Ali mesmo em baixo, encravada entre a deturpada Setúbal e o asfixiante Algarve, o pedacinho de Portugal virgem, original, saudável, com coisas deslumbrantes como esta
e esta
Pese embora os homicídios paisagísticos originados por abortos como a Zambujeira do Mar ou Mil Fontes, a verdade é que ainda subsistem postais como os acima ilustrados.
Melides, um pouco mais a norte, tem ainda mais de paraíso, de imaculado. É o último pedaço de Portugal por “estuporar”.
Volto e volto vezes sem conta e os olhos não esgotam a saciedade de olhar.
Estes 80 kms de costa são a última oportunidade de salvar um restinho de mar e areia de que, no futuro muito próximo, não nos envergonhemos.
Dizem-me, porém, que só para Melides estão programadas mais de 5000 camas turísticas.
A muito breve trecho, o Alentejo costeiro não será mais que um braço da lixeira em que converteram o Algarve. A partir daí deixarei de ter local para veranear em Portugal. Mas até lá vou sorver cada bocadinho que estes animais do imobiliário e da política não tiverem, ainda, rebentado.