quinta-feira, setembro 15, 2005

RASCAS

O André está à mesa, com os pais.
O chinfrim do telemóvel, que se repete vezes sem conta, leva a mãe a pedir que cale o “brinquedo”.
Ante os ouvidos de mercador do puto, entra em cena o pai, em tom mais ameaçador.
Resultado pior.
Com estrondo, a porta bate, e o menino ausenta-se da sala.
O pai fica, em vão, a chamar-lhe pelo nome.

A moda parece ter definitivamente pegado nos anúncios publicitários.
Primeiro foi o sapo, de que já falei aqui.
Agora este, oriundo da denominada “terceira geração” de telemóveis de Optimus.
Má criação, muita má criação nos anúncios, que parece ser disso que a malta gosta. E, como gosta, nós damos-lhe. Promovemos e ensinamos a insolência, em suaves prestações publicitárias e outras afins.
Depois, quando lemos os relatórios (esse famigerado mal que nos coloca sempre na cauda quando nos compara à EU, OCDE e outras Es) deprimimos e anunciamos medidas (pacotes de medidas) para mudar.
Quando há uns anos Vicente Jorge Silva apelidou as novas gerações de rascas, devia ter apontado o dedo ao peito e dito: nós, gerações que fazemos este tipo de campanhas, que educamos os novos, nós sim, somos rascas.

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