sexta-feira, abril 04, 2008

RADICALIZAÇÃO

Há uns dias, pelo voz de Octávio Teixeira, ex-dirigente histórico do PCP, ouvi que o partido devia concorrer sózinho às legislativas.
O PCP tem hoje uma força e uma posição que já não precisa de viver camuflado, para efeitos eleitoriais, na farsa CDU.
A foice e o martelo assumem-se e desaparecem o azul e branco da coligação: vai mesmo a vermelho que hoje capitaliza mais os votos. Radicalizar é o que está a dar.
Ontem ficamos a saber que a soma das intenções de voto do PCP e BE é a maior desde 1979, quando ainda viviamos o rescaldo das nacionalizações, quando o poder ainda andava algo perdido na rua.
Os dois factos são, porém, meros adjectivos do estado a que a democracia nacional chegou.
A total desacreditação das instituições (ninguém entre num tribunal à espera de justiça, como ninguém vota num partido à espera de reformas ou vai a um hospital esperando ser bem tratado) leva a que procuremos refúgio. Seja em Fátima ou no radicalismo do vai tudo a eito da foice e do martelo. Ninguém foge para os extremos ou para o metafisico por mera vontade. É o estado de necessidade que o dita. E os sinais de radicalização são, muito mais do que evidentes, altamente preocupantes.

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