quarta-feira, julho 06, 2005

FUNÇÃO PÚBLICA

O escândalo que constitui, ainda hoje, o acervo de regalias sociais que o funcionalismo público detém em comparação com o sector privado, bem mereceria tratamento mais drástico por parte do governo do que aquelas tímidas medidas que vêm sendo tomadas.
A escandalosa revolta popular revelada pelos sindicatos afectos a essa função pública, com inqualificáveis manifestações de rua barafustando contra a igualização de tratamento, então essa mereceria ainda mão mais dura.
Um mero exemplo.
Qualquer trabalhador por conta de outrém vê-lhe ser retirado do seu salário, no final do mês, 11% de taxa social.
O mesmo sujeito, afecto à função pública, vê-lhe ser retirado... 10%.
É assim há décadas.
Agora, dizem, vão passar a pagar 11% como os outros.
Por mim não chega.
Para que a dívida ficasse paga a todos os que foram comparativamente prejudicadas ao longo de todos estes anos, as contas só seriam saldáveis se, agora, e por todos os anos em que pagaram 10%, passassem a pagar 12%, até reporem o que indevidamente receberam a mais.
Se isso fosse juridicamente possível.
Porque só assim seriamos, de facto, todos iguais
Como não é, a dívida mantém-se. E tem que ser paga de outro modo.

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