doi a todos e, que me lembre, o subsídio não toca a políticos excluídos da vida activa por força do voto. Chama-se a isso despediemento por justa causa e Nogueira Pinto está no desemprego por isso mesmo: justa causa. É sinuosa. Oportunista. Muito pouco ética. E foi despedida.
Chamam-lhe Zézinha mas, para mim, é a songuinha. Deve ter em Portugal o recorde de serrilhas cravadas nas costas dos lideres. Mas medra com as traições que comete ao ponto de, junto dela, Judas seguir para beatificação. Tem tudo para ter sucesso político, e não me admirava nada de, dentro de meio ano, vê-la de capacete na tola, no meio do Bairro Alto, com ar de salvadora da capital, a dar ordens a um subalterno de um empreiteiro amigo. Resta-nos esperar que o ferro seja mais forte que o capacete.

sexta-feira, junho 22, 2007

JUIZES

Foi a primeira vez que ouvi a Fernando Catroga uma intervenção consequente: os juízes começarem a ser pagos em função do desempenho.
Esta é, de há muito anos a esta parte, a primeira medida séria e consequente apresentada com vista a aumentar a eficácia judiciária.
Não espanta que os representantes da classe se tenham apressado a vir a terreiro refutar a sugestão. É melhor ganhar sempre o mesmo, trabalhe-se o que se trabalhe. Menos espanta, ainda, o argumentário utilizado para que fosse refutado: a proposta é inconstitucional.
Sempre, sempre os critérios formais quando materiamente não há nada a apontar.

quinta-feira, junho 21, 2007

DERLEI

Esperemos que o Derlei seja um grande reforço como foi o Paredes.
Definitivamente ali pela segunda circular os ares andam estragados.
Nós por cá agradecemos: vai ser mais uma época a vencer. Venha o tri...

quarta-feira, junho 20, 2007

EUTANÁSIA II

39% dos médicos oncologistas defendem a eutanásia e 24% respondeu mesmo, quando perguntado, que a praticaria.
Sendo eu, como já por várias vezes escrevi, um incondicional apoiante da morte assistida em doentes terminais e por expressa vontade destes, só pude ver com bons olhos o resultado do inquérito.
Muito ao invés das conclusões, precipitadas, dessa comissão de ética, que logo levantou a voz para rematar que as respostas só se devem à falta de qualidade dos cuidados médicos prestados aos doentes terminais, estou convicto que as posições dos médicos se ficam esmagadoramente a dever a um factor: a humanização da medicina.
Num tempo em que, sem sabermos bem como e muitas vezes sem dar por ela no habituamos a alimentar a vida de modo artificial, em que numa atitude puramente egoísta investimos em vidas que já não o são (vamos definitivamente ficar na história como a idade da química), a diluição do conceito de dignidade da vida é preocupante. Acho que quem está mais perto da realidade mais depressa chega a estas conclusões. É nesse sentido que vejo e interpreto esta posição dos médicos oncologistas.

GLOBALIZAÇÃO

Agora falando sério: mas isto é novidade para quem?
Está aqui a minha raiz anti globalização e que tem mais de 20 anos. Mas, pelos vistos, só eu é que não fico espantado com as conclusões.

TRATADO EUROPEU

É muito estranha a forma como o futuro Tratado da União está a ser preparado. Quase não ouvimos falar dele e, do pouco que se ouve, é dado como facto consumado e uma vitóra antecipada da presidência portuguesa.
É no mínimo duvidoso este exercício de democracia esclarecida, que tem por pai Barroso, a chacenler alemã Merkel, aparentemente Sarkozy e o filho pródigo Sócrates.
Tendo a revisão do tratado, que tentou instituir a Constituição Europeia, constituído o maior falhanço institucional na Europa desde a criação do Tratado de Roma, o chumbo redondo que sofreu em dois referendos (e os outros que se evitaram com a providencial suspensão da consulta popular, como foi o caso de Portugal) acho que a definição e discussão pública mereceria muito mais clareza, que devia começar na publicidade e acabar na dita consulta popular.
Só que esta nova maneira moderna de fazer política tem destas coisas: a consulta só se faz se o povo for decidir como os politicos querem. Se não for assim vale mais "decidir por questões técnicas" e aí, o pagode não precisa de ser ouvido. É que não sabe do que está a falar. Preocupante.

terça-feira, junho 19, 2007

FACILITISMO

A julgar pela posição pública da Associação dos Professores de Português, a solução encontrada pelo Ministério da Educação foi nivelar por baixo. Foge-se assim à depressão colectiva dos maus resultados e abre-se caminho ao artificialismo do sucesso.
Não perceber a perigosidade deste caminho é, antes de tudo, estupidez, porque está escrito, nas linhas da história, o resultado desta política do "easy way".
Mutatis mutandis, olhe-se o que sucedeu à indústria nacional do calçado e do têxtil. Usou e abusou da falta de qualidade. Massificou a produção sem apostar na qualidade. Investiu os resultados numa economia de consumo de luxo e não se preparou para a competitividade. Foi, durante mais de uma década, o espelho de uma economia tonta, a girar sobre si própria e sem ver um pamo à frente do nariz. Hoje está ligada à máquina e, com pontuais excepções, não tem qualquer futuro.
Os nossos meninos, que escrevem "axu" e "keru", que nunca leram um livro inteiro mas apenas os resumos, que não sabem quem foi o Eça e chamam ao Camões "uma seca", vão pelo mesmo caminho. Com o beneplácito de quem manda.

segunda-feira, junho 18, 2007

CARLOS PAREDES

Desde sempre que vejo a música de Carlos Paredes como um espelho da portugalidade. Melancólica. Poética.Comovente. Um lamento enrolado de lágrimas e tristezas. E, no entanto, apaixonante, com uma sonoridade singular.
Deixo um exemplo:

BRUNO NOGUEIRA

O texto, desconcertante, e que vi em primeiro lugar citado aqui, é do Bruno Nogueira.
Mas não resisti, também, a não só citar mas transcrevê-lo integralmente. É que há coisas que têm que ser ditas. Que nunca podem ser esquecidas...
A idade vai comendo a vida.Vai ratando o futuro, e nós (eles) a verem.Acorda-se com um dia a menos, e adormece-se com um dia a mais.O calendário vai-nos mudando o corpo.Vai-nos empurrando as costas, para a queda ser pequena.Os velhos sabem de cor o chão.Como quem sabe que está quase a chegar lá.Desde que perdi a minha avó, que ganhei o respeito por quem mora no terceiro andar da idade.Perde-se para ganhar.E assim foi. Emociona-me.Que vida inteira pode ser sentada sozinha, num banco de jardim?Com a idade, nunca escolhem o meio, sempre o fim do banco.Em crianças, ter-se-iam sentado na outra ponta?E deixam-se estar.Respiram como podem. Os olhos já não procuram nada. Já viram tudo.Vão guardando o passado em rugas, para libertar a cabeça.Em que pensam?Na morte? Os velhos não vivem. Deixam-se viver.Os filhos já tem a vida deles, não os querem.Tem de ir viajar e fazer compras para o jantar."O pai tem estado bem? Então vá, um beijinho."Picaram o ponto, e para eles está feito.Os novos choram com o corpo todo, gritam e fazem caras de quem sofre.Os velhos choram só com os olhos, que o resto não se vê.E assim o fazem, no fim do telefonema.Ninguém os quer com as doenças cheias de idade.As mãos da idade cheiram a tudo, com as veias cansadas de mostrar o sangue a toda a gente.As pernas vão perdendo caminho.Os braços deixam de abraçar.O coração começa a falhar, já bateu demais mesmo para quem amou pouco.Vai-se esquecendo de bater.E uma noite, sem avisar, desaprende.Desliga os olhos e atira o corpo para o fim.Ocupam agora o banco todo.Do principio ao fim, todo ele é corpo.E os filhos, cansados de telefonar, resmungam.Morreram oitenta e dois anos, e nem mais um dia.A cidade não pára, o mundo não interrompe, nada.Os filhos enterram vinte anos, e guardam os outros sessenta e dois.Os últimos vinte davam trabalho e de pouco valiam.Não tem vagar para os guardar.Mas de hoje em diante, esses vinte vão acordá-los todos os dias.Até se deitarem sozinhos no banco que os vai deitar.

sexta-feira, junho 15, 2007

ALCOCHETE

Tanto altruísmo e espírito benemérito de empresários, com destaque para o inefável especulador Berardo, no financiamento do estudo sobre as vantagens de localização do aeroporto em Alcochete cheira a lota em final de dia de Verão.

RENOVAÇÕES

Ricardo é para renovar.

Pois pudera: mais ninguém lhe pega.

Aliás, é curioso quer quer ele, quer Simão, que alguma imprensa de Lisboa tenta à força vender por milhões, ainda não perceberam o seu verdadeiro valor e mercado. Todos os anos, por esta altura, as ofertas de milhões sucedem-se mas eles vão sempre ficando por cá. Outros há, como Anderson que, por terem realmente valor, nunca foram falados para venda mas acabaram por render 35 milhões de euros. Está aqui muita da diferença para justificar títulos e verdades desportivas. E não apito que o escamoteie.

segunda-feira, junho 11, 2007

TOTALLY PARTY



Eu tinha avisado que ia BOMBAR e BOMBOU MESMO.
Foi uma festa, como a foto documenta, TOTALLY.
Ao nível dos melhores plateau de dance music, tal a qualidade dos DJs. Foi, como já se escreveu, memorável
Aqui fica só um cheirinho:

sábado, junho 09, 2007

REFORÇOS

Estes lampiões não aprendem.
Por mim até abria um fundo para que pudessem adquirir, a título definitivo, o Derlei, o Ezequias, o Sonkaya, o Bruno Moraes. Já agora o Madjer e o Juary. Têm a mania de julgar que podem ser felizes com aquilo que já foi nosso...

DÚVIDAS DA INFÂNCIA II

Porque é que dito pela Avó fazia sempre mais sentido do que dito por qualquer outrém?

sexta-feira, junho 08, 2007

DÚVIDAS DA INFÂNCIA I

Porque diabo é que o pijama, que enrodilhamos toda a noite, sobretudo quando a insónia ataca, tem que ser dobrado de manhã, antes de ir para o armário, onde vai esperar por outra jornada de rodilha?

quinta-feira, junho 07, 2007

DÚVIDA METÓDICA

Se existem "pipeline" para o petróleo, condutas internacionais para o gás, fibra óptica para a banda larga, porque não criar um vaso condutor directamente daqui para minha casa?

ESCOLA

Uma sociedade que não coloque a educação, com enfoque para a escola, na base das suas prioridades (só a saúde está no mesmo plano), é uma sociedade condenada ao suicídio.
A lógica economicista que assaltou este governo, que fecha escolas primárias ao ritmo a que se muda de camisa, que obriga as crianças a percorrer quilómetros e quilómetros para poderem aprender a simples tabuada, apenas vai acentuar a desertificação do interior, a fuga para as grandes cidades ou o simples abandono escolar.
Não perceber que um posto médico ou uma escola podem fazer a diferença entre ficar ou partir revela um autismo tão assustador que me pergunto: não vêem ou simplesmente estão-se nas tintas?

LAW SET

"Law musical set" em evolução.

Vai bombar no Sábado. Nem que chova canivetes...

CADÊ?

Se há fusão perfeita entre voz e instrumento acho que está bem traduzida neste "Cadê Você" da Bebel. Claro que já está aqui ao lado, na "play-list", conjuntamente com a música que dá nome ao último álbum: Momento. Enjoy.

DE-PHAZZ

Ora ouçam:

segunda-feira, junho 04, 2007

BOLSAS

Há quem não queira ver e permaneça embriegado com a subida sucessiva do PSI 20. Mas os sinais preocupantes vindo da China são indesmentíveis. Vai haver muita gente a partir os dentes na bolha bolsista nacional...