segunda-feira, julho 21, 2008

JORNALICES II

A facilidade com que se faz jornalismo de sarjeta é repugnante.
Pega-se numa qualquer informação, não se fixam fontes, não se cruzam dados e atira-se sem mais nem menos. Ninguém questiona. Toda a gente come o que se lhe dá. Afinal, vinha no jornal... Sexta-feira o PM tinha aprovado uma linha de crédito de 800 milhões de euros para investimento em Angola. Hoje são 1100 milhões. Um pequena diferença de 300 milhões. Ou seja, uma auto-estrada Porto/Lisboa. Mas ninguém se importa.
Com a mesma facilidade uns sindicalistas descem à baixa e as parangonas são lapidares: 200 000 manifestam-se contra o Governo. Mas quem os contou?
Quinta-feira a Lusa punha na boca do PM que José Eduardo dos Santos vinha a Portugal esta semana. Hoje está oficialmente desmentido. Menos na Lusa.
Todos estes números seriam de menor importância não fossem provindos dos mesmos que anunciam o défice, a inflação homóloga, as previsões, etc.etc.
Hoje quase não acredito em nada do que leio e ouço. Já só quase no que vejo. Sinto-me usado por um poder político que utiliza uma comunicação social sem escrúpulos; e por uma comunicação social sem o mínimo de competência, que engole tudo o que lhe vendem a troco de boas relações com o poder que a alimenta.
Aditamento: Esta notícia é o exemplo acabado do que disse em em cima. Na compra e venda o que realmente é caro é o IMT (antiga SISA) e o imposto de selo, receitas do Estado. E essas não sofrem alteração, continuando a onerar os compradores. Já para não falar no IMI, cada vez mais abusivo na forma como é calculado. Mas o jornalista comeu o que o Secretário de Estado lhe vendeu...

1 comentário:

Anónimo disse...

«não deixemos os factos estragar uma boa notícia»... that's the press mind... (they don't mind)